25 de Maio de
2014
ANO A
Jo 14,15-21
Comentário do
Evangelho
A intensa alegria é dom do
Ressuscitado.
No início do livro dos Atos dos Apóstolos, antes do relato da
ascensão, Jesus promete o Espírito Santo, como força do alto para o testemunho.
Na lista de lugares em que o Evangelho deve ser anunciado está a Samaria (At
1,8). A Samaria era desprezada pelos judeus por questões históricas e
culturais. Lá havia outro templo onde os samaritanos adoravam o Deus único e
verdadeiro. É na Samaria, junto ao poço de Jacó, que Jesus tem aquele diálogo
maravilhoso com a mulher samaritana, que se tornou para os seus concidadãos
testemunha de Jesus Cristo (Jo 4,1-41). É para lá que Filipe é enviado para
anunciar Cristo (At 8,5). O seu anúncio corroborado por sua ação fez com que as
pessoas daquela cidade sentissem uma intensa alegria (At 8,8). A intensa
alegria é dom do Ressuscitado.
O amor dos discípulos a Jesus se exprime na
prática do mandamento do amor fraterno. Para poder ajudar a viver o dinamismo
desse amor, Jesus promete pedir ao Pai que envie, quando ele partir, “outro
defensor”. Outro em relação a ele mesmo que, qual um pastor, cuida das ovelhas
e as defende dos seus inimigos. O termo grego para caracterizar o Espírito é
parácletos, que entre vários significados pode ser traduzido por auxiliador,
ajuda, apoio. Assim como Jesus foi um auxílio, um apoio, para viver o amor de
Deus e conhecê-lo, o Espírito continuará e levará a termo a missão do Senhor. O
Espírito é, ainda, considerado “Espírito da Verdade”, pois é sua ação acolhida
na vida do discípulo que faz compreender o sentido da vida de Jesus e o seu
mistério profundo. Assim como Jesus é a verdade porque revela o mistério de
Deus em sua pessoa, o Espírito levará ao conhecimento do Pai e do Filho. O
mundo não é capaz de conhecê-lo porque ele não é apreendido pelo conhecimento
racional. Os discípulos o conhecem, pois o experimentam, uma vez que o Espírito
permanece neles. Pela “in-habitação” do Espírito da Verdade, os discípulos não
sentirão como abandono a ausência de Jesus, pois é por ele que o Senhor
continuará a falar com os seus e a ser contemplado pela fé (cf. At 1,1-2). Pela
fé em Jesus ressuscitado dentre os mortos, os fiéis participam da vida divina.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, concede-me o dom do teu Espírito que,
como luz, dissipa as trevas e me faz caminhar seguro pelos caminhos de teu
Filho Jesus.
Recadinho
Você
reza pedindo as luzes do Espírito Santo? - Como você passa o domingo, o dia do
Senhor? - O que você entende pela expressão “é necessário ver Jesus no
próximo?” - Você procura ser grato, reconhecido, com os ministros de Deus que
servem em sua comunidade? - O que você faz por sua comunidade?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
O ESPÍRITO
VERDADEIRO
Num contexto de ódio e de perseguição, a
promessa feita por Jesus de dar aos discípulos o Espírito da Verdade reveste-se
de suma importância. Foi a forma de protegê-los contra o erro e a mentira,
ciladas montadas pelo mundo para desviá-los do bom caminho. Sem esta ajuda
salutar, com muita probabilidade, deixar-se-iam levar pelas sugestões do falso
espírito, chegando a renegar sua condição de discípulos. Pois, enquanto o
Espírito da Verdade conduz ao Deus verdadeiro, o espírito da mentira conduz aos
falsos deuses, aos ídolos.
O
Espírito é designado como Paráclito, ajudante dos discípulos de Jesus. Assim,
não seriam deixados à própria sorte, numa espécie de perigosa orfandade. A
presença do Espírito de Verdade junto deles daria continuidade à de Jesus. Eles
teriam sempre a quem recorrer, pois o Espírito estaria neles e "com eles
para sempre".
A
comunidade cristã sempre correria o sério risco de ser levada pelo espírito da
mentira. Por isso, precisava da presença constante do Espírito da Verdade para
manter-se sempre no bom caminho. Quanto maior esse risco, tanto mais necessária
fazia-se a presença desse Espírito que conduz à verdade e à vida. Ele haveria
de ser uma luz a expulsar as trevas, de modo a permitir aos discípulos caminhar
com segurança rumo à casa do Pai.
Oração
Pai, concede-me o dom do
teu Espírito que, como luz, dissipa as trevas e me faz caminhar seguro pelos
caminhos de teu Filho Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e
todo-poderoso, dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra do
Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda sempre aos mistérios que
recordamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 25 DE MAIO – DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS
PARA O PRÓXIMO DOMINGO
25 de maio – 6º DOMINGO DA
PÁSCOA
Por Pe. Johan
Konings, sj
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia do sexto domingo pascal nos introduz na esfera de
Pentecostes, aprofundando o significado da ressurreição de Cristo para nós.
Pois, se a ressurreição é a vida de Cristo na glória, ele não a vive para si.
