quarta-feira, 18 de junho de 2025

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 18/06/2025

ANO C


Mt 6,1-6.16-18

Comentário do Evangelho

As boas obras devem ser feitas com discrição

O tema principal do evangelho desta quarta-feira é a discrição com a qual as obras devem ser praticadas: “Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados” (v. 1). Trata-se de não fazer nada por ostentação. Jesus recomenda não dar esmola, jejuar ou rezar de modo ostensivo, como fazem os hipócritas. No nível em que os hipócritas se situam já obtiveram a recompensa deles, isto é, a aprovação dos homens. Positivamente falando, a esmola, o jejum e a oração devem ser feitos em segredo. A ação em segredo não é o mesmo que ação secreta, mas designa toda ação, mesmo pública, que se faz, de fato, diante do Pai. É a intenção profunda que conta, pois a recompensa se situa neste nível.
Carlos Albero Contieri, sj
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Fonte: Paulinas em 19/06/2013

Comentário do Evangelho

Renuncia da hipocrisia e da cultura da aparência.

Já tivemos a oportunidade de comentar este trecho do evangelho, quando da Quarta-Feira de Cinzas. Trata-se, aqui, de renunciar à hipocrisia e à cultura da aparência que esconde o verdadeiro sentido de todas as coisas, inclusive da prática religiosa. Esses três atos de piedade, esmola, jejum e oração eram aspectos importantes da vida religiosa dos judeus do tempo de Jesus. Não são os atos de piedade que Jesus critica, mas o modo como eles são praticados, isto é, são feitos em benefício da pessoa que os pratica: os fazem “para serem vistos pelos homens”, para terem a aprovação dos outros. Daí que, no nível em que os hipócritas se situam, eles já obtiveram a recompensa esperada, a saber, a aprovação dos homens. A vida cristã requer discrição; as obras de piedade devem ser realizadas em segredo. Não se trata de ação secreta, mas designa toda ação, mesmo pública, que se faz diante de Deus, por Deus em favor dos semelhantes. O que conta é a intenção profunda, e a recompensa se situa no nível do dom e não do merecimento. O bem não toca trombeta!
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Fonte: Paulinas em 18/06/2014

Comentário do Evangelho

O bem não toca trombeta!

Jesus alerta os seus discípulos contra a hipocrisia e a vaidade das práticas religiosas e convida à confiança em Deus que vê no segredo do coração. Trata-se, para os membros da comunidade cristã, de renunciar à hipocrisia e à cultura da aparência que esconde o verdadeiro sentido de todas as coisas, inclusive da prática religiosa. Esses três atos de piedade, esmola, jejum e oração eram aspectos importantes da vida religiosa dos judeus do tempo de Jesus. Não são os atos de piedade que Jesus critica, mas o modo como eles são praticados, isto é, são feitos em benefício da pessoa que os pratica: os fazem “para serem vistos pelos homens”, para terem a aprovação dos outros. Daí que no nível em que os hipócritas se situam, eles já obtiveram a recompensa esperada, a saber, a aprovação dos homens. A vida cristã requer discrição; as obras de piedade devem ser realizadas em segredo. O que conta é a intenção profunda, e a recompensa se situa no nível do dom e não do merecimento. O bem não toca trombeta!
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Fonte: Paulinas em 17/06/2015

Vivendo a Palavra

Esmola, oração e jejum – que são o jeito de nos relacionarmos com o próximo, com o Senhor e com nós mesmos – devem ser vividos com generosidade, alegria, modéstia e discrição. Partilhar os dons que recebemos do Pai, colocarmo-nos em Sua Presença sempre com gratidão, e lutarmos contra as nossas paixões devem ser, por isto, a nossa regra de vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/06/2013

Vivendo a Palavra

Esmola, oração e jejum – assim como na quaresma, também hoje, nós nos lembramos desses meios de santificação: generosidade perante os irmãos, humildade e confiança junto ao Senhor e sobriedade nos nossos desejos e apetites. Sigamos o Mestre!
Fonte: Arquidiocese BH em 18/06/2014

Vivendo a Palavra

O jejum, a esmola e a oração são figuras para significar as nossas relações respectivamente com nós mesmos, com o outro e com o Pai. Jesus nos ensina que nossas ações não devem ser feitas para serem admiradas pelos homens, pois perderiam seu valor, mas devem ser discretas – somente Deus as conhecerá. O Mestre assegura que a recompensa será generosa.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2015

VIVENDO A PALAVRA

Continuamos mergulhados no Sermão da Montanha. Hoje Jesus nos recorda que não basta fazer o bem – no caso, a partilha, a oração e o jejum. É preciso que o façamos com espontaneidade, alegria, discrição e de forma totalmente gratuita, não reclamando admiração, gratidão ou retribuições.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/06/2017

VIVENDO A PALAVRA

Jejum, esmola e oração: representam simbolicamente as nossas relações com nós mesmos, com o outro e com o Pai. Jesus nos ensina que nossas ações não devem ser feitas para serem admiradas, pois perderiam seu valor e estariam recompensadas pelo aplauso que causam, mas devem ser discretas e sem discriminar nenhum irmão – somente Deus as conhecerá. O Mestre assegura que a recompensa será generosa.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/06/2021

Reflexão

O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte: CNBB em 19/06/201318/06/2014 e 17/06/2015

