domingo, 7 de dezembro de 2025

Nossa Senhora da Imaculada Conceição - 08 de dezembro






A festa litúrgica que celebramos hoje, exalta uma das grandes maravilhas da história de nossa salvação: a Imaculada Conceição de Maria. Durante toda a sua vida terrena, Maria foi livre da mancha do pecado. Essa verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. “Entrando, o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’” (Lucas 1,28). Muitos padres e doutores da Igreja Oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura do que os anjos.
A Igreja Ocidental, que sempre amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Não por repulsa a Nossa Senhora, mas para conservar a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todos.
Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Rapidamente, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzida no calendário romano. José de Anchieta foi o apóstolo que propagou essa doutrina no Brasil. Desde o início de sua colonização dedicou a esse ministério igrejas.
A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Esta medalha, anunciada em todo o mundo, possibilitou a devoção a Maria Imaculada, induzindo os bispos a solicitarem ao papa a definição do dogma, que já era vivenciado entre os cristãos.
Sendo assim, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

Referência:
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.
Fonte: Canção Nova em 2021

Nossa Senhora da Imaculada Conceição, um dogma de fé

Solenidade

Origens

A festa litúrgica que celebramos, hoje, exalta uma das grandes maravilhas da história de nossa salvação: a Imaculada Conceição de Maria. Durante toda a sua vida terrena, Maria foi livre da mancha do pecado. Essa verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. “Entrando, o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’” (Lucas 1,28). Muitos padres e doutores da Igreja Oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura do que os anjos.

A Repulsa

A Igreja Ocidental, que sempre amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Não por repulsa a Nossa Senhora, mas para conservar a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todos.

A Comprovação Teológica

Em 1304, o Papa Bento XI reuniu, na Universidade de Paris, uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.

Da repulsa da doutrina da Imaculada Conceição de Maria ao Calendário Romano

O Calendário Romano

Rapidamente, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzida no calendário romano. José de Anchieta foi o apóstolo que propagou essa doutrina no Brasil. Desde o início de sua colonização, dedicou igrejas a esse ministério.

A Medalha

A própria Virgem Maria apareceu, em 1830, a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Esta medalha, anunciada em todo o mundo, possibilitou a devoção a Maria Imaculada, induzindo os bispos a solicitarem ao Papa a definição do dogma, que já era vivenciado entre os cristãos.

O Dogma

Sendo assim, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.

A Confirmação

A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Minha oração

“Mãezinha, fostes concebida sem a mancha do pecado, mas para além desse dom sobrenatural sob seguir o Cristo de modo perfeito, conceda a nós a força para vencer os pecados e nos tornarmos cada vez mais a imagem e semelhança de seu Filho Jesus. Amém.”

Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 8 de dezembro

Alexandria, no Egipto, a comemoração de São Macário, mártir. († 250)
- Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de Santo Eutiquiano, papa. († 283)
- Em Tréveris, na Gália Bélgica, na atual Alemanha, Santo Eucário, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Comemoração de São Patápio, solitário, que, oriundo da Tebaida. († s. V/VI)
- Nos montes Vosgos, na Borgonha, atualmente na França, São Romarico, abade. († 653)
- Em Vaux-de-Cernay, na região de Paris, São Teobaldo de Marliaco, abade da Ordem Cisterciense. († 1247)
- Em Kumamoto, cidade do Japão, o Beato João Minami Gorozaemon, pai de família e mártir. († 1603)
- No Ontário, província do Canadá, a paixão de São Natal Chabanel, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1649)
- Em Lima, no Peru, Santa Narcisa de Jesus Martillo Moran, virgem. († 1869)
- Em Picadero de la Paterna, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Maria Zabal Blasco, mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, perto de Munique da Baviera, região da Alemanha, o Beato Luís Liguda, presbítero da Sociedade do Verbo Divino e mártir. († 1942)

Fonte:
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Martirológio Romano

– Produção e edição:  Melody de Paulo

– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
https://santo.cancaonova.com/santo/nossa-senhora-da-imaculada-conceicao-um-dogma-de-fe/?sDia=8&sMes=12&sAno=2025

Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Esta é uma das celebrações mais antigas da Igreja primitiva. A convicção da pureza completa de Maria, Mãe de Deus nunca foi questionada pelo povo cristão.
Entretanto esta doutrina não encontrava consenso entre as várias vertentes do alto clero da Igreja, que continuou discutindo a questão durante muitos séculos. Não que Maria fosse ser desconsiderada, ao contrário sempre tida como a mais sublime das criaturas, mas havia receio de que a verdadeira doutrina da Redenção, operada somente pelas virtudes de Jesus Cristo, fosse confundida.
Em 1830, a Virgem Maria apareceu à Santa Catarina Labouré e mandou cunhar uma medalha com a sua imagem e a oração: "Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos à vós".
Finalmente em 1854, o Papa Pio IX definiu a Imaculada Conceição da Mãe de Deus como verdade ou dogma de fé, através da bula "Ineffabilis Deus" que proclamou: "Maria isenta do pecado original, desde o primeiro instante de sua existência no seio de sua mãe, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano". A sua celebração foi fixada no calendário litúrgico oficial da Igreja, no dia 08 de dezembro.
Em 1858, as aparições da Virgem Maria na cidade francesa de Lourdes confirmaram essa verdade de fé, um sinal da divina misericórdia de Deus. Maria disse claramente "Eu sou a Imaculada Conceição" à menina vidente, Santa Bernadete Soubirous.
Ao longo dos séculos, o povo adaptou o título à forma usual das devoções e passou a chamar de Nossa Senhora da Conceição à invocação mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus.
Esta é a devoção mariana mais querida em Portugal, que a tem como Padroeira da nação desde 1646. O culto se difundiu e chegou ao Brasil em 1549, com a primeira escultura de Nossa Senhora da Conceição trazida por Tomé de Souza ao desembarcar na Bahia. Porém, o seu maior propagador foi o missionário jesuíta José de Anchieta. A população cristã americana celebra Nossa Senhora da Conceição como a Padroeira Eterna dos Estados Unidos da América do Norte.
Fonte: Paulinas em 2015

Imaculada Conceição de Maria


O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente, com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada.
Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.
Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.
Fonte: Catolicanet em 2015

Solenidade da Imaculada Concepção da Maria

Em 8 de dezembro de 1854 o Sumo Pontífice, Pio IX, depois de receber numerosas petições de todos os bispos e fiéis de todo o mundo se reuniu na Basílica de São Pedro em Roma e proclamou a festa da Imaculada Concepção. Havia mais de 200 prelados, cardeais, arcebispos, bispos, embaixadores e milhares e milhares de fiéis católicos, em meio da emoção geral declarou solenemente:
"Declaramos que a doutrina que diz que Maria foi concebida sem pecado original, é doutrina revelada por Deus e que a todos obriga a acreditá-la como dogma de fé".
De Roma quantidade de pombas mensageiras saíram em todas as direções levando a grande noticia, e nos 400,000 templos católicos do mundo se celebraram grandes festas em honra da Imaculada Concepção da Virgem Maria.
https://www.acidigital.com/santo/347/solenidade-da-imaculada-concepcao-da-maria

Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Comemoração  litúrgica - 08 de dezembro.

Também nesta data:  Santa Lucila e São Romário.