Ele “ressuscitou por nós” (Oração Eucarística IV). A realização da ressurreição
em nós, a presença vital do Cristo em nós, de tal modo que sejamos Cristo no
mundo de hoje, o Espírito de Deus é que opera tudo isso, pela força de seu
sopro de vida, pela luz de sua sabedoria, pelo misterioso impulso de sua
palavra, pelo ardor de seu amor. Para completar a celebração da ressurreição,
devemos abrir-nos agora para que esse Espírito penetre em nós.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (At 8,5-8.14-17)
Na linha dos domingos anteriores,
a primeira leitura descreve a expansão da Igreja, agora na Samaria. Também
nessa nova fase, como na anterior, aparece o papel do Espírito Santo na
comunidade cristã. Quando os apóstolos em Jerusalém ouviram que a Samaria tinha
aceitado a Palavra de Deus, mandaram Pedro e João para impor as mãos a esses
batizados, para que recebessem o Espírito Santo (At 8,14-15). Tal prática não
era necessária: há casos em que Deus derrama o Espírito mesmo antes do batismo
(At 10,44-48). Mas, de toda maneira, a presente narração nos mostra que a vida
cristã não é completa sem a efusão do Espírito Santo, que os apóstolos
impetravam pela imposição das mãos. O Espírito une a todos, ele é o Espírito da
unidade; por isso, os apóstolos de Jerusalém vão impor as mãos aos batizados da
Samaria. Um resquício disso é, ainda hoje, a visita do bispo diocesano às
paróquias para conferir o sacramento da crisma, prefigurado nesta leitura de At
8. Daí dizermos que, se a Páscoa foi o tempo liturgicamente propício para o
batismo, a festa de Pentecostes, que se aproxima, é o momento propício para a
crisma.
2. II leitura (1Pd 3,15-18)
A segunda leitura nos
conscientiza de que estamos em litígio com o mundo (cf. o evangelho). O mundo
pede contas de nós, mas é a Deus que devemos prestar contas. Isso, porém, não
nos exime de responder ao mundo a respeito de nossa esperança (v. 15). E essa
esperança está fundada na ressurreição de Cristo. O mundo pode matar, como
matou Jesus. Mas, no Espírito que fez viver o Cristo (v. 18), viveremos. Essa leitura
traz a marca da teologia do martírio (melhor padecer fazendo o bem do que
fazendo o mal). Porém, não devemos interpretá-la num sentido fatalista (“Deus o
quer assim”…), e sim num sentido de firmeza, porque o cristão sabe que Cristo é
mais decisivo para ele que os tribunais do mundo.
3. Evangelho (Jo 14,15-21)
O presente domingo
continua, no evangelho, a
meditação das palavras de despedida de Jesus. E essa meditação introduz – duas
semanas antes de Pentecostes – o tema do Espírito Santo, que João chama “o
Paráclito”, ou seja, o “assistente judicial” no processo movido contra o
cristão pelo “mundo” (termo com o qual João indica os que recusaram o Cristo).
O “mundo” indiciou o Cristo e seus discípulos diante do tribunal (perseguições
etc.). Nessa situação, precisamos do Advogado que vem de Deus mesmo e toma o
lugar do Cristo (por isso, Jesus diz: um outroParáclito;
Jo 14,16), já que seu testemunho vem da mesma fonte, o Pai. Graças a esse
Paráclito, a despedida de Jesus não nos deixa numa situação de órfãos (v. 18).
Jesus anuncia para breve seu desaparecimento deste mundo; o mundo não mais o
verá. Mas os fiéis o verão, pois estão nele, como ele está neles. Tudo isso com
a condição de guardar sua palavra e observar seu mandamento de amor: na prática
da caridade, ele fica presente no meio de nós, e seu Espírito nos assiste. E o
próprio Pai nos ama.
III. DICAS PARA REFLEXÃO: A iniciação cristã e a crisma
Os domingos depois da Páscoa sugerem o aprofundamento do sentido
do batismo. Na mesma linha podemos considerar hoje o sacramento da crisma, que,
com o batismo e a eucaristia, integra a iniciação cristã. Nas origens, o
sacramento da crisma era administrado junto com o batismo, e ainda hoje sobra
um resquício disso na unção pós-batismal. Quando, porém, se introduziu o
costume de batizar as crianças, a confirmação e a eucaristia ficaram proteladas
para um momento ulterior, geralmente no início da adolescência, pelo que a
crisma adquiriu o significado de “sacramento do cristão adulto”.
No tempo de nossos avós,
o dia da crisma era ocasião muito especial para as comunidades, quando o bispo
vinha “confirmar” as crianças (hoje, muitas vezes, é o vigário episcopal que
faz isso). De onde vem esse costume? Na primeira leitura, lemos que o diácono
Filipe batizou novos cristãos na Samaria. Depois, vieram os apóstolos Pedro e
João de Jerusalém para confirmar os batizados, impondo-lhes as mãos
para que recebessem o Espírito Santo. Assim, os apóstolos, predecessores dos
bispos, completaram e “confirmaram” o batismo. A confirmação do batismo pela
imposição das mãos do bispo – sucessor dos apóstolos – completa
o batismo e realiza o dom do Espírito Santo.
Esse sacramento chama-se
“crisma”, isto é, “unção”, porque o bispo unge a fronte do crismando em sinal
da dignidade e da vocação do cristão, pois crisma e Cristo vêm da mesma palavra. O adolescente ou
jovem é confirmado na sua fé, pelo dom do Espírito. Agora, ele terá de assumir
pessoalmente o que, quando do batismo, os pais e padrinhos prometeram em seu
nome. Para a comunidade, a celebração da crisma significa também a unidade das
diversas comunidades locais na “Igreja particular” ou diocese, graças à
presença do bispo ou do vigário episcopal.
