ANO C

Mt 16,24-28
Comentário do
Evangelho
Deus é surpreendente.
Na perícope precedente (Mt 16,13-23), depois que
Jesus anuncia sua paixão, morte e ressurreição, Pedro tenta dissuadir Jesus de
prosseguir o seu caminho: “Então Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo:
‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!’” (v. 22). Um
Messias passar pela morte? Impensável! Mas Deus é surpreendente. É preciso
confiança para poder compreender seu caminho. Não é que Pedro estivesse
preocupado com o destino de Jesus. O anúncio da paixão é frustrante para Pedro;
o Messias que está diante dele não é o que ele esperava ter encontrado. É que
ele não pensa as coisas de Deus, mas as dos homens.
Há uma condição imposta pelo Senhor para ser seu
discípulo: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me” (v. 24). Renunciar a si mesmo não é negar a própria história, mas
viver a sua existência nesse dinamismo de
entrega a Deus e ao próximo. Renunciar a si mesmo é optar por fazer o outro
viver; é lutar contra o instinto de preservação da própria vida. Renunciar a si
mesmo é optar por viver a vida de Deus, sem perder o que lhe é próprio; é viver
o caminho de Jesus como algo grandioso; é
renunciar a todo tipo de egoísmo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a pobreza e a coragem necessárias para
ser seguidor de teu Filho Jesus e realizar obras que merecerão a recompensa
divina.
Fonte: Paulinas em 09/08/2013
Vivendo a Palavra
O Mestre ensina que a condição para segui-lo é
vencer o egoísmo. Salvaremos nossa vida priorizando o cuidado com os irmãos de
caminhada, esquecendo-nos de nós mesmos e servindo sem discriminações a todos,
generosamente e não esperando nenhum tipo de retribuição, nem mesmo a gratidão.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Nosso Mestre ensina que a condição para
segui-Lo é vencer o egoísmo. Salvaremos nossa Vida priorizando o cuidado com os
irmãos de caminhada, esquecendo-nos de nós mesmos, servindo a todos com
generosidade, sem discriminar ninguém e não esperando retribuições, nem mesmo
reconhecimento ou gratidão.
Reflexão
Seguir a Jesus Cristo significa renunciar a si
mesmo e tomar a sua cruz. A vida toda de Jesus foi viver esta palavra que está
no Evangelho de hoje, Jesus sempre renunciou a si mesmo, ele nunca viveu em
função de si próprio, nunca buscava a sua realização ou a satisfação de
interesses humanos. Ele sempre procurou viver para os seus irmãos e para suas
irmãs, estava sempre pronto para servir e não veio para fazer a sua vontade,
mas a vontade daquele que o enviou, de modo que a sua vida foi a constante
busca da realização do Reino de Deus e o mistério da cruz foi a coroação de
toda uma vida vivida não para si, mas para os outros e para Deus. Quem quer ser
discípulo de Jesus deve viver segundo os seus ensinamentos e seguir este seu
grande exemplo.
Fonte: CNBB em 09/08/2013
Reflexão
Sem
rodeios, Jesus apresenta a seus discípulos as condições do seguimento.
Primeiramente, devem renunciar aos projetos pessoais para assumir as propostas
do Reino de Deus. Depois, são convidados a tomar a cruz de cada dia, isto é,
adotar as obrigações da nova comunidade de Jesus. Não se trata de buscar a cruz
em si mesma; ela aparece na vida do discípulo como consequência da escolha, que
é lutar pela implantação da justiça no mundo. Enfim, o apelo para seguir o
Mestre, nas intenções e nas obras. Quem enfrenta a cruz por causa de Jesus,
encontrará a salvação. “Quem perder a própria vida por causa de mim, a
encontrará”. Quem se desvia da cruz, pensando salvar-se, coloca-se no caminho
da perdição. No final da caminhada, Jesus dará “a cada um de acordo com o seu
comportamento”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Jesus nos repete a pergunta! O que adianta ganhar
tudo neste mundo e se esquecer que há algo mais além disso? - Como você carrega
sua cruz? - Em que vida você aposta a sua? Nesta ou na outra? - Você não corre
o risco de trocar a vida eterna por coisas perecíveis desta vida? - Você está
ajuntando muitas obras boas para a vida eterna?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 09/08/2013
Meditando o evangelho
AS OBRAS RECOMPENSADAS
As condições estabelecidas por Jesus para que alguém esteja apto para
segui-lo estão em sintonia com as bem-aventuranças.