Reflexão

Chamar a atenção para as próprias boas obras é tendência bastante comum entre as pessoas. É orgulho e vaidade. Por isso, Jesus nos adverte sobre um perigo real: por trás de muito barulho, pode esconder-se atitude falsa. Como exemplo, ele cita três ações: dar esmola, orar e jejuar. São coisas valiosas, desde que realizadas com reta intenção. Perdem sua eficácia quando alguém as pratica só para receber aplausos. Readquirem valor quando feitas para agradar a Deus, que conhece a intimidade de cada um e pode dar-lhe a devida recompensa. Portanto, pratiquemos as boas obras com discrição e humildade; desse modo, ficamos com a certeza do olhar benévolo de Deus e de sua recompensa. Do contrário, só nos restará acolher dos outros um reconhecimento passageiro e quase sempre mesquinho.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 19/06/2019

Reflexão

Chamar a atenção para as próprias boas obras é tendência bastante comum entre as pessoas. É orgulho e vaidade. Por isso, Jesus nos adverte sobre um perigo real: por trás de muito barulho, pode esconder-se atitude falsa. Como exemplo, ele cita três ações: dar esmola, orar e jejuar. São coisas valiosas, desde que realizadas com reta intenção. Perdem sua eficácia quando alguém as pratica só para receber aplausos. Readquirem valor quando feitas para agradar a Deus, que conhece a intimidade de cada um e pode dar-lhe a devida recompensa. Portanto, pratiquemos as boas obras com discrição e humildade; desse modo, ficamos com a certeza do olhar benévolo de Deus e de sua recompensa. Do contrário, só nos restará acolher dos outros um reconhecimento passageiro e quase sempre mesquinho.
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, explicas por que nos convém praticar as boas obras de modo discreto, sem chamar a atenção do público. Ensina-nos, Senhor, a proceder com humildade, para agradar ao Pai celeste, que conhece o nosso íntimo e pode nos recompensar como lhe aprouver. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 16/06/2021

Reflexão

Chamar a atenção para as próprias boas obras é tendência bastante comum entre as pessoas. É orgulho e vaidade. Por isso, Jesus nos adverte sobre um perigo real: por trás de muito barulho, pode esconder-se atitude falsa. Como exemplo, ele cita três ações: dar esmola, orar e jejuar. São coisas valiosas, desde que realizadas com reta intenção. Perdem sua eficácia quando alguém as pratica só para receber aplausos. Readquirem valor quando feitas para agradar a Deus, que conhece a intimidade de cada um e pode dar-lhe a devida recompensa. Portanto, pratiquemos as boas obras com discrição e humildade; desse modo, ficamos com a certeza do olhar benévolo de Deus e de sua recompensa. Do contrário, só nos restará acolher dos outros um reconhecimento passageiro e quase sempre mesquinho.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Fonte: Paulus em 21/06/2023

Reflexão

«Cuidado! Não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus convida-nos a orar para a glória de Deus, com a finalidade de agradar ao Pai, pois foi por isso que fomos criados. Assim o afirma o Catecismo da Igreja: «Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado para servir e amar a Deus e para lhe oferecer toda a criação». Este é o sentido da nossa vida e o nosso orgulho: agradar ao Pai, comprazer a Deus. Este é o testemunho que Cristo nos deixou. Oxalá o Pai celestial possa dar a cada um de nós o mesmo testemunho que deu do seu Filho no momento de seu batismo: «Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno agrado» (Mt 3,17).
A falta de retidão de intenção seria especialmente grave e ridícula se se produzisse em ações como a oração, o jejum e a esmola, pois se trata de atos de piedade e de caridade, quer dizer, atos que —per se— são próprios da virtude da religião ou atos que se realizam por amor a Deus.
Portanto, «cuidado! Não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6,1). Como poderíamos agradar a Deus se o que procuramos à partida é que nos vejam e ficar bem —em primeiro lugar— perante os homens? Não é que tenhamos que nos esconder dos homens para que nos não vejam, trata-se de dirigir as nossas boas obras diretamente e em primeiro lugar para Deus. Não importa nem é mau que os outros nos vejam: pelo contrário, pois podemos edificá-los com o testemunho coerente das nossas ações.
Mas o que verdadeiramente importa —e muito!— é que vejamos a Deus nas nossas atitudes. Devemos, pois, «examinar com muito cuidado a nossa intenção em tudo o que fazemos, e não procurar os nossos interesses se queremos servir o Senhor» (S. Gregório Magno).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Se já se acendeu em ti um surto do fogo do amor divino, não queiras manifestá-lo subitamente no exterior; cuidado para deitá-lo ao vento. Manter o forno fechado, para que não arrefeça nem perca calor» (São Carlos Borromeu)

- «Toda expressão penitencial só tem valor aos olhos de Deus se for sinal de um coração sinceramente arrependido. A verdadeira "recompensa" não é a admiração dos outros, mas a amizade com Deus» (Bento XVI)

- «Cristo Jesus fez sempre aquilo que era do agrado do Pai (4). Viveu sempre em perfeita comunhão com Ele. De igual modo, os seus discípulos são convidados a viver sob o olhar do Pai, ‘que vê no segredo’ (Mt 6, 6), para se tornarem ‘perfeitos como o Pai celeste é perfeito' (Mt 5,47)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.693)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 21/06/2023