O evangelho de hoje nos
ensina algo mais sobre o Espírito que Jesus envia aos seus: é o Espírito da
inabitação (morada) de Deus e Jesus Cristo nos fiéis. Assim, o batismo não é
mera associação de pessoas em redor do rótulo “Jesus Cristo”, mas realmente
participação em sua vida e continuação de sua missão neste mundo. Por isso, o
Espírito não é algo sensacionalista, como às vezes se imagina. Jesus envia o
Espírito para que os fiéis continuem sua obra no mundo. Pois o lugar de Jesus
“na carne” era limitado, no tempo e no espaço, e os fiéis são chamados a
ampliar, com a força do Espírito-Paráclito, a sua obra pelo mundo afora. É esse
o sentido profundo da crisma, que assim completa nosso batismo.
Então, a vida do cristão
adulto assinalada pelo sacramento da crisma consiste sobretudo namística de união com o Pai e com o Filho pelo
Espírito que vive em nós e na ética ou modo de proceder que provenha dessa
presença de Deus em nós e testemunhe, diante do mundo, a vida de Cristo,
presente em nós. Ele, pela ressurreição na força do Espírito-sopro de Deus, foi
estabelecido Senhor na glória. O mundo não mais o vê, mas em nossa vida de
cristãos, prestes a responder por nossa esperança, realiza-se a presença de seu
amor.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos
no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia
e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente é
professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se
principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento
(tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica. Entre
outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se
fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos
A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas
suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da
“Fonte Q”.
25 de maio – 6º
Domingo da Páscoa
GUIADOS PELO ESPÍRITO
A comunidade cristã
é chamada à vida no Espírito. Viver no Espírito é deixar-se guiar pela verdade.
Triste seria se a comunidade se deixasse levar pela onda da distração e se
tornasse igual ao mundo insensível. Jesus afirma que esse mundo não vê nem
conhece o Espírito. Aos discípulos ele assegura: “Vós o conheceis, porque ele
permanece junto de vós e estará dentro de vós” (Jo 14,17).
Há um monte sagrado
dentro de nós. Nele habita o Espírito. Por isso a comunidade, mesmo passando
por tentações, é capaz de superá-las, se guiada pelo Espírito. Os discípulos de
todos os tempos e lugares, a exemplo do Mestre, são chamados a empreender
esforços para não se desviarem da estrada de Jesus, do caminho que tem o
Espírito como guia. É pelo Espírito que a comunidade vencerá todos os
obstáculos.
É o Espírito que
faz a pessoa e a comunidade livres e abertas à novidade. O Espírito é livre (Jo
3,8) e gerador de vida em plenitude (Jo 10,10). Isso tem implicações: quer
dizer que não está ausente da realidade do mundo presente, habitando nas
nuvens, mas suscita a vida conforme Deus manifesta em Jesus: a prática do amor
fraterno.
O Espírito não é
algo meramente interior, espiritualista, individual. O Espírito age na
comunidade. Quem acolhe o Verbo feito carne (Jo 1,14) é renovado pelo Espírito.
Disso se conclui
que cabe à comunidade cristã abrir-se ao novo, Jesus Cristo, e experimentar
profundamente a graça do Espírito que se oferece a todos. Não é função da
comunidade impedir ninguém do acesso ao dom. É missão da comunidade atitude de
acolhida, tolerância, lealdade e, sobretudo, o respeito à pluralidade de dons
inspirados pelo mesmo Espírito na comunidade. E mais que isso, ter a capacidade
de pôr-se diante da sabedoria da cruz (1Cor 2,7-10), que no sentido concreto é
a vivência da humildade. Só pelo Espírito se pode viver e realizar plenamente o
projeto de Deus. Ele anima, institui, constitui e conduz a comunidade.
O Espírito, que
está junto e dentro de nós, compromete-nos com a conservação e a vivência dos
mandamentos. É o Espírito da vida que ilumina e impulsiona os discípulos e
discípulas do Ressuscitado. Os que se deixam guiar por ele são capazes de ver e
conhecer a verdade. Que nossos ouvidos estejam afinados e nosso coração
sensível para acolher dentro de nós o Espírito Santo.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
25 de maio: 6º Domingo da Páscoa
O DEFENSOR DA IGREJA
No meio de uma sociedade violenta que persegue e mata, Jesus nos
garante um defensor, um advogado que permaneça sempre conosco e nos acompanhe e
apoie. Assim, com o auxílio desse defensor, a prática de Jesus prolonga-se na
vida dos cristãos. Não estamos sós nem abandonados neste mundo, pois Jesus nos
prometeu o Espírito consolador.
Não é o papa, não são os bispos e padres nem são os cristãos leigos que
sustentam e defendem a Igreja e lhe dão perenidade, mas é o Espírito Santo,
prometido por Jesus antes de se despedir dos seus seguidores. A “Igreja” é
morada do Espírito, que a anima e a conduz à vivência do amor, pois sem o amor
não há comunidade cristã que se proponha seguir os passos do Mestre.
