2 de Novembro de 2012

Jo 6,51-58
Comentário do Evangelho
"Ser pão"
A partir da sua importância no dia a dia, como alimento vital, o pão é assumido por João em um sentido simbólico. A associação pão/alimento/vida permite a atribuição do "ser pão" a Jesus. Jesus por seu convívio e por sua palavra é alimento que comunica a vida, e vida eterna. O pão descido do céu se torna realidade humana concreta entre nós, torna-se carne. O corpo de Jesus nos é dado como alimento desde o momento de sua encarnação e durante toda sua vida de doação aos homens e mulheres, particularmente aos excluídos. O dom de Jesus, em seu próprio corpo, concretiza-se no serviço. Assumindo o serviço na comunidade e ao próximo necessitado na sociedade, entramos em comunhão de vida eterna com Jesus, presente entre nós. "Quem come deste pão viverá eternamente", assim a morte deixa de ser vista como o fim de tudo.
José Raimundo Oliva
Vivendo a Palavra
A
certeza da Ressurreição ilumina a memória dos nossos mortos que celebramos
hoje. Sabemos que o destino glorioso de filhos do Pai do Céu e irmãos de Jesus
de Nazaré é o abraço misericordioso e eterno que receberemos, do qual o Corpo e
o Sangue do Cristo que recebemos são sinais e parte, já nesta terra abençoada.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Uma Vida que seja Eterna
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Antigamente, antes do consumismo que começou a explodir nos anos 80, a gente comprava objetos de uso pessoal, móveis e equipamentos, que duravam uma eternidade, com o consumismo os bens duráveis tornaram-se descartáveis, só vou dar alguns exemplos, por aqueles tempos a gente tinha os consertadores de guarda chuva e sombrinha, e também sapateiros, consertadores de rádios, amoladores de faca, consertadores de relógios despertadores, não eletrônicos. Onde estão eles nas grandes cidades? Simplesmente não têm mais espaço na economia, esses objetos são de baixo custo, não compensa consertá-los e a maioria nem tem conserto, são produzidos para durar pouco, podem reparar os móveis compensados que após seis meses de uso já começam a apresentar problemas nas gavetas e portas e mesmo os mais resistentes e caros, não duram a vida toda como antigamente.
Pois bem, do mesmo modo que o homem se ilude quando compra algo novo e pensa que vai durar bastante, assim também se pensa em relação a nossa existência. Queremos eternizar o que não é eterno, queremos que dure sempre, algo que é perecível, e quando o homem se depara com a sua finitude, entra em desespero e os que podem tentam camuflar o envelhecimento, com cirurgias plásticas que esticam tudo e é até perigoso o umbigo vim parar na testa, silicones e lepto-aspiração, tingir os cabelos, cremes milagrosos para esconder as rugas e pés de galinha, enfim, tudo o que nos der a ilusão de que a nossa matéria durará sempre, é utilizado pelo homem.
Jesus Cristo nos oferece algo muito melhor, algo que nos revestirá de imortalidade, algo que nos fará superar a nossa finitude, libertando-nos dos limites da nossa matéria. Ele nos dá uma Vida que é eterna, não algo recauchutado, reformado, remendado, mas algo sempre novo e original, que é vontade do Pai, e que não acontece por nossos méritos, e muito menos com o nosso esforço, o homem não terá nunca a chave da morte. Ele até poderá prolongar sua existência, como hoje já acontece, com muitos superando os cem anos de vida, coisa que nos anos 60 ou 70 era um recorde, hoje o homem pode atingir tranquilamente 80 a 90 anos, apesar da qualidade de vida não ser das melhores. Mas Jesus tem a chave de algo que está fora do alcance do homem.
O Homem quer ter vida longa, Deus quer que o Homem seja eterno e por isso, vai esperá-lo no lugar do aniquilamento, do despojamento, quando este homem, purificado de todas as suas misérias se apresenta diante de Deus exatamente no momento da sua morte, naquilo que ele realmente é, uma pessoa na sua totalidade, livre da matéria que o limitava e que o fazia tão frágil. Ali Deus espera cada homem de braços abertos, para acolhê-lo e confirmar nele a sua imortalidade, fazendo-o mergulhar no infinito da eternidade, em uma comunhão plena e sem interrupções...
Jesus se encarna em nosso meio para realizar a vontade do Pai, basta crer nele e fazer dele a razão e o sentido da nossa vida, e quando chegar no último dia da nossa existência, quando pensarmos que tudo se acabou, Nele e com Ele seremos novas criaturas, eternas e imortais como é o desejo e a vontade de Deus.
