segunda-feira, 21 de abril de 2025

LITURGIA DIÁRIA - 21/04/2025


Tema do dia

O SENHOR NOS ENSINA O CAMINHO DA VIDA, CHEIO DE ALEGRIA EM TUA PRESENÇA

A leitura nos mostra como, no dia de Pentecostes, Pedro, aquele mesmo pescador simples e humilde, agora cheio do Espírito Santo, assume uma atitude corajosa. De pé e com a voz segura ele anuncia a essência da nossa fé em Jesus de Nazaré, o Cristo, Filho de Deus encarnado.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/04/2021

PALAVRAS DO SANTO PADRE

Ide e anunciai! O medo fecha-nos sempre em nós próprios; fecha-nos em nós mesmos. Por outro lado, Jesus faz-nos sair e envia-nos ao encontro dos outros. Eis o remédio. Mas eu - podemos dizer - não sou capaz! Mas pensai, certamente aquelas mulheres não eram as mais adequadas ou preparadas para anunciar o Ressuscitado, mas o Senhor não se preocupa. Ele quer que se saia e que se anuncie. Sair e anunciar. Sair e anunciar. Porque não devemos guardar para nós a alegria pascal. A alegria de Cristo é fortalecida com a sua doação, multiplicada com a sua partilha. Se nos abrirmos e levarmos o Evangelho, o nosso coração dilata-se e supera o medo. Este é o segredo: anunciar para vencer o medo. (Regina Caeli de 18 de abril de 2022)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

Segunda-feira, OITAVA DA PÁSCOA
Cor: Branco


Primeira Leitura (At 2,14.22-32)
Oitava da Páscoa | Segunda-feira - 21/04/2025

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

No dia de Pentecostes, Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão:
“Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.
Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’.
Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório Sl 15(16),1-2a e 5.7-8.9-10.11 (R. 1)
Oitava da Páscoa | Segunda-feira - 21/04/2025

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor; Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!
— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Evangelho (Mt 28,8-15)
Oitava da Páscoa | Segunda-feira - 21/04/2025



Prostrando-se diante dele, lhe abraçaram os pés. Então Jesus lhes disse: “Não temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam à Galileia! Ali me verão.

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração pardepois dler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

Oitava da Páscoa


Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa. Poderíamos chamá-los também de “pequena oitava”, em confronto com a “grande oitava” das sete semanas, sem, contudo, querermos diminuir com isto, a sua importância. Seus primórdios, entendidos como um período celebrado com liturgia especial, remontam, no mínimo, ao começo do século IV, e mesmo até à segunda metade do século III, como é fácil de deduzir das homilias recém-descobertas de Astério Sofita sobre os salmos. Astério chama o dia da oitava de “segundo ‘oitavo dia’”.
A liturgia desta oitava era marcada não só pelo mistério pascal, como também pela consideração para com os neobatizados que durante as celebrações diárias da eucaristia eram introduzidos mais profundamente nos mistérios dos sacramentos da iniciação, recebidos na noite da Páscoa. As homilias pascais de Astério, já mencionadas, podem ser apontadas como o exemplo mais antigo de tais “catequeses mistagógicas” de que temos conhecimento. As mais famosas, entretanto, são as cinco catequeses de Cirilo (João?), bispo de Jerusalém, da segunda metade do século IV, e os escritos “De mysteriis” (Sobre os mistérios) e “De sacramentis” (Sobre os sacramentos), da autoria de Ambrósio. Segundo Agostinho, a oitava da Páscoa é uma “ecclesiae consensio”, um costume unânime da Igreja, tão antigo quanto a Quadragesis (a Quaresma). Os fiéis deviam suspender seus trabalhos nesses dias, e tomar parte nas cerimônias diárias.
Esta semana era chamada antigamente também “semana branca” ou “semana das vestes brancas”. No Oriente é conhecida também como semana da renovação. Inicialmente ela só terminava no domingo, o qual, por isso, tinha o nome de domingo das vestes brancas (domingo in albis). A partir do século VII, as vestes brancas dos neófitos eram depostas já no sábado, em consequência da antecipação da celebração da noite pascal para o Sábado Santo.
Os cânticos de entrada da oitava de Páscoa da liturgia romana, executados pelo coro à entrada dos neófitos em vestes brancas, eram enfaticamente sintonizados com a presença dos recém-batizados e proclamavam a salvação por eles recebida. Assim lemos (ainda hoje) na segunda-feira: “O Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel: e sua lei esteja sempre em vossos lábios, aleluia!”; na terça-feira: “Deu-lhes a água da sabedoria, tornou-se a sua força...”; na quarta-feira: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino...”; na quinta-feira: “Senhor, todos louvaram, unânimes, a vossa mão vitoriosa...”; na sexta-feira: “O Senhor conduziu o seu povo na esperança e recobriu com o mar seus inimigos”; no sábado: “O Senhor fez seu povo sair com grande júbilo; com gritos de alegria, os seus eleitos, aleluia!”; e por fim, no domingo branco (domingo in albis): “Como crianças, recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação, aleluia!
Adolf Adam
(in O Ano Litúrgico, Paulinas, 1982, pag. 86-87)

Fonte: CNBB

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/04/2025

ANO C


DOMINGO DA PÁSCOA NA

RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Jo 20,1-9

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A vida venceu a morte. Celebramos hoje a ressurreição do Senhor, penhor da vida nova de batizados e de nossa ressurreição futura. Em diálogo amoroso com o Ressuscitado, somos por Ele alimentados e assumimos a missão de sermos suas testemunhas.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A morte foi vencida! O Cordeiro ressuscitou! Despontou o dia da salvação e a razão da nossa esperança! Para que o canto novo dos redimidos, entoado na liturgia, nos impulsione na fé, reconheçamos nossa fragilidade e revistamo-nos da força do Ressuscitado.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É ESPERANÇA PARA O MUNDO

A celebração da Páscoa no Ano Jubilar de 2025 tem um significado muito especial, vista na ótica da esperança “que não engana”. A prisão de Jesus, sua condenação à morte na cruz foram um duro golpe para os discípulos, que ficaram desorientados e abatidos, como revelam as palavras dos discípulos de Emaús: “nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas...” (Lc 24,21).
Imaginemos o alvoroço deles ao ouvirem dizer que Jesus estava vivo novamente e que apareceu a um e a outro deles. Os encontros com Jesus ressuscitado encheram novamente os discípulos de alegria e esperança. Compreenderam então que aquilo que Jesus ensinara era verdade. Com a força do Espírito Santo, eles passaram a ensinar e testemunhar tudo o que Jesus foi e significou para eles e para o mundo: o Filho de Deus Salvador. Por seu nome, todos podem receber o perdão e a remissão dos pecados.
A ressurreição de Jesus é uma grande notícia para a humanidade: Ele venceu a morte, o ódio e toda maldade humana, que se voltou contra ele e o levou à morte.
Jesus ressuscitado passou à vida gloriosa e imortal e abriu para todas as pessoas essa mesma possibilidade. São Paulo ensina que também nós já participamos da morte de Cristo mediante o Batismo e recebemos a vida nova no Espírito Santo. “Como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova” (Rm 6,4).
A Páscoa anuncia o mundo novo, criado por Deus “em justiça e santidade verdadeiras”. Jesus ressuscitado já não está mais sujeito às leis deste mundo físico. Ele se manifesta aos seus, fala com eles e até come com eles. Eles o reconhecem e constatam que é ele mesmo. Jesus tira-lhes todo o temor diante dos desafios da vida e os faz compreender que também eles são chamados a participar da glória da ressurreição. Celebrando a Páscoa no Ano Jubilar, também nós somos convidados a recobrar a coragem, a alegria e a esperança. A vida que já temos e a vida que ainda nos é prometida valem todo o esforço do caminho. Caminhamos na esperança “dos novos céus e da nova terra” e recebemos a força do Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que nos acompanha e fortalece em nosso caminhar.
Desejo feliz e santa Páscoa a todos na Arquidiocese de São Paulo. Que Jesus ressuscitado caminhe com cada um, como caminhou com os discípulos de Emaús e os reanimou enquanto fazia caminho com eles. Deus abençoe a todos, especialmente os idosos e enfermos, os pobres e os desanimados e todos os que procuram ser fiéis a ele.
Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

