ANO A
Mt 10,1-7
Comentário do
Evangelho
Pouco a pouco o evangelho vai se abrindo para os pagãos.
Ante a necessidade ingente da missão (9,37), Jesus dá aos doze
discípulos que ele envia o seu próprio poder. Em primeiro lugar, é preciso
compreender que a missão é de Jesus e que os discípulos são seus colaboradores.
Nossa missão como cristãos é colaboração na missão de Cristo. Daí a necessidade
de bem compreender, através dos evangelhos, aquelas passagens em que Jesus
mesmo explicita sua missão. Em segundo lugar, é fundamental ter presente que o
poder conferido pelo Senhor aos seus discípulos não está relacionado a um
cargo, mas à condição mesma de discípulo. Trata-se, aqui, do Espírito Santo;
ele é o poder de Deus dado para a missão (cf. At 1,8). Esse poder de Deus que
faz falar (At 2,1-11) e agir à imitação de Cristo é dom de Deus. A lista com o
nome dos doze Apóstolos não tem por finalidade limitar a missão a eles, mas
dizer à Igreja do futuro que a missão tem de estar enraizada no testemunho
daqueles que foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Por
razões apologéticas, Mateus retém a observação de que o anúncio da proximidade
do Reino de Deus deve ser feito em primeiro lugar, mas não exclusivamente, às
ovelhas perdidas da casa de Israel. Pouco a pouco o evangelho vai se abrindo
para os pagãos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, eu te agradeço por me teres
chamado a colaborar contigo, apesar de minhas limitações e fragilidades.
Vivendo a Palavra
A missão dada aos apóstolos é a nossa missão: anunciar que o Reino do Céu está próximo – ele está dentro de nós! Que o testemunho da vida seja o nosso anúncio. Mas, como o apóstolo Pedro, estejamos sempre prontos a explicar com palavras a quem nos perguntar, a razão da nossa Esperança.
Reflexão
Nós devemos ter sempre a convicção de que, se
fomos chamados para trabalhar no Reino de Deus, foi Jesus quem nos chamou.
Outras pessoas podem até ter participado deste chamado, mas forma instrumentos
nas mãos de Jesus para que esse chamado acontecesse. E porque foi Jesus quem
nos chamou, é da obra dele que participamos. Não temos o nosso próprio projeto
e nem participamos de projetos de outras pessoas, mas na verdade, nos inserimos
no projeto do próprio Jesus. Com isso, não realizamos a nossa obra, mas a obra
daquele que nos chamou e não agimos pelo nosso próprio poder, mas agimos pelo
poder daquele que nos chamou e nos enviou para a realização do seu projeto de
amor.
Recadinho
Sinto-me
preparado(a) para a missão que Deus me confia? - Procuro estar disponível para
seguir o Mestre? Como? - Concorda que os simples de coração estão mais
disponíveis para o serviço? - Não acha que muita preocupação impede a ação? -
Sinto-me livre para viver o Evangelho?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
UM CHAMADO
PESSOAL
A lista do primeiro grupo de apóstolos,
escolhidos entre tantas outras pessoas que seguiam Jesus, indica o caráter
pessoal da vocação e da missão do discípulo. Quais terão sido os critérios
usados por Jesus para escolher os doze apóstolos? Pergunta difícil de ser
respondida. Sem dúvida, não foi porque eram pessoas de excelente caráter e
firmes na fé. Nem dotadas de alto cabedal de ciência teológica e versadas nas
Escrituras. Nem provindas das camadas altas da sociedade, que gozavam de
prestígio. Em suma, no âmbito puramente externo, não é possível reconhecer
elementos que justifiquem o chamado de homem incultos, pescadores de profissão,
originários de uma região cuja fama não era das melhores, cheios de limitações
de todo tipo. Aliás, de Judas Iscariotes se diz, logo de saída, que haveria
trair o Mestre. Esses predicados desaconselhariam a escolha feita por Jesus.