A primeira condição consiste em "renunciar-se a si mesmo", e
está em consonância com a bem-aventurança da pobreza. Esta renúncia supõe abrir
mão de todas as ambições pessoais e mundanas, de todo anseio de acumular e de
buscar segurança nos bens deste mundo. Quem segue Jesus, deve dispor-se a
segui-lo no despojamento não só dos bens materiais, mas também de seus apegos e
preconceitos, de modo a fazer-se totalmente livre para o serviço do Reino. Este
serviço ficará comprometido, se o coração do discípulo não for suficientemente
livre.
A segunda condição é "carregar a própria cruz", e combina com
a última bem-aventurança, a da perseguição. O serviço do Reino atrairá contra
si perseguição e adversidade. Por isso, o discípulo deve estar preparado até
mesmo para um eventual martírio. Assim, à virtude da pobreza acrescenta-se a da
coragem, fruto da liberdade do discípulo no que diz respeito à sua própria
vida.
Provido de ambas as virtudes, o discípulo estará preparado para fazer o
que o Pai quer, e receber a recompensa devida. Da pobreza e da coragem
resultarão a partilha, a solidariedade, a luta pela igualdade e pela justiça. O
Pai saberá como recompensá-las!
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, dá-me a pobreza e a coragem necessárias para ser seguidor de teu
Filho Jesus e realizar obras que merecerão a recompensa divina.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1 - “para abraçar a Cruz”- Helena serpa - Postado por JOSÉ MARIA MELO
– Deuteronômio 4, 32-40 – “conselhos para ser
feliz”
Moisés exorta o povo de Israel para que tenha
consciência de todas as maravilhas que o Senhor realizou com ele, desde o Egito
até a sua travessia no deserto. De como Deus se manifestou com mão forte e
braço estendido a fim de tirá-lo da escravidão. Mesmo sabendo que não entraria
na terra prometida, na sua humildade ele dá a eles as prescrições do Senhor
para que sejam felizes e vivam longos dias sobre a terra. Essa reflexão nós
também devemos fazer a cada dia quando relembramos os momentos difíceis em que
nós fomos sustentados (as) pela força do Amor de Deus. As barreiras e os
obstáculos que precisamos enfrentar na caminhada do deserto da nossa vida são
oportunidades que o Senhor nos dá para que reconheçamos o Seu poder Salvador e
nos conscientizemos de que sem Ele nada podemos fazer. Assim como fez com o
povo no deserto o Senhor também nos dá, por meio da Sua Palavra, ensinamentos,
que, se forem seguidos serão como um guia para alcançarmos a felicidade aqui na
terra. O Senhor também nos fala do céu, lá do mais profundo do nosso coração e
nos revela os Seus mistérios de amor que já estão gravados em nós desde sempre
e são como o mapa que norteia a nossa vida. Se estivéssemos atentos (as) às
Suas recomendações, talvez muitos de nós nem precisássemos de psicólogos,
psiquiatras e outros orientadores espirituais. Todavia, por causa da nossa
humanidade fragilizada nós também procuramos ajuda junto às pessoas que são
instrumentos de Deus e por meio delas o Senhor também se revela fazendo com que
o que existe dentro de nós venha à tona e nos ajude a redefinir a nossa vida,.
Todavia, nunca podemos esquecer de que a Lei e o Amor do Senhor já estão gravados
dentro de nós e, para sermos felizes basta segui-los.
– Você reconhece o poder de Deus na sua vida?
– Como você expressa a sua gratidão por isso?
– Você tem a Palavra de Deus como bússola
para a sua caminhada aqui na terra?
– Você é feliz?
– Você reconhece que as pessoas que o (a) ajudam
são instrumentos de Deus?
Salmo 76 – “Penso em vossas maravilhas, ó
senhor!”
Nas mais diversas situações da nossa vida nós
temos a oportunidade de provar da intervenção de Deus e da Sua assistência e do
Seu amparo. Por isso, nós também, como o salmista recordamos os grandes feitos
do Senhor e meditamos sobre as obras grandiosas que Ele tem realizado em nosso
favor. Quem espera em Deus e anda em Seus caminhos experimenta o Seu poder e
pode dar testemunho ao mundo que há Alguém que olha por nós e que não desiste
de nós apesar da nossa fraqueza.