Jesus, no discurso de despedida, não nos deixa uma doutrina ou um
manual de instruções, mas nos pede a vivência do amor e nos promete o Espírito
da verdade. As doutrinas podem passar, a catequese pode mudar, mas o mandamento
do amor e o Espírito continuarão inseparáveis e permanecerão para sempre.
O Espírito prometido por Jesus “permanecerá sempre conosco”. Mataram a
Jesus, tentaram destruir seu projeto, mas o Espírito sempre estará atuando
junto aos seus, sempre estará vivo no mundo. Se o acolhermos, não nos
sentiremos órfãos nem abandonados.
O problema é que muitas vezes preferimos fechar os ouvidos para não
ouvir a voz do Espírito, pois suas exigências nos parecem muito pesadas;
preferimos fechar os olhos para não enxergar os desafios para os quais o
Espírito nos envia; preferimos ouvir outras vozes que nos tranquilizam e não
nos comprometem; preferimos ver com os óculos escuros que embaçam o caminho que
leva ao encontro do outro.
Pe. Nilo Luza, ssp
6º Domingo da Páscoa -
25 de maio de 2014
’QUEM ME AMA SERÁ AMADO POR
MEU PAI, E EU O AMAREI E ME MANIFESTAREI A ELE’’.
Primeira Leitura: Atos 8,5-8.14-17;
Salmo 65(66), 1-3ª 4-5.6-7ª. 16 e 20 (R/.1-2ª);
Segunda Leitura: 1 Pedro 3,15-18;
Evangelho: João 14,15-21.
Situando-nos brevemente
Hoje, a liturgia dominical nos coloca
em clima de Pentecostes. A partir deste domingo, ao mesmo tempo em que
invocamos a vinda do Espírito prometido, somos chamados a crer na sua presença,
que age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. Como diz um pai da
Igreja, Cirilo de Alexandria: ‘’Os que possuem o penhor do
Espírito e vivem na esperança da ressurreição, como se já possuíssem aquilo que
esperam, podem dizer que são pessoas espirituais... Já não vivem mais sujeitos
à fraqueza da corrupção, porque finalmente chegou a justiça do Cristo’’.
A comunidade reunida é sinal
sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade – um
só corpo, reunido em seu amor. Como afirma Santo Agostinho, ‘’é este amor que
nos renova, transformando-nos em homens novos, herdeiros da nova Aliança,
cantores do canto novo. Foi este amor, caríssimos irmãos, que renovou outrora
os antigos justos, os patriarcas e os profetas e, posteriormente, os santos
apóstolos. Ainda hoje é ele que renova as nações e reúne todo gênero humano
espalhando pelo mundo inteiro, formando um só povo novo, o corpo da nova esposa
do Filho unigênito de Deus. (...) Por isso os membros desta esposa sentem uma
solicitude mútua. Se um membro sofre, todos sofrem com ele; se um membro é
honrado, todos os outros se alegram com ele. Pois ouvem e praticam a palavra do
Senhor’’.
Que sejamos sinais do amor verdadeiro
no mundo em que vivemos. Vamos ser reconhecidos pelo amor.
Recordando a Palavra
Na leitura do evangelho de João, Jesus, antes de sua
partida, ensinou os discípulos a amar como caminho para crer e testemunhar sua
presença viva: ‘’Se me amais, observareis os meus mandamentos’’ (14,15).
Trata-se do verdadeiro amor ‘’ágape’’, que Jesus viveu através do serviço e da
entrega total da vida. O seguimento leva a amor como Jesus amou (cf. 13,34;
15,12), buscando o bem das pessoas. A vivência do mandamento do amor, deixado
por Jesus como sinal de sua vida doada totalmente identifica seus seguidores:
‘’Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos
outros’’ (13,35). Quem ama Jesus, vive e testemunha suas palavras, guarda os
seus mandamentos que se referem ao evangelho, a toda a sua obra de amor.
Jesus não deixa seus discípulos órfãos.
Sua presença renova os discípulos através do Espírito: ‘’Eu pedirei ao Pai, e
ele vos dará um outro Defensor, que ficará sempre convosco: o Espírito da
Verdade (14,16-17). O sentido do termo Paráclito – defensor, advogado,
consolador confortador – caracteriza a missão do Espírito junto aos seguidores
de Jesus. O Espírito conduz a caminhada dos discípulos, fortalece e defende os
que são perseguidos e levados aos tribunais. A função do Paráclito, como aquele
que está sempre com os discípulos, para defendê-los do que poderia separar do
caminho de Jesus, é descrita também em 14,26; 15,26; 16,4b-15, sempre no
contexto da despedida. Assim, em 1Jo 2,1-2, o termo Defensor aparece como uma
designação do Cristo exaltado, advogado, intercessor junto ao Pai em favor dos
cristãos.
A presença do Espírito, dom de Cristo
ressuscitado, guia os discípulos na compreensão de sua vida e entrega por amor.
O Espírito da Verdade ilumina e conduz a missão dos discípulos, em direção à
Verdade plena que é Cristo. Jesus, antes de sua Páscoa, assegurou a vinda do
Espírito, para ‘’guiar em toda verdade’’ (16,13). Ele disse que o Pai enviaria
o Espírito em seu nome para ensinar e recordar tudo o que ele havia anunciado
(cf. 14,26). O Espírito faz compreender os ensinamentos de Jesus, suas palavras
e obras, sua forma de tratar as pessoas, seus gestos compassivos, sua vida
doada por amor. A presença viva do Espírito do Ressuscitado ensina a permanecer
no caminho da verdade, que liberta e gera o mundo novo do amor, da justiça e da
fraternidade.