A Ressurreição de Cristo: O Triunfo da Fé


A Ressurreição de Cristo é o ápice da fé cristã, representando a vitória definitiva sobre a morte e o pecado. É o início de um novo tempo, onde a dor e o luto pela perda de Jesus se transformam em alegria e maravilhamento. A mensagem de que “a morte foi vencida” ecoa não apenas em Jerusalém, mas se espalha por todo o mundo, transbordando os limites de Israel.
O anúncio da Ressurreição de Cristo é concretizado na pregação dos apóstolos. Na primeira leitura, vemos como Pedro se dirige à casa de Cornélio, um centurião romano, para compartilhar o Evangelho. Nesse momento, toda a sua família é tocada pela mensagem e se converte à fé cristã. Pedro resume a obra salvífica de Cristo, destacando os momentos chave: o batismo, o poder do Espírito Santo, os milagres realizados, sua morte na cruz e, por fim, sua ressurreição gloriosa, com a missão de anunciar o perdão e a salvação a todos, sem exceção.
Na segunda leitura, a Ressurreição de Cristo também transforma Paulo. A partir dessa experiência de renovação, Paulo nos convida a viver uma vida nova, uma vida que aspira às “coisas do alto”, onde a morte e o pecado são deixados para trás, dando lugar à nova vida em Cristo, alimentada pela graça do batismo e pela glória futura.
Os discípulos, ao viverem o momento da crucificação e morte de Jesus, experimentaram um grande vazio e medo. A cruz parecia ser o fim das esperanças. O sofrimento e a angústia marcaram aquele tempo de escuridão. Porém, a grande novidade surge após três dias, quando Maria de Mágdala anuncia que o túmulo está vazio. O que parecia ser um fim trágico, na verdade, se revela como o início de uma nova história. Mais que acreditar na notícia, os discípulos precisam viver essa experiência pessoalmente, indo até o túmulo e testemunhando o que Deus já havia realizado.
Pedro, que negou Jesus três vezes, e o discípulo amado, que esteve fiel junto à cruz, vão até o túmulo e encontram as faixas de linho dobradas no chão. O discípulo amado, ao ver o túmulo vazio, acredita imediatamente, mas Pedro ainda precisa de um encontro pessoal com o Ressuscitado para vivenciar o perdão e a reconciliação. Essa experiência pessoal da Ressurreição de Cristo leva os discípulos a uma nova compreensão das Escrituras, agora vistas à luz da vitória sobre a morte.
Assim, que essa vivência da Ressurreição de Cristo também nos conduza a uma fé mais firme, a uma reconciliação com Deus e ao testemunho dessa transformação em nossa vida diária. Que possamos, como os discípulos, relembrar o que a ressurreição de Cristo significou e transformá-la em ação de graça e missão.

Reflexão

No primeiro dia da semana, bem cedo, Maria Madalena se dirige ao túmulo onde foi posto o corpo de Jesus e constata que o túmulo está vazio. Ainda não compreendendo bem o que está acontecendo, volta correndo para dizer aos discípulos: “Tiraram o Senhor do túmulo”. Dois apóstolos – Pedro e o outro discípulo – correm para verificar a declaração de Maria. O “outro discípulo” chega primeiro e espera Pedro chegar. Os dois entram no túmulo, Pedro “viu” e o outro discípulo “viu e acreditou”. A fé nos faz ver as coisas com os olhos de Deus. Quem ama e tem fé anda mais depressa e consegue testemunhar que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte. Era madrugada, diz o texto, sinal de que o novo dia estava prestes a se revelar com todo o seu esplendor. Páscoa é esse “novo dia” em que o amor vence os sinais de morte e a fé desfaz as dúvidas. O amor e a fé nos tornam mais fortes para vencer os riscos que podem abalar nosso compromisso com o projeto de Jesus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»

Mons. Joan Enric VIVES i Sicília Bispo de Urgell
(Lleida, Espanha)

Hoje «é o dia que o Senhor fez», iremos cantando ao longo de toda a Páscoa. Essa expressão do Salmo 117 inunda a celebração da fé cristã, O Pai ressuscitou a seu Filho Jesus Cristo, o Amado, Aquele em quem se compraz porque amou a ponto de dar sua vida por todos.
Vivamos a Páscoa com muita alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e de amor. Hoje, Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu as portas da nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos dar por pura graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso Caminho para sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande sinal que nos dá o Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos de procurar entre os mortos Aquele que vive, porque ressuscitou. E os discípulos, que depois o verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo em um maravilhoso encontro de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua sepultura. Sepulcro vazio e aparições serão os grandes sinais para a fé do crente. O Evangelho diz que «o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé, que aquele vazio e, por sua vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados, eram pequenos sinais do passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a partir de pequenos detalhes, o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo que Jesus mais amava» (Jo 20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de Cristo.
O “ver” e o “crer” dos discípulos hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal. Que Cristo seja, em tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a nossa e renovemos a graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e seus discípulos. Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade de crer em Jesus Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «O que deve ser considerado nestes acontecimentos é a intensidade do amor que ardia no coração daquela mulher que nunca se afastou do túmulo. Ela foi a única a vê-lo, pois tinha permanecido à sua procura, o que dá força às boas obras é a perseverança nelas» (São Gregório Magno)

- «Jesus não regressou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou numa vida diferente, nova; na imensidão de Deus» (Bento XVI)

- «O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze». O Apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco» (Catecismo da Igreja Católica, nº 639)

Reflexão

DOMINGO DE PÁSCOA (A) (Mt 28,1-10): «Ele não está aqui! Ressuscitou»

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje no Evangelho da vigília pascal, late um grande dinamismo: duas mulheres correm para o sepulcro, um terramoto, um anjo faz rodar a pedra, uns guardas assustados caem como mortos. E Jesus, vivo e ressuscitado, torna-se companheiro de caminho daquelas mulheres.
As mulheres são as primeiras a experimentar a ressurreição de Jesus, apenas por terem visto o sepulcro vazio e o anjo que lhes anuncia: «Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito…» (Mt 28,5-6). São, também, as primeiras a dar testemunho da sua experiência: «Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou´» (Mt 28,7).
Imediatamente acreditam. Mas a sua fé é uma mistura de medo e de alegria. Sentiam medo pelas palavras do anjo, com o anuncio que vai para lá das expectativas humanas. E a alegria pela certeza da ressurreição do Senhor, porque as Escrituras tinham-se cumprido, pelo imenso privilégio da primazia pascal que receberam. A fé, pois, mesmo produzindo uma grande alegria interior, não exclui o medo.
Elas vão anunciar aquela experiencia do Ressuscitado, que tiveram sem a ter visto. Jesus premia-lhes esta fé e aparece-lhes durante o caminho.
O centro de toda a experiência de fé não é em primeiro lugar uma doutrina nem uns dogmas. É a pessoa de Jesus. A fé das mulheres do Evangelho de hoje está centrada nele, na sua pessoa e não noutra coisa. Experimentaram-no vivo e vão anuncia-lo vivo!
Outra mulher, Santa Clara, escrevia a Santa Inês de Praga que deveria centrar-se em Jesus ressuscitado: «Observai, considerai, comtemplai a Jesus Cristo (...). Se sofrerdes com Ele, reinareis também com Ele; se chorardes com Ele, com Ele gozareis; se morrerdes com Ele na cruz da tribulação, possuireis com Ele as eternas moradas».