Reflexão

Retidão de intenção

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus exige aos fariseus "fazer o bem" com "boa intenção". Para ser pessoas boas, não é suficiente fazer "coisas boas", mas requer-se "fazê-las bem" e realizá-las num "bom contexto". Os fariseus caíram no vízio de fazer coisas que eram boas (dar esmola...) para fingir ser pessoas boas. Esta falta de coerência desgosta a Deus.
O primeiro, é fazer coisas que sejam construtivas para o nosso ser (o meu e o bem dos outros). Por exemplo, dizer uma mentira, é algo destrutivo: me faz mentiroso; e à outra pessoa contamino-lhe a sua inteligência. Só aquilo que é bom, faz boa a minha vontade. Mas, além de um "bom ponto de partida", se requer uma "boa direção" (reta intenção). Se fizer alguma coisa boa, mas com uma intenção ruim, estou, em definitiva, obrando "para" o mal. Devem ser bons portanto, o "que" e o "para que".
Meu Deus, quero te beijar, mas não para "te entregar", mas para me entregar a Ti.
Fonte: Evangeli - Evangelho Master - Feria em 21/06/2023

Meditação

Qual seria a recompensa a que se refere Jesus? - Podemos ver aqui a figura de Maria? - O que ela nos ensina? - Conheço alguém que faz o bem sem se preocupar em aparecer? - No silêncio de meu coração, procuro buscar a força de Deus para a caminhada e para fazer o bem?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.
Fonte: a12 - Santuário em 19/06/2013

Recadinho

Se alguém é injusto para conosco, conseguimos manter nosso coração inalterado? - E o perdão? Rezamos “perdoai-nos assim como nós perdoamos”? - Encontro momentos especiais para contemplar, escutar, abrir meu coração a Deus que me fala? - Pode-se praticar a caridade sem pensar em dinheiro. Em que sentido? Cite alguns exemplos de verdadeira caridade para com o próximo. - Há situações nas quais não sabemos o que rezar? Fiquemos em silêncio e Deus nos falará ao coração!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/06/2014

Meditação

Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles.” Com três exemplos — esmola, oração e jejum — ensinou Jesus que nada devemos fazer simplesmente para atrair aplausos e admiração. Devemos agir por convicção, fazendo o que deve ser feito e pelo motivo certo. Isso vale principalmente em nossos atos religiosos; nada mais ridículo do que a vaidade nas coisas de piedade. Não é preciso esconder-nos; basta que sejamos discretos.
Oração
Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 21/06/2023

Comentário sobre o Evangelho

O Sermão da Montanha: «Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados»


Hoje Jesus nos pede que nossas obras sejam feitas, sobretudo, para agradar ao Pai. Dê esse prazer a Deus é a razão mais bela para viver. Temos que triunfar na vida? Sim. Mas, em primeiro lugar, por Deus. A admiração dos homens por você se irá apagando rapidamente com o passar do tempo; a admiração de Deus por ti é eterna.
Oxalá que Deus possa dizer de você: «Éste é meu Filho amado a quem agradeço».
Fonte: Family Evangeli - Feria em 21/06/2023

Meditando o evangelho

OBRAS DE PIEDADE

A religião judaica dava grande importância à esmola, à oração e ao jejum como práticas de piedade, embora não fossem expressamente prescritas pela Lei.
Os discípulos de Jesus, enquanto herdeiros da tradição judaica, tinham consciência do valor destas práticas como forma de expressar uma relação profunda com o próximo (esmola), com Deus (oração) e consigo mesmo (jejum). O cuidado de Jesus visava orientá-los sobre a maneira correta de praticá-las. A preocupação do Mestre ia além dessas três práticas tradicionais de piedade. Ele queria ensinar os seus discípulos como ser piedoso.
Existe uma maneira de ser piedoso com a preocupação de ser visto e louvado pelos outros. Era a preocupação própria dos hipócritas e exibidos. Mas existe também, outro modo de ser piedoso, que consiste em colocar-se em profunda comunhão com o Pai, que vê as coisas ocultas, e reconhece a sinceridade de coração de quem pretende ser-lhe agradável.
"Agir em segredo" não é o mesmo que fazer "ações secretas". Mesmo quando age em público, o coração do discípulo está centrado no Pai, e só ele procura agradar. Eventuais recompensas humanas são irrelevantes para ele, comparadas com as que o Pai lhe reserva.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de piedade, ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.
Fonte: Dom Total em 18/06/2014 e 21/06/2017

Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 18/06/2014

Meditando o evangelho

A PIEDADE DISCRETA

A piedade judaica valorizava, de maneira especial, três práticas: a esmola, a oração e o jejum. Cada uma apontava para um tipo diferente de relação. A esmola indicava a relação de misericórdia com o próximo, cujas necessidades se tentava remediar. A oração expressava a relação amorosa com Deus, com quem se procurava estar em contínuo diálogo. O jejum se colocava no nível da relação do indivíduo consigo mesmo e consistia na busca do domínio dos instintos e das paixões, de modo a preparar para uma relação cada vez mais correta com Deus e com o próximo.
O discípulo de Jesus não estava dispensado destas práticas tradicionais de piedade. Elas se mantinham válidas quando sua finalidade era garantida. Entretanto, havia no tempo de Jesus quem desvirtuasse seu sentido e se servisse delas para alimentar seu espírito de vanglória. Jesus tentou precaver seus discípulos desta deturpação da piedade, ensinando-lhes a discrição. Mostrar-se piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, era inútil e revelava uma motivação hipócrita. A inutilidade resultava da obtenção de louvores por parte dos admiradores, dispensando assim a recompensa divina. A piedade, neste caso, não atingia seu objetivo. Pelo contrário, quando praticada no escondimento e de maneira discreta, a piedade era observada apenas pelo Pai, de quem proviria a verdadeira recompensa.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, livra-me de praticar a piedade buscando fazer-me admirado pelas pessoas e ensina-me a praticá-la de maneira discreta, para obter a recompensa do Pai.
Fonte: Dom Total em 17/06/2015, 19/06/2019 e 16/06/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Que tua esmola fique escondida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

