domingo, 9 de março de 2025

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 09/03/2025

ANO C


1º DOMINGO DA QUARESMA

Ano C - Roxo

“Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” Lc 4,8

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”

Campanha da Fraternidade 2025

Tema: “Fraternidade e Ecologia Integral”
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom.” (Gn 1,31)

Lc 4,1-13

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, tendo iniciado nosso caminho quaresmal, recordamos neste domingo a vitória de Cristo sobre as tentações do deserto. Caminhemos neste santo tempo rumo à Páscoa; usemos como instrumentos de combate a oração, a penitência e a prática do amor fraterno para que, ao final do caminho, sejamos mais conformes à imagem bendita do Cristo Jesus ressuscitado, nosso Senhor e Deus, vencedor do Maligno e da morte.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Ano-49C-20-1o-DOMINGO-DE-QUARESMA.pdf

VENCENDO AS TENTAÇÕES: O EXEMPLO DE JESUS

O episódio das tentações de Jesus é paradigma para todos os cristãos de todos os tempos, pois também nós somos tentados de muitas formas. Os quarenta dias no deserto representam o tempo de uma geração, simbolizam o conjunto de toda vida e de todas as tentações que Jesus teve de enfrentar. E assim como Ele nunca esteve sozinho, pois o Espírito o impelia e o Pai sempre lhe mostrou Seu amor, do mesmo modo, também nós somos auxiliados pelo Espírito Santo, que nos dá força e coragem para superar a tentações e repelir o mal.
A primeira tentação – transformar pedra em pão – foi a de mostrar-se capaz de soluções fáceis para todos os tipos de problemas e de usar Sua condição de Filho de Deus e seus dons e capacidades para vantagem e benefício próprios, ao invés de se manter fiel ao plano salvador do Pai, que lhe pedia uma entrega da vida em favor dos irmãos. Ele repele a tentação lembrando que a Palavra de Deus, acolhida e realizada, é o alimento daquele que se mantém fiel ao Pai. Ele tem fome sim, mas sobretudo fome de fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4,34). Importante notar: o diabo se apresenta a Jesus como alguém que quer ajudar quando, na verdade, é um sedutor e enganador. É por isso que o Papa Francisco sempre nos alerta para não dialogarmos com a tentação. Toda vigilância é pouca quando se trata de discernir as ciladas sedutoras do mal que, às vezes, se traveste de bem! E nós, como usamos os dons que Deus nos deu? E com qual finalidade? Para o bem ou para o mal? Segundo a Sua vontade ou segundo nossos desejos pessoais?
A segunda tentação foi a da idolatria do dinheiro e do poder, colocando a confiança no que passa e se impondo aos outros pelo poder. O diabo promete que dará a Jesus os reinos deste mundo se Ele o adorar. Jesus repele a tentação afirmando que só se deve adorar o Deus vivo e verdadeiro, que vem ao nosso encontro no amor e para nos dar vida. Pensemos: quantos neste mundo não se vendem e se corrompem por desejo de riqueza e poder? Quantos não elegem a riqueza como um deus, e nem se importam se esse falso deus exija sacrifícios humanos, sangue dos irmãos..., contanto que possa gozar de suas benesses e de seu prazer? Não é à toa que a Palavra de Deus afirma que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males! (cf. 1Tm 6,10). Se pensarmos na Campanha da Fraternidade, temos diante dos olhos os efeitos que a ganância e o poder causaram na nossa casa comum, dom de Deus para todos e expressão de seu amor. A criação sofre por conta deste pecado! Quando Jesus repele a tentação da idolatria do dinheiro e do poder, lembra-nos que só a Deus devemos adorar. O Papa Francisco, na homilia da Epifania de 2020, afirmou que a adoração tem a ver com o agradecimento e com a percepção da fé como “relação com uma Pessoa viva, que devemos amar”. Adorar é fazer o êxodo da maior escravidão: “a escravidão de si mesmo” e colocar o Senhor no centro de nossas vidas, colocar os planos de Deus em primeiro lugar, estar com Ele! Adorando a Deus aprende-se o que não deve ser adorado, como, por exemplo, o dinheiro, o consumo, o prazer, o sucesso, nosso eu... Adorar, lembra ainda o Papa, é fazer-se pequeno na presença do Altíssimo, descobrir que a riqueza da vida não é ter, mas amar e doar-se. Na adoração nós nos calamos diante do Verbo eterno para não dizermos palavras que ferem, mas que consolem. Perguntemos a nós mesmos: Como tem sido nosso relacionamento com os bens materiais? Nós os possuímos ou eles nos possuem? Para Jesus poder é serviço! Quando recebemos algum tipo de poder ou responsabilidade nós os usamos para o bem comum, o bem do próximo ou para nosso próprio interesse e vantagem?
A terceira tentação é a da fama, de ser espetacular e atrair os outros por força de suas capacidades, isto é, a vanglória. O diabo manda que Jesus se lance do pináculo do Templo para provar sua condição de Filho de Deus e ser aclamado pelo povo com sinais espetaculares. O tentador leva a pensar só nas próprias conveniências e a satisfazer o egoísmo galopante. Deus, por sua vez, é amor que se põe a serviço na humildade e na entrega de Si por nós, para nos dar vida! Jesus repele esta tentação lembrando que não se deve tentar a Deus. Muitos não O aceitaram porque queriam sinais, mas o seu sinal foi a Cruz, ou seja, o amor que se entrega pelo irmão para lhe salvar!
Neste Êxodo quaresmal que percorremos rumo à verdadeira e definitiva Terra Prometida, peçamos a Jesus a graça do Espírito de modo a conseguirmos repelir as tentações do inimigo, ter um coração verdadeiramente livre, capaz de adorar somente o Deus vivo e verdadeiro, escutar somente a Sua voz e fazer somente a Sua vontade, de modo a fazer florir o deserto deste mundo com sinais de vida, amor e boas obras, e recebermos um dia o verdadeiro tesouro que nos aguarda na eternidade. Santa Quaresma a todos!
Dom Edilson de Souza Silva
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Lapa
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Ano-49C-20-1o-DOMINGO-DE-QUARESMA.pdf