Com as palavras “Maria Concebida Sem Pecado” confessamos, que Maria, por uma exceção especial, em virtude dos  futuros merecimentos de cristo, desde o primeiro instante de sua vida ficou isenta do pecado original e revestida foi da graça santificante. Não é assim com as outras criaturas humanas. Desde o princípio da nossa existência, carecemos da graça santificante, sendo que esta graça estatui um verdadeiro pecado, não pessoal, é claro, mas um pecado da natureza, chamado pecado original por ser  uma consequência  do pecado dos primeiros  pais.
O mistério da Imaculada conceição, exclui o pecado, isto é, o pecado original e consequentemente duas coisas, inseparavelmente ligadas a este: A desordenada concupiscência e o pecado pessoal; inclui, porém, a posse da graça santificante. O que tem nome de pecado,  é a  ausência culpada da graça santificante. A presença desta significa a ausência, a extinção daquele. Maria, desde o princípio era possuidora da graça  santificante e, junto com esta, de todos os bens que a acompanharam, isto num grau não comum, mas numa abundância tal, que Santo nenhum até o fim de sua vida chegou a possuí-la. Inerente a este dom da graça  santificante se achava outro privilégio, o da perseverança final. Também Eva possuía inicialmente a  graça santificante;  perdeu-a, porém, pela transgressão do Mandamento de Deus. Não assim Maria. Na sua vida não houve um momento sequer, em que se visse privada da graça de Deus; pelo contrário:  esta lhe crescia de maneira tão exuberante, que não podemos dela  formar ideia.
A alma, ou o coração de Maria no mistério da Imaculada Conceição não é comparável a um recipiente, puro sim, e sem mácula, destituído entretanto de qualquer adorno; antes se assemelha com um vaso riquíssimo transbordando de todas as espécies de tesouros e preciosidades da ordem sobrenatural; obra-prima, maravilhosa da terra e do céu, da natureza e da  graça de  Deus e a complacência do divino artífice seu Criador.
Não como nós, pobres  filhos de  Eva, desfigurados pelo pecado, semelhantes a tristes espinheiros, crestados pelo sol, Maria pelo contrário se ostenta bela,  luminosa, envolta em claridade  celestial, qual lírio puríssimo, encanto dos Anjos e dos Santos do céu. “Como a açucena entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as  donzelas”. (Cant.  2, 2)
O mistério da Imaculada Conceição é de suma importância, sem restrição alguma, belo e glorioso.
É uma glória para Deus, para a  Santíssima  Trindade. O Pai é a majestade, a suma do poder, a autoridade sem par, criadora, vivificadora, legisladora e  governadora.  Este poder, porém, consiste  não só em dar leis e aplicar castigos, como também em isentar da lei e  agraciar, quando e da maneira que lhe apraz.
Cometido o primeiro pecado no Paraíso, para todos os  filhos de Adão foi criada a lei da morte espiritual, da privação, da graça  santificante para o primeiro momento da vida, lei da qual isenta só ficou Maria, em atenção à  sua missão excepcional e única, à sua futura vida, a nossa vida pela maternidade divina. O Filho é a  sabedoria e a Redenção. O sangue de Cristo é o remédio contra a morte do pecado. Em Maria, porém, produziu um efeito extraordinário. Em todos os  outros homens tira o pecado, extingue-o e restabelece o estado da graça. Em Maria, porém, teve este efeito desde o princípio. A Imaculada Conceição é, portanto, o fruto mais nobre e  grandioso da morte do Salvador, como também prova do grande amor de Jesus a sua Mãe. O Espírito Santo é a  bondade, o amor e a generosidade de  Deus em distribuir bens naturais e sobrenaturais.  Na Imaculada Conceição este Divino Espírito manifesta uma bondade inesgotável, não só em ter adornado Maria de bens naturais  extraordinários, como também, e principalmente em tê-la enriquecido de dons e graças divinas.  Pelo curso normal o Espírito Santo dá a graça santificante depois  do nascimento, no sacramento do batismo. Muito poucos são os que foram santificados, quando ainda no seio da mãe, assim São João Batista e talvez São José;  mas só Maria desde o primeiro momento da sua vida gozou deste privilégio. Todos os demais, o Espírito Santo santifica num determinado grau: Maria, porém, foi agraciada de uma maneira tão abundante, que da plenitude das graças, a  Ela  dispensada, não se pode fazer ideia.