que vamos fazer hoje orientados pelo Evangelho de São Mateus? Hoje não vamos fazer! Não vamos fazer nada para sermos vistos e elogiados pelos outros. Tudo o que fizermos será por convicção, e para a glória do Pai que vê as intenções do nosso coração, que vê o que está oculto, que dá a verdadeira recompensa. Praticaremos o que é justo, faremos boas ações. Vamos dar esmolas, rezar e jejuar, ocultamente e com o rosto sempre alegre.
Fonte: NPD Brasil em 19/06/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ser íntimo diante de Deus é não usar nenhuma máscara
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tenho um amigo muito fiel à nossa Igreja e dia desses ele m e disse que no seu ambiente de trabalho, no início da jornada de manhã e à tarde, abre a Bíblia que sempre carrega e faz a sua oração e meditação. Ele afirma que os funcionários que trabalham com ele naquela repartição, o respeitam muito e mesmo um e outro que não são da nossa igreja, nunca o criticaram e até o elogiam dizendo que ele é um bom cristão.
Não querendo julga-lo, confesso que pensei nele ao meditar esse evangelho, por uma razão muito simples, talvez nem o faça por mal, mas ele faz questão de mostrar aos outros que é católico e dos praticantes e em sua compreensão isso é um testemunho que precisa ser dado no mundo de hoje. Quando alguém exibe suas qualidades cristãs para os outros, sejam elas quais forem, oração, jejum ou esmola, o maior perigo e tornar-se um moralista e começar a medir as pessoas a partir da nossa “Régua”.
Moralismo é coisa muito perigosa porque, como dizia meu professor de moral, se revirarem bem revirado a vida de uma pessoa considerada a mais santa, vão achar pecado de tudo quanto é tipo, também na minha vida e na vida de cada um de nós, não tem este nem aquele, leigo ou religioso, ninguém escapa. Somos todos carentes do amor e da misericórdia do Pai, então a única referência para o homem é Jesus Cristo, Fiel, Santo, Perfeito, justo e bom. Só Ele e mais ninguém.
Jesus Cristo, ao orientar os seus discípulos sobre esse procedimento discreto nas orações, jejuns e esmolas, quer também poupá-los das “cobranças”, não que não devamos então ser autênticos e coerentes como cristãos, mas que não sintamos a necessidade de vender uma imagem de pessoas virtuosas, orantes, piedosos, porque lá um dia ou outro, podemos cometer algum deslize e daí todos nos olharão com estranheza e indignação. De fato, meu amigo que mencionei no início, recentemente teve problemas com um Filho usuário de drogas, e os amigos e colegas de serviço o questionaram a esse respeito.
Quem se exibe diante dos irmãos e irmãs, vai também se exibir diante de Deus e aí está o outro grande perigo: achar que eu me basto, porque sou esforçado e sempre busco as coisas de Deus, e para eu atingir a Santidade em sua plenitude só falta eu morrer e todos vão reconhecer que sou uma referência e um exemplo a ser seguido.
O problema é que, diante dos irmãos até dá para posar de “bonzinho”, mas diante de Deus isso é impossível, porque Ele nos vê exatamente como somos. Então, o melhor mesmo é seguir as orientações de Jesus, mostre-se diante de Deus como você realmente é. Não tenha medo ou vergonha, seja íntimo de Deus, descubra-se totalmente diante dele. A intimidade com o Pai, recomendada nesse evangelho é isso. Quem reza, faz jejuns e pratica a caridade, não é um super-homem ou super-mulher, mas é alguém humano e fragilizado, sujeito a quedas e infidelidades, e que, apesar disso, é íntimo com Deus e o chama de “Paizinho”, sem medo de discurso moralista.

2. Não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados - Mt 6,1-6.16-18
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Falem mal, mas falem de mim. Meu objetivo sou eu mesmo e que os outros me vejam. Procuro uma aparência de bondade para causar boa impressão em vista de meus interesses pessoais, sendo o primeiro deles a projeção da minha pessoa. Se conseguir o que quero, já terei recebido a minha recompensa. Mas o Pai, que vê o escondido, não vê nada e não tem para mim nenhuma recompensa. Quem sabe ele me dará tempo para uma verdadeira conversão…
Fonte: NPD Brasil em 16/06/2021