Comentário do Evangelho

As Tentações no deserto


O primeiro domingo da Quaresma nos convida a refletir sobre nossa jornada espiritual no deserto. No contexto antigo, o deserto era visto como um lugar isolado, onde se experimentava tanto a presença de Deus quanto as tentações do mal. Neste cenário, é possível vivenciar a ação divina, juntamente com as provas e desafios impostos pelo adversário. O povo de Israel, ao passar por este processo, é chamado a revisar sua história, especialmente em relação à Páscoa — o evento que marca a libertação do Egito. Durante a Páscoa, os israelitas reconhecem a imensa misericórdia de Deus, que os ouviu e os libertou da opressão. A travessia pelo Mar Vermelho e os milagres realizados ao longo do caminho são expressões claras da ação de Deus, enquanto o povo segue sua jornada pelo deserto rumo à Terra Prometida, o lugar de abundância e promessa.
A Páscoa é também o centro da fé cristã. Por meio da paixão, morte e ressurreição de Jesus, experimentamos sua salvação. Ele nos tira da escravidão do pecado e nos oferece nova vida. É essencial acreditar e proclamar essa verdade, pois a salvação não tem distinções: ela está disponível a todos que se abrem ao Senhor e invocam Seu nome.
Antes de começar sua missão, Jesus é guiado pelo Espírito Santo ao deserto. Assim como o povo de Israel foi testado durante quarenta anos no deserto e falhou em algumas provas, Cristo, em quarenta dias, triunfa sobre as tentações. Este número representa um período de preparação, assim como foi com Moisés e Elias. Durante esse tempo, Jesus jejua e sente fome, mas está cheio do Espírito Santo, pronto para enfrentar as tentações que resumem os desafios da vida humana.
A primeira tentação está relacionada às necessidades materiais. A busca por bens e a preocupação excessiva com o acúmulo de coisas pode desviar a atenção da verdadeira fome espiritual, que é a de Deus. Jesus responde ao diabo com uma citação de Deuteronômio 8,3, lembrando que “não só de pão vive o homem”.
A segunda tentação diz respeito ao poder. O diabo oferece a Jesus um poder terreno, semelhante ao dos impérios mundanos, onde o foco está no egoísmo e na idolatria. Jesus vence essa tentação reconhecendo que o verdadeiro poder é aquele ao qual Ele está subordinado, o poder de Deus.
A terceira tentação acontece no alto do Templo de Jerusalém. O diabo tenta convencer Jesus a buscar proteção divina de forma egoísta e arriscada, usando a Escritura para distorcer a verdade. Mas Jesus não se deixa enganar, lembrando que “não tentarás o Senhor, teu Deus”. Ele vence essa tentação com obediência à Palavra de Deus.
Com a vitória sobre essas tentações, Jesus nos ensina que, alimentados pela Palavra, também somos chamados a enfrentar as provações do nosso dia a dia com fé e confiança em Deus.
https://catequisar.com.br/liturgia/as-tentacoes-no-deserto/

Reflexão

Jesus foi tentado ao longo de sua vida, como qualquer ser humano. Porém, repleto do Espírito e fortalecido pela Palavra, soube enfrentar as tentações e não caiu na armadilha do diabo, obstáculo ao projeto de Jesus. Os quarenta dias no deserto lembram os quarenta anos do povo hebreu caminhando no deserto, em busca da Terra Prometida. Nessa travessia, o povo de Deus teve desânimos e tentações de voltar atrás, mas, animado pelas lideranças, conseguiu chegar ao objetivo: terra e liberdade. Talvez estas sejam as grandes tentações atuais da humanidade: a busca pelo poder; a concentração da riqueza; soluções mágicas. A concentração da riqueza e do poder favorece o acúmulo e o consumismo desenfreados. Uma sociedade que cultua o consumismo e a satisfação egoísta não gera solidariedade e promove a violência.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/9-domingo-9/

Reflexão

«Foi levado pelo Espírito ao deserto; E quarenta dias foi tentado pelo diabo»

P. Josep LAPLANA OSB Monje de Montserrat
(Montserrat, Barcelona, Espanha)

Hoje Jesus, «cheio do Espírito Santo» (Lc 4,1), introduz-se no deserto, longe dos homens, para experimentar de forma imediata e sensível a sua dependência absoluta do Pai. Jesus sente-se agredido pela fome e esse momento de desfalecimento é aproveitado pelo Maligno, que lhe tenta com a intenção de destruir o núcleo da identidade de Jesus como Filho de Deus: sua adesão substancial e incondicional ao Pai. Com os olhos postos em Cristo, vencedor do mal, hoje os cristãos nos sentimos estimulados a entrar no caminho da Quaresma. Nos leva a isso o desejo de autenticidade: ser plenamente aquilo que somos: discípulos de Jesus e, com Ele, filhos de Deus. Por isso queremos aprofundar na nossa adesão a Jesus Cristo e ao seu programa de vida que é o Evangelho: «nem só de pão viverá o homem» (Lc 4,4).
Como Jesus no deserto, armados com a sabedoria da Escritura, sentimo-nos chamados a proclamar no nosso mundo consumista que o homem está desenhado a escala divina e que só pode saciar sua fome de felicidade quando abre de par em par as portas da sua vida a Jesus Cristo Redentor do homem. Isso comporta vencer multidão de tentações que querem diminuir nossa vocação humano-divino. Com o exemplo e com a força de Jesus tentado no deserto, desmascaremos as muitas mentiras sobre o homem que se dizem sistematicamente desde os meios de comunicação social e desde o meio ambiente pagão onde vivemos.
São Bento dedica o capítulo 49 da sua Regra a “Da observância da quaresma” e exorta a “apagarem nestes dias santos as negligências dos outros tempos (...), dando-nos à oração com lágrimas, à leitura, à compunção do coração e à abstinência (...),a oferecer cada um alguma coisa a Deus, de espontânea vontade, com a alegria do Espírito Santo(...) e a esperar com desejo espiritual a Santa Páscoa».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Se nele fomos tentados, também nele venceremos o diabo. Você percebe que Cristo foi tentado, e não que ele venceu? Reconheça-se tentado nele, e reconheça-se como vencedor nele também» (Santo Agostinho)

- «Quando estamos em tentação, a Palavra de Jesus nos salva. Ele é grande porque não só nos faz sair da tentação, mas também nos dá mais confiança» (Francisco)

- «A tentação de Jesus mostra como ser o Filho de Deus o Messias; em oposição ao proposto por Satanás e ao que os homens querem atribuir. É por isso que Cristo venceu o Tentador a nosso favor: "Porque não temos sumo sacerdote que não se compadeça das nossas fraquezas, mas que seja provado em tudo como nós, exceto no pecado" (Hb 4,15). A Igreja une-se todos os anos, durante os quarenta dias da Quaresma, ao Mistério de Jesus no deserto» (Catecismo da Igreja Católica, n. 540)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-03-09

Reflexão

A tentação do messianismo temporal

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje o diabo conduz ao Senhor em uma visão a um monte alto. Mostra-lhe todos os reinos da terra e seu esplendor, e lhe oferece dominar sobre o mundo. Não é justamente esta a missão do Messias?
Mais tarde, o Senhor ressuscitado reunirá aos seus no monte e dirá: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra" (Mt 28,18). Só quem tem todo este poder possui o autêntico poder, o poder salvador. Sem o céu, o poder terreno fica sempre ambíguo e frágil. Só o poder que se põe sob o critério e o juízo do céu, ou seja, de Deus, pode ser um poder para o bem.
—A isto tem outro aspecto: Jesus tem este poder quanto a ter ressuscitado, quer dizer: este poder pressupõe a cruz, pressupõe sua morte. Pressupõe o outro monte, o Calvário, onde morreu cravado na cruz. O reino de Cristo é diferente dos reinos da terra e de seus esplendores…
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-03-09