Deus, ao longo da história da salvação, serviu-se de meios precários para
realizar seu plano. Basta considerar quem foram os grandes personagens da
história salvífica para se dar conta de sua fragilidade. Apesar disto, eles
foram instrumentos válidos nas mãos de Deus. Pois, quem realizava a salvação
era Deus e não aqueles de quem se servia. O mesmo se deu com Jesus. O Reino não
se difundiria através do mundo devido à alta qualificação de seus
colaboradores. Como outrora, Deus continuaria a ser o agente principal da
salvação.
Oração
Senhor Jesus, eu te
agradeço por me ter chamado a colaborar contigo apesar de minhas limitações e
fragilidades.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus onipotente e
eterno, que exaltais os humildes e simples e conduzistes a santa Paulina pelo
caminho da santidade através da provação, do trabalho humilde e da oração
constante, concedei-nos, por seu auxílio e a seu exemplo, suportar com
fortaleza os sofrimentos de cada dia e encontrar a plenitude de vossa graça no
serviço às pessoas, especialmente às mais necessitadas. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 09 DE JULHO - QUARTA
HOMILIA
O DIVÓRCIO É UMA
TRAGÉDIA
Em tempos atuais, o divórcio e o novo
casamento são temas que geram muita discussão. Eu lhe pergunto: Será que os que
estão sofrendo tragédias matrimoniais também receberam a graça, como descreve a
Lei no Novo Testamento? É claro que afirmamos que a graça e a verdade vieram
por Cristo Jesus. Então, como predomina a graça naqueles que sofreram a
tragédia de um fracasso no matrimônio e um subsequente divórcio? Cristo não
ensinou apenas com palavras, mas também com sua vida. Ele deu novas ideias aos
seus seguidores, rejeitando o antigo ditado: “olho por olho, dente por dente” e
enfatizando o amor, não entre eles mesmos, mas, em relação aos outros. Ele
tirou a mulher da condição em que se encontrava e a fez ser reconhecida como
pessoa. Ensinou também o respeito para com a antiga lei judaica.
Quando estudamos o que Jesus disse
acerca do divórcio, devemos também estudar a vida que Ele levou junto com os
que tinham destruído seu casamento, bem como o que ensinou sobre a lei judaica,
especialmente a lei do divórcio. O que encontramos em suas palavras? Se uma
pessoa divorciada se casa novamente, o que Ele nos diz? “Quem repudiar sua
mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu
marido e casar com outro, comete adultério?” (Marcos 10,11-12).
Jesus sabia que o divórcio não é um
quadro bonito, na maioria dos casos. Solidão, rejeição, um profundo senso de
ter falhado, perda de auto-estima, crítica dos familiares, problemas com a
educação dos filhos e muitos outros problemas assaltam os divorciados. O
divórcio pode ser mais traumático que a morte de um cônjuge. A morte do cônjuge
é difícil de ser superada, mas um cônjuge falecido não retorna mais. O
divorciado normalmente retorna, e assim prolonga a situação.
O divórcio é, porém, como no tempo de
Jesus, uma solução parcial para uma situação séria e cruel, e pode ser a única
solução razoável. Pode ser necessária, mas sempre é uma tragédia. É fácil
pregar contra o divórcio, mas é difícil para a igreja ser construtiva, provendo
preparo para o casamento. Temos de estar prontos para prevenir alguns
divórcios, ajustando nossas leis de divórcio ou proibições religiosas contra o
divórcio, mas essas ações não prevêem o rompimento de matrimônios. Quando os
casais se separam por incompatibilidade pelas leis de divórcio, ou pela
“segurança dos filhos”, o resultado pode ser uma tragédia.
Desastrosos triângulos amorosos,
crueldades domésticas, abusos de crianças, homicídios e suicídios são algumas
das consequências documentadas de casamentos que falharam, mas não terminaram.
Não se resolveu o problema e sim se dá início de outro. Que opção mais
terrível! Um lugar em ruínas é uma tragédia, mas nunca esquecerei de um jovem
que pôs uma pistola na boca, acabando, assim, com seu casamento como
alternativa ao divórcio. Nossa taxa elevada de divórcios são um problema real
do fracasso nos casamentos vem primeiro e que desemboca no divórcio segundo a
lei civil.