Desta forma o mistério da Imaculada Conceição constitui uma glorificação da SS. Trindade. Não menos glorioso e de suma importância ele é também para Maria. A Imaculada Conceição é o fundamento da grandeza e magnificência desta, em três sentidos. Primeiro: É o fundamento da sua santidade. A santidade consiste antes de tudo na isenção de todo o pecado, na posse  da graça santificante e das virtudes e dons concomitantes.  Preservada que foi do pecado original, Maria ficou livre também do pecado pessoal. Em sua Conceição recebeu uma harmonia tal de todas as energias físicas e morais, um temperamento tão particularmente eficientes, que em toda a sua vida nunca houve manifestação de concupiscência; por isto pecado venial, nenhum, por mais leve que fosse, cometeu. É esta a doutrina de Santo Agostinho e do Concílio de Trento. O tesouro da santidade da Mãe de Deus, sempre aumentando, cresceu a graus incalculáveis, uma vez pelo afluxo de graças extraordinárias, como também pela sua fidelíssima cooperação e as  circunstâncias especiais da sua vida. Toda essa riqueza incomensurável tem sua razão, seu fundamento na Imaculada Conceição.  Em segundo lugar é este mistério a condição preliminar e preparação adequada para a excelsa dignidade que Maria possuía, de Mãe de Deus e Rainha do céu e da terra. Como o Salvador em sua tenra infância poderia unir-se tão estreitamente, e tão intimamente descansar junto a um coração que, por um momento aliás, tivesse sido morada e domínio de Satanás? Como poderia ela, sua rainha,  se  apresentar aos coros dos Anjos, que nunca perderam a graça santificante, se pelo pecado tivesse sido escrava do demônio?
Na Imaculada Conceição, o poder de Maria Santíssima tem o seu fundamento. Pureza, inocência e santidade são valores por Deus muito apreciados, valores a que é atribuído certo poder imperativo junto à divina majestade. Com quanto mais razão deve-se isto afirmar da pureza de Maria que, nem por sombra de pecado sequer empanada, realmente é o reflexo da luz eterna,  o espelho sem mácula, a imagem da divina bondade! (Sab 7, 26).  Numerosas, grandes e  admiráveis são as prerrogativas deste ser abençoado: O nascimento virginal do Salvador, a integridade perfeita e a incorruptibilidade do corpo, a ressurreição e assunção antes do dia do juízo e da consumação dos séculos.  De todas estas exceções é a da Imaculada Conceição por Maria a mais apreciada. As demais prerrogativas necessárias, eram concedidas sob certas suposições, e sempre condicionalmente; mas o privilégio de por nenhum momento se achar sujeito ao pecado, este sob todos os pontos de vista, era necessário, indispensável. Ainda mais: Diante da hipótese de poder escolher qualquer distinção, a todas ela poderia renunciar, menos a da Imaculada conceição. Por isto, na missa deste dia, a igreja põe nos lábios de Maria as  seguintes palavras: “Regozijar-me-ei no Senhor e minha alma exultará de alegria em meu Deus; porque me revestiu com vestimenta de salvação, e me cobriu com o manto de  santidade, como uma esposa  com suas galas” (Is. 61, 10). “Louvar-vos-ei, Senhor, porque me livrastes e não deixastes que meu inimigo zombasse de min. (Sal 29, 3)
O mistério da Imaculada Conceição é de suma importância para nós, para a Igreja, para o mundo inteiro. Sua solene proclamação como dogma em 1854, foi um progresso, um novo elo na evolução da nossa fé. Não é este dogma uma  invenção da Igreja. Antiquíssimo, fazia parte das verdades reveladas, estava incluído no depósito da fé. Até aquele  ano, o católico tinha liberdade de crer ou não crer na Imaculada Conceição; podia rejeitar esta doutrina, sem incorrer numa heresia.  Houve de fato doutores da Igreja e Santos que não a aceitaram. Hoje o mundo inteiro está convencido da verdade do mistério: A criança que sabe seu catecismo, pensa sobre esta doutrina com mais acerto que aqueles  grandes  teólogos e espíritos de escol e iluminados.
O mistério e  sua elevação a  dogma é a  confirmação de uma nova declaração da lei moral sobrenatural, que somos destinados à uma vida sobrenatural; que a graça é-nos indispensável para alcançar este  fim; que a perda culposa e  a falta de graça é a essência do pecado, e todos, com exceção de Maria, como filhos de Adão, estamos sujeitos ao pecado.  Tudo isto o dogma da Imaculada Conceição diz e ensina ao mundo materializado e ímpio. Portanto, sua proclamação é um solene protesto contra o racionalismo e materialismo; é a condenação destas  ideologias, que não querem saber da verdade e ordem sobrenaturais;  que rejeitam a doutrina sobre o pecado, a redenção e tudo que se eleva acima da vida material e  da observação sensitiva. Ao mesmo tempo, apresentando Maria como ente perfeitíssimo na ordem da graça, é para nós animação poderosa a nos aproximar desta ordem, e a nossa vida ordenar segundo seus  princípios.