Comentário sobre o Evangelho

Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto e é tentado pelo diabo


Hoje admiramos a humildade do Filho de Deus: Feito homem, mas homem de verdade. Inclusive permite que o diabo o tenha, ou seja, que lhe ponha armadilhas. Por exemplo: «Se é Filho de Deus, diga a esta pedra que se converta em pão». Jesus Cristo, que estava morto de fome naquele momento: Podia fabricar pães a partir das pedras, mas não o fez. Preferiu agir como um de nós: quer dizer, aguentou a fome!
—Como você aguenta? Nos queixamos? Reclamamos?...
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-03-09

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

O Apóstolo Paulo nos oferece esta pérola divina: “Se confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10,9). Se é divinamente seguro que Jesus é “Senhor”, é Deus junto do Pai, e que é o Pai que lhe dá plena volta à Trindade porque o ressuscita dos mortos, isso é dom impensável para nossa fé.
É caminho idêntico que o Pai abre também a nós, seguidores de Jesus, a nós, que o Pai sempre conheceu e também predestinou para sermos “conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8,29). Seguir a Jesus-Primogênito é ser igualmente ressuscitados pelo Pai, é segura salvação a se consumar junto do Pai em Jesus, no seio da Trindade para todo o sempre.
Na Oração, antes da Liturgia da Palavra, suplicávamos ao Pai: “Concedei-nos progredir no conhecimento do mistério de Cristo e corresponder-lhe por uma vida santa”. Sim, na Quaresma, a Palavra nos revela mais e mais o mistério de Jesus, e assim também o nosso mistério, plenamente entendido no ser-agir do irmão Primogênito.
Assim, no Primogênito aprendemos a reagir às tentações — que Ele próprio viveu — por toda uma vida, simbolizada nos 40 dias, e que não poupam a nenhum de nós. A primeira lição é que Ele era “cheio do Espírito Santo”, e assim também no deserto-tentação “era guiado pelo Espírito”, pois “quem não possui o Espírito de Cristo, não lhe pertence” (Rm 8,9b).
Nessa divina força, venceu a primeira tentação. Sentiu fome, e eis a tentação: “Se és Filho de Deus (ou Deus), manda que esta pedra se mude em pão” (Lc 4,3). Tenha ou seja um deus egoísta, que vive para si mesmo e suas necessidades, que põe todo seu poder a seu próprio serviço.
A segunda já é a total recusa de Deus. O “diabo” se substitui a Ele com todo poder e glória mundanos. Tudo daria a Jesus se, prostrando-se diante dele, o adorasse. Jesus reafirma o que sempre viveu e que consumará na cruz: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Lc 4,8).
E assim vence a terceira: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (Lc 4,12), quando recusa obrigar o Pai a estar ao seu serviço, ou ser Ele um deus ao qual o Pai esteja obrigado a servir. Recusa o egoísmo, que é idolatria.
Vencido, “o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno” (Lc 4,13), quando provará a derrota definitiva: no que de pior lhe poderia ocorrer na paixão-morte, Jesus soberanamente prefere o Pai, sua vontade, seu Reino.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=09%2F03%2F2025&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: DEUS TODO-PODEROSO, através dos exercícios anuais do sacramento da Quaresma, concedei-nos progredir no conhecimento do mistério de Cristo e corresponder-lhe por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=09%2F03%2F2025&leitura=meditacao

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 09/03/2025

ANO C


1º DOMINGO DA QUARESMA

Ano C - Roxo

“Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” Lc 4,8

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”

Campanha da Fraternidade 2025

Tema: “Fraternidade e Ecologia Integral”
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom.” (Gn 1,31)

Lc 4,1-13

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos neste domingo a vitória de Cristo sobre as tentações do deserto, onde Jesus mostra que o jejum, a oração e a caridade são meios eficazes para vencermos as ciladas do inimigo.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos neste domingo a vitória de Cristo sobre as tentações do deserto, onde Jesus mostra que o jejum, a oração e a caridade são meios eficazes para vencermos as ciladas do inimigo. Somente com o coração purificado, podemos restabelecer relações fraternas para com Deus e os irmãos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, tendo iniciado nosso caminho quaresmal, recordamos neste domingo a vitória de Cristo sobre as tentações do deserto. Caminhemos neste santo tempo rumo à Páscoa; usemos como instrumentos de combate a oração, a penitência e a esmola do amor fraterno para que, ao final do caminho, sejamos mais conformes à imagem bendita do Cristo Jesus ressuscitado, nosso Senhor e Deus, vencedor do Maligno e da morte.
Fonte: Arquidiocese SP - Folheto Povo de Deus em 10/03/2019

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste primeiro domingo da quaresma é proposta uma reflexão fundamental sobre o destino do homem. É uma meditação religiosa, uma vez que põe em causa o justo relacionamento com Deus, libertando-o de duas concepções errôneas. - O homem é escravo das forças naturais ou históricas; sua presença no mundo é o fruto de um acaso que lhe pregou uma peça breve e cruel, dando-lhe a ilusão de felicidade e abandonando-o ao poder da morte. O homem é arbítrio absoluto de seu destino, senhor do bem e do mal, dominador das forças cósmicas, único protagonista da história. Mas Deus retoma seu plano lenta e constantemente. Todo homem, como toda geração e toda comunidade, é chamado a reviver a mesma opção fundamental de obediência, mostrada por Cristo ao sair vitorioso da provação e das tentações.
Fonte: NPD Brasil em 10/03/2019

TENTADOS À EXEMPLO DO MESTRE

Este tempo quaresmal é uma boa ocasião para recuperar a alegria e a esperança que nos vem do fato de nos sentirmos filhos amados do Pai. Pai que nos espera para livrar-nos das vestes do cansaço, da apatia, da desconfiança e revestir-nos com a dignidade que só um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe sabem dar aos seus filhos, as vestes que nascem da ternura e do amor.
O nosso Pai é, na verdade, pai duma grande família, é Pai nosso, é um Deus que Se entende de família, de fraternidade, de pão partido e partilhado - é o Deus do «Pai Nosso», não do «pai meu e padrinho vosso», ... em cada um de nós está inscrito e vive o sonho de sermos filhos de Deus.
Deste modo, a Quaresma é, antes de tudo, tempo de conversão, porque experimentamos na vida de cada dia que tal sonho é continuamente ameaçado pelo diabo, que nos quer separar, gerando uma sociedade dividida e conflituosa, uma sociedade de poucos e para poucos.
Quantas vezes experimentamos na nossa própria carne ou na carne da nossa família, na dos nossos amigos ou vizinhos a amargura que nasce de não sentir reconhecida esta dignidade que todos trazemos dentro. Quantas vezes tivemos de chorar e arrepender-nos, porque nos demos conta de não ter reconhecido tal dignidade nos outros. Quantas vezes – digo-o com tristeza – permanecemos cegos e insensíveis perante a falta de reconhecimento da dignidade própria e alheia.
A Quaresma é também tempo para abrir os olhos para as injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus, tempo de desmascarar aquelas três grandes formas de tentação que procuram arruinar a verdade a que fomos chamados: a riqueza, a vaidade e o orgulho. Três tentações de Cristo, mas também três tentações que o cristão enfrenta diariamente. Três tentações que procuram degradar, destruir e tirar a alegria e o frescor do Evangelho; que nos fecham em um círculo de destruição e pecado.
Temos de escolher Jesus, e não o diabo, e a Igreja oferece-nos o tempo da Quaresma convidando-nos à conversão, na certeza de que em Deus está nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo aquilo que o degrada - é o Deus cujo nome é misericórdia, nome no qual repomos toda a confiança!
(Homilia do Papa Francisco, 14 de fevereiro de 2016, Ecatepec - México.)