Evangelho – Mateus 16, 24-28 – “para abraçar
a Cruz”
Neste Evangelho Jesus nos convida a morrer para
nós mesmos (as) e deixar qualquer traço de auto-indulgência, medo, vaidade,
orgulho, soberba, enfim, tudo o que nos torna cativos. Essa morte para nós
mesmos (as) é muito positiva e construtiva para que possamos dizer sim ao
chamado de Deus. Jesus nos propõe a abraçar a nossa Cruz e deixar que o Seu
Espírito Santo seja o nosso instrutor nessa travessia. A renúncia de nós mesmos
(as) se constitui na abdicação da nossa vontade própria, da nossa maneira de
pensar e julgar, assim como também na nossa disposição em assumir a vontade de
Deus confiando Nele para enfrentar os desafios da nossa vida. Estas são as
condições que Jesus nos apresenta para que nós possamos segui-Lo. Quando
morremos para nós mesmo e seguimos Jesus em humildade e confiança no amor do
Pai, nós nos tornamos co-participantes da paixão de Cristo. Somente a nossa
adesão ao projeto do Pai por meio da fé em Jesus Cristo nos dará a salvação.
Por isso mesmo, Jesus é muito claro no Seu anúncio: não adianta nenhum de nós
tentarmos “salvar” a nossa vida, pois todo o nosso esforço será inútil! Jesus é
a Salvação e, se quisermos segui-Lo teremos que assumir a nossa parte nos
encargos, nas responsabilidades, nas dificuldades. Isto é abraçar a cruz. Às
vezes queremos “escapar” das dificuldades e procuramos o caminho mais fácil,
que não exija de nós muito esforço, mas mesmo assim queremos receber
recompensas e ter privilégios. Quando queremos ganhar o mundo inteiro nós
terminamos por entrar pela porta larga da perdição e da ruína da alma. A nossa
vida é um dom precioso de Deus e não há riqueza nem glória mundana que possam
comprá-la. Precisamos ter consciência de que o tempo em que nós passamos aqui
na terra é breve e a oportunidade da vida é uma só. Se começamos a querer
cortar pedacinhos da nossa cruz, talvez quando tivermos que atravessar o vale
da sombra da morte, nos falte a ponte que nos levará para a felicidade! Pense
nisto!
– Será que você tem tentado salvar a sua vida,
deixando por menos algum encargo ou atribuição que só compete a você?
- Você tem consciência de que está vivendo a sua
vida de acordo com aquilo que Deus espera de você?
- Você acredita que Deus pode realizar o que para
você tem sido impossível?
Helena Serpa
2 - Que poderá alguém dar em troca de sua vida?
- Padre Queiroz
Que poderá alguém dar em troca de sua vida?
Neste Evangelho, Jesus é claro com aqueles e
aquelas que querem segui-lo: devem renunciar a si mesmos e aceitar a cruz. Pois
perder a vida por causa dele é ganhá-la, e a vida vale mais que o mundo
inteiro. “Que poderá alguém dar a você em troca de sua vida?” Resposta
subentendida: nada! Nenhum valor do mundo supera para nós o valor da vida. E,
para salvar a vida futura, é bom lembrar que Cristo “retribuirá a cada um de
acordo com a sua conduta”.
O certo é que Jesus nos pede uma adesão
incondicional a ele, até ao ponto de renunciar a própria vida terrena, a fim de
salvarmos a vida futura. É interessante o jogo de palavras com os dois sentidos
da palavra vida: quem renuncia a vida (corporal) ganha a vida (eterna).
Sacrificando a nossa vida terrena, nós nos incorporamos a Cristo, em sua morte
e ressurreição e participamos da glória com ele.
Há um claro contraste entre esta mensagem e a
mentalidade do mundo atual, que preconiza o gozo da vida ao máximo, sem
limitações à liberdade nem restrições ao capricho.
Entretanto, Jesus não diz que é preciso renunciar
ou desprezar esta vida para ganhar a outra. Ele não coloca a vida atual e
a futura como opostas. Apenas diz que esta vida está subordinada à outra.
Colocar este vida em primeiro lugar é deixar à margem o Evangelho e o amor a
Deus e ao próximo.
Devido ao pecado original, cujas raízes subsistem
em nós, precisamos de uma constante ascese, isto é, de um treino e domínio do
nosso corpo, inclinado ao prazer como fim último.
Deus não quis o sofrimento do seu Filho e igualmente
não se deleita com o nosso sofrer. Ele não quer a dor e a morte, e sim a vida e
a felicidade de seus filhos e filhas.