A ação do Espírito guia os discípulos à
experiência de comunhão com Jesus ressuscitado: ‘’Sabereis que eu estou no Pai
e vós estareis em mim’’ (14,20). Esse caminho experiencial sustenta a fé e o
testemunho da verdade, que conduz à vida plena. É alimentado pelo amor: ‘’Quem
me ama será amado por meu pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele’’ (14,21).
O caminho do amor leva ao encontro do Ressuscitado, na comunhão e na unidade
com o Pai, que é Amor. A presença viva de Jesus, que permanece com os
discípulos por meio do Espírito, impele a seguir seus passos, testemunhando a
fé através do amor fraterno.
A primeira leitura
dos Atos dos Apóstolos mostra que a perseguição aos cristãos,
em Jerusalém, provoca a dispersão para a Judeia e a Samaria (cf. 8,1ss).
Contudo, impelidos pelo ardor missionário, os cristãos anunciam a Boa-Nova de
Cristo aos povos que encontram. Filipe, um dos sete diáconos (cf. 6,5), foi
para a Samaria, onde havia preconceito contra os samaritanos, uma vez que descendiam
de israelitas e estrangeiros que moravam em Israel, desde a época das invasões
dos assírios (cf. 2Rs 17,24-41). A pregação eficaz de Filipe, acompanhada de
milagres, de ações salvíficas (cf. 8,6-7), remete ao estilo de Jesus (cf. Mt
8,29; 11,5). O anúncio do evangelho liberta as pessoas dos males e das doenças
e revela a presença do Reino de Deus.
O povo ouve as palavras anunciadas com
entusiasmo por Filipe, chamado de evangelista em 21,8, e adere a Cristo com
alegria. Homens e mulheres são batizados e forma-se uma comunidade renovada. Os
apóstolos Pedro e João são enviados pela comunidade Jerusalém para reforçar e
confirmar a missão de Filipe. Ao chegarem à Samaria, impuseram-lhes as mãos e
os batizados receberam o Espírito Santo. Animadas e iluminadas na caminhada de
fé pela ação do Espírito da unidade proporciona o surgimento de comunidades
fundamentadas no amor de Cristo e na comunhão fraterna.
O salmo 65 (66) convida a louvar e
bendizer o Senhor, pois ele revela sua bondade ao longo da história, socorrendo
sempre os que clamam com confiança. A memória das grandes ações libertadoras de
Deus, como a passagem pelo mar Vermelho, transforma-se em agradecimento e
compromisso renovado na fidelidade e no amor
A segunda leitura da
primeira carta de Pedro reflete o contexto das
perseguições sofridas pelos cristãos, no final do primeiro século e início do
segundo. Os cristãos, ao serem levados diante das autoridades e dos tribunais e
interrogados sobre sua fé, devem estar ‘’sempre prontos para dar a razão da
esperança’’ (3,15). Com o coração santificado, transformado pela vida nova do
Ressuscitado, os cristãos testemunham ‘’com mansidão, respeito e com boa
consciência’’ (3,16), quando difamados e ultrajados. A esperança em Cristo leva
a manter a firmeza na fé, a praticar o bem em meio aos sofrimentos, evitando
toda forma de maldade e violência.
Cristo, o justo que morreu pelos
injustos e foi vivificado no Espírito (cf. 3,18), é o modelo vitorioso na
caminhada dos cristãos. Ele é o exemplo a seguir, pois se entregou totalmente
em favor da vida de todos. O sofrimento decorre do seguimento fiel a seus
passos (cf.2pd 2,21; 4,12-19) e conduz à firme esperança de vida plena:
‘’sofremos com ele, para sermos também glorificados com ele’’ (Rm 8,17). A
esperança é a virtude cristã, que impele a trilhar o caminho da vida sobre a
morte, da bondade sobre a injustiça.
Atualizando a Palavra
Jesus revela seu amor e sua ternura
através do Espírito, que permanece sempre em nós, para nos ajudar a
conservarmos viva sua memória, seus ensinamentos e suas ações compassivas e
solidárias. O Espírito, chamado de Paráclito, nos defende e nos faz compreender
que Jesus é a Verdade, manifestada mediante a vida, morte e ressurreição. A
vivência do amor fraterno testemunha a fidelidade a Jesus, que conduz para a
vida plena. A força do Espírito nos faz romper as barreiras e superar os
preconceitos, para construir a unidade e a fraternidade. Com a ação do
Espírito, permanecemos em comunhão com Jesus, a Verdade que liberta e ensina a
amar como ele amou.
Os discípulos, guiados pelo Espírito,
mantêm viva a presença de Jesus através da fidelidade ao novo mandamento do
amor, sinal de sua entrega total na Páscoa. Por meio do verdadeiro amor
‘’ágape’’, testemunhamos a vida nova em Cristo ressuscitado, que leva a
praticar sempre o bem. O caminho trilhado por Cristo nos ilumina e renova em
nosso compromisso de discípulos missionários, anunciadores de sua presença de
amor. Como cristãos, no tempo das perseguições, somos chamados a testemunhar a
razão da nossa esperança, sobretudo através da nossa vida de ressuscitados.