Pensem nisso nesse dia de Finados, pranteamos nossos mortos, mas que essa esperança de que eles estão bem vivos, nos anime a prosseguir em nossa Vida de Fé, naquele que é a Ressurreição e a Vida!
2. "Ser pão"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
Oração
Pai, faze que eu entenda cada vez mais o sentido da Eucaristia, sacramento de comunhão transformadora com o teu Filho Jesus. Que ela seja, para mim, fonte de vida eterna.
3. FINADOS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida".
Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que, para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai.
Enquanto para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na terra.
Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas. Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus.
Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais, nós, os integrantes da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos no dia 1o de novembro. Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos os que morreram sem arrepender-se do pecado.
O culto de hoje é especialmente dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição.
A Igreja ensina-nos que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e também para reflexão sobre nossa própria salvação.
Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em 998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão.
Em 1311, Roma incluiu, definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915, quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.
Oração
Dai, Senhor, vós que sois infinitamente misericordioso, a paz eterna aos que esperam por vós.
Leitura Orante
Jo 6,51-58 - O pão que desceu do céu - Dia de Finados

Preparo-me para a Leitura orante,
colocando-me,
com todos os que
estão na internet,
na presença de Deus e
invocando o Espírito
Santo
Espírito de
verdade,
a ti consagro a mente
e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida,
tem piedade
de nós.
1. Leitura (Verdade)
Leio atentamente, na Bíblia, o texto de hoje: Jo 6,51-58.
"Eu sou o pão
vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu
darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo". Os judeus discutiam
entre si: "Como é que ele pode dar a sua carne a comer?" Jesus disse:
"Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do
Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta
com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira
bebida. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em
mim, e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai,
assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim. Este é o pão que
desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram - e no entanto
morreram. Quem se alimenta com este pão viverá para sempre".
Jesus afirma que quem come da sua carne e bebe do seu sangue vive nele e
ele vive nesta pessoa. E mais: quem come deste pão vive
eternamente. Mas, quem não comer deste pão e não beber do seu sangue, não terá
a vida eterna.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Jesus é muito claro para mim. Ele diz que eu preciso dele, preciso me alimentar
dele para ter a vida. Ele quer viver em mim e quer que eu viva nele.
Em
Aparecida, os bispos disseram:
“Igual às primeiras comunidades de
cristãos, hoje nos reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos
apóstolos, viver unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações” (At
2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra
de Deus e com o Pão
do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e
no mesmo Cálice de Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17).
Ela é a fonte e o
ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da
vida em comunhão. Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas
que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em
Cristo. A Igreja que a celebra é “casa e escola de comunhão”, onde os
discípulos compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão
evangelizadora.”
(DAp 158)
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com o Padre Zezinho:
Daqui do meu lugar
Daqui do meu lugar, eu olho teu
altar,
e fico a imaginar aquele pão aquela refeição,
partiste aquele pão e o deste aos teus irmãos,
criaste a religião do pão do céu do pão que vem do céu,
somos a igreja do pão, do pão repartido e
do abraço e da paz,
somos a igreja do pão,
do pão repartido e do abraço e da paz,
Daqui do meu lugar, eu olho o teu altar,
e fico a imaginar aquela paz, aquela comunhão,
viveste aquela paz, e a deste aos teus irmãos,
criaste a religião do pão da paz,
da paz que vem do céu.
Somos a igreja da paz,
e fico a imaginar aquele pão aquela refeição,
partiste aquele pão e o deste aos teus irmãos,
criaste a religião do pão do céu do pão que vem do céu,
somos a igreja do pão, do pão repartido e
do abraço e da paz,
somos a igreja do pão,
do pão repartido e do abraço e da paz,
Daqui do meu lugar, eu olho o teu altar,
e fico a imaginar aquela paz, aquela comunhão,
viveste aquela paz, e a deste aos teus irmãos,
criaste a religião do pão da paz,
da paz que vem do céu.
Somos a igreja da paz,
da paz partilhada e do abraço e do pão.
Somos a igreja da paz,
da paz partilhada e do abraço e do pão.
(CD Muito mais que pão, Pe. Zezinho,scj)
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar será no dia de hoje renovado pela fé na Eucaristia, para Jesus
Cristo que vive em mim e eu nele.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
Irmã Patrícia Silva, fsp
João 11,17-27
Temos consciência do valor da Missa pelos fiéis defuntos?