HOMILIA

CUIDADO COM A HIPOCRESIA

No Evangelho, Jesus pede a pratica da esmola, o jejum e a oração longe de toda hipocrisia: «Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa». Os hipócritas, energicamente denunciados por Jesus Cristo, se caracterizam pela falsidade de seu coração. Mas, Jesus adverte hoje não só da hipocrisia subjetiva senão também da objetiva: cumprir, inclusive de boa fé, tudo o que manda a Lei de Deus e a Escritura Santa, mas fazendo de maneira que fique na mera prática exterior, sem a correspondente conversão interior.
Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus». A justiça da que Jesus nos fala consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».
A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia: «Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita». Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de Deus e elogio por parte dos homens.
Então, a esmola reduzida à “gorjeta” deixa de ser um ato fraternal e se reduz a um gesto tranquilizador que não muda a maneira de ver o irmão, nem faz sentir a caridade de prestar-lhe a atenção que ele merece. O jejum, por outro lado, fica limitado ao cumprimento formal, que já não lembra em nenhum momento a necessidade de moderar nosso consumismo compulsivo, nem a necessidade que temos de ser curados da “bulimia espiritual”. Finalmente, a oração reduzida a estéril monólogo não chega a ser autêntica abertura espiritual, colóquio íntimo com o Pai e escuta atenta do Evangelho do Filho.
A religião dos hipócritas é una religião triste, legalista, moralista, de uma grande pobreza de espírito. “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles como fazem os hipócritas...” No dicionário do Aurélio, hipocrisia é afetação duma virtude, de um sentimento louvável que não se tem. É impostura, fingimento, simulação, falsidade. Os hipócritas enganam (ou pensam enganar) as pessoas que os veem por sua aparência. Fingem ser uma coisa que não são. Por quanto tempo dura uma hipocrisia? Pois nada há de oculto que não seja um dia revelado. Que passageira recompensa recebem os hipócritas, não é mesmo? Recebem os louvores e reconhecimentos momentâneos. Até a hora em que são descobertos. Daí, então, a máscara cai e se revela a verdade do que são. Como não construíram sobre a rocha, a verdade, é grande sua ruína (cf. Mt 7,27).
Por que, então, cair neste pecado da hipocrisia? Se pensarmos bem, mesmo sem levar em conta o lado espiritual, não vale a pena. Seja no ambiente de trabalho, seja na sociedade ou na família, a hipocrisia é um grande contra-senso. Reflita e medite sobre isso em sua vida. Dirija-se ao Senhor pedindo perdão pelas vezes em que fingiu ou simulou algo apenas para ser visto pelos homens. Peça hoje uma graça de coerência e fidelidade ao chamado último de todos os homens: a santidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Comentada2 em 18/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

As três práticas fundamentais do homem religioso

Três práticas fundamentais de um homem e de uma mulher religiosos. Essas práticas estão na esmola, na oração e no jejum.

Hoje, aprendemos com Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo três práticas fundamentais de um homem e de uma mulher religiosos. Essas práticas estão na esmola, na oração e no jejum. Três elementos importantes para estarmos bem com Deus, para nos relacionarmos com Ele, com nosso próximo e com nós mesmos.
Podemos começar a falar sobre a oração, pois ela é o meio pelo qual nos relacionamos direto com Deus. Às vezes, as pessoas pedem assim: “Padre, ore por mim, reze por mim”. Meu filho, eu posso rezar por você, mas você pode falar diretamente com o Senhor. Daí você me diz assim: “Mas o senhor é mais íntimo d’Ele”.
Qualquer um de nós, que no íntimo do quarto, do nosso interior, dedica o seu tempo sagrado a Deus, será ouvido por Ele. Faça da oração uma prática para a sua vida.
Ao nosso próximo temos de dar o melhor de nós, mas esmola virou sinônimo de sobra. No entanto, esmola é caridade, exercida de forma distante. Muito melhor do que darmos alguma coisa a alguém – porque geralmente damos o que não queremos mais –, temos de dar nós mesmos ao outro, ser presença amorosa na vida dele. Tenha tempo para gastar com as pessoas que estão ao seu lado.
A atenção que damos ao próximo é a nossa melhor forma de exercermos a caridade. Agora, precisamos de disciplina: disciplina interior, autocontrole, vigilância… E o jejum é uma das formas de dizermos: “Controle o instinto, controle o orgulho, a autossuficiência”. Não é dieta, mas jejum!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/06/2013

HOMILIA

A oração feita no silêncio do nosso coração agrada a Deus!

A única pessoa que precisa saber da sua oração é Deus! A oração que agrada ao Senhor Nosso Deus é aquela que é feita no silêncio do coração!

“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles.” (Mateus 6-1)

A Palavra de Deus vem hoje ao nosso encontro para nos ajudar a purificar as nossas intenções e as nossas atitudes em tudo aquilo que realizamos, a começar pelas nossas orações. Há pessoas que gostam de se aparecer quando estão rezando, elas conversam com você com o terço na mão, e falam para todo o mundo ver que elas estão rezando. Não, a oração que agrada a Deus não é essa, feita pela quantidade e pela demonstração que você reza.
A única Pessoa que precisa saber da sua oração é Deus, por isso a oração deve ser feita no quarto interior, no silêncio do recolhimento, onde comigo mesmo vou ao encontro d’Aquele que é o único e eterno, o Senhor Nosso Deus.
Não faça nada para ser visto, não precisa rezar em voz alta para incomodar os outros, fazer barulho para que todo mundo veja que você está rezando. A oração que agrada ao Senhor Nosso Deus é aquela que é feita no silêncio do coração! Claro que você pode falar algo, mas ninguém deve orar para chamar atenção ou para o outro dizer: “Como ele é piedoso! Como ele anda com um terço na mão e como ele reza!”.  A oração que agrada o coração do nosso Deus é outra.
Da mesma forma, a nossa caridade precisa ser exemplar, deve ser uma caridade inflamada, mas não deve ser feita para colocar uma placa sobre nós: “Olha como eu sou caridoso! Olha como eu gosto de dar esmola e como ajudo os outros!”. Não deve ser assim. Como nos ensina Jesus, que a sua mão direita não saiba o que fez a sua esquerda (cf. Mt 6,1-4).
Ajude o seu próximo, atenda o necessitado e socorra a quem está precisando. E pode ter certeza de que lá onde só Deus está vendo, Ele mesmo vai recompensar aquela caridade que você faz de forma silenciosa. Não faça nada na vida esperando receber retorno, troco; não faça nada na vida esperando receber “muito obrigado”, agradecimento, nem para quem você exerceu a sua caridade. A caridade precisa ser, mais do que qualquer coisa, exercida de forma gratuita, nunca esperando agradecimento, quanto menos reconhecimento!
Nós precisamos de sacrifício interior, precisamos, muitas vezes, nos penitenciar, precisamos fazer jejum, precisamos nos sacrificar disso e daquilo. Só não precisamos fazer propaganda, só não precisamos andar com a cara amarrada, só não precisamos andar com o espírito abatido para que os outros se compadeçam de nós.
Tudo que é feito com gratuidade, para que o coração de Deus entenda, produz frutos, os quais duram por toda a eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 18/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A oração, a caridade e o jejum devem ser feitos com discrição