Finalmente descobrimos no mistério da Imaculada Conceição um penhor da graça e  da bênção divinas para o mundo nosso contemporâneo. Seus pecados são muitos e graves. Basta apontar os seguintes: Impiedade, dissolução de costumes, revolta contra Deus e a autoridade legitimamente estabelecida, perseguição contra a Igreja. Um grande merecimento, entretanto, não lhe pode ser negado: o de ter aceito o dogma da Imaculada Conceição, e com esta homenagem ter adornado a  cabeça de Nossa Senhora com uma coroa de incomparável e indestrutível valor. A Pobre humanidade pode, portanto, esperar por uma resposta amável e misericordiosa daquela que é sua Mãe. Uma grande graça o mundo já experimentou, que pode ser considerada favor do céu e efeito da intercessão da Santíssima Virgem. As circunstâncias em que se realizou a proclamação dogmática da Imaculada Conceição, já eram um prelúdio da dogmatização da infalibilidade do Papa. Quando Pio IX, a 8 de dezembro de 1854, na Basílica de São Pedro proclamava a bula da Imaculada Conceição,  alguns bispos presentes exclamaram: “É isto a infalibilidade do próprio Papa”. Tinham eles razão, porque o papa, sem ter assistência de um Concílio, por sua própria autoridade fez esta proclamação. Poucos  anos depois o Concílio Vaticano elevou a Dogma a infalibilidade pessoal do papa. Desta maneira, Maria Santíssima retribuiu honra com honra, e deu à igreja o remédio mais necessário para curar os males dos nossos dias.
Assim, o mistério da Imaculada Conceição projeta raios de luz em todas as  direções:  raios de glorificação a Deus, sobre a SS. Trindade, cuja essência e bondade tão admiravelmente revela;  raios de louvor e honra sobre Maria, cujas prerrogativas e santidade tão prestigiosamente desvenda;  raios de bênção, de graças e de consolações para o mundo, tão necessitado de uma Mãe e poderosa protetora.
Terminando esta meditação, três resoluções se nos impõe: Primeiro: de  dar graças à SS. Trindade por tudo que de grandioso e de bom no mistério da Imaculada conceição operou para sua maior glória, em benefício de Maria e para nosso proveito. Regozijemo-nos. “O grande sinal, a mulher vestida de sol, tendo a lua aos pés e a  coroa de estrelas cingindo a sua cabeça”, apareceu. O dragão fugiu, voltando às trevas e ao desespero. Graças demos a Deus e, a Maria, apresentemos as  nossas felicitações. Realmente: “Tota pulchra es Maria,  et macula originalis non es in te”. - Toda sois formosa, sem a mancha do pecado original. Segundo:  De  a  Deus,  por Maria pedir à Igreja, ao mundo inteiro e  a nós todos, advenham as  bênçãos que por este mistério Deus intencionava espargir. Muitos benefícios já recebemos;  outros tantos esperamos que nos sejam feitos por intermédio da Virgem Mãe Imaculada. Terceiro: De encher-nos de ódio e repugnância ao pecado e de veneração à graça  santificante.
A Imaculada Conceição é o mistério da paz e  do perdão. O pecado original é o menor entre os pecados graves de que podemos ser inculpados. Mas nem este o Salvador  tolera. Quanto mais intimamente ele se liga a uma criatura humana, tanto mais longe dela deve o pecador ficar. Por isto, e completamente do pecado isentou sua Mãe.  Deve ser para nós forte incentivo de fugirmos do pecado, de dar todo valor à graça e a conservar. Nossa honra, nossa riqueza, nossa formosura e nossa felicidade consistem unicamente na graça santificante.
No mistério da Imaculada Conceição encontramos o auxílio para adquirir esta graça e a conservar. É para nós o penhor da esperança, da consolação, do conforto e  da vitória, como o tem sido para a humanidade desde o princípio da sua existência. À Virgem Imaculada recorramos, quando a tentação de nós se aproxima. Neste sinal, terrível que é para o inferno, e para nós prometedor, teremos a vitória final e a  salvação.
REFLEXÕES
Por um privilégio especialíssimo Maria Santíssima ficou isenta da culpa original. A alma da Mãe foi criada no estado da graça santificante e nesta permaneceu. Graça igual não recebeste. Concebido em pecado, em pecado nasceste. Mas Deus purificou tua alma, no sacramento do batismo. Milhares e milhares não tiveram esta graça. No céu não puderam entrar, porque nada de impuro lá entra.  Por que te concedeu Deus, em sua infinita bondade, a graça do batismo? Quanta gratidão deves, pois, a Deus tão bondoso, por te ter dado tamanha distinção! O batismo, porém, é somente a primeira graça que recebeste do Criador, para alcançares a vida eterna. Deve-se aliar-lhe uma vida santa, de perfeito acordo com os Mandamentos da Lei de Deus. “Aquele que disse ser necessário o batismo, o renascimento da água e do Espírito Santo, disse também: Se vossa justiça não for maior que a dos fariseus e dos escribas, não entrareis no reino dos céus!”  (Santo Agostinho)
*  *  *  *  *  *  *  *  *
Referências bibliográficas:
Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.
Fonte: Página Oriente em 2015