Postado por: homilianovembro 2nd, 2012
Nós não podemos nos esquecer dos mortos, porque são eles que vivem verdadeiramente. Fazemos memória dos mortos, porque com eles estabelecemos uma comunhão única, somente possível pelo mistério da Graça e só vivencial no amor que Deus nos tem, porque Ele é Deus dos vivos e dos mortos.
A celebração da Santa Missa pelos defuntos não é moda de agora. (Infeliz) Moda de agora é ignorar o valor da Santa Missa pelos defuntos. Tal desconhecimento deve-se à vontade de ignorar o acontecimento sempre trágico e traumático que é a morte. Perante ela nasce mais depressa a revolta (— Porque é que Deus não fez nada?) e a incompreensão (— Se alguém devia morrer não era ele!), que a serenidade e a esperança no Senhor.
É fé da Igreja que a Missa se oferece pelo perdão dos pecados (e outras necessidades) dos fiéis vivos, mas também pelos defuntos.
A memória dos defuntos é hoje um dos centros psicológicos da Missa, e é consensual e até necessário mencionar publicamente os seus nomes. Na verdade, a morte possibilita que nos abramos completamente Àquele que nos fez viver na terra; e tanto assim que, quer os vivos quer os mortos, comungam o mesmo mistério da Graça: a incorporação em Cristo, no Corpo Místico de Cristo! É por isso que, vivos e mortos, verdadeiramente nos encontramos na Eucaristia.
Excetuando a memória terna que deles fazemos na oração da Igreja, é bem sabido que a nossa época se esforça por esquecer publicamente a agonia e a morte. É assunto por demais desagradável e inibidor para os de hoje. Será porque nos recorda os nossos limites? Será porque um dia nos tocará? Será porque nos disseram que seríamos “quase deuses intocáveis” e, afinal, pereceremos como os outros? Será que a morte para além da separação parece uma derrota? Será porque na morte não vimos um sinal da presença do amor de Deus? Será por isto, será por aquilo ou por tudo?
É porém verdade, que aquilo que nos afasta da comunhão espiritual dos mortos nos afasta também da poderosa força da mensagem cristã da ressurreição. Quem perde uma, perde a outra também.
A fé cristã exprime-se na comunhão do cristão com Deus, na comunhão dos crentes entre si e também na comunhão dos vivos com os mortos. Entre os fiéis vivos e os fiéis defuntos existe uma solidariedade de que ambos beneficiam.
A comunhão com Deus — como Deus dos vivos! — é tanto mais expressiva quanto mais os mortos significam para nós, através da comunhão dos santos que professamos quando rezamos o Credo.
Por sua vez, quando rezamos: “Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno entre os esplendores da luz perpétua; que descansem em paz. Amém”, estamos a rezar aquela mesma palavra de amor, que os nossos irmãos mortos pronunciam sobre nós desde a plenitude de Deus, e que é: “Depois das lutas da vida, dai, Senhor, a estes irmãos [isto é, a nós que ainda vivemos na Terra] a quem, como nunca, amamos no Vosso amor, o descanso eterno e que a Vossa luz igualmente brilhe sobre eles”.
Essa é a comunhão plena dos santos, aquela que ansiamos, que professamos e que já vivemos, embora a partir da perspectiva da fé, não do amor pleno e definitivo.
A Eucaristia é memorial da Paixão e Morte de Jesus. Essa é a razão pela qual ela é o lugar onde melhor podemos recordar os mortos. Ali recordamos a morte do Rei da vida e professamos a Sua ressurreição. Por isso, a recordação da morte dos nossos defuntos é também a da sua ressurreição. Não é humano não fazer memória dos mortos.
Celebremos, pois, a Eucaristia, com a certeza de que nela se reatualiza a Nova Aliança. De que por ela nos aproximamos confiadamente de Deus, de que nela fundamentamos a nossa existência, lhe conferimos densidade e renovamos a comunhão com Deus e os irmãos, isto é, retomamos o projeto inicial de amor no qual Deus nos criou.
Padre Bantu Mendonça
Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que a realidade que
vivemos – nosso corpo que se desfaz com o tempo – não nos impeça de celebrar,
por todo o curso da vida, o teu infinito Amor e tua misericórdia de Pai que
também é Mãe e nos espera de braços abertos no teu Reino glorioso com o Filho
Unigênito e o Espírito Santo.