Jesus nunca sugeriu ou ordenou algo que ele não
cumprisse primeiro. Ele nos precedeu com o seu exemplo, praticando tudo o que
pede de nós. O que ele queria era instalar na terra o Reino de Deus, que é um
projeto de verdade, de justiça, santidade, amor e paz. E nessa implantação ele
só usou os meios que estão dentro dos valores acima.
Jesus adiantou-se na entrega da vida para
ganhá-la. Tudo o que ele nos pede, ele foi à frente, com o seu sim
incondicional à vontade do Pai. Assim, Cristo é o modelo do seguir, para todos
os que querem ser seus discípulos e discípulas..
Jesus adiantou-se na entrega da vida para
ganhá-la. Tudo o que ele nos pede, ele foi à frente, com o seu sim
incondicional à vontade do Pai. Assim, Cristo é o modelo do seguir, para todos
os que querem ser seus discípulos e discípulas.
Nenhum fundador de religião apresenta, logo de
início, as dificuldades que os discípulos encontrarão, como fez Jesus. E ele
foi mais longe: não quer pessoas que fiquem no meio do caminho. Para ele, é ou
tudo ou nada. Conclusão: para nós não há outro jeito senão enfrentar as
cruzes que aparecem em nosso caminho de cristãos. E Jesus promete a vida para
quem o seguir, e o faz com competência, pois Deus Pai colocou tudo em suas
mãos.
Fica claro, portanto: seguir a Jesus é a coisa
melhor do mundo. Mas não é sopa. Os fracos e indecisos vão espirrando de
lado, apresentando para isso as mais diversas desculpas.
Certa vez, dois homens estavam viajando de trem,
numa cabine para duas pessoas. Um era forte e o outro era franzino. Eles não se
conheciam. Como a viagem era longa, começaram a conversar. A certa altura, o
mais franzino começou a falar mal da Igreja. Criticava os padres, as irmãs, os
leigos com participação mais ativa, tudo. Lá pelas tantas, o outro, que era um
líder de Comunidade, disse a ele:
“Olhe, meu amigo, pare de falar mal da minha
Igreja, porque, se não fosse a minha fé, eu podia agarrar você agora, tomar
toda essa fortuna que você tem aí, depois amordaçá-lo, amarrá-lo aqui e descer
tranqüilo na próxima estação, que ninguém descobriria.”
O franzino falou: “Eu não tenho dinheiro”. “Tem
sim”, disse o outro, “eu vi quando você foi ao banco e sacou o dinheiro. Só não
faço isso por causa da minha fé. Por isso quero que você a respeite”. O outro
não teve outra saída a não ser pedir desculpas e mudar de assunto.
Ser discípulo de Jesus inclui não praticar
crimes, como o roubo, e respeitar a vida do próximo, pois a vida futura é mais
importante que esta. O Profeta Simeão disse para Maria Santíssima: “Uma espada
de dor transpassará o teu coração”. Ela não procurou essa espada, mas também
não fugiu dela. Subiu o Calvário para apoiar o Filho que morria injustamente.
Que ela nos ajude a assumir com amor as cruzes que nos aparecerem, em
decorrência do nosso seguimento de Cristo.
Que poderá alguém dar em troca de sua vida?
3 - O que poderá alguém dar em troca de
sua vida? - Claretianos
Os discípulos entendiam bem
o que significavam as palavras de Jesus de carregar a cruz e segui-lo. A
crucifixão era um método romano comum de execução e os criminosos condenados
carregavam a cruz pelas ruas até o local onde se cumpria a sentença. Seguir
Jesus implicava na doação de si mesmo, além do risco da cruz e da morte.
A vida que se entrega pela
causa do Reino não se perde, mas se multiplica em vida aos irmãos. Conseguir
isso, só é possível quando temos Deus e o próximo como prioridades. Do
contrário, caímos na tentação de completar nossa vida com consumo, luxo, poder e
riqueza que satisfazem nosso ego, mas nunca o profundo do nosso coração.
De que vale ganhar o mundo
todo se perdemos o essencial da vida?
É importante voltar a definir quais são as prioridades em nossa vida, e a
maneira como podemos construir o futuro de nossas famílias e nossos povos sobre
a rocha e não sobre a fragilidade da areia. Ganhamos o mundo praticando a
Palavra de Deus.