O CAMINHO PELO DESERTO E A QUARESMA

Na história de Israel, o deserto tem uma grande relevância, porque é a partir dessa experiência que o povo realmente se identifica como Povo de Deus. Depois de sair do Egito e caminhar quarenta anos pelo deserto, enfim Israel chegou à terra prometida. Mas foi durante o caminho que o povo experimentou várias provações como a fome e a sede, a busca pelos ídolos e as serpentes abrasadoras que provocavam a morte. Em todas as provações, Deus revelou seu amor, sua misericórdia e providência, não retribuindo a infidelidade do povo conforme a gravidade do seu pecado.
A experiência do deserto se tornou, então, um acontecimento original e, por isso, muitas vezes os profetas chamaram o povo à conversão lembrando o caminho pelo deserto. Foi no deserto que Elias reconheceu a passagem de Deus na brisa suave, e recobrou as forças para continuar o seu caminho e a sua missão. O sacerdote Esdras e Neemias promoveram a reconstrução do Templo e indicaram ao povo que era preciso retomar o caminho do deserto, e por isso eles recolheram ramos e fizeram tendas para recordar aquela experiência original.
Quando Jesus entrou pelo deserto, Ele confirmou ainda mais a unidade entre a natureza divina e humana. Jesus é o Filho de Deus que veio para resgatar o homem que foi destruído pelo pecado, e é também filho do Povo de Israel, que caminhou pelo deserto para chegar à Terra Prometida. Jesus enfrentou as tentações respondendo com a sabedoria da Palavra a cada uma das provações. Ele não desconfiou do amor de Deus e nem se sentiu abandonado à própria sorte. Assim ele confirmou a suavidade da presença de Deus e a necessidade de recomeçarmos o caminho de conversão.
O tempo da Quaresma é um apelo à conversão, quando somos convidados à prática do jejum, da esmola e da oração, e para começar esse tempo, a liturgia da palavra apresenta sempre no primeiro domingo a experiência do deserto. Assim como o Espírito conduziu o Senhor, também é Ele que nos conduz ao encontro da suave presença do Pai, para recomeçar e caminhar com firmeza na busca da conversão diária.
Também a Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e políticas públicas”, vem nos ajudar e lembrar que não pode haver uma conversão verdadeira sem uma autêntica integração entre fé e vida, pois “as obras corporais e as obras espirituais nunca devem ser separadas”.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo Auxiliar de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 10/03/2019

Comentário do Evangelho

O filho de Deus obediente à vontade do Pai

A cena das tentações está intimamente vinculada à cena do batismo e à genealogia de Jesus: é como Filho de Deus que Jesus é tentado (cf. Lc 4,3.9). Israel, depois de ter sido escolhido pelo Senhor como seu filho (Ex 4,22), foi conduzido pelo deserto, através de uma coluna de fogo (cf. Is 63,11.14), para ser tentado durante quarenta anos. A tipologia subjacente ao relato das tentações de Jesus é a do Êxodo.
As três cenas das tentações descrevem Jesus como Filho de Deus, obediente à vontade do Pai. Por essa razão, ele não cede à sedução de usar seus poderes ou sua autoridade de Filho para uma finalidade distinta da que é a sua missão. A tentação é a de utilizar a sua condição de Filho de Deus em benefício próprio. As três cenas fazem alusão às tentações do povo de Israel ao longo da travessia pelo deserto. O relato não visa nos fazer compreender que as tentações aconteceram num único momento da vida de Jesus; ele só pode ser lido e compreendido no conjunto do evangelho, pois as tentações acompanharam Jesus ao longo de toda a sua vida terrena.
Como Moisés, que antes de escrever as palavras da aliança jejua, assim também Jesus, antes de começar o seu ministério público. Depois de dias de jejum, a fome não aparece como uma tentação surpreendente. Ainda que o pão seja necessário para a vida, a vida do ser humano não se reduz aos seus bens, nem se resolve com um passe de mágica. A segunda tentação é a da ambição da realeza humana, que Jesus rejeita. Depois da multiplicação dos pães, querem fazer Jesus rei: "Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, retirou-se, de novo, sozinho, para o monte" (Jo 6,15; Mc 8,31-33; Mt 27,42-43). Na cruz zombavam dele e gritavam: "Rei de Israel que é, desça agora da cruz e creremos nele!" (Mt 27,42). A terceira tentação é a de realizar um sinal espetacular para ser crido e reconhecido. Em Jo 6,30s, temos uma questão do mesmo tipo: "Que sinal realizas para que vejamos e creiamos em ti?" A tentação de se fazer valer aos olhos dos homens e de buscar a sua própria glória é algo presente em toda a vida de Jesus. No entanto, a pedagogia de Jesus é de outra sorte para conduzir as pessoas à fé nele. A fidelidade de Jesus ao Pai, a clareza da vontade de Deus para a sua vida, a convicção de sua missão, a força do Espírito Santo recebida no batismo, permitem a Jesus não sucumbir nem cair no poder da tentação.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Espírito de fortaleza, permanece sempre comigo, nas horas da tentação, para que, como Jesus, eu seja firme em superá-las.
Fonte: Paulinas em 17/02/2013

Vivendo a Palavra

O Espírito levou Jesus ao deserto – isto é, a este mesmo mundo em que vivemos – durante quarenta dias. Na linguagem sagrada, quarenta é o tempo necessário para que se faça o que deve ser feito. No caso, o tempo da salvação, isto é, toda a vida de Jesus. Como o Mestre, também nós somos tentados durante todo o nosso tempo. Com Ele, conseguiremos vencer.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

As tentações de Jesus são as nossas tentações de todos os dias: ter mais, poder mais e gozar mais a vida, subtraindo-nos ao sofrimento. O número bíblico ‘40’ simboliza ‘o tempo necessário para fazer aquilo que se deve fazer ou precisa ser feito’ e significa, para cada um de nós, os dias da nossa vida, o exato tempo da nossa existência, que nos é oferecido para seguir o Caminho, a Verdade e a Vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2019