Reflexão

VIGILIA PASCAL (B) (Mc 16,1-7): «Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou»

Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida
(Lleida, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra com júbilo a festa principal: o triunfo de sua Cabeça, Cristo Jesus. A Ressurreição de Jesus Cristo é um fato do qual não podemos duvidar. É compreensível que não seja estranho que um fato celestial, um corpo ressuscitado, não possa ser captado por meios terrenais. Mas, logo Maria Madalena e a mãe do Apóstolo Thiago, recebiam um testemunho indubitável, comprovado depois com muitas aparições, realizadas de modo tal que excluem totalmente a suspeita de alucinações. «Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram!» (Mc 16,6).
Além do gozo pelo fato da Ressurreição de Cristo, este acontecimento nos trai a alegria de contar com uma resposta, jubilosa e clara, aos interrogantes do homem: Que nos espera no final da vida? Que sentido tem o sofrimento na Terra? Não podemos duvidar que, depois da morte, espera-nos uma vida nova, que será eterna: «Lá o vereis, como ele vos disse!» (Mc 16,7). São Paulo o afirma com grande convencimento: «E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado, dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele» (Rom 6,8-9). Logicamente, à interrogante sobre o final da vida, o cristão responde com alegre esperança.
O Evangelho de hoje ressalta que o jovem —o anjo— que fala às mulheres, une os dois conceitos de dor e glória: O que ressuscitou no mesmo que foi crucificado. Diz são Leão Magno: «...(pela tua cruz) os crentes recebem a força da debilidade, glória do opróbio e, vida da morte», as cruzes quotidianas são, então, caminho da Ressurreição.

Reflexão

VIGILIA PASCAL (C) (Lc 24,1-12): «Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou»

Fr. Austin NORRIS
(Mumbai, India)

Hoje, contemplamos a Glória do Senhor resplandecente em sua vitória sobre o sofrimento e a morte. Uma vida nova é prometida a todos que buscam e creem na Verdade de Jesus. Ninguém será desapontado, como não se sentiram as mulheres que «foram ao túmulo, levando os perfumes que tinham preparado» (Lc 24,1).
Os perfumes e unguentos que devemos carregar durante nossa existência são uma vida espalhando a Palavra de Deus, quando Jesus encarnado disse: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,[...], viverá. [...] não morrerá jamais.» (Jo 11,25-26)
No meio de nossa confusão e dor parecemos nos tornar míopes em visão, porque não conseguimos ver além de nosso entorno imediato. E «por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?» (Lc 24,5) é um chamado a seguir Jesus e a buscar a presença do Senhor no “aqui e agora”; em meio ao povo do Senhor e seu sofrimento e for. Em sua carta pela Quaresma o Santo Padre Bento XVI menciona como «De fato, a salvação é dom, é graça de Deus, mas para fazer efeito na minha existência exige o meu consentimento, um acolhimento demonstrado nos fatos, ou seja, na vontade de viver como Jesus, de caminhar atrás Dele».
«Voltando do túmulo» (Lc 24,9) de nossas misérias, dúvidas e confusões, nós, por outro lado, somos capazes de dar a outros esperança e segurança neste vale de lágrimas. A escuridão do sepulcro «dá lugar à brilhante promessa da imortalidade.» (Prefácio da Missa dos Fiéis Defuntos). Que a glória do Senhor Jesus nos mantenha de pé com os olhos fitando o céu, e que possamos sempre ser considerados como um Povo Pascal. Que possamos passar de “Povo da Sexta-feira Santa” a “Povo da Páscoa”.

Reflexão

Jesus entrou em uma vida nova e diferente

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus não voltou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou em uma vida diferente, nova; na imensidade de Deus e, desde lá, Ele se manifesta aos seus.
Isto era algo totalmente inesperado também para os discípulos, diante o qual necessitaram de certo tempo para orientar-se. É verdade que a fé do judeu conhecia a ressurreição dos mortos ao final dos tempos. Mas a ressurreição a uma condição definitiva e diferente —em pleno "mundo velho" que ainda continua existindo— era algo não previsto e, por tanto, também não era evidente ao inicio. Por isso, a promessa da ressurreição resultava incompreensível para os discípulos em um primeiro momento.
—O processo pelo qual se chega a ser crente se desenvolve de modo análogo ao ocorrido com a cruz: ninguém havia pensado em um Messias crucificado; agora o "fato" estava ali, e este fato requereria ler a Escritura de um modo novo.

Reflexão

A ressurreição de Jesus Cristo

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje, nesta manhã de Páscoa, vemos muito movimento: uma mulher que vai da sua casa ao túmulo e do túmulo onde estão os Apóstolos. Pedro e João correm à tumba, verificam, veem. E depois de uns momentos entre a dúvida e a esperança, veem com os olhos do seu espírito, e creem na ressurreição de Jesus.
Entre tanto movimento, o maior, o mais decisivo foi o de Jesus. Depois da sexta-feira da paixão e morte na cruz, e do sábado de “repouso” e silêncio, saiu do túmulo vivo e ressuscitado, deixando mortalhas e sudário bem ordenados no seu lugar, dando-nos com a sua ressurreição a prova mais clara da sua divindade.
—Senhor Jesus, cremos que a tua ressurreição é a garantia da nossa, por que tu disseste que eras a Ressurreição e a Vida e quem crê em Ti, ainda que morra viverá e tu o ressuscitarás no último dia.

Comentário do Evangelho

Jesus ressuscitou e aparece a Maria Madalena


Hoje encontramos a Jesus ressuscitado. Maria Madalena e outras mulheres foram ao sepulcro. Mas a tumba estava vazia: Jesus já não está; Ele é Deus e voltou à vida. Dois anjos dizem a Maria que Jesus ressuscitou… Pouco depois Jesus aparece e lhe manda dizer aos Apóstolos que Ele ressuscitou e vive.
—A ressurreição, a vida eterna, ir ao céu com Deus e com os santos: isso é o mais importante!