Imaculada Conceição

EspiritualidadeDogma de fé proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, por ser uma tradição antiquíssima da Igreja. Comemora-se, portanto, o momento em que Nossa Senhora concebeu Jesus em seu seio tendo sido preservada desde o primeiro momento do pecado original. Assim como o pecado entrou por uma mulher no mundo, assim também a salvação aconteceu pelo "sim" de uma Santa Mulher.
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia, rogai por nós!
OraçãoVirgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e já que vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal esta graça: (fazer o pedido); para que possamos viver como dignos filhos vossos.
DevoçãoÀ vontade plena de Deus
PadroeiroDo Congo (ex Zaire)
Outros Santos do diaImaculada Conceição de N.As; Macário, Ana, mãe de Samuel, Eucário Sofrônio, Valente (bispo); Sabina e Edte (márts).
Fonte: ASJ em 2015

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 07/12/2025

ANO A


2º DOMINGO DO ADVENTO

ANO A – ROXO

"Reino de Deus: palavra-chave do Evangelho"

(Acender a segunda das quatro velas da coroa do Advento)

Mt 3,1-12

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Esta liturgia nos apresenta a figura de João Batista, como aquele que prepara o caminho para o Senhor, mesmo que como um no meio do deserto, ele faz sua a parte, anunciando um batismo muito maior que o seu.
https://diocesedeapucarana.com.br/storage/106569/07-dezembro-2025-segundo-advento.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, o Cristo Senhor nos visita e nos dá a salvação. Queremos experimentá-lo nesta Santa Ceia, memorial da entrega de sua vida por nós. Em Jesus, o lindo sonho de Deus é revelado: Ele nos quer vivos! Que esta Eucaristia sustente nossa esperança e não nos deixe desanimar na vigilância da chegada de nosso Redentor.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/10/Ano-50A-02-2o-DOMINGO-DO-ADVENTO.pdf

ELE NÃO JULGARÁ PELAS APARÊNCIAS

Samuel, o profeta, tinha sido enviado por Deus à casa de Jessé para escolher um novo rei, que deveria substituir Saul. Assim que chegou, viu Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do Senhor!” Mas, o Senhor disse-lhe: “Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura; não é este que eu quero. Meu olhar não é o dos homens: o homem vê a aparência, o Senhor vê o coração”. No final, depois de ver passarem sete dos filhos de Jessé, sem que o Senhor tivesse escolhido nenhum deles, mandou chamar também o mais novo, Davi, que estava cuidando do rebanho. Quando Samuel o viu, o Senhor disse-lhe: “Levanta-te, unge-o: é este!” (cf. 1Sm 16,1-13). Nessa mesma linha profetizou Isaías a respeito de um novo escolhido de Deus, que viria também da raiz de Jessé: “Naqueles dias, nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; sobre ele repousará o espírito do Senhor (...). Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer; mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios” (Is 11,1-5).
Portanto, Deus não se deixa impressionar pelas aparências, mas vê o profundo do coração humano. Foi por isso que João Batista acolheu bem os moradores de Jerusalém, e de outras partes, que confessavam seus pecados. Mas, severamente disse aos fariseus e saduceus que vieram só para o batismo: “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão” (Mt 3,7-9).
Assim, Deus vê o interior e, além disso, tem seus propósitos a respeito do que aparentemente é fraco e pequeno, como ilustra uma bela página da vida de São Francisco: Uma vez, São Francisco morava no lugar da Porciúncula com Frei Masseo de Marignano, homem de grande santidade, discrição e graça quando falava de Deus, pelo que São Francisco muito o amava. Um dia, voltando São Francisco do bosque e da oração, e estando na saída do bosque, o dito Frei Masseo quis provar como ele era humilde, foi ao seu encontro, e como se falasse em provérbios, disse: “Por que a ti, por que a ti, por que a ti?”. São Francisco respondeu: “Que é que tu queres dizer?”. Disse Frei Masseo: “Eu digo: por que todo mundo se dirige a ti, e parece que todas as pessoas desejam ver-te, ouvir-te, obedecer-te? Tu não és um homem bonito de corpo, tu não és de grande ciência, tu não és nobre; então, por que todo mundo vai atrás de ti?”. Ouvindo isso, São Francisco, todo alegre em espírito, levantando o rosto para o céu, ficou muito tempo com a mente elevada em Deus; e depois, voltando a si, ajoelhou-se e deu graças a Deus; e depois se voltou com grande fervor de espírito para Frei Masseo e disse: “Queres saber por que a mim? Queres saber por que a mim? Queres saber por que todo mundo me vem atrás? Isso eu tenho por aqueles olhos do Altíssimo Deus, que em todos os lugares contemplam os bons e os réus; como aqueles olhos santíssimos não viram entre os pecadores nenhum mais vil, nem mais insuficiente, nem maior pecador do que eu, e porque, para fazer aquela operação maravilhosa que ele quer fazer, não encontrou nenhuma criatura mais vil na terra; e por isso me escolheu para confundir a nobreza, grandeza, força, beleza e sabedoria do mundo, para que se saiba que toda virtude e todo bem vêm dele e não da criatura, e que nenhuma pessoa pode se gloriar diante dele; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, a quem pertencem toda honra e toda glória para sempre” (I Fioretti, capítulo 10).
Dom Rogério Augusto das Neves
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Sé
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Comentário do Evangelho

