6 de Setembro de 2013
Ano C

Lc 5,33-39
Comentário do Evangelho
Jesus reinterpreta o jejum
Parece que os interlocutores
de Jesus sejam os mesmos do v. 30, a saber, os escribas e fariseus que
murmuravam contra Jesus pelo fato de ele comer com os publicanos e pecadores. O
objeto da controvérsia é o jejum (cf. também Mc 2,18-22), que os de Jesus não
praticam, ao contrário dos discípulos de João e os dos fariseus. Os fariseus,
nós o sabemos, além do jejum prescrito pela Lei de Moisés, por ocasião do dia
do perdão dos pecados (Lv 16,29-30), jejuavam duas vezes por semana (cf. Lc
18,12). Talvez se trate de uma prática ascética própria, ao menos ao grupo dos
fariseus. Quanto ao grupo do Batista, não temos nenhuma informação acerca de
alguma prática ascética, como o jejum.
Difícil pensar que Jesus não praticasse o único
jejum prescrito pela Lei. O importante, aqui, é que o jejum passa, no novo
tempo inaugurado pela vinda do Messias, a um sentido cristológico: é em relação
a Cristo, o esposo. A morte de Jesus será para o discípulo ocasião de praticar
o jejum: “Dias virão... quando o noivo lhes for tirado, naqueles dias vão
jejuar” (v. 35).
As duas parábolas significam que o jejum não é
abolido, mas reinterpretado. Isto exige uma nova prática.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
A Vida Nova no Reino de Deus trazida por Jesus de
Nazaré não cabe em nossa existência antiga, rotineira e acomodada. Pequenas
reformas e adaptações não bastam para a segurança da nossa casa. Precisamos uma
construção nova, com as fundações assentadas firmemente na rocha que é o Cristo.
Reflexão
A maioria das novidades que nós
encontramos no dia a dia não passa, na verdade, de mudanças superficiais em
coisas que já existiam antes ou de uma continuidade de um processo evolutivo,
de modo que muito pouco vemos de realmente novo. Por isso, temos muita
dificuldade em ver a novidade do Evangelho, não percebemos que na verdade ele
nos apresenta valores que não existiam antes e uma forma totalmente nova de nos
relacionarmos com Deus e com as outras pessoas. Se não estivermos bem atentos e
totalmente abertos para a novidade do Evangelho, corremos o risco de querer
fazer com que ele seja remendo novo em pano velho, ou vinho novo em odres
velhos, uma continuidade dos valores do homem velho, algo que não se insere na
realidade nem a transforma.
Meditação
Entendeu a parábola de
Jesus? - Você procura ser sempre odre novo para o vinho da Graça de Deus? -
Você procura sempre fazer de sua vida uma festa devido à presença constante de
Deus? - Você se questiona sempre sobre “a roupa nova” do amor ao próximo? - Em
nossa sociedade há muitas coisas que são “remendo novo em roupa velha”?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE HOJE
06 de SETEMBRO – SEXTA
Liturgia comentada
Seu povo e seu rebanho... (Sl 100 [99])
Quando o Concílio Vaticano II
(1963-1965) definiu a Igreja como “povo de Deus” (Lumen Gentium, 9), não fazia
mais que reafirmar o desígnio de Deus de ter um povo “seu”. Desde as primeiras
páginas do Antigo Testamento, o Senhor manifestou sua vontade: “Gravarei a
minha Lei nas suas entranhas e a escreverei nos seus corações, e serei o seu
Deus e eles serão o meu povo”. (Jr 31,33)
À primeira vista, é a submissão à Lei
que define a pertença ao povo do Deus que a escreveu nas pedras do Sinai com
seu dedo de fogo (cf. Ex 31,18). No entanto, muito mais que um Senhor, Deus é o
Esposo, em um casamento-Aliança onde o povo é a Esposa escolhida. Com
isso, o vínculo da Lei é superado pelo vínculo do amor.
São comoventes as expressões do profeta
Oseias, reveladoras da nova relação entre o Criador e a criatura, não mais como
indivíduos, mas como um povo esponsal. “Pois, agora, eu é que vou seduzi-la,
levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração. Eu me casarei contigo para
sempre, casamos conforme a justiça e o direito, com amor e carinho.” (Os
2,16.21)
Uma aliança de amor não pode ser
rompida. Uma curiosa passagem da Escritura parece mostrar Moisés como advogado
de defesa desse matrimônio entre o Senhor e seu povo. Como o líder tardasse na
montanha, o povo fabricou um bezerro de ouro como ídolo para seu culto. Deus
“reage” propondo a destruição de Israel, mas garantindo a Moisés numerosa
descendência.
A frase atribuída a Yahweh foi esta:
“Vai, desce, porque se corrompeu o TEU povo que tiraste do Egito”. Moisés retruca:
“Por que, Senhor, se inflama a vossa ira contra o VOSSO povo, que tirastes do
Egito com o vosso poder e a força de vossa mão?” (Ex 32,7.11) O povo não
pertencia a Moisés, mas exclusivamente a Deus.
Deus continua sofrendo com as
infidelidades de sua esposa, que somos nós. Nas crises e infortúnios,
recorremos ao Esposo. Passada a crise, voltamos aos nossos bezerros dourados e
prestamos culto a ídolos mudos, mas ásperos feitores de escravos.