Nossa oração a Deus, a prática da caridade e o jejum devem ser feitos com discrição e sinceridade e sem desejo de retribuição.

“Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas.” (Mateus 6, 5)

A Palavra de Deus, dirigida hoje ao nosso coração, nos mostra a importância da discrição, da gratuidade e, sobretudo, do silêncio no que se refere ao bem que praticamos a nós, ao próximo e a Deus; todas são as esferas do relacionamento humano.
Nós nos relacionamos cuidando da nossa saúde, do nosso bem-estar físico, psíquico e espiritual, por isso o jejum é um excelente remédio por moderar nossos impulsos e aqueles apetites carnais que, muitas vezes, florescem em nós. Contudo, o jejum não deve ser feito para ninguém passar fome nem para chamar atenção porque fulano come pouco ou porque não come nada e faz sacrifício.
O jejum deve ser feito só para Deus; o bem é para nós, mas a oferenda deve ser feita a Ele. Por isso ele [jejum] tem que ser feito com discrição, com alegria, com discernimento e com prudência. Nunca serve o jejum de quem chama a atenção para si, de quem o pratica para se colocar acima dos outros e se sentir mais espiritual e mais elevado que os demais. O jejum deve ser discreto e os frutos que ele produz são saborosos para toda a nossa vida espiritual!
O mesmo vale àquilo que damos ao próximo. Ainda que a Palavra de Deus chame de “esmola”, esta, embora pareça uma coisa muito pejorativa em nossa cultura ocidental, quer dizer: caridade, o bem que fazemos ao próximo. Não precisamos fazer propaganda quando fazemos um favor, quando ajudamos alguém, quando estendemos a mão a alguém, não precisamos contar para todos, porque, se fizermos isso, já terá perdido o efeito, o ar da graça e da bênção divina. Tudo o que fazemos ao outro deve ser feito na gratuidade.
Algumas vezes o outro vai dizer “muito obrigado”, mas não é por você, é por Deus! Não espere agradecimento, reconhecimento, elogios ou até uma placa para dizer que você é uma pessoa muito caridosa. Faça a caridade, todos os dias de sua vida, se for possível, mas faça-a com discrição e não espere nunca retribuição pelo bem que você deve fazer ao próximo.
A oração é o meio e o canal de nos ligarmos a Deus e de darmos a Ele o que pertence a Ele. Oração é relacionamento, relacionamento de filho com o Pai; a nossa oração não é para que os outros saibam que estamos orando, nem para sermos aplaudidos: “Olha que homem de oração!”.
A oração bem feita produz efeitos na vida. A oração é coisa íntima, é coisa muito pessoal; e ainda que haja oração coletiva, a oração pessoal precisa ser cada vez mais pessoal; feita com intensidade, mas, no lugar reservado do quarto, no silêncio interior e na busca, na capela, de momentos para estar a sós com Deus, mas nunca para chamar a atenção sobre nós para que os outros nos achem os melhores, dizendo: “Ele ora muito!”.
Oração é sinônimo de discrição, oração discreta, mas autêntica, intensa, verdadeira, feita em espírito e verdade. Oração, jejum e esmola feitas com o coração, não para a exibição, são repletas das bênçãos e das graças divinas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 17/06/2015

HOMILIA DIÁRIA

As boas obras devem ser feitas na discrição

Deus está nos ensinando, com Sua Palavra, a fazermos nossas obras com gratuidade

“Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.” (Mateus 6,3-4)