Preparai o Caminho do Senhor: O Chamado à Conversão


No Evangelho de hoje, vemos o chamado firme de João Batista a “produzir fruto digno de conversão” e a urgência de viver com coerência, pois “está próximo o Reino dos Céus”.
Ele não nos pede gestos grandiosos, mas atitudes simples de reconciliação, humildade e entrega diária. A aventura do Advento é justamente essa: preparar‑nos internamente para acolher o Senhor que vem, vivendo agora um estilo de vida que reflete o Reino de Deus concreto, não apenas como ideia ou previsão.
Que essa Palavra nos impulsione: onde estão os atalhos que temos feito no nosso caminho de fé? Que possamos endireitar veredas, limpar nossos corações e deixar‑nos encontrar por Ele, para que, quando vier, sejamos encontrados prontos e fieis.
https://catequisar.com.br/liturgia/07-12-2025/

Reflexão

João Batista surge no deserto e prega a conversão, pois o Reino dos Céus está próximo. Por isso, é necessário preparar os caminhos do Senhor que está chegando. O povo busca o batismo de conversão administrado por João. Os fariseus e saduceus, futuros adversários de Jesus, fingem buscar o batismo do Batista. João os desmascara, chamando-os “cobras venenosas”, e convida-os a mostrar os frutos que provem sua conversão. Não basta dizer que são filhos de Abraão, é preciso fazer as obras de Abraão. Os autênticos filhos de Abraão são aqueles que acolhem a Palavra de Deus, a qual leva a produzir frutos de bondade, solidariedade e justiça. João Batista, hoje, são todos os que, como ele, anunciam Jesus a quem ainda não o segue, lá onde não se vive sua proposta de vida plena para todos. Não basta dizer que somos cristãos se não fazemos aquilo que o Mestre de Nazaré viveu e nos ensinou. A missão é urgente, há muitos sinais ainda que testemunham que o Reino de Deus está longe de se concretizar.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/7-domingo-10/

Reflexão

«Produzi fruto que mostre vossa conversão»

Pbro. Walter Hugo PERELLÓ
(Rafaela, Argentina)

Hoje, o Evangelho de São Mateus nos apresenta João Batista convidando-nos à conversão: «Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus.» (Mt 3,2).
A ele acudiam muitas pessoas querendo batizar-se e «confessando seus pecados» (Mt 3,6). Mas entre tanta gente, João Batista põe o olhar em alguns em particular, os fariseus e saduceus, tão necessitados de conversão como obstinados em negar tal necessidade. A eles se dirigem as palavras do Batista: «Dai, pois, frutos de verdadeira penitência» (Mt 3,8).
Tendo já começado o tempo de Advento, tempo de gozosa espera, encontramo-nos com a exortação de João, que nos faz compreender que esta espera não se identifica com o “quietismo”, nem se arrisca a pensar que já estamos salvos por ser cristãos. Esta espera é a busca dinâmica da misericórdia de Deus, é conversão de coração, é busca da presença do Senhor que veio, vem e virá.
O tempo de Advento é, definitivamente, «conversão que passa do coração às obras e, consequentemente, à vida inteira do cristão» (São João Paulo II).
Aproveitemos, irmãos, este tempo oportuno que nos dá o Senhor para renovar nossa opção por Jesus Cristo, eliminando do nosso coração e de nossa vida tudo o que não nos permita recebê-lo adequadamente. A voz de João Batista continua ressoando no deserto dos nossos dias: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3).
Assim como João Batista foi para seu tempo essa “voz que clama no deserto”, assim também os cristãos somos convidados pelo Senhor a ser vozes que proclamem aos homens a esperança da vigilante espera: «Preparemos os caminhos, já se aproxima o Salvador e vamos, peregrinos, ao encontro do Senhor. Vem, Senhor, liberar-nos, vem teu povo redimir; purifica nossas vidas e não demores em vir» (Hino de Advento da Liturgia das Horas).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Se confessar, chamado por Cristo, derribara-se os muros, desatara-se as cadeias, embora seja muito forte o fedor da corrupção corporal» (Santo Ambrósio de Milão)