O Papa Bento XVI afirma que a Igreja
anuncia ao mundo o Logos da Esperança (cf. 1Pd 3,15). ‘’O homem
precisa da ‘grande esperança’ para viver seu próprio presente – a esperança que
é ‘aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até o fim’ (Jo 13,1).
Por isso, na sua essência, a Igreja é missionária. Não podemos guardar para nós
as palavras de vida eterna que recebemos no encontro com Jesus Cristo: são para
todos, para cada homem. Cada pessoa do nosso tempo – quer o saiba quer não – tem necessidade deste anúncio. Oxalá o Senhor suscite
entre os homens, como nos tempos do profeta Amós, nova fome e nova sede das
palavras do Senhor (cf. Am 8,11). A nos cabe a responsabilidade de transmitir
aquilo que por nossa vez tínhamos, por graça, recebido’’ (Verbum Domini,
n. 91).
O Papa Francisco ensina a confiar na
ação do Espírito Santo, como faziam os evangelizadores das primeiras
comunidades. Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida
confiança no Espírito Santo, porque Ele ‘’vem em auxílio da nossa fraqueza’’
(Rm 8,26). ‘’Mas esta confiança generosa tem de ser alimentada ,e, para isso,
precisamos invocá-lo constantemente. Ele pode nos curar de tudo o que nos faz
esmorecer no compromisso missionário. É verdade que esta confiança no invisível
pode nos causar alguma vertigem: é como mergulhar em um mar onde não sabemos o
que vamos encontrar. Eu mesmo o experimentei tantas vezes. Mas não há maior
liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular
e controlar tudo e permitindo que ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione
para onde ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e
em cada momento. A isto se chama ser misteriosamente fecundos!’’ (Evangelii
Gaudium, n. 280).
O exemplo de Cristo, deixado por nós
como modelo de vida, convida a seguir seus passos, a fazer parte daqueles que
não vivem mais na carne, mas acima da carne. É o que diz Paulo: ‘’Se alguém
está em Cristo, é criatura nova. O mundo velho desapareceu. O que era antigo
passou, agora é tudo novo’’ (2Cor 5,17). Fomos justificados pela fé em Cristo e
terminou o domínio da maldade. Uma vez que ele ressuscitou por nossa causa,
calcando o poder da morte, nós conhecemos aquele que, por sua própria natureza,
é o verdadeiro Deus. É a ele que prestamos culto em espírito e verdade, por
intermédio de seu Filho, que distribui sobre o mundo as bênçãos divinas do Pai.
Ligando a Palavra com a ação
eucarística
O Espírito do Senhor nos reúne e nos
une. Na celebração, somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida
nossa vocação batismal.
A vivacidade está presente na Igreja
primitiva. Filipe, cheio de fé e confiança, anuncia o Cristo que sofreu e
morreu, mas recebeu nova vida no Espírito. Animados pela promessa do Espírito em
plenitude e já caminhando na certeza da presença deste mesmo Espírito atuante
na história, os cristãos vão trilhando o caminho de Jesus.
Nas mesas da Palavra e da Eucaristia, o
Senhor nos alimenta com o sacramento da entrega por amor. Ele nos ama, nos
sintamos amados no Amor.
Na oração eucarística, invocamos o
Espírito sobre o pão e o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de
Jesus Cristo. Invocamos ainda o mesmo Espírito para que nos reúna. Santo
Agostinho afirma: ‘’vivendo unidos no recíproco amor, como membros ligados por
tão suave vínculo, fornecemos o Corpo de tão sublime Cabeça’’.
Que a força do Espírito nos ajude a
levarmos adiante a missão de Jesus Cristo.
Sugestões para a celebração
· Cuidar do espaço para que seja
expressão da Páscoa do Senhor, destacando o círio pascal, a fonte batismal, a
mesa da Palavra e a mesa eucarística.
· Valorizar o momento das preces dos
fiéis. Cantar as respostas.
· No abraço da paz, motivar para que seja
expressão de comunhão e amor fraterno.
· Os cantos sejam preparados com
antecedência, prevendo ensaios. O Hinário Litúrgico da CNBB possui ótimas
sugestões. As melodias estão gravadas no CD Liturgia XVI – Páscoa – Ano A.
Fonte: Eis a Luz de
Cristo! - Roteiros Homiléticos para o Tríduo Pascal e Tempo Pascal l– CNBB 2014 -
Ano A
Liturgia de 25.05.2014 - 6º Domingo da Páscoa
Canal do Youtube:
A voz do Pastor - 6º
Domingo da Páscoa -- Domingo 25/05/2014
Reflexão para o VI
domingo de Páscoa
No Evangelho de hoje, tirado do
capítulo 14 de João, temos as derradeiras palavras de Jesus aos seus
discípulos. Ele nos aponta o comportamento a ser seguido, o caminho que nos
leva a vida. Ele nos coloca sob a tutela do Espirito do Amor, nosso Advogado e
que nos trará ao coração tudo aquilo que Ele nos ensinou.
Agir de acordo com o que agrada ao
amigo é estar em verdadeira comunhão com ele! Isso se torna realidade quando
esse amigo é o Cristo Jesus!
O critério para saber se os cristãos
são verdadeiros discípulos de Jesus é a capacidade de um recíproco compromisso
pessoal, um indispensável amor mútuo na comunidade e fora dela.