4 - Renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz
e siga-me - José Salviano
"Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se
a si mesmo, tome sua cruz e siga-me"
O que significa renuncie-se a si
mesmo? Significa não ser egoísta priorizando a sua
vontade, mais sim a vontade do Pai. Significa dizer não para o seu corpo para
poder receber o corpo e o sangue de Cristo menos indignamente. É entregar a sua
vida para seguir e mostrar aos demais, o verdadeiro caminho verdade e
vida. É a vida do sacerdote. Ele renuncia a si mesmo, doando-se pela causa
do reino de Deus, e grande será sua recompensa no céu.
E o que significa tomar uma cruz e seguir
Jesus? Nossa vida é rodeada de cruzes, as quais nem sempre as
tomamos, nem sempre as assumimos, nem sempre aceitamos. É um paraplégico ou
deficiente visual na nossa família, é o barulho e outros incômodos dos nossos
vizinhos, é um filho ou filha que aprontou alguma, ou alguma pessoa no trabalho
ou da família que nos maltrata, etc. São várias cruzes que temos de carregar,
para poder seguir Jesus. Até mesmo carregamos tais cruzes, mais reclamando,
xingando blasfemando. Sim. É blasfêmia maldizer as
nossas cruzes, por que elas fazem parte do nosso viver. São permitidas por Deus
por que precisamos delas, pode ser para nos purificar, para nos completar, ou
para baixar a nossa crista de arrogância, ou mesmo porque as merecemos, pelo
mau uso que fizemos da nossa liberdade. Em vez de xingar ou
amaldiçoar as suas cruzes, reze com força e peça a Deus o perdão dos seus
pecados, para que você possa merecer a redução do peso delas. Ah!
Não se esqueça de oferecer todo dia o sofrimento decorrente das suas cruzes, em
perdão dos seus pecados. Não existe um viver sem cruzes. Todos as temos. E só
Jesus pode nos ajudar a atenuar o peso delas. Sabe como? Procurando fixar a
nossa mente mais nas coisas agradáveis da nossa vida para esquecer um pouco as
nossas cruzes. Se ficarmos só pensando no sofrimento das nossas cruzes ficarmos
por demais infelizes. Lembre-se do que Jesus disse: "Meu
fardo é leve..." Já reparou que ao contrário de um velório,
em uma festa a gente foge quase que totalmente das nossas cruzes? Divertimos,
sorrimos, dançamos, e nem pensamos nas cruzes. Nos dias de Natal e Ano Novo
também. Comemos, bebemos, nos abraçamos, e não pensamos em coisas ruins. Depois
voltamos a "vaca fria" do nosso dia a dia para nos
atormentar com o nosso pensamento dominante estacionado no peso das nossas
cruzes. Prezados irmãos: Vamos pedir a Deus paciência e forças
para carregar as nossas cruzes. Releia esta meditação quando as suas
cruzes parecerem pesadas demais.
5 - A paz de Deus, excede toda a
inteligência -Alexandre Soledade
Bom dia!
Era uma vez… Amo quando Deus me inspira essas
histórias…
Um homem muito inteligente resolveu sair a busca
do conhecimento e de uma verdadeira razão para acreditar no ser humano.
Procurou a explicação em vários livros, diversas religiões, no entanto ficava
cada vez mais cético. Sua relação com Deus esfriava a cada dia.
Seguindo uma pista foi parar na África, seguindo
outra amanheceu na China. Desbravou de norte a sul de leste a oeste, mas nada
conseguia lhe convencer.
Certo dia, enquanto banhava seus pés numa praia
no Oceano Pacífico, foi surpreendido com uma garrafa de vidro que flutuava no
mar. Surpreso ficou ao ver que havia um bilhete dentro da garrafa e lá dizia:
“no alto do Tibet, na montanha mais alta, lá encontrará a resposta da sua longa
jornada pelo conhecimento”.
Não tendo nada a perder partiu…
Escalou cada encosta, conversou com cada monge e
a resposta era sempre a mesma: “Sua busca termina se não desistir”.
Aquilo o irritava, mas conseguiu ultrapassar cada
obstáculo que lhe fora apresentado até chegar numa ponte de madeira quebrada.
Um precipício o separava do conhecimento.
Horas e horas se passaram e ele não conseguia
encontrar uma solução que o levasse para o outro lado. Lembrou então do
conselho que haviam lhe dado: “Sua busca termina se não desistir”.