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

“Ó Deus, no dia de hoje, por vosso Filho, vencedor da morte, nos abristes as portas da vida eterna.” Como se deu isso? Um dia, a Cornélio e família, e hoje a nós, Pedro anuncia o ocorrido “em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem”.
Essa plena bondade encontrou fatal oposição e recusa: “Eles o mataram, pregando-o numa cruz”. Mas, aqui está a maravilha: “Deus o ressuscitou no terceiro dia!” Mostra-se assim a absoluta soberania de Deus sobre todo o mal, inclusive sobre a morte. Ressuscitando aquela bondade encarnada, Deus garante que seja quem for, de qualquer nação que seja, que se faça seguidor do Jesus-bondade, poderá sofrer horrores de rejeição, de humilhação e até o martírio, mas terá essa mesma ressurreição.
Mas, não só a ressurreição, mera vitória sobre a morte. Não! O Ressuscitado, vencedor da morte, já “está sentado à direita de Deus”. Retornou plenamente ao seio da Trindade, de onde saíra um dia para sua encarnação-salvação.
E quem segue Jesus na prática do bem e faz dele sua própria vida, se morre com Ele e como Ele, com Ele igualmente ressuscitará. Assim, terá sua vida “escondida, com Cristo, em Deus”. Caberá a quem o segue até a mesma plena glorificação de Jesus: “Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com Ele, revestidos de glória”.
Jesus é a Cabeça do corpo, no qual somos seus membros. Se Ele está ressuscitado e até de plena volta à direita do Pai no seio da Trindade, de certo modo nós-membros, pela união com a Cabeça, já estamos também ressuscitados, e com Ele, a seu lado, sentados no seio da mesma Trindade. Sim, ressuscitando Jesus, o Pai nos abre “as portas da vida eterna”, e já começa a nos acolher nela.
É a realidade imperdível que Madalena encontra: vai ao túmulo de Jesus “bem de madrugada”, e reforçando, “quando ainda estava escuro”, e aquele era o “primeiro dia da semana”. Era o definitivo mundo finalmente começando com a “pedra”, a porta, “retirada do túmulo”. Túmulo inteiramente escancarado, vazio de Jesus. A ressurreição de Jesus inaugura a História!
A nós cabe ver no testemunho das “testemunhas que Deus havia escolhido”, e acreditar: unirmo-nos vitalmente a Jesus em sua morte para nos vermos igualmente unidos a Ele em sua ressurreição rumo às portas abertas da vida eterna.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 20/04/2025

ANO C


PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

Jo 20,1-9

Vivendo a Palavra

O mistério da Ressurreição desafia a compreensão humana pobre e limitada. Exige a entrega espontânea e incondicional; exige que vençamos a tentação de racionalizar a Verdade – que a fé anuncia, a esperança assegura e o amor pede que, cheios de gratidão, partilhemos generosamente com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/03/2013

Vivendo a Palavra

Tendo celebrado na Semana a morte de Jesus, a partir de hoje proclamamos a sua Ressurreição. Esta é a última palavra: Ressurreição! Hoje e em todos os dias da nossa vida, tenhamos sempre presente esta verdade, tão ricamente referida pelo o apóstolo Paulo em sua carta aos coríntios: se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento e é vazia a nossa fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2016

VIVENDO A PALAVRA

O mistério da Ressurreição desafia a compreensão humana pobre e limitada. Exige a entrega espontânea e incondicional; exige que vençamos a tentação de racionalizar a Verdade – que a fé anuncia, a esperança assegura, e o amor pede que, cheios de gratidão, partilhemos generosamente com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/04/2019

Reflexão

O texto narra o primeiro relato da ressurreição de Jesus segundo o Evangelho de João. São três as principais personagens dessa cena: Maria Madalena, Pedro e o outro discípulo. A mulher é a primeira a despertar e se dirigir ao túmulo. Diante dele, vê que a pedra da entrada foi removida. Depois disso, volta e anuncia o fato aos discípulos. Dois deles vão comprovar se é verdade o que ela disse. Ao chegar ao túmulo, Pedro entra e constata a ausência do morto; o outro discípulo entra, constata e crê no que viu. O relato tem o objetivo de mostrar que Jesus não está mais preso à morte. O lugar do Ressuscitado não é mais o túmulo, mas a comunidade. Sem entender muito, Maria Madalena é a primeira anunciadora da ressurreição do Mestre. Os dois discípulos andam juntos; o outro, porém, chega antes ao sepulcro e espera por Pedro antes de entrar. Os três precisam ainda burilar a fé sobre os últimos acontecimentos da vida de Jesus, principalmente a questão da ressurreição. Diante de tantos sinais de violência e morte e de tantas amarras que impedem a vida de florescer em plenitude, às vezes somos um pouco como os discípulos: incrédulos na ressurreição. Acolhamos a Boa Notícia da ressurreição de Jesus e deixemos que a misericórdia de Deus nos renove e nos torne canais capazes de “irrigar a terra e fazer florir a justiça e a paz” (papa Francisco).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus  em 21/04/2019

Reflexão

Primeiro dia da semana nos remete ao Gênesis, quando descreve a criação. A partir da ressurreição de Jesus, nasce nova criação, nova humanidade. Maria Madalena madruga para se dirigir ao túmulo e constata que o corpo já não se encontra lá. Assustada, volta para dar a notícia aos discípulos. Pedro e o outro discípulo correm ao sepulcro e confirmaram o anúncio de Maria. Os dois veem as mesmas coisas, mas têm percepções diferentes. Pela posição das faixas e do pano, creem e concluem que Jesus não é mais prisioneiro das mortalhas e seu corpo não foi roubado, o túmulo fora apenas lugar de descanso do corpo de Jesus. Naquele primeiro dia da semana, aconteceu algo extraordinário que somente quem tem fé e muito amor consegue descobrir e crer. O discípulo amado nos dá o testemunho de que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte, para que a vida resplandeça em toda sua beleza e plenitude. É possível desatar as amarras que não deixam a vida florescer. A ressurreição de Jesus é a certeza de que é possível promover a vida, colaborando para que a nova humanidade aconteça. Deus é amigo da vida, por isso ressuscita seu filho Jesus, libertando-o das trevas da morte. A ausência do cadáver é sinal de alegria e nova vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus  em 17/04/2022