Reflexão

A PALAVRA FAZ VENCER AS TENTAÇÕES

Os quarenta dias de Jesus no deserto fazem lembrar os quarenta anos de caminhada do povo hebreu rumo à Terra Prometida. Tempo de provação, de superação das tentações, ainda que as tentações na vida de Jesus não tenham aparecido apenas nesses quarenta dias. O Evangelho de Lucas, de fato, diz que o diabo se afastou de Jesus para retornar no momento oportuno, na hora da decisão de entregar a vida na cruz, em Jerusalém.
Jesus venceu a tentação de ter comida e vida fáceis, recusando-se a transformar pedra em pão. Venceu a tentação de ter poder e prestígio, negando-se a se submeter ao que é satânico, ou seja, contrário ao projeto de Deus. Venceu a tentação de tentar o próprio Deus, recusando ações e atitudes que distorceriam a palavra de vida.
Obedecendo à palavra, Jesus vai vencendo as tentações e continuando a missão que o Pai lhe havia confiado. E a palavra que iluminou a vida de Jesus ilumina também a nossa. É a palavra que nos alimenta e nos torna comprometidos com a missão de Jesus, para trabalharmos pelo pão para todos. É a palavra que nos recorda que somente a Deus devemos adorar, relativizando todas as outras coisas. É a palavra que dá sentido à nossa existência, quando servimos a Deus servindo os menores de nossos irmãos, tal como fez Jesus.
Iniciando a Quaresma, somos como que convidados a ir com Jesus ao deserto, fazer silêncio dentro de nós mesmos, ouvir sua palavra e deixar que aí ela ecoe, para superarmos a tentação de aceitar o que é contrário aos valores que o Mestre nos ensinou. Assim a Quaresma se tornará, de fato, tempo de preparação para a Páscoa, tempo de provação da nossa fé e do nosso compromisso com Jesus. O mesmo Espírito que guiou Jesus continua nos guiando. Obedientes à palavra de Deus, confiamos que o Mestre está conosco, ajudando-nos a superar as tentações do dia a dia.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 17/02/2013

Reflexão

No primeiro domingo da Quaresma – nos três anos do ciclo litúrgico – o Evangelho narra as tentações de Jesus. Sim, Jesus também foi tentado em sua vida, como qualquer ser humano. Porém, repleto do Espírito e fortalecido pela Palavra, soube enfrentá-las e não caiu na armadilha do Diabo – aquele que procura dividir as pessoas e atrapalhar o projeto de Jesus. Os quarenta dias no deserto lembram os quarenta anos do povo hebreu caminhando – igualmente no deserto – em busca da terra prometida. Nessa travessia, o povo de Deus também teve desânimos e tentações de voltar atrás, mas, animado por Moisés e outras lideranças, conseguiu chegar ao objetivo: terra e liberdade. As três tentações que Jesus enfrenta resumem as tentações que ele teve ao longo de toda a vida. Também nós podemos ser tentados a abandonar o projeto de Jesus e assumir a ideologia do “Diabo”. Talvez estas sejam as grandes tentações da atual humanidade: a busca e concentração do poder, quando deveria ser democratizado e se transformar em serviço; a concentração da riqueza, quando deveria ser partilhada em favor da vida de todos. A concentração da riqueza e do poder favorece o acúmulo e o consumismo desenfreados. Uma sociedade que cultiva o consumismo e a satisfação egoísta não gera solidariedade; ao contrário, promove a violência.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 10/03/2019

Reflexão

Jesus, cheio do Espírito Santo, foi para o deserto e ali foi tentado pelo diabo. Jesus, o Filho de Deus, que viveu nossa humanidade em profundidade, passou por tentações e as venceu. Não se deixou envolver pelo poder, pela riqueza nem pelo espetáculo. Fortalecido pela Palavra de Deus, venceu as propostas enganadoras do diabo. O diabo é esperto, ele procura levar na conversa as pessoas pelo lado mais fascinante: poder, riqueza, prestígio. Quem não quer esses benefícios, principalmente numa época em que a propaganda, “a alma do negócio”, atrai para o consumismo? A tentação é uma “prova” para testar a convicção da pessoa, em sua virtude e em sua fidelidade. A tentação pode nos tornar cegos ou incapazes de discernir o certo do errado, o benéfico do maléfico. As grandes tentações podem trazer sérias consequências para nós e, com certeza, para os outros. Pois a tentação leva a “acumular”, e isso prejudica outros. Quando tentados, direcionamos a atenção para a vantagem que poderíamos ter, mas sem pensar nas consequências, nos prejuízos que poderíamos estar causando a nós mesmos e, principalmente, aos outros. Fortalecidos pelo Espírito de Deus e pela sua Palavra, poderemos superar as provas tentadoras e nos colocar a serviço do Reino de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 06/03/2022