Deus está nos ensinando, com Sua Palavra, a fazermos nossas obras com gratuidade, todas elas, a começar pela nossa oração. Não oramos nem falamos com Deus para as pessoas verem que estamos orando, para nos aparecermos e as pessoas nos chamarem de piedosos: “Olha como ele é orante!”. Não! O testemunho da oração vem com os frutos, que são produzidos por meio da oração.
Às vezes, é triste e escandaloso querermos mostrar para as pessoas que rezamos muito, que fazemos muitas orações, mas o testemunho não corresponde à oração. Mostremos, com o testemunho, aquilo que a oração realiza na nossa vida. Por isso, ela tem de ser feita na discrição, quando vamos ao quarto, no nosso interior, no nosso silêncio e recolhimento e entramos em sintonia com Deus.
Do mesmo jeito é a esmola ou a caridade. Não levantemos uma placa para dizer: “Olha, eu faço caridade! Eu sou uma pessoa boa! Olha, estou ajudando os outros”. Façamos muita caridade, ajudemos muito os necessitados, façamos tudo o que for possível para aliviar a dor e o sofrimento de quem está sofrendo, de quem está passando necessidades, mas nunca para aparecermos, para sermos vistos nem reconhecidos.
Há entidades e pessoas que fazem obras de caridades e gostam de levantar placas, colocar o nome ali, mais isso é para os homens verem, é para serem reconhecidos e aplaudidos pelos homens. Nós não, pois a caridade que fazemos é para o nosso Deus, é para sermos vistos e reconhecidos por Ele.
Do mesmo jeito as penitências que praticamos, o jejum, a abstinência ou qualquer outra penitência não é para as pessoas verem que nós as estamos fazendo, mas sim para prestarmos culto a Deus. Quanto mais gratuita for a nossa entrega e oblação, os atos que realizamos, mais eficaz será nossa atitude. Quanto mais nossas ações forem direcionadas a Deus e menos aos homens, e quanto mais fugirmos dos aplausos, dos reconhecimentos humanos e de tudo o que fizermos para a glória de Deus, mais com Ele faremos nossos atos e nossas atitudes.
Que os homens vejam os frutos, as boas obras, mas a partir daquilo que fazemos no oculto, no coração, somente para que Deus veja.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/06/2017

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos ser justos uns para com os outros

Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 6,1)

A primeira verdade que a Palavra de Deus, hoje, provoca em nosso coração é que nós precisamos praticar a justiça, precisamos ser justos. A justiça tem várias extensões, e a nossa primeira justiça é para com Deus. Como precisamos ser justos para com Deus, pois Ele nos ama, Ele é Pai e precisamos retribuir esse amor para com Ele.
A forma de sermos justos para com Deus é amando e adorando-O com nossas orações. Quando, no entanto, formos amar a Deus, sermos justos na nossa relação com Ele, não podemos fazer propaganda nem dizer para todo mundo, ainda mais na era virtual, ainda mais hoje, onde tudo é propagado tão facilmente.
Não podemos entrar na capela ou no nosso quarto para rezar, ligar a nossa câmera e dizer: “Estou rezando”. É uma coisa muito íntima, é a nossa relação com Deus, não precisamos propagar para ninguém nem mesmo para a nossa casa.
Eu procuro a maneira de rezar sem que ninguém veja. Há aqueles que gostam de dizer: “Eu rezo mil Ave-Marias. Eu rezo não sei quantos terços por dia”. Precisamos rezar muito, mais do que imaginamos, mas precisamos fazer isso na gratuidade, porque, senão, a grande quantidade de orações que queremos fazer não têm valor evangélico nenhum, porque queremos ser curtidos, valorizados, aplaudidos, lembrados e exaltados, porque realizamos até a nossa oração.

O meio de sermos justos é exercendo a caridade

Precisamos ser justos uns para com os outros, e o meio de sermos justos é exercendo a caridade. Como precisamos praticar a caridade, cuidar dos pobres, dar esmolas! Mas não façamos propaganda, não façamos como aquele prefeito que não fez mais do que a obrigação criando uma creche, mas tem que colocar a placa maior do que tudo para dizer que ele fez.
As nossas obras de caridade, o nosso amor evangélico e o nosso cuidado não podem ser propagados, mas não podemos deixar de fazer, porque nós não só esquecemos, como não nos aplicamos em sermos justos no mundo tão injusto como o mundo em que estamos, onde muitas pessoas são injustiçadas, passam fome, indigências, necessidades, estão sofrendo em hospitais e em tantas outras coisas. Nós esmorecemos, e, nas pouquíssimas vezes que fazemos algo, queremos propagar.
Precisamos contagiar esse mundo com a caridade. Às vezes, eu faço questão de chamar atenção: “Olha, tem pobres precisando de ajuda!”, jamais propagar aquilo que queremos fazer, mas preciso chamar atenção para o que não estamos fazendo.
Precisamos ser justos e praticar a justiça conosco, precisamos fazer penitência, seja pelo jejum ou por outras obras penitenciais, mas sem plaquinha, “Olha, estou de jejum. Olha, estou me penitenciando”.
Olhe para Deus, para aquilo que você pratica pela sua conversão, pelo seu crescimento interior. Se você faz propaganda, você já perdeu o sentido evangélico de tudo que faz.
Deus abençoe você!
Padre Roger Arjo
Fonte: Canção Nova em 19/06/2019

HOMILIA DIÁRIA

Cresçamos na nossa relação e intimidade com Deus

Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles.” (Mateus 6,1)

Na sociedade em que estamos, onde tudo tem que ser mostrado e propagado, onde as pessoas precisam muito de likes, precisam ser reconhecidas por aquilo que estão fazendo, nós, muitas vezes, perdemos a direção evangélica da vida, que é a gratuidade.
Aquilo que fazemos não é para sermos reconhecidos, para sermos louvados, exaltados nem glorificados. De forma alguma, aquilo que fazemos é para Deus que realizamos.
Você pode fazer uma oração pública ou nas suas redes sociais, mas não pode deixar de fazer a sua oração sublime. E qual é a oração sublime? É a oração particular, reservada, aquela que ninguém precisa ver nem saber o que você faz; é aquela intimidade e particularidade que você tem com Deus, que é só sua.
É dela que nos abastecemos e nos alimentamos, a partir dela podemos levar orações para todos os lugares. Agora, quem só reza em público, é para o público que importa, e não para Deus; mas quem, realmente, se comunica com Deus, comunga do coração de Deus, busca-O na sua intimidade e no silêncio, busca Deus no seu momento particular que ninguém vê.