A taxa de divórcios é unicamente um
indício da nossa alta taxa de casamentos ruins. Para corrigir isso temos de
fazer mais do que pregar contra o divórcio: temos de revigorar os casamentos.
Esse é o nosso desafio! O divórcio é uma solução radical para problemas
maritais insuperáveis. Ele termina com toda a esperança de que o matrimônio
deve ser conservado, e declara publicamente que ele falhou. É preciso estar
contrito nesse momento da verdade. O pecado relativo a essa falha tem de ser
confessado. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (I João 1,9). E para
evitar o pecado é preciso tomar a consciência de que Deus os fez homem e
mulher. Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua
mulher. É por isso, uma vez unidos que o homem não os separe.
Pai, tu me escolheste para ser
companheiro de missão de teu Filho Jesus. Que eu seja capaz de percorrer, com
fidelidade, o mesmo caminho trilhado por Ele!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA
A melhor maneira de renunciar ao maligno é
anunciando Deus
Precisamos renunciar à ação do mal por
onde nós passamos, e a melhor maneira de renunciar ao maligno é anunciando o
Reino de Deus.
“Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os
espíritos maus e de curar todo tipo de doença e enfermidade.” (Mateus 10, 1)
No Evangelho de hoje nós temos a graça de ver Jesus chamando
cada um dos Seus apóstolos pelo nome: Pedro, André, Tiago, João, Felipe,
Bartolomeu e os demais, cada um dos doze. Assim como o Senhor chamou cada um
deles pelo nome, é pelo nome que o Senhor nos chama, é pelo nome que somos
chamados por Deus.
E o nosso nome, quando
somos batizados, assume um novo significado. Você não é simplesmente o
Pedro, o Paulo, o João ou o Mateus, seja qual for o seu nome. Você é a “Maria
de Deus”, o “Roberto de Deus” é o “José de Deus”, em Cristo somos uma nova
criatura, por isso o nosso nome assume um significado sagrado e é por esse nome
e por esse significado sagrado que o Senhor nos chama.
e você vai lá ao seu
interior, você vai lá ao seu coração e escuta Deus falar com você, na sua
intimidade, você vai escutar o Senhor o chamando pelo nome. E quando o Senhor
nos chama pelo nome, o Senhor nos chama para uma missão.
Nenhum de nós pode fugir
da missão ou da responsabilidade que Deus confia a nós na construção do Seu
Reino aqui na Terra. Assim como o Senhor confere aos doze discípulos poder e
autoridade, o Senhor também nos confere poder e autoridade. Não é para nos tornarmos
pessoas autoritárias ou poderosas; muito pelo contrário, a autoridade do Reino
de Deus é para nos fazer humildes e servidores. Humildes,
porque na humildade é onde Deus se faz presente, é onde a Sua
força acontece; e servos porque é no serviço que o poder de Deus atua.
Nós recebemos a
autoridade de Deus para expulsar os demônios e para curar as doenças e as
enfermidades. Não tenha medo de expulsar o maligno! Pelo contrário, tenha a
ousadia de, em Deus, não aceitar e não permitir que as obras, as sementes e a
ação do mal ajam onde nós estamos.
Precisamos renunciar ao
mal, precisamos renunciar à ação do mal por onde nós andamos, por onde nós
passamos, e a melhor maneira de renunciar e denunciar o maligno é anunciando o
Reino de Deus. Quando nós anunciamos o Reino de Deus, nós oramos pelos doentes,
nós oramos por aqueles que estão enfermos, nós oramos e pedimos que o Senhor
cure as nossas doenças e enfermidades que começam em nosso coração e em nossa
mente.