Meditando o evangelho

VENCENDO AS TENTAÇÕES

Os evangelhos não escamoteiam o fato da tentação na vida de Jesus. Se, por um lado, ao ser tentado, a humanidade do Messias fica patente, uma vez que todo ser humano é passível de tentação, por outro lado, a tentação evidencia a sua santidade.
Ao encarnar-se, Jesus assumiu plenamente a condição humana, sem exigir privilégios por ser Filho de Deus. Sendo assim, esteve sujeito a toda sorte de provações, como: abandonar o itinerário traçado pelo Pai para escolher um projeto de vida baseado no orgulho e na vanglória; usar mal o poder recebido do Pai, e realizar milagres para fazer-se reconhecido pelo povo. Foi tentado a desviar-se da cruz, e escolher o caminho fácil do pacto com as potências mundanas, a fim de realizar sua missão. Foi tentado a buscar fama e admiração, por meio de feitos espetaculares.
A santidade de Jesus revela-se na capacidade de vencer toda sorte de tentação, sem abrir mão do projeto do Pai, embora, devendo sofrer as consequências da ousadia de ser fiel.
A cruz será a suprema provação de Jesus. Não lhe faltará o desejo de ser poupado dela. Nem estará imune do pavor gerado por esta cruel circunstância. Todavia, ao superá-la, estará provado, mais do que nunca, ser ele o Filho de Deus, santo e fiel.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de fortaleza, permanece sempre comigo, nas horas da tentação, para que, como Jesus, eu seja firme em superá-las.
Fonte: Dom Total em 06/03/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. AS TENTAÇÕES DE CRISTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em certa ocasião ganhei de um amigo um par de pneus especiais para colocar no meu carro,, que segundo ele, eram ótimos para rodar no meio da lama e em estradas de terra de pista irregular, sendo que meu amigo garantiu-me ainda que não havia obstáculo que os mesmos não ultrapassassem, porque eram feitos com borracha especial e que tinham uma alta resistência. Confesso que nunca soube ao certo se todos esses atributos dos pneus era mesmo verdade, simplesmente porque jamais passei com eles por terrenos ou estradas com essas características. Da mesma forma, a nossa fé só se pode mostrar verdadeira e autêntica em sua fidelidade, se for comprovada diante das tentações.
Poderíamos ainda como exemplo, citar o caso de uma pessoa que está fazendo regime e assegura a todos que já aprendeu a se controlar em relação aos alimentos, porém, não pode passar diante de uma padaria que acabará não resistindo aos doces e guloseimas expostas no balcão e deverá, para o seu bem, manter-se longe das “tentações”. Na vida do cristão isso não pode acontecer. Jesus Cristo não fugiu das tentações, mas as enfrentou com coragem, confirmando assim sua total fidelidade ao Projeto do Pai.
Quando temos medo de frequentar “certos ambientes” ou estar na companhia de certas pessoas de má fama, estamos manifestando o desejo de correr das tentações porque no fundo, achamos que talvez o mal presente nelas, tenha mais força do que a graça de Deus que trazemos conosco. Se Jesus pensasse dessa forma, com certeza não teria frequentado a casa dos pecadores e nem andado com mulheres como Maria Madalena, e nem chamado para o seu grupo pessoas como Mateus, cobrador de impostos.
Na primeira tentação, o diabo tenta convencer Jesus a tirar vantagem da sua condição divina “Olha, deixa de ser bobo e use o seu poder divino transformando essas pedras em pães para saciar a sua fome”. Usar o poder que algum cargo nos confere, na vida pública, na vida profissional e até mesmo na comunidade, para beneficiar-se a si próprio, como Jesus, teremos de saber resistir a essa tentação que é muito forte, pois se ele tivesse caído na lábia do tentador, não seria realmente um homem, mas teria apenas a aparência humana e seu sofrimento seria uma grande farsa.
Na segunda tentação está outro grande perigo: ter poder para dominar a tudo e a todos, ser influente e importante e fazer com que as pessoas venham todas “comer na palma da nossa mão”, como costuma se dizer para mostrar a nossa superioridade. Ser o dono da vida das pessoas, mandar e desmandar, o diabo ofereceu todos os reinos do mundo a Jesus, isso significa dizer que toda a humanidade estaria submetida a ele, e nesse caso o seu reino seria imposto e os homens não teriam escolha, seria obrigados a aceitá-lo. Prostrando-se aos pés do diabo, Jesus estaria aceitando fazer o seu “jogo”, usando o seu método diabólico. Contrariando a proposta sedutora do diabo, Jesus irá prostrar-se não a seus pés, mas aos pés dos discípulos, colocando em lugar do Poder o Servir. Precisamos tomar muito cuidado para que na comunidade não sejamos surpreendidos cedendo a esta tentação.
E finalmente a terceira tentação: exigir de Deus uma prova do seu amor para conosco isso é, “poderei me jogar do vigésimo andar de um prédio, que nada irá me acontecer porque Deus não irá permitir”, foi esse verbo que o apóstolo Pedro empregou, quando tentou convencer Jesus a fugir do seu destino – Deus não permita tal coisa, Senhor. Isso é tentar a Deus e colocá-lo á prova! Nos momentos mais difíceis de sua vida Jesus nunca duvidou do amor do Pai, nem mesmo quando estava na cruz do calvário, experimentando o fracasso aos olhos dos seus aos quais tanto amou.
As tentações de Jesus resumem bem, todas as tentações que enfrentamos nessa vida, sendo ocasiões oportunas para provar a nossa fidelidade ao projeto de Deus e a nossa capacidade de usarmos com sabedoria a liberdade que o próprio Deus nos concedeu. É assim que devemos buscá-lo nesta quaresma, através do jejum, da oração e da esmola, que nos ajudará no processo de conversão aproveitando ao máximo todos os momentos que a vida nos oferece, porque como vimos na liturgia da quarta feira de cinzas, este é o tempo favorável em que o Senhor se deixa encontrar. Importante também lembrar que as tentações evoluem, quanto mais resistência e força tivermos, mais forte ela irá voltar, o diabo sempre acha que no segundo embate ele levará vantagem.
O texto afirma que o tentador deixou Jesus para voltar em outro tempo, que viria a ser na cruz do calvário onde se consolidou a vitória da Cruz, sinal da Fidelidade de Jesus ao Pai. Portanto, não descuidemos da retaguarda!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Não porás à prova o Senhor, teu Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Todos os anos começamos a Quaresma com Jesus no deserto da tentação ou da provocação, porque a função do diabo verdadeiro é provocar. No Evangelho de Lucas, a provocação acontece em três momentos. No primeiro momento e no terceiro, o diabo começa com uma dúvida, que é ao mesmo tempo uma afirmação. “Mostre que você é o Filho de Deus transformando esta pedra em pão.” Jesus tinha fome depois de não ter comido nada durante quarenta dias. Sendo homem, Jesus tem fome. Sendo Deus, pode fazer o milagre. No terceiro momento, não há milagre. Há só vaidade de quem se joga do alto do Templo e é sustentado por uma Legião de Anjos. A cada provocação, Jesus responde com um pensamento bíblico, o que o demônio também começa a fazer. “Está escrito que os Anjos te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.” Na segunda provocação, o diabo não pergunta se Jesus é o Filho de Deus. Aí o demônio se revela. Ele não está interessado em Deus ou em seu Filho. Uma batalha já foi travada no céu no passado. Ele está interessado no ser humano. Quanto vale o ser humano e onde está seu ponto fraco?
É próprio do ser humano a ambição pelo poder e pela glória. O diabo testa Jesus exatamente nesse ponto. “Eu te darei todo o poder e toda a glória de todos os reinos da terra, em troca da sua pessoa.” Você, ser humano, vale mais do que todo o poder e toda a glória de todos os reinos da terra. O demônio sabe disso. Nós é que parecemos não saber e nos prostramos com facilidade diante do demônio. Jesus reage com as palavras da Escritura: “Adorarás ao Senhor teu Deus e só a ele servirás”. Diz o texto que o diabo levou Jesus para um lugar alto e, num relance, lhe mostrou todos os reinos da terra. Num relance, porque este é o tempo da ilusão da glória e do poder. É quanto dura o relance de um instante. E nesse relance ilusório perdemos a própria vida, entregando ao demônio a nossa liberdade. O que dura para sempre é a adoração do Deus verdadeiro.
Tentações e provocações armadas pelo demônio, com a permissão de Deus, existem para que se manifestem os que, provados, são comprovados. Sem medo de provocações e tentações, sem medo do poder demoníaco que nos quer dominar, temos, como se lê na carta aos Romanos, “a palavra bem perto de nós, em nossa boca e em nosso coração”, porque “é crendo no coração que se alcança a justiça, e é confessando com a boca que se consegue a salvação”. “Essa palavra é a palavra da fé que pregamos.”

3. A PROVAÇÃO DO FILHO DO HOMEM
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)

A cena das tentações, inserida no início da vida pública de Jesus, é um claro indício de que o exercício de seu ministério seria pontilhado de provas e dificuldades. Na aritmética teológica da época, que consistia em atribuir valor simbólico-teológico aos números, o número três designava a constituição do ser humano (espírito - alma - corpo). A tríplice tentação significava que Jesus, enquanto ser humano, seria submetido a contínuas provações, pelas quais teria chance de dar provas de sua absoluta fidelidade a Deus. De fato, até os instantes finais de sua caminhada terrena, Jesus viu-se tentado.
O tentador insistia sempre no mesmo ponto: "Se você, de fato, é Filho de Deus", passando a fazer-lhe propostas extravagantes. Com isto, pretendia levar Jesus a exigir do Pai uma manifestação desnecessária de sua providência, bem como levá-lo a oferecer espetáculos formidáveis com os quais atrairia a atenção sobre si, granjeando a admiração das multidões, mas também o risco de ser vítima do orgulho e da vaidade.
As tentações foram capciosas. Com uma interpretação superficial, podiam parecer inocentes, sem maiores consequências. Só uma leitura arguta, como a de Jesus, foi capaz de desmascará-las e revelar as verdadeiras intenções do tentador.
O fato de vencer as tentações já foi um primeiro sinal da fidelidade de Jesus ao Pai. Por ser Filho de Deus, recusava-se a exigir do Pai manifestações insensatas de amor.
Oração
Pai, como Jesus, quero ser fiel a ti, sem jamais exigir manifestações extraordinárias de teu amor por mim. Basta-me estar ciente de ser teu filho.
Fonte: NPD Brasil em 10/03/2019