Meditando o evangelho

O SEPULCRO VAZIO

Os discípulos começaram a se dar conta da ressurreição do Senhor, ao se depararem com o sepulcro vazio. Maria Madalena, alarmada, pensou que o corpo de Jesus tivesse sido retirado, à surdina, e colocado num outro lugar. Pedro, tendo acorrido para se inteirar dos fatos, apenas constatou onde estavam o lençol e os demais panos com que Jesus havia sido envolvido. O discípulo amado, este sim, começou a perceber que algo de muito extraordinário havia acontecido. Por isso, foi capaz de passar da constatação do sepulcro vazio à fé: "Ele viu e acreditou".
O sepulcro vazio, por si só, não podia servir de prova para a ressurreição do Senhor. Seria sempre possível acusar os cristãos de fraude. Poderiam ter dado sumiço ao cadáver de Jesus, e sair dizendo que ele ressuscitara. Era preciso ir além e descobrir, de fato, onde estava o corpo do Mestre.
O discípulo amado, de imediato, cultivou a esperança de encontrar-se com o Senhor. Sua fé consistiu na certeza de que o Mestre estava vivo, não no sepulcro, porque ali não era o seu lugar. Senhor da vida, não poderia ter sido derrotado pela morte. Filho amado do Pai, as forças do mal não poderiam prevalecer sobre ele. Embora sem ter chegado ao pleno conhecimento do fato, a fé na ressurreição despontava no coração do discípulo amado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de ressurreição, como o discípulo amado, creio que o Crucificado venceu a morte e as forças do mal.
Fonte: Dom Total em 27/03/2016, 21/04/2019 e 17/04/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A palavra Páscoa tem sua origem no hebraico “Pascha” que significa passagem, e no Judaísmo está contextualizada no fato histórico ocorrido em 1250 A.C que foi a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto dos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é atribuída a Moisés. O ritual da páscoa judaica segue as determinações dadas pelo próprio Deus ao Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o fato histórico, com esse caráter religioso, tornou-se para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da escravidão do Egito, através de Moisés, derrotando o império do Faraó. Anteriormente a páscoa era uma Festa dos Pastores, que comemoravam a passagem do inverno para a primavera quando por ocasião do degelo, e surgindo a primeira vegetação à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua casca quebrada deixa romper a vida que há dentro dele.
A libertação do Povo da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial celebrado no ritual judaico, preceito estabelecido pelo próprio Deus, muito rico em sua simbologia. Trata-se de uma refeição feita em pé, com os rins cingidos, sandálias nos pés e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis as pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue do Cordeiro imolado irá marcar o batente das portas dos que iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas amargas lembram a escravidão e o sofrimento que o povo passou.
Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático do Judaísmo, frequentava o templo e a sinagoga, como qualquer judeu fervoroso. Não era sua intenção fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência na relação dos homens para com Deus, que o judaísmo havia perdido por causa do rigorismo do seu preceito e dos seus ritos purificatórios. O fenômeno do messianismo era muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia novos pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro e único messias, aquele que fora anunciado pelos profetas, o Ungido de Deus, descendente da estirpe de Davi, o grande Rei porém, na medida em que Jesus vai manifestando quem ele é, e o seu modo de viver, convivendo com os pecadores impuros, curando em dia de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas relações com Deus e com o próximo.
Tudo isso foi gerando um descontentamento nas lideranças religiosas que de repente começaram a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa existente, e a expulsão dos vendedores e cambistas do templo foi a gota d'água que faltava para à sua condenação, sendo dois os motivos que o levaram à morte: o primeiro de caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo, o segundo de caráter político, Jesus veio para ser Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao augusto Cezar Soberano do império Romano.
O Povo esperava um Messias Libertador político para restaurar a realeza em Israel, que se encontrava sob a dominação dos romanos. É essa a moldura histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus três anos de vida pública, desde que deixara a casa de seus pais em Nazaré e dera início as suas pregações tendo formado o Grupo dos discípulos. Logo após sua morte e ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas (dirigidas pelos apóstolos) se perguntava por que Jesus havia morrido? Nas reuniões que ocorriam aos domingos, porque Jesus havia ressuscitado na madrugada de um Domingo, os apóstolos faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que Jesus fez e ensinou, concentrando suas pregações na morte e ressurreição. E assim começou-se a se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais tarde, entre os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam, não só porque Jesus havia morrido, mas também como e onde havia nascido e de como vivera a sua vida fazendo o bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência ao Pai e no amor aos seus irmãos.
A Ressurreição de Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável à luz da Fé, que é um dom de Deus concedido aos homens, pois o momento da ressurreição não foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo o relato dos evangelhos sinópticos, foram os “sinais” da ressurreição: túmulo vazio, os panos dobrados e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com Madalena, confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de Nazaré não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado. As mulheres tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição aos apóstolos. Outra evidência foram as aparições de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, reunidos em comunidade conforme relato do livro do Ato dos Apóstolos. Não se tratam de aparições sensacionalistas para causar impacto e evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram a sua morte, mas sim de um Deus vivo e solidário com os que nele creem, para encorajar a comunidade dos apóstolos, que tiveram a princípio muita dificuldade para vencer o medo e descrença, que abateu-se sobre eles com a morte de Jesus.
A Ressurreição de Cristo está no centro da Fé cristã, que é, segundo o pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição, que não pode e nem deve ser compreendida como uma simples volta a esta vida porque se trata de uma realidade sobrenatural entendida e aceita pela Fé, e não de um fato científico. O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso! É este o destino feliz dos que creem e vivem essa esperança que brota da Fé, pois a Vida venceu a morte!
Celebrar a Páscoa é celebrar esta Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para a graça de Deus, das trevas para a luz, da Morte para a Vida , porque o espírito Paráclito que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo renova e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda que de maneira imperfeita, dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que nos acompanha nessa jornada terrestre, e que nos acolherá um dia na plenitude da Vida Eterna.
Uma feliz Páscoa a todos!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. O discípulo viu e creu
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

O evangelista São João dá um destaque todo especial ao Discípulo amado, que corre com São Pedro até o túmulo. O túmulo estava vazio. No entanto, do Discípulo está escrito que “ele viu e acreditou”. Ele viu o túmulo vazio e acreditou que Jesus estava vivo. O dia da ressurreição é o dia do túmulo vazio que nos leva a uma visão de fé. Quem é discípulo vê o tempo todo com os olhos da fé. A função que Pedro exerce na comunidade de Jesus não o dispensa de ser discípulo. Por isso, a última palavra de Jesus a Pedro será: “Segue-me”. O discípulo é aquele que segue o Mestre e vai com ele a qualquer lugar.
Maria Madalena também viu o túmulo vazio, mas pensou que tivessem roubado o corpo. Não reconheceu logo Jesus porque estava à procura de um corpo morto, e também porque chorava. As lágrimas impediram que ela visse o Cristo vivo, que estava de pé, diante dela. Vai reconhecê-lo quando ouvir Jesus pronunciar o seu nome. Na mesma tarde, os discípulos de Emaús, retornando tristes para casa, encontram-se com o Ressuscitado no caminho. Não o reconhecem logo. Ouvem suas palavras, sentem o coração arder enquanto ele lhes fala, mas só o reconhecerão ao partir do pão. É o Pão da Eucaristia, sem dúvida, aquele da última Ceia, mas também é o pão da partilha, acontecida por iniciativa dos discípulos.
Convidaram Jesus a ficar com eles, porque já era tarde. Pensavam que fosse um simples forasteiro, mas, sem saber, acolheram o Ressuscitado. E depois refizeram o caminho, como verdadeiros discípulos missionários que anunciam a todos a alegria que experimentaram. Começamos hoje a caminhada da Páscoa, a grande passagem deste mundo para o Pai. Caminhamos ressuscitando cada dia, fazendo do acordar o início de um novo amanhecer. Deixamos para trás o que fica para trás e seguimos adiante, em direção ao Cristo que nos aguarda. Não paramos, entregues à paralisia da morte. Andamos e seguimos adiante, apesar dos nossos pecados, apesar dos erros cometidos. Eles não têm mais peso do que a graça e não são capazes de impedir que percorramos o caminho começado. Esta seria a vitória do demônio e do pecado: a morte que paralisa. O demônio quer ver o nosso desânimo, a nossa desistência. Cristo nos quer vivos, correndo até o túmulo, percorrendo o jardim, andando até Emaús, retornando a Jerusalém.
Se Deus nos vê em movimento, sabe que estamos vivos, que a morte não foi vitoriosa, que continuamos firmes no caminho de casa. Ressuscitamos com Cristo, buscamos as coisas do alto, nossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Diz a tradição que Pedro foi o primeiro a ver Jesus ressuscitado. Hoje, ele e o Discípulo amado, diante do túmulo vazio, viram que a morte não foi capaz de segurar Jesus. Seu corpo não estava lá. Estava vivo, ressuscitado. Hoje, firmes e inseridos na realidade em que vivemos, olhamos para cima, onde ele está entronizado, e caminhamos sem tropeçar, movidos pela energia da ressurreição.
Fonte: NPD Brasil em 21/04/2019