Resolveu descer a montanha e buscar meios para
consertar a ponte, mas um empecilho não programado aconteceu: Como conseguir
tábuas, cordas, pregos, ferramentas se não tinha dinheiro e tão pouco sabia a
língua local? A jornada parecia impossível de ser realizada e pior que isso
como voltar e dizer aos amigos que não conseguiu chegar ao fim?
Precisou então engolir o orgulho e desistir. Ao
descer o monte viu um homem que sofria em virtude do frio. Agoniando e clamando
por socorro, ele lhe empresta uma das suas jaquetas, faz uma fogueira, um
abrigo e tenta o possível para aquecê-lo.
No dia seguinte após uma longa e fria noite no
Tibet, prepara um café da manhã para que o homem ganhe forças, mas nota que ele
havia sumido. Que homem ingrato! Nem sequer agradeceu o meu tempo perdido! –
pensou
Não querendo desistir por completo voltou ao
precipício e lá encontrou o homem que salvou na note passada, consertando a
ponte. Ao terminar o agradeceu pelo gesto heróico e partiu. Não pensou duas
vezes atravessou a ponte e lá do outro lado encontrou um homem.
Perguntou: Fale-me sábio
senhor, pelo que vale lutar nessa vida, pois busco essa resposta há muito tempo?
O homem então lhe disse:
- Todos os dias, vem alguém aqui e me faz essa
pergunta e eu lhe proponho que volte, destrua a ponte e fique esperando, pois
misteriosamente Deus lhe enviará um anjo quando mais precisar. Um anjo que
precisará engolir o orgulho para descer ou desistir de algo fútil, para então
salvar sua vida. Esse anjo, para te salvar, terá que se importar com seu
sofrimento, cuidar dos seus ferimentos e em troca você construirá uma nova
ponte para que ele chegue até aqui!
Entendem o sentido?
“(…) E a paz de Deus, que excede toda a
inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo
Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo
o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que
aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus
da paz estará convosco”. (Filipenses 4, 7-9)
Voltamos então a refletir que o ultimo degrau até
o cume é descer do monte. Descer para subir? Sim, como o próprio evangelho de
hoje nos orienta a renegar a si mesmo (nossos interesses, nossas ambições,
nosso querer) sempre em prol de algo maior que seria a vontade de Deus e o bem
estar daquele que esta ao meu lado. O que adianta almejar conquistar a
santidade sem lutar para que outros a conseguissem? “(…) O que adianta alguém
ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira”?
A santidade não advém de um ato egoísta e sim do
altruísmo. A conversão é individual, mas a santidade vem do relacionamento com
os irmãos e dentre eles meus familiares, amigos, trabalho, escola, (…). Ser
santo na igreja é fácil, mas o que me credencia ao cume são os gestos que tenho
e o desejo de ver isso realmente acontecer .
Todos temos em nossos pensamentos pessoas que
desejávamos que estivesse aqui neste estágio da subida. Sabemos também que
algumas já estão em pontos mais altos e não mais estranharemos ao vê-las
descendo para nos levantar.
A conversão ou mudança daqueles que gostamos
inicia nele quando ouvem o chamado do pastor. Às vezes somente nas lágrimas que
conseguimos fazer o silencio necessário para ouvi-Lo. Mesmo assim, fadigados
pelo peso da nossa cruz, devemos descer para vê-lo subir. Mas cuidado! Descer
não significa voltar a pecar, pois algumas pessoas, no desejo de apressar o
tempo, acabam voltando a uma vida que já tinham abandonado na base da montanha
(Romanos 6 ).
Bom fim de semana e um abençoado DOMINGO
Um imenso abraço fraterno.
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ser Discípulo
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Este evangelho é sequência de Mateus 16,13 – 23, refletido
ontem, onde o Apóstolo Pedro deu aquela resposta linda e maravilhosa e que
mereceu de Jesus um belo elogio, Pedro é um homem iluminado por Deus e por isso
deu aquela resposta tão verdadeira e reveladora que culminou com a sua nomeação
para ser o Chefe dos Apóstolos e da sua Igreja, ponto de ligação entre o Céu e
a Terra.
Estaria tudo lindo e maravilhoso para os discípulos se a
história parasse por aí, porém, Jesus retoma as lições para a prova final dos
seus discípulos. A pedagogia de Jesus é perfeita, parece que o Grupo,
representado por Pedro, entendeu uma parte da lição, sobre a sua identidade
Messiânica, e agora é preciso avançar com as lições, subir para outro nível
aproveitando o momento.