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 10/03/2019

HOMILIA DIÁRIA

Andar em obediência a Deus é andar longe do pecado

Postado por: homilia
fevereiro 17th, 2013

Andar em obediência a Deus é andar em santidade, longe do pecado. E Satanás, nosso inimigo, procura sempre uma forma de nos atrair para cairmos em tentação. Seu desejo de ver o homem na lama do pecado é tão grande que ele tentou até mesmo Jesus no deserto.
No Evangelho deste 1º Domingo da Quaresma (Lc 4,1-13), vemos que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto e lá passou quarenta dias em jejum. Quando Satanás percebeu que o homem Jesus encontrava-se muito debilitado – afinal estava há quarenta dias sem comer -, ele que sabia perfeitamente a Sagrada Escritura, achegou-se a Jesus e o tentou através da fome dizendo-lhe: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão” (Lc 4,3). Jesus, embora enfraquecido, sabia que Sua força estava no Senhor e respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’” (Lc 4,4). Jesus poderia transformar pedras no que quisesse, afinal é o Filho do Deus Todo-Poderoso e n’Ele está todo o poder e autoridade, mas, se assim o fizesse, estaria cedendo à tentação de Satanás.
Vendo que a primeira armadilha não tinha dado certo, Satanás levou Jesus ao monte mais alto e de lá lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu” (Lc 4,6-7). E Jesus disse-lhe: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’” (Lc 4,8)
Você pode pensar: “Por que Satanás ofereceu a Jesus o poder e a glória dos reinos do mundo, se todo poder e toda glória pertencem ao Senhor?” Porque Satanás disse a Jesus que “tudo isto foi entregue a mim”. Quando? Quando o homem pecou, quando no Jardim do Éden Adão e Eva desobedeceram a Deus e permitiram que a serpente do pecado os enganasse. Satanás se tornou o “príncipe deste mundo” (Jo 12,31; 16,11). Mas nós não! Embora vivamos neste mundo, não somos do mundo. Veja o que diz Jesus à Seu Pai: “Eles não são do mundo como também eu não sou” (João 17,16).
Apesar de derrotado, o inimigo ainda se mostra insistente. Em sua terceira investida contra Cristo, Satanás levou Jesus ao alto do Templo, em Jerusalém, e tentou-o, desta vez usando a própria Palavra de Deus, dizendo-lhe: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’” (Lc 4,9-11). Muito astuto não é mesmo? Usar o Pai para tentar o Filho. Mas Jesus foi ainda mais esperto e respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’” (Lc 4,12).
O evangelista conclui afirmando que “terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno” (Lc 4,13).
O que podemos aprender com o Evangelho de hoje?
1. Todos nós somos tentados. Diariamente as tentações batem à nossa porta: preguiça, desobediência aos pais e líderes, mentira, palavrões, inveja, orgulho, fofoca, namoro, sexualidade, roubo, drogas etc
2. Temos a arma para vencer a tentação: a Palavra de Deus. Foi com ela que Jesus venceu a Satanás. Lembre-se: ela “é mais poderosa que qualquer espada de dois gumes” (Hebreus 4,12).
3. Quando vencemos, enchemos o coração do Pai de alegria e envergonhamos ao diabo, pois quando vencemos, em nós é cumprida a Palavra do Senhor de que “em tudo somos mais do que vencedores” (Romanos 8,37).
A privação da posse, do poder e do prazer deste mundo não se compara com “a Glória que havemos de possuir quando tudo se consumar em todos” (cf. Romanos 8,18-25).
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 17/02/2013

HOMILIA DIÁRIA

O Espírito Santo nos conduz até o deserto, porque Ele é necessário

Deus, pelo Seu Espírito, conduz-nos ao deserto para nos purificar de tantas coisas que não correspondem à vontade d’Ele em nossa vida

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, Ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias.” (Lucas 4, 1-2)

A liturgia de hoje nos coloca em comunhão com a Quaresma de Jesus. Por quarenta dias Ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto, e, no deserto, o Espírito o conduzia.
Aqui, é muito importante tomarmos consciência disso, pois o Espírito Santo nos conduz até o deserto porque ele é necessário. O deserto é o lugar do encontro consigo mesmo; é o lugar do esvaziamento; é o lugar onde nos enchemos e nos preenchemos pela graça de Deus.
Mas quando nos colocamos para ir ao deserto, enfrentaremos tentações. Jesus não tinha o mal dentro de si, era o mal externo que o impelia. Mas, dentro de nós há muitos demônios que não querem sair da nossa vida. Demônio da acomodação, da gula, dos prazeres, do egoísmo, da soberba, da vontade própria. Precisamos ir para o deserto para combater aos demônios que atormentam a nossa vida; para purificar a nossa alma e o nosso coração.
Somos tentados quando queremos expulsar esses demônios de nós, porque eles não querem sair da nossa vida. Porém, se nos deixarmos ser guiados pelo Espírito, no poder da Palavra combateremos as tentações da nossa vida. Neste tempo de graça, somos chamados a não somente deixar de comer e fazer uma penitência, mas também, somos chamados a combater o mal.
Jesus combateu o mal da tentação, do prazer, da gula. O homem de Deus não vive só do que come, dos prazeres desta vida, e sim daquilo que é a Palavra de Deus. Por isso, o sentido primordial para nos encontrarmos com a nossa espiritualidade é o de nos voltarmos inteiramente para a Palavra de Deus. Precisamos deixar que ela guie e direcione a nossa vida.
Jesus, lá no deserto, foi levado pelo demônio para ser tentado pela grande tentação do ter, do poder. Quem de nós não quer ter tudo? Quem de nós não é tentado pelo consumismo, pelo desejo de possuir? Está lá dentro suscitando a cobiça. Precisamos vencer a esse demônio terrível que, muitas vezes, está dentro de nós e quer nos impelir para que vivamos à margem do consumo. A pessoa, hoje, não se mede pelo o que ela é, e sim por aquilo que ela tem. É a tentação dos tempos em que vivemos.
Há outra tentação que é a de desonrar o nome de Deus, ou ainda, tomar o nome d’Ele em vão. O demônio convida a Jesus para se lançar, e assim Deus poderia o socorrer. Colocar Deus à prova, colocar Deus de formas desnecessárias até nas práticas erradas que fazemos e, depois, jogar tudo para cima d’Ele é uma terrível tentação.
É uma tentação terrível elevar a vida em nome de Deus, em tudo colocar Deus, mas as práticas não corresponderem à vontade d’Ele. Por isso, Jesus diz: “Não tentarás o Senhor, Teu Deus”.
Não tentemos colocar Deus onde Ele não está e não tentemos instrumentalizá-Lo para as nossas necessidades, onde jogamos tudo para cima d’Ele. Deus, pelo Seu Espírito, nos conduz ao deserto para nos purificar de tantas coisas que não correspondem à vontade d’Ele em nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo

HOMILIA DIÁRIA

O Espírito Santo nos conduz até o deserto porque ele é necessário

Deus, pelo Seu Espírito, nos conduz ao deserto para nos purificar de tantas coisas que não correspondem à vontade d’Ele em nossa vida

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, Ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias.” (Lucas 4, 1-2)

A liturgia de hoje nos coloca em comunhão com a Quaresma de Jesus. Por quarenta dias Ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto, e, no deserto, o Espírito o conduzia.
Aqui, é muito importante tomarmos consciência disso, pois o Espírito Santo nos conduz até o deserto porque ele é necessário. O deserto é o lugar do encontro consigo mesmo; é o lugar do esvaziamento; é o lugar onde nos enchemos e nos preenchemos pela graça de Deus.
Mas quando nos colocamos para ir ao deserto, enfrentaremos tentações. Jesus não tinha o mal dentro de si, era o mal externo que o impelia. Mas, dentro de nós há muitos demônios que não querem sair da nossa vida. Demônio da acomodação, da gula, dos prazeres, do egoísmo, da soberba, da vontade própria. Precisamos ir para o deserto para combater aos demônios que atormentam a nossa vida; para purificar a nossa alma e o nosso coração.
Somos tentados quando queremos expulsar esses demônios de nós, porque eles não querem sair da nossa vida. Porém, se nos deixarmos ser guiados pelo Espírito, no poder da Palavra combateremos as tentações da nossa vida. Neste tempo de graça, somos chamados a não somente deixar de comer e fazer uma penitência, mas também, somos chamados a combater o mal.
Jesus combateu o mal da tentação, do prazer, da gula. O homem de Deus não vive só do que come, dos prazeres desta vida, e sim daquilo que é a Palavra de Deus. Por isso, o sentido primordial para nos encontrarmos com a nossa espiritualidade é o de nos voltarmos inteiramente para a Palavra de Deus. Precisamos deixar que ela guie e direcione a nossa vida.
Jesus, lá no deserto, foi levado pelo demônio para ser tentado pela grande tentação do ter, do poder. Quem de nós não quer ter tudo? Quem de nós não é tentado pelo consumismo, pelo desejo de possuir? Está lá dentro suscitando a cobiça. Precisamos vencer a esse demônio terrível que, muitas vezes, está dentro de nós e quer nos impelir para que vivamos à margem do consumo. A pessoa, hoje, não se mede pelo o que ela é, e sim por aquilo que ela tem. É a tentação dos tempos em que vivemos.
Há outra tentação que é a de desonrar o nome de Deus, ou ainda, tomar o nome d’Ele em vão. O demônio convida a Jesus para se lançar, e assim Deus poderia o socorrer. Colocar Deus à prova, colocar Deus de formas desnecessárias até nas práticas erradas que fazemos e, depois, jogar tudo para cima d’Ele é uma terrível tentação.
É uma tentação terrível elevar a vida em nome de Deus, em tudo colocar Deus, mas as práticas não corresponderem à vontade d’Ele. Por isso, Jesus diz: “Não tentarás o Senhor, Teu Deus”.
Não tentemos colocar Deus onde Ele não está e não tentemos instrumentalizá-Lo para as nossas necessidades, onde jogamos tudo para cima d’Ele. Deus, pelo Seu Espírito, nos conduz ao deserto para nos purificar de tantas coisas que não correspondem à vontade d’Ele em nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/03/2019

HOMILIA DIÁRIA

Encha o seu coração do Espírito de Cristo

“Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: ‘Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão’. E lhe disse: ‘Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser’. E lhe disse: ‘Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo!’.” (Lucas 4,1-3.6.9)



Essa é uma síntese sobre esse Evangelho do primeiro Domingo da Quaresma, onde refletimos sobre as tentações de Jesus que, na verdade, também é o nosso caminho espiritual por quê? Porque a Quaresma é para o cristão uma escola, para que nós enfrentemos o mal que se apresenta como um ladrão da nossa liberdade.
Vejam vocês, o diabo tentou Jesus para tirar d’Ele a liberdade de Filho de Deus. Então, nestes 40 dias, nós nos matriculamos nessa escola espiritual para aprender de Jesus a enfrentar o mal que também bate à nossa porta, que, mais uma vez, investe contra nós e quer também nos fazer escravos e que nós percamos a nossa liberdade de filhos de Deus.
Para nós, nessa escola quaresmal, a nossa prova final é aprender a dizer os “nãos”; os “nãos” decisivos no momento da prova, porque Jesus soube dizer esse “não”. Agora, um detalhe muito importante que não podemos esquecer: a Palavra diz que Jesus estava cheio do Espírito Santo. Esse é para nós um elemento fundamental para que vivamos bem a nossa Quaresma: tirar de dentro de nós o espírito mundano para nos enchermos do Espírito de Cristo, do Espírito Santo. É a partir dessa realidade que nós enfrentaremos quaisquer tentações ou situações na nossa vida e poderemos dar um bom testemunho de Cristo.

Para que vivamos bem a nossa Quaresma: tiremos de dentro de nós o espírito mundano para nos enchermos do Espírito de Cristo

Em nós, não pode haver aquela mentalidade de adorar a dois senhores. Temos de dizer o nosso “sim” total e pleno a Deus; e dizer o nosso “não” pleno e total ao maligno, ao inimigo de Deus.
Sabemos que, neste tempo quaresmal, a Igreja nos propõe, de forma peculiar, três práticas espirituais: a oração, o jejum e a esmola, que são, na verdade, grandes combatentes contra as tentações diabólicas na nossa vida. A oração: nós aprendemos quem é Deus. Então, vamos tomar consciência: “Não tentarás o Senhor, teu Deus”, porque sabemos quem Ele é, Ele é o nosso Pai e a oração nos ajuda a isso.
Depois: o jejum; encontrarmos em Deus o prazer da nossa alma porque “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4,4). E, finalmente, a esmola. A esmola que nos liberta daquele espírito de posse, daquele espírito de nos prender à coisas materiais, e vamos nos recordar que podemos e devemos adorar somente a Deus, nosso único Senhor; e Ele precisa ser o senhor dos nossos corações.
Está aí para nós este itinerário quaresmal, esta escola espiritual que iniciamos com muita fé, com muita confiança e, indispensavelmente, cheios do Espírito Santo, para que vençamos todas as tentações.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a fazer deste tempo quaresmal que hoje iniciamos um ensaio para toda a nossa vida. Que através do jejum, da esmola e da oração nós nos preparemos para o seguimento do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nestes exercícios quaresmais e por toda a nossa vida, dá-nos a consciência de que o tempo que nos ofereces é dom precioso. Ensina-nos a viver os nossos dias cumprindo a tua Santa Vontade: lutando contra as sedutoras tentações do mundo e procurando seguir os passos de Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2019