Liturgia comentada

No primeiro dia da semana… (Jo 20,1-9)
Nós costumamos passar distraídos por este adjunto adverbial. Precisamos corrigir esta distração. Não se trata de um dia qualquer. Não é apenas mais um número na folhinha. É o dia “inicial”.
Sim, com a ressurreição de Jesus Cristo, a história reparte de um novo início. A História recomeça do zero. Teilhard de Chardin percebeu claramente esta guinada dos tempos e dos homens: “Cristo ressuscitou. A ressurreição, nós procuramos com certo excesso olhar para ela como um evento apologético e momentâneo, como uma pequena revanche individual de Cristo sobre o túmulo. Mas ela é coisa bem diferente, e muito mais que isso… A ressurreição marca a efetiva tomada de posse por Cristo de suas funções de centro universal”.
O Domingo de Páscoa – o primeiro dia da semana – é um dia inaugural. Dia original. Estamos diante de uma re-Criação. O novo Adão, vivo, dá a partida para uma nova história da humanidade. Eis que tudo se faz novo! (Cf. Ap 21,5)
Claude Rault comenta: “Estamos nos primeiro dia da semana. Não no ruído do big-bang inicial, mas na reconstrução silenciosa do universo e do homem a partir de dentro. Uma reconstrução à qual estamos, doravante, pessoalmente associados porque, com Jesus, também nós saímos de nosso túmulo. Agora, o discípulo que crê deixa a morte atrás de si. É também aí que se enraíza a vocação do discípulo. Se eu creio no Ressuscitado, minha morte já não está à minha frente; ela passou, está atrás de mim. A fé é uma saída do túmulo e uma entrada na plenitude da Vida, como o acontecimento de uma nova primavera. É incrível! É impossível deter-se nesta descoberta sem ser tomado por uma vertigem!”
Por isso mesmo, é perda de tempo correr até o túmulo enquanto ainda está escuro (cf. Jo 20,1). O túmulo está vazio. Resta apenas em seu côncavo um casulo vazio e oco, formado pelas bandagens que envolviam o corpo de Jesus, mantidas firmes pela mirra e pelo aloés solidificados. A borboleta voou…
Se nós fôssemos “produzir” a ressurreição de Cristo, iríamos fazer um megaevento: luzes, pirotecnia, fumaça artificial e, claro, muito som! Mas não foi assim… Tudo acontece fora dos olhos humanos. Tudo corre em silêncio. O mais absoluto silêncio.
Foi este silêncio total que marcou os dois discípulos que entram no túmulo vazio. Nada para ouvir. Tudo para ver. E o discípulo viu e creu. Bandagens por terra. O sudário à parte, enrolado. Silêncio e harmonia.
Talvez, um dia, nossas celebrações recuperem o silêncio da Ressurreição…
Fonte: NS Rainha em 27/03/2016

HOMILIA

"O Senhor ressuscitou"

Abristes as portas da eternidade

No terceiro dia do Tríduo Pascal (Sexta, Sábado e Domingo), a Igreja continua o Aleluia feliz que proclamou na Vigília. Se Jesus não tivesse ressuscitado, vazia seria a pregação e vã seria nossa fé (1Cor 15,14), pois acabaria numa sepultura a misericordiosa encarnação de Jesus e sem definição de nosso futuro. Com sua Ressurreição está definitivamente implantado o reinado de Deus sobre o universo, está restaurada a condição humana e estão abertas as portas do Paraíso fechadas pelo pecado. Deus não fechou o Céu, foi o homem e a mulheres culpados por uma desgraça que passou a todos. Mais que o mal, o fulgor da Ressurreição invade todo o Universo. Chega à meta o grande desígnio de levar todos a entrarem em comunhão com a Trindade. Quando Jesus morreu, rasgou-se o véu do templo (Mt 27,51). Este véu separava o lugar onde estava a presença de Deus. Só o sumo sacerdote poderia ali entrar, uma vez por ano (Hb 9,7). Agora está aberto a todos. Essa passagem é o coração aberto de Jesus pela lança de onde surge a grande torrente de sangue e água que inundam o mundo. “Abriram-se as portas da Eternidade”, como rezamos na oração da missa. A oração continua convocando “a ressuscitar na luz da vida nova”. Certamente para muita gente essas palavras não significam nada, pois ainda não ousaram beber das fontes de águas vivas que vêm do coração de Jesus. Os discípulos, como Pedro, guardaram de Jesus a lembrança de que  passou por toda parte fazendo o bem (At 10,38). Quando começamos fazer o bem participamos da vida eterna. É preciso conhecer a própria condição de pecado e a certeza que Ele tira o pecado do mundo, pois, destruindo a morte e, ressurgindo deu-nos a vida (Prefácio).

João viu e creu

Relatando o dia da Ressurreição, João nos mostra uma realidade do ambiente, dando a perceber a surpresa e a incredulidade dos discípulos. Maria Madalena, sofrendo a perda de seu grande amigo, vai ao túmulo vazio. Corre para contar aos discípulos que correm ao túmulo. João, mais novo, chega mais depressa. Não entra. Vem Pedro entra e vê. João entra e crê. “Ainda não tinham compreendido as Escrituras, segundo a qual Ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,1,9). Para entender o mistério da Ressurreição é preciso o Espírito “que ungiu Jesus com poder” (At 10,38). Estamos chegando da grande preparação da Quaresma. Ela, por ação de Deus, nos purificou e nos alimentou com a Palavra. Podemos ser como João que viu e creu. Pedro nos faz lembrar que podemos ver sem entender. É preciso crescer.

Ressuscitemos para uma vida nova

A Ressurreição em nossa vida é um dom e um questionamento. Deus nos ressuscitou em Cristo e nós vivemos a ressurreição nas obras com o mesmo amor com que Cristo assumiu sua vida. Vivemos como ressuscitados?  Não se trata de um sentimento, mas de uma atitude. Viver ressuscitado é buscar a vida do alto (Cl 3,1). Quanto mais buscamos a coisas do alto, mais nos preocupamos com o amor que deve penetrar todas as atividades, pois amar a Deus e ao próximo são um só mandamento (Lc 10,26-27). Ressuscitar com Cristo não nos tira da realidade. Por isso, os sacramentos sempre são o sustento e o estímulo. Na celebração da comunidade temos a força e o caminho. A Eucaristia é o sacrifício pelo qual a Igreja renasce e se alimenta (Oração sobre oferendas). Renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição (Pós Comunhão).

Leituras: Atos 10,34ª.37-43; Salmo 117; Colossenses 3,1-4; João 20,1-9

Ficha nº 1530 – Homilia do Domingo de Páscoa

Sem a Ressurreição seria vã nossa fé. Por ela Jesus nos abriu as portas da Eternidade. O reinado de Deus é implantado em todo o Universo. Para entender a Ressurreição não basta ver, é preciso crer. O Espírito que ungiu Jesus com poder. Na celebração da Quaresma fomos purificados e alimentados pela Palavra. Podemos ver e crer. A Ressurreição é um dom e um questionamento. Deus nos ressuscitou em Cristo e vivemos a ressurreição nas obras com o mesmo amor com que Cristo assumiu sua vida por todos.

Dobrando os panos

Jesus ressuscitou. Quando os discípulos foram ao túmulo encontraram os panos dobrados. Há muitos sentidos para esse gesto. Na verdade podemos dizer que não voltará mais para o túmulo e começou uma vida nova.
Com sua Ressurreição abriram-se as portas da Eternidade. Não foi um momento imaginário, historinhas contadas para encantar. João conta como aconteceu: Madalena foi ao túmulo e viu que estava aberto sem o corpo. Achou que tinham levado o corpo. Pedro e João correm ao túmulo e confirmam. Pedro entrou e viu os panos dobrados. João entrou no túmulo e acreditou. Não basta ver, é preciso crer. Pedro fala firme: “Nós que bebemos e comemos com Ele depois que ressuscitou dos mortos”. Morto não se alimenta.
A Ressurreição não é um fato que se refere só a Jesus. Mas a todo o Universo. Nós que cremos, ressuscitamos com Ele. Paulo lembra: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto onde Cristo está à direita de Deus” (Col 3,1-2). Com a Ressurreição temos garantido o Céu.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 27/03/2016

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 27/03/2016

HOMILIA DIÁRIA

Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente!