- «João Batista prega a fé reta e as obras boas, para que a forca da graça penetre, a luz da verdade resplandeça, os caminhos para Deus se endireitem. O precursor de Jesus é como uma estrela que precede o nascer do sol, de Cristo» (Bento XVI)

- «São João Batista, “profeta do Altíssimo” (Lc 1,76), ele supera todos os profetas, deles é o último, e inaugura o Evangelho. Saúda a vinda de Cristo desde o seio de sua mãe e encontra sua alegria em ser “o amigo do noivo” (Jn 3,29), que designa como “o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jn 1,29) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 523)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-12-07

Reflexão

Advento: ouvir a voz de Deus que ressoa através das Sagradas Escrituras

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, o Evangelho apresenta-nos a figura de São João Baptista, o qual se retirou no deserto da Judeia e, com a sua pregação, convidou o povo a converter-se para estar preparado para a iminente vinda do Messias.
São Gregório Magno comenta que João Baptista «prega a fé recta e as obras boas para que a força da graça penetre, a luz da verdade resplandeça, os caminhos para Deus se endireitem e surjam no ânimo pensamentos honestos depois da escuta da Palavra». O percurso de Jesus, situado entre a Antiga e a Nova Aliança, é como uma estrela que precede o nascer do Sol, de Cristo, isto é, d’Aquele sobre o qual —segundo outra profecia de Isaías— «se pousará o Espírito do Senhor, espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor do Senhor» (Is 11,2).
—Também nós somos chamados a ouvir a voz de Deus, que ressoa no deserto do mundo através das Sagradas Escrituras.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-12-07

Comentário do Evangelho

João Batista pede conversão aos fariseus


Hoje te apresentamos a João Batista. Nasceu meio ano antes que Jesus. Foi um profeta, ou seja, alguém que nos indica o caminho bom que devemos seguir. Foi o último dos profetas do Antigo Testamento e teve a honra de anunciar e apresentar a Jesus Cristo às pessoas: «Aquele que vem detrás de mim (…) os batizará em Espirito Santo e fogo».
—«Convertam-se porque chegou o Reino dos Céus»: temos que preparar-nos para o natal!
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-12-07

HOMILIA

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

Deus quer salvar a humanidade, mas a partir de seu Povo, contando com a parceria humana. Fará nascer um rebento do tronco de Jessé, sobre ele repousará seu espírito. “No temor do Senhor encontrará ele seu prazer”. Não julgará pelas aparências, mas “trará justiça para os humildes”, “destruirá o mau com o sopro dos lábios”. Surgirá uma sociedade sem malfeitores: “o lobo e o cordeiro viverão juntos”, “não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte; a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar”.
Davi era filho de Jessé. Era possível que fosse o “rebento” anunciado, enquanto rei do Povo. Assim, nele-Davi e em seus reis descendentes, o Povo sempre sonhou aquela sociedade do bem: “com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres... nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho... libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar”.
Mas, Jesus é que será o perfeito “rebento”, que anunciará e inaugurará aquele Povo ideal. Mas, era tão grande a proposta de Jesus que Deus, antes dele, suscita João Batista, para lhe preparar os caminhos. Deus não queria impor seu Messias. Que o Batista o anunciasse, e abrisse os corações para ele.
E assim, pregava a mudança radical de vida: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. “Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”.
Jesus é aquela salvação prometida, mas já encarnada nele e visível na terra. A quem a acolhe, ele dará força de a viver. Se o Batista batiza com água para a conversão, ele “batizará com o Espírito Santo e com fogo”. O Espírito foi, já para ele mesmo, a força divina com que cumpriu, com toda perfeição, a missão que o Pai lhe confiara.
E Paulo mostra a renovação que o Messias acolhido realiza: que Deus “vos dê a graça da harmonia e concórdia, uns com os outros, como ensina Cristo Jesus. Assim, tendo como que um só coração e a uma só voz, glorificareis o Deus e Pai do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo vos acolheu, para a glória de Deus”.
Que esse renovador Advento aconteça no coração e vida de todos nós!
Pe. Domingos Sávio da Silva, C.Ss.R.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=07%2F12%2F2025&leitura=homilia

Coleta
— OREMOS: Ó DEUS TODO-PODEROSO e cheio de misericórdia, que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela celeste sabedoria, participemos da vida daquele que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=07%2F12%2F2025&leitura=meditacao