Apesar disso, ao longo da história,
surgiram homens e mulheres admiráveis, de coração apaixonado pelo Esposo, que
consagraram suas vidas para que Deus fosse mais conhecido e mais amado. Na
esteira de João Batista e dos apóstolos, dos mártires e dos confessores, dos
eremitas e dos grandes missionários, um pequeno “resto de Israel” reafirma sua
fidelidade à Aliança celebrada para sempre.
Seria este o nosso caso?
Orai sem cessar: “Feliz o povo que
caminha na luz de vossa Face!” (Sl 89,15)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Quando devemos fazer jejum?
Que o jejum faça parte das nossas práticas cristãs.
“Os
convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles?
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles
jejuarão” (Lc 5,34-35).
A
Palavra de Deus, hoje, nos convida a refletir sobre dois aspectos: quando
devemos fazer jejum e quando não devemos fazê-lo. Vamos começar analisando,
primeiro, quando não podemos jejuar. Não podemos fazê-lo quando estamos
celebrando, comemorando.
É
a coisa mais desagradável quando alguém nos convida para um casamento, um
banquete, mas nós nem provamos a comida que nos é oferecida. Não participamos
da alegria! Claro que não é a comida o motivo da alegria, mas tudo aquilo que é
servido faz parte do banquete, está ali para que seja comemorado junto.
Então,
no dia em que o noivo chega, no dia da festa de seu casamento, em hipótese
alguma nós podemos jejuar; ao contrário, não vamos nos abster de comer para
fazermos penitência ou qualquer coisa parecida.
No
meio de nós está o Senhor, Noivo e também Esposo da Igreja. Quando Ele está no
meio de nós, não jejuamos; por isso, em nenhum domingo, dia da Ressurreição do
Senhor, a Igreja jejua. Por isso, os dias de festa, de solenidade, datas que
sejam importantes para nossa vida como o nosso aniversário, a comemoração de
alguma coisa, a chegada de um amigo ou de um parente nunca serão motivos de
jejuarmos.
A
cada sexta-feira, a Igreja faz memória do dia da Paixão do Senhor; ela também
nos convida a jejuar outros dois dias por ano em memória da Paixão de Cristo:
Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa. Nesses dias, somos convidados a
nos lembrarmos, fazermos memória da Paixão redentora de Jesus.
Que,
nesse tempo, seja feito um jejum discreto, que ninguém passe fome; mas não
sejamos escravos dos alimentos. Não se trata de dieta, mas de um exercício
espiritual, de colocar-se na vontade de Deus em oração para não ficar
dependente dos alimentos nem da nossa vontade.
Que
o jejum faça parte das nossas práticas cristãs.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
LEITURA ORANTE
Lc 5,33-39 - Vinho novo!

Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus
Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí
estarei no meio deles",
ficai conosco,aqui reunidos (pela grande rede da internet), para
melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois
o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as
Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos
dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde
a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 5,33-39, e observo
pessoas, palavras, relações, lugares.
Algumas pessoas disseram a Jesus:
- Os discípulos de João Batista jejuam muitas vezes e fazem orações, e
os discípulos dos fariseus fazem o mesmo. Mas os discípulos do senhor não
jejuam. Jesus respondeu:
- Vocês acham que podem obrigar os convidados de uma festa de casamento
a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo
em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! Jesus fez
também esta comparação:
- Ninguém corta um pedaço de uma roupa nova para remendar uma roupa
velha. Se alguém fizer isso, estraga a roupa nova, e o pedaço de pano novo não
combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém
fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados.
Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois
de beber vinho velho, pois diz: "O vinho velho é melhor."
Neste texto, a abordagem dos fariseus a Jesus é sobre a questão do jejum
praticado por eles e pelos seguidores de João. Jesus responde com três imagens:
a da festa de casamento, a do remendo e do vinho novo. Falando do noivo, ele se
refere ao Messias. O casamento é tempo de festa, de alegria e amor
partilhados. Não se jejua durante uma festa de casamento. A roupa e o vinho
também se relacionam com a festa. E não combinam com jejum. O Messias não vem
para pôr remendos em roupa velha, nem vinho novo em odres velhos. O jejum
agradável a Deus é um coração novo. É o jejum de tudo que contra o amor: o
ódio, a violência, o não perdão, o revide, a vingança, a prepotência e
arrogância. O vinho novo alimenta uma vida nova de relacionamentos fraternos de
justiça e de paz.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto.
Reflito e atualizo.
O que o texto me diz no
momento?
Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições?
Pratico o jejum da conversão, ou seja, tenho um coração novo?
A Conferência de Aparecida nos recorda: “No exercício de nossa liberdade, às
vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho
(cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o
anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo
do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação.” (DAp 351).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado
Alberione:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou demonstrar pela vida que pratico o jejum recomendado por Jesus.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos discernimento e
coragem para fazermos a opção radical de vida pelo teu Reino. Faze-nos
testemunhar ao mundo o teu Amor de Pai que também é Mãe e nos quer ver, desde
agora, saboreando os sinais da Salvação que um dia teremos em plenitude. Nós te
pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