Postado por: homilia
março 31st, 2013

Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente! Venceu a morte e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória. Ele venceu e também somos vencedores com Ele. Meu irmão e minha irmã, Jesus despojou o império das trevas. Somos vitoriosos, porque Deus nos deu a vitória em Jesus, Seu Filho. Não pelos nossos méritos, mas sim pela Sua graça.
Cante bem alto: “Glória a Deus nas alturas!”, o aleluia de festa, pois chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós apontando-nos o caminho da eternidade. Aliás, Deus sempre nos conduz em triunfo para que espalhemos o perfume do conhecimento do Senhor por todo lugar que andarmos.
Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores, porque por Ele passamos do fracasso, da derrota para a fortaleza, a vitória e o triunfo. Da morte para a vida. Tudo isso Deus o fez por amor!
Pode o Senhor ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá por amor a você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você fosse vitorioso.
Caríssimos, se somos vitoriosos, por que guardamos para nós os maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco? Os maus momentos, os maus hábitos, o modo egoísta, as mentiras, os fanatismos, os deslizes, as falhas… Por que mantemos tudo isto conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés da cruz! Podemos fazer isso, porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque sabe que não podemos viver como Ele. Só Ele é Santo. É a cruz e o túmulo vazio que nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na cruz e caminhar com Ele em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais que perdoar os pecados, Ele os remove.
A Ressurreição é o motivo principal da pregação do Evangelho. O evento que encheu o coração dos discípulos de esperança e os tornou mensageiros do Evangelho da graça foi a visão do sepulcro vazio. A aurora do primeiro dia suscitou um novo ânimo aos decepcionados. Ora, se Cristo ressuscitou de fato, então há perspectiva para uma humanidade transtornada pelo pecado.
Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor e Salvador dos pecadores desenganados. A Ressurreição de Cristo Jesus é a prova evidente que a morte foi vencida e o pecado perdeu sua força de condenação. A história da Crucificação não termina com um funeral, mas com um festival de Aleluia. O anjo anunciava às mulheres com júbilo: “Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mateus 28,6).
A pregação verdadeira do Evangelho começa com a visão convincente da morte e ressurreição de Cristo. As testemunhas são as únicas pessoas que podem, falar de fato, daquilo que presenciaram. Pedro e João, quando estavam sendo ameaçados pelas autoridades judaicas, para que não pregassem a Jesus ressuscitado, disseram: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4,20).
Se a morte de Jesus trouxe desesperança para os Seus discípulos, Sua ressurreição originou uma torrente de esperança capaz de enxergar por entre nuvens espessas. Já que Cristo ressuscitou, não há mais barreira que impeça a efetivação de Suas promessas.
Só o milagre do túmulo vazio poderia encher o coração dos discípulos da certeza da salvação. A regeneração do homem pecador é um produto da Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1,3).
A visão espiritual do túmulo vazio, produzida pela fé, por meio da Palavra de Deus,  garante-nos uma certeza inconfundível de que a nossa salvação é dom gracioso, que nos motiva ao testemunho. Como insistia Thomas Brooks: “uma alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu sem companhia”.
A falta de convicção inabalável da obra salvadora por meio de Cristo Jesus é o principal agente da apatia na pregação. Sem a firmeza do Evangelho não há como pregar-se, com confiança, a sua mensagem. Muitos apregoam um sistema religioso com a presunção de estar pregando o Evangelho. Mas somente a segurança da Ressurreição de Cristo, bem como da nossa ressurreição com Cristo, pode assegurar uma pregação legítima do Evangelho autêntico.
As mulheres que foram ver o sepulcro onde Jesus havia sido sepultado saíram de lá ao romper da manhã, ainda que atônitas, com duas certezas: primeiro, não havia cadáver na tumba. A fé cristã começa no primeiro dia da semana, nas primeiras horas do dia, com uma certeza da vitória. A morte foi vencida e o Salvador não é um defunto.
Devemos deixar os nossos maus momentos na cruz e também os momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se amamos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos chegar diante de Deus e pedir perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?
Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como alguns têm boa memória para os erros alheios e péssima memória para a mudança dos seus irmãos. Pare de se prender aos erros do passado! Olhe para o fruto que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como você ressuscitou com Cristo e é nova criatura, também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova criatura!
Abandone seus pecados antes que eles contaminem você. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a Deus sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os seus momentos ruins. Se você deixar com Ele momentos ruins, só sobrarão bons momentos; então, Cristo terá ressuscitado em você. E se Ele ressuscitou em você, já não é você que vive, mas é Cristo que vive no seu corpo. E se Cristo vive em você, em você tudo é santo, porque está envolvido pela luz d’Aquele que verdadeiramente ressuscitou.
Feliz Páscoa!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 31/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Contemplemos o Cristo vivo entre nós

Acenda essa chama em seu coração, contagie sua mente, sua casa e família por essa verdade maravilhosa: Cristo está vivo e no meio de nós!

“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.” (João 20, 9)

Hoje, contemplamos um túmulo que está vazio, porque, ali, depositaram o corpo de Jesus, mas, na manhã de domingo, quando foram buscar o corpo do Senhor para cuidá-Lo, ungi-Lo e contemplá-Lo, não estava mais lá.
Alguns disseram que os discípulos roubaram o corpo, mas como pode um corpo roubado fazer tanto bem, ressuscitar tantas vidas, levantar a vida de tantas pessoas? O fato é que esse corpo não foi roubado, mas ressurgiu, ressuscitou de forma gloriosa e única!
Cristo Jesus não permaneceu no túmulo, porque lá estava perdida toda a esperança da humanidade, tudo estava enterrado. Ele levantou-se dos mortos, ressuscitou do túmulo e trouxe vida nova a cada um de nós.
É verdade que muitos de nós ainda temos a mente e o coração fechados para compreender as Escrituras, para podermos compreender que Ele haveria de ressuscitar dos mortos e trazer a vida nova a cada um de nós.
Abramos nossa mente e coração, contemplemos o Cristo que está vivo no meio de nós! Isso não é só uma verdade histórica, mas, de fé; não é um simples dogma, é o sentido fundamental da nossa fé. Se Cristo Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé, perda de tempo seria celebrar a Eucaristia e tantas outras coisas. Tudo aquilo que celebramos é para proclamar que Cristo Jesus está vivo e no meio de nós!
Acenda essa chama em seu coração, contagie sua mente, sua casa e sua família com essa verdade maravilhosa: Cristo está vivo e no meio de nós! Ele acende nossos corações para que nenhuma desesperança, desespero, desânimo, doença, tristeza e morte falem mais alto em nossos corações.
Contemplar o Cristo vivo e ressuscitado, no meio de nós, é ter a certeza de que a palavra final não é a da morte, da dor nem do sofrimento. A palavra final é a de Deus, é a da vida!
Queremos celebrar a vida no ardor da ressurreição, que acontece, todos os dias, quando deixamos morrer o homem velho para brotar em nós o Cristo vivo e ressuscitado!
Uma feliz Páscoa para você e toda a sua família!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 27/03/2016

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos experimentar Jesus vivo e ressuscitado no meio de nós