Precisamos fazer sacrifícios, penitências, precisamos jejuar para crescermos na intimidade com Deus

Busquemos o nosso interior, busquemos o nosso quarto mais íntimo, busquemos o nosso lugar mais sagrado, pois é ali que Deus está. Temos que dar exemplos de caridade para este mundo, temos que mostrar para o mundo que precisamos dar esmola, precisamos cuidar dos mais pobres e necessitados, mas não façamos disso uma vitrine ou uma ocasião para nos expormos.
Que a caridade praticada seja testemunho, mas a caridade sublime é aquela que fazemos sem ninguém saber. Façamos a caridade com mais intensidade, gosto e não sigamos a mentalidade do mundo, que é a mentalidade da publicidade, de propagar tudo o que fazemos para que as pessoas vejam.
A mística da relação com Deus é que tudo o que fazemos seja para Ele. Que a intensidade da nossa vida seja vivida, sobretudo, na particularidade do nosso encontro com o Senhor. Precisamos fazer sacrifícios, penitências, precisamos jejuar, mas não para nos mostrarmos ou para parecer que somos heróis. É para crescermos na nossa relação e intimidade com Deus. Não é nunca para chamar a atenção sobre nós.
Que aprendamos o sentido da gratuidade, da relação íntima e profunda com Deus. A vida vai fazer transparecer na transformação interior, nos gestos e nas atitudes, aquilo que vivemos na intimidade. Ou seja, busquemos a oração, o jejum, o sacrifício, a penitência, a caridade e o amor para com o próximo sem fazermos disso publicidade ou propaganda, mas que isso seja, de verdade, um ato do nosso amor para com Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 16/06/2021

HOMILIA DIÁRIA

Faça o bem e a justiça sem esperar nada em troca

“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus”. (Mateus 6,1)

Nada passa despercebido ao olhar de Deus; Ele é um Deus que tudo compreende, um Deus que tudo vê e tudo sabe.
Deus enxerga o mais profundo do nosso interior, e por isso Ele sabe de todas as nossas intenções. Ele sabe quando as nossas práticas de justiça, de amor, de caridade são autênticas ou não.
São Tomás de Aquino define a justiça como um ato ou a virtude de dar ao outro aquilo que lhe é de direito. Damos aos nossos irmãos o que lhe é de direito quando nós exercemos a caridade, quando exercemos o amor para com o próximo e damos a Deus o que Lhe é de direito, quando nós O buscamos na oração, quando nós O adoramos e louvamos.

Deus sabe quando as nossas práticas de justiça, de amor, de caridade são autênticas ou não

E um dos sinais de autenticidade na prática de dar aos homens e a Deus aquilo que lhe é de direito, está na discrição. Quem faz com autenticidade não está preocupado com o reconhecimento das pessoas. Pelo contrário, quem pratica a justiça verdadeiramente foge de tudo aquilo que torna essa prática um ato de vaidade e de ostentação.
A caridade cristã, a justiça e o amor são validados pela discrição. Quem faz de forma genuína e verdadeira, faz na discrição, sem se preocupar com o reconhecimento. Por isso, meus irmãos, tenhamos a certeza de que nada passa despercebido aos olhos de Deus, e será Ele quem irá nos recompensar.
Por isso, façamos o bem, façamos a justiça para com o próximo; sejamos justos, demos aquilo que é de direito do nosso próximo sem esperar recompensas, porque Deus vê e é Ele quem irá nos recompensar!
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/06/2023

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a orar e nos dá força para partilhar com os irmãos os nossos dons e os bens que nos emprestaste. Dá-nos também coragem para vencer os inimigos que habitam nossos corações – vícios, desejos e paixões –, para seguirmos nesta vida os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/06/2013

Oração Final
Pai Santo, prepara o nosso coração para celebrarmos com alegria e gratidão o grande Dom do teu Filho Unigênito, que quis ficar conosco sob as espécies do Pão e Vinho consagrados. Dá-nos especial veneração pelos Sagrados Mistérios do Teu Amor, nós te pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/06/2014

Oração Final
Pai Santo, que eu faça o bem a todos os companheiros do caminho – mas o faça de tal jeito, que ninguém saiba quanto me custou. Que eu guarde a discrição e a modéstia, e seja bom, sem procurar parecer que o sou. Eu peço, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e meu Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2015

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, afasta de nós a tentação de buscar o reconhecimento dos irmãos por nossas ações, por muito bem intencionadas que elas sejam. Faze-nos modestos, mansos e humildes de coração, como nos ensinou teu Filho, o Cristo, que se fez nosso irmão em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/06/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, que és a minha Fonte de generosidade, de carinho e de cuidado com o próximo! Inspira-me para que eu faça o bem a todos os companheiros do caminho – mas o faça de tal jeito, que ninguém saiba quanto me custou. Que eu guarde a discrição, a modéstia, e seja bom, sem procurar parecer que o seja. Eu peço, Pai que muito amo, pelo Cristo Jesus, teu Filho e meu Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/06/2021

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