Quando temos um coração
renovado, uma mente renovada, uma mente sarada pela mão poderosa de Deus,
Ele age em nossa saúde física. Que hoje nós assumamos a autoridade que
nos foi conferida pelo Senhor para sermos mensageiros do bem, anunciadores da
Boa Nova e, acima de tudo, aqueles que expulsam o poder do mal e fazem o Reino
de Deus acontecer.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Mt 10,1-7 – O chamado dos apóstolos
"Jesus chamou seu doze discípulos" (Mt 10,1)
Preparo-me para o encontro
com Deus mediante sua Palavra, em comunhão com os demais internautas, rezando:
Vem, Espírito Santo, aos nossos
corações,
e concede-nos, por intercessão de
Maria,
a graça de ler e reler as Escrituras.
Concede-nos, Espírito Santo,
a graça de reconhecer a obra de Deus
atuante na História
e a sua presença de misericórdia.
Amém.
1.
Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o
texto: Mt 10,1-7, e observo pessoas que Jesus chama e o que lhes recomenda.
Jesus chamou os
seus doze discípulos e lhes deu autoridade para expulsar espíritos maus e curar
todas as enfermidades e doenças graves. São estes os nomes dos doze apóstolos:
primeiro, Simão, chamado Pedro, e o seu irmão André; Tiago e o seu irmão João, filhos
de Zebedeu; Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago,
filho de Alfeu; Tadeu e Simão, o nacionalista; e Judas Iscariotes, que traiu
Jesus. Jesus enviou esses doze homens, dando-lhes a seguinte ordem: - Não vão
aos lugares onde vivem os não-judeus, nem entrem nas cidades dos samaritanos.
Pelo contrário, procurem as ovelhas perdidas do povo de Israel. Vão e anunciem
isto: "O Reino do Céu está perto."
Jesus não chamou para seu grupo os
mais preparados do seu tempo, mas, os mais disponíveis. Chamou simples
pescadores – Pedro, André, Tiago, João. Chamou o cobrador de impostos. Chamou
gente simples. Não significa que discriminou. Apenas, significa que o coração
mais simples está livre de muitas preocupações. E os chamados recebem o mesmo
poder de Jesus: anunciar o Reino, expulsar os espíritos maus e curar todas as
doenças, uma missão de libertar as pessoas de todos os males. Rejeitar os
chamados, os apóstolos é rejeitar a salvação.
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Sou livre para seguir Jesus?
Pelo
batismo todo cristão é chamado a seguir Jesus de acordo com seu estado de vida.
Os bispos, em Aparecida, falam deste chamado:
“A admiração pela
pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente
e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua
pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que
compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus,
Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou
primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste
amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57). (DAp 136)
3. Oração
(Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Senhor Jesus, eu creio que estou na
tua presença
e te adoro profundamente.
Ilumina a minha inteligência e
fortifica a minha vontade,
de modo que a minha vida seja, aos
poucos,
transformada pelo encontro contigo.
Liberta-me de tantas coisas que me oprimem,
ensina-me a evitar a dispersão
em muitos interesses superficiais;
ajuda-me na busca contínua da tua
vontade.
Espírito Santo, cria em mim um
coração novo,
capaz de amar todas as pessoas.
Que a minha oração seja sustentada
pela intercessão de Maria, Mãe da
Igreja
e modelo de disponibilidade à voz de
Deus.
Amém.
4. Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Meu novo olhar é de atenção aos
vários chamados de Jesus.
Bênção do apóstolo
Paulo para você!
- O Deus da paz vos
santifique completamente
- Vos conserve
íntegros em espírito, alma e corpo,
e irrepreensíveis
para quando vier o Senhor Jesus Cristo.
- A
graça do Senhor Jesus Cristo esteja convosco. (1Ts 5,23ss).
Em nome do Pai, e
do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Sugestão:
LEITURA ORANTE NAS CARTAS DE PAULO
Ouça pela Rádio 9 de julho AM 1600, o programa Nos passos de Paulo e
faça a Leitura Orante das cartas de Paulo Apóstolo, de 2ª a 6ª feira, das 20 às
21h
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, nós damos graças pelos Apóstolos que escolheste
para fundar a tua Igreja. Que procuremos seguir o exemplo de entrega e
perseverança que eles deixaram, e a presença de Judas Iscariotes nos lembre a
nossa fragilidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.