“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.” (João 20,9)

É verdade que todos nós ficamos eufóricos com uma Boa Nova, com uma boa notícia, e a melhor das notícias que alguém pode receber é que o Senhor está vivo.
Maria Madalena, Pedro, João e todos aqueles que foram ao túmulo não encontraram o corpo do Senhor. Num primeiro momento, a surpresa, o medo e o temor tomaram conta do coração deles. O problema não era o túmulo estar vazio, mas é a cabeça não estar aberta para compreender o que a Sagrada Escritura já havia anunciado, predito, e que, agora, estava acontecendo. A verdade é uma só: Ele está vivo.
Celebrando a Páscoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele vem para abrir a nossa mente, o nosso coração, para que em nós entre a Palavra d’Ele e façamos a experiência com o Ressuscitado.
Precisamos proclamar aquilo que conhecemos, precisamos anunciar aquilo que experimentamos. Hoje, precisamos experimentar Jesus vivo e ressuscitado. Precisamos deixar no túmulo tudo aquilo que causa morte em nós, tudo aquilo que tira a nossa esperança, abala a nossa fé e nos deixa desanimados, porque o Senhor está vivo, Ele está no meio de nós.

Precisamos deixar, no túmulo, tudo aquilo que tira a nossa esperança, porque o Senhor está vivo

Queremos adorá-Lo, queremos amá-Lo e servi-Lo, queremos que a força do Ressuscitado esteja agindo na vida de cada um de nós. Onde quer que você ande, hoje e por todos os dias da sua vida, vença a morte com a vida, a desesperança e o desespero que toma conta do coração de todos com essa certeza única de que Ele está vivo e quem está com Ele viverá com Ele para sempre.
Proclamemos, em alto e bom tom, onde quer que estejamos, a ressurreição do Senhor: “Ele vive, Ele é o Senhor!”. Que tenhamos uma feliz e santa Páscoa!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/04/2019

HOMILIA DIÁRIA

Ressuscite com Cristo e busque as coisas do Alto

“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então, ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: ‘Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram’.” (João 20,1-2)

Meus irmãos e minhas irmãs, para ela, Maria Madalena, foi muito desafiador tocar nesse mistério, pois, nós, hoje, já temos a evidência de tudo isso, mas, certamente, para ela e para os primeiros discípulos de Jesus foi um desafio acolher esta potência do amor de Deus manifestado em Jesus Ressuscitado.
Diz o Evangelho que Madalena vai ao túmulo de Jesus quando ainda era escuro. E isso não é um mero detalhe de uma temporalidade, mas é um detalhe de uma disposição interior, porque, aqui, esse escuro indica a dor, a incerteza, a dúvida; indica aquele momento em que nós precisamos buscar a Cristo, quando as luzes não se acendem; quando, talvez, a nossa experiência de fé passe pela dúvida, pelo medo, pela incerteza; passe por um momento de prova. Essa escuridão aqui reflete justamente a necessidade de buscarmos a Cristo, quando, ainda na nossa vida, existem trevas. Nós não podemos parar diante dessa escuridão; nós não podemos cessar a nossa busca — nem diante de uma situação, a mais dolorosa, talvez, uma experiência de morte que você tenha enfrentado na sua família, a perda de alguém —, nem mesmo uma experiência de morte deve cessar a nossa busca. Então, hoje, ao contemplar isso, contemple, na sua vida: quais são essas experiências de escuridão? Quais são esses momentos em que você é convidado, é convidada a buscar o coração de Cristo, no meio da incerteza, no meio do desânimo, da vontade de desistir de tudo, de deixar o seu caminho espiritual de lado?

Se nós ressuscitamos com Cristo, busquemos as coisas do Alto, onde Ele está sentado e onde nós também reinaremos com Ele para toda a eternidade

A ressurreição não é só dizer: “Façamos de conta que não aconteceu nada, vamos tocar a vida em frente”; mas é dizer: “Aconteceu tudo; aconteceu tudo porque, nesse mistério, está Cristo Ressuscitado”E Ele é o Tudo da nossa vida! Então, as experiências de dor, as experiências de sofrimento pelas quais você passa, não faça de conta que elas não existem; elas existem e tocam a sua humanidade. Talvez, elas arranquem de você lágrimas e traga muitas dores e muitos sofrimentos, mas diga aqui, no meio dessa situação: “Aconteceu tudo porque Jesus está vivo!”. E Ele está ao teu lado.
Acontece aqui, na cena do Evangelho, um imprevisto: a pedra foi retirada. Isso aqui não estava no script”, não era prevista essa realidade; mas ela acontece. O primeiro pensamento que Maria Madalena tem: “Roubaram o corpo”. Nós não nos acostumamos com as boas notícias; nós somos tendenciosos a pensar só nas coisas negativas, pois elas nos atraem muito (basta você perceber quando chega uma notícia ruim para você, no seu no seu WhatsApp, na sua rede social, a nossa tendência imediatamente é compartilhar, mas quando chegam as notícias boas, nós temos muita dificuldade de espalhá-las, de replicá-las, e é uma tendência do nosso coração que a ressurreição de Jesus também precisa tirar). Maria Madalena teve de se acostumar com aquela boa-nova; Maria Madalena teve de se impactar; se deixar impactar por aquela boa notícia; aquele bom imprevisto que aconteceu, pois aquela aparente ausência do corpo de Jesus indicava uma outra coisa: a Ressurreição.
Por isso, hoje, na existência desses momentos, dessas ausências, desses vazios, atenção: Cristo está chegando com a sua ressurreição; Cristo está trazendo coisas novas! Levante o seu olhar para Cristo porque Ele faz novas todas as coisas, no poder da sua ressurreição. Então, neste dia, se nós ressuscitamos com Cristo, busquemos as coisas do Alto, onde Ele está sentado e onde nós também reinaremos com Ele para toda a eternidade.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, faze-nos crianças do teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus de Nazaré, nós entendamos que este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/03/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos encantamento e gratidão para acolhermos no coração e na vida o dom de teu Filho Unigênito que se fez humano como nós para que nos tornemos com Ele teus filhos amados. Dá-nos, Pai, cheio de misericórdia, generosidade para partilhar com os companheiros peregrinos esse Dom que nos ofereces. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2016

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos crianças do teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus de Nazaré, ajuda-nos a entender que este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/04/2019

OU

Lc 24,13-35

Comentário do Evangelho

O Senhor está vivo!

Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!
O espaço de que dispomos não nos permite, como em todos os outros dias, um comentário exaustivo. Somente umas pouquíssimas palavras.
Se a morte de Jesus e a frustração abatem (cf. vv. 16-21), a presença do Ressuscitado permite refazer o longo caminho através da Escritura que abre os olhos e suscita o reconhecimento: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (v. 32). O tempo que separa o “ver” do “reconhecer” permite a lição de exegese a que os dois discípulos confessarão mais tarde que os transformou, conforme o texto supracitado. Eles fazem a experiência de que a visão física não é mais um absoluto ou necessária. Mesmo invisível aos olhos, o Ressuscitado permanecerá presente. A invisibilidade, nós também o sabemos, não equivale mais à ausência. Aliás, eles nem sequer mencionam a ausência, como se isso não lhes tocasse ou preocupasse. O tempo que precedeu o reconhecimento, a viagem para Emaús, tempo de escuta, é o que retém a atenção deles.
Se a paixão e a morte dispersavam os discípulos, o Ressuscitado os congrega: “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’” (vv. 33-35).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Paulinas em 31/03/2013