Quando o discípulo ama
verdadeiramente, ele faz Deus estar presente. Todo e qualquer sinal de amor é
manifestação de Deus.
Temos, como as estrelas, variações na
intensidade do brilho. Do mesmo modo, quanto mais nosso amor aos outros for
semelhante ao de Deus por nós, mais seremos portadores de seu amor ao mundo.
Seremos a epifania de Deus neste mundo.Na antiga aliança, vemos Deus se
manifestar em sinais, hoje, na aliança nova e eterna, o Pai se manifesta ao
mundo no cristão que ama Jesus e, por consequência, ama seus irmãos.
Para manifestar o amor de Deus no
mundo, para ser sinal de sua presença amorosa, o cristão deverá estar preparado
para lutar contra o mal. Essa preparação é feita através da acolhida do
Espírito Santo. Será Ele quem dará aos discípulos a força para enfrentar e
vencer o Mal. O Mundo verá que o amor de Deus e da Comunidade é mais forte que
a morte.
De acordo com o versículo 19, “...o
mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e e vós vivereis.” A
sociedade pecadora matou Jesus, mas ele ressuscitou e se manifesta através das
ações de seus discípulos porque esses vivem no Espírito.
Na segunda leitura, tirada da
Primeira Carta de Pedro, no cap.3, 18 nos ensina a norma do comportamento
cristão: “...Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo ,
pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência
humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.” Do comportamento de Jesus, do
justo morrer pelo injusto, nasceu a vida nova. Deus não sente prazer no
sofrimento humano, contudo em sua economia da salvação sabe valorizá-lo. Dele,
do sofrimento, nasce o desejo de liberdade e vida. Da aceitação da morte por
causa da justiça e do Reino surge a vida definitiva, a passagem deste mundo
caduco para o Reino da Justiça e da Paz!
Fonte 2014-05-24 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
HOMILIA
JESUS PROMETE O
ESPÍRITO SANTO Jo 14,15-21
Jesus despede-se dos seus discípulos
e inaugura uma missão especialíssima para mim e para ti. Ele sobe para o Pais a
fim de ser mediador junto ao Pai a fim de nos comunicar o Espírito Santo.
É mediação futura, porque feita após
a sua ressurreição, através da nova condição que terá diante de Deus (Jo
14,16-17). O Espírito será, então, enviado pelo Pai em nome de Jesus (Jo
14,26). Logo, você e eu receberemos de Deus o Espírito Santo somente através de
Cristo. Dada a necessidade salvífica deste gesto e sua relevância para a
existência da Igreja, reafirma-se, de novo, a importância capital da mediação
de Jesus nas relações do Homem com Deus. Ninguém vai ao Pai senão por Ele.
Com a Sua subida para o Céu, Jesus
nos faz ver as várias funções do Espírito Santo. Ele é o nosso Advogado ou
Protetor e Mestre da Verdade (Jo 14,16-17.25-26). Na ausência de Cristo, o
Espírito há de proteger e defender, em quaisquer circunstâncias, os discípulos
de Jesus no mundo, guiando-os e dando-lhes segurança. Manterão viva a mensagem
de Jesus, recordando-a e interpretando-a no tempo, de sorte que os discípulos
penetrem o seu sentido. Além disso, o Espírito é Santo e santificador,
consagrando os discípulos, ou seja, separando-os para serem semelhantes a
Jesus, o consagrado por excelência.
A mediação de Jesus Ressuscitado, em
ordem à vinda do Espírito, faz-nos viver a espiritualidade das Solenidades que
se aproximam: Ascensão e Pentecostes. A temática serve, pois, de preparação
para o encerramento do tempo pascal, revelando a relação existente entre a
Páscoa e Pentecostes ou entre a ação do Ressuscitado, entronizado em sua
glória, e a vinda do Espírito. Além disso, demonstra o modo do agir trinitário
de Deus em ordem à salvação dos homens. Deus enquanto Pai é criador, enquanto
Filho é Salvador e enquanto Espírito Santo é Vivificador, Consolador,
Fortalecedor, Advogado.
O Espírito prometido nos revela a
presença de Jesus entre nós. É a presença na comunidade em que se vive o amor.
Este amor é a união com Jesus e com o Pai. Quem assim ama reconhece a presença
de Jesus. Amar Jesus é amar-nos uns aos outros.
É urgente crer em Deus e em Jesus,
Caminho, Verdade e Vida. Quem ama passa a conhecer Jesus e quem o conhece
conhecerá também o Pai. Porque Ele o dá a conhecer a todos os que permanecem no
Seu amor; Este amor é o dom do Espírito de Amor e o dom da vida eterna na
comunhão com Jesus e o Pai, no Espírito.
Pai, concede-me o dom do teu Espírito
que, como luz, dissipa as dúvidas e as trevas do meu coração e me faça caminhar
seguro pelos caminhos de teu Filho Jesus que é o Caminho, a Verdade e a Vida
que me conduz a Vós.
Fonte Canção Nova
http://www.liturgiadapalavra.com/
HOMILIA
A vivência dos
mandamentos de Deus são luz para nossa vida!
Os mandamentos do Senhor são regras, luz, paz
e direção para o nosso caminhar neste mundo!
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai,
e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco” (João 14, 15-16).
A primeira coisa que devemos observar: amar a Deus é guardar os
Seus mandamentos! Os mandamentos do Senhor não são um peso para nós; pelo
contrário, os mandamentos do Senhor são regras, luz, paz e direção para o nosso
caminhar neste mundo! Os mandamentos do Senhor são como que uma bússola que nos
norteia, nos orienta, nos direciona para onde está a vontade de Deus no mundo
em que vivemos.
Você sabe que os mandamentos de Deus não são levados muito a
sério no mundo em que vivemos. São
os mandamentos que nos ordenam a colocar Deus em primeiro lugar, a santificar o
dia do Senhor, a honrar o nosso pai, nossa mãe, a viver a pureza, a castidade,
a honestidade e a verdade; a combater a mentira e a corrupção.
Não são as leis que orientam as relações humanas; é por isso que
nos tornamos discípulos do Senhor para fazer a diferença, para sermos fermento,
para sermos sal no meio da massa. E, algumas vezes, nos sentimos tão fracos,
diluídos e consumidos por este mundo, mas sozinhos nós realmente não iremos
viver a vontade de Deus! Nós precisamos do auxílio do alto, do socorro que
venha do alto; nós precisamos do auxílio de Deus, do socorro d’Ele.
É por isso que Jesus nos promete que Ele nos enviará o Espírito
da Verdade, que Ele nos enviará o Defensor, porque o Espírito primeiro nos
defende, nos preserva do mal, nos defende do inimigo de Deus, do maligno. É Ele
que defende a nossa mentalidade, a nossa consciência e a nossa vontade da
corrupção do pecado.
O Espírito é nosso Advogado, é nosso Amigo, é a força de que nós
precisamos e que necessitamos para vivermos em Deus e a vida d’Ele em nós. Eu
preciso querer viver a vontade de Deus e uma vez que a quero, eu preciso
reconhecer que sozinho eu não dou conta disso, sozinho eu não chego lá. Na
minha humildade eu reconheço a minha pequenez e como eu preciso da ajuda do
alto, do auxílio do alto e da força do alto.
Deus socorre a nossa fraqueza, Ele socorre a nossa necessidade,
nos dá o Seu Espírito sem medida para que não desanimemos, para que não
esmoreçamos na vivência dos Seus mandamentos em nossa vida.
Vem, Espírito Santo, vem Paráclito, vem Defensor, vem em nosso
socorro, Auxílio Divino, para que não esmoreçamos diante das dificuldades e
tribulações e para que sejamos fortalecidos no combate contra as forças do mal!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
http://homilia.cancaonova.com/homilia/a-vivencia-dos-mandamentos-de-deus-sao-luz-para-nossa-vida/
LEITURA ORANTE
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando ao Espírito Santo,
com todas pessoas que se encontram na
rede da internet:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre e compreenda o seu Evangelho.
Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade)
O que o texto diz? leio, na minha Bíblia, Jo 14,15-21.
Se me amais,
observareis os meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro
Defensor, que ficará para sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo
não é capaz de receber, porque não o vê, nem o conhece. Vós o conheceis, porque
ele permanece junto de vós e está em vós. Não vos deixarei órfãos: eu voltarei
a vós. Ainda um pouco de tempo e o mundo não mais me verá; mas vós me vereis,
porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai, e
vós em mim, e eu em vós. Quem acolhe e observa os meus mandamentos, esse me
ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a
ele.
Jesus fala das condições do amor. Quem observar os mandamentos:
- Jesus vai pedir ao Pai por ele;
- o Pai lhe enviará um Defensor: o
Espírito da Verdade
- o amor criará uma profunda
comunhão: Jesus está no Pai, os que observam os mandamentos estão em Jesus;
Jesus está nos que o seguem.
Acolher e observar os mandamentos de
Jesus é demonstrar-lhe amor.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Testemunho este amor na vida
concreta, cumprindo os mandamentos que Ele sintetiza em "amar a Deus"
e "amar o próximo". Os bispos, na Conferência de Aparecida,
afirmaram:
"Os discípulos de Jesus são chamados a viver em comunhão com o Pai
(1 Jo 1,30 e com seu Filho morto e ressuscitado, na “comunhão no Espírito
Santo” (1 Cor 13,13). O mistério da Trindade é a fonte, o modelo e a meta do
mistério da Igreja: “um povo reunido pelaunidade do Pai do Filho e do
Espírito”, chamado em Cristo “como sacramento ou sinal e instrumento da íntima
união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”. A comunhão dos fiéis e
das Igrejas locais do Povo de Deus se sustenta na comunhão com a Trindade.." (DAp 155)
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente e concluo:
Rezo, a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida:
Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai a minha fé.
Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos inúteis e das trevas
eternas.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho de santidade, tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus Caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está no céu.
Jesus Vida, vivei em mim para que eu viva em vós.
Jesus Vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor.
Jesus Verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus Caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica diante das pessoas.
Jesus Vida, que minha presença contagie a todos com o vosso amor e a vossa
alegria.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar me leva a ver e tratar as pessoas com o amor com que eu gostaria
de ser tratada/o.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a
sentir a Tua Presença em nós e na nossa vida. Que entremos na tua intimidade
com encantamento e respeito, sim, mas com gratidão, alegria e leveza,
carregando conosco os irmãos que colocaste ao nosso lado nesta viagem
maravilhosa – a Vida. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.