Eles já sabem quem é Jesus, ele é o Cristo, o Filho de Deus
vivo, portanto, o Messias esperado. Haviam sido aprovados na primeira
avaliação. Agora Jesus começa a lição mais difícil: revelar a eles como é que
ele iria realizar a sua obra de Salvação. Eu imagino a cara dos discípulos
durante essa “aula” com o maior de todos os Mestres...
O Discipulado implica em renúncia a si mesmo, e aceitação da
cruz. Mais do que isso, o discipulado implica em um “Perder”. Eis aí três
palavras proibidas nos dias de hoje: Renúncia a si mesmo, aceitar a cruz, e
perder... Diante da expectativa de um Messias arrasador, vitorioso e implacável
com os seus inimigos, essa lição nova foi um balde de água fria em cima dos
discípulos. O mesmo acontece para quem sonha com num Cristianismo sem
sacrifícios e renúncias, sem calvário e sem cruz, parece que o homem dos nossos
tempos tornou-se especialista em arrancar Jesus da cruz, só se quer a glória e
o poder Divino, mas calvário e cruz, todo mundo quer BEM... Longe...
É bom compreendermos que Jesus não está incentivando uma
religião alienadora, vivida de maneira angelical, e que despreza as coisas
desse mundo. Nem é um incentivo para que o homem busque o sofrimento, pois Deus
não é masoquista. O sofrimento é consequência do Amor. Quem ama verdadeiramente
as pessoas, sofre com elas e por elas. Por acaso não sofre uma Mãe que vê o seu
Filho envolvido nas drogas ou na delinquência? Esposa traída, mas que ama
o seu marido e quer ficar ao seu lado? O Filho que tem um Pai alcoólatra... Em
todos esses casos, quem ama de verdade não arreda pé, não abandona o barco, não
deixa a pessoa entregue a própria sorte, mas luta, sofre, chora com o outro.
Assim Jesus age para nos dar a Salvação. Não desistiu mesmo
quando percebeu que acabaria sozinho, traído e negado pelos amigos, pela
comunidade, que deveria ser a primeira a reconhecê-lo e apoiá-lo, pela família
que o achava um Louco. Mas o seu Amor pela humanidade e a Fidelidade ao Pai, o
levou a superar tudo isso.
O Nosso discipulado traz essas marcas da paixão do Senhor em
nossa vida, são marcas que comprovam que a Fé é autêntica. A Cruz sempre será a
nossa marca registrada, sinal de um Amor grandioso, belo, gratuito e
incondicional. Esse é o caminho de Jesus por onde todos também caminhamos, ou
deveríamos caminhar...
2. Que adianta ganhar o mundo?
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
No seguimento de Jesus o decisivo não está nos cargos, funções
ou títulos. Está no discipulado. Para o discípulo se usa o verbo seguir.
Siga-me, venha comigo, com a sua cruz. Negue-se a si mesmo. Não se vai atrás de
Jesus com projetos pessoais, com afirmação de personalidade, com bens, vontade
própria e muitos laços afetivos. Negar a si mesmo e tomar a cruz significa
caminhar com liberdade, sem apego à própria vida para não perdê-la. Descobrir
em que Jesus crê e entregar o próprio ser em suas mãos é resultado de uma
experiência concedida de graça ao discípulo fiel. Depois vem o resto. Diante do
principal, tudo o mais se torna secundário. Na tentação do deserto, o demônio
ofereceu o mundo todo em troca da vida do homem Jesus. Para ter a vida de Jesus
o demônio lhe daria tudo, porque o demônio valoriza a vida. Que poderá alguém
dar em troca da própria vida? Se perdermos a vida por causa de Cristo, então
nós a encontraremos. Que se perca esta vida por uma renúncia total para que a
recuperemos quando o Senhor vier na glória do Pai. “Ditoso o coração enamorado
que só em Deus coloca o pensamento e vive até de si mesmo descuidado.”
HOMILIA DIÁRIA
Não fuja da sua cruz, abrace-a
É quando a cruz pesa que o
Senhor está conosco, está nos dando forças para carregá-la. Não fuja da sua
cruz, abrace-a.
E Jesus disse aos apóstolos: “Se
alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem
quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de
mim, vai encontrá-la” (Mt
16,24-25).
Nós já ouvimos isso tantas vezes do coração de
Jesus, mas cada vez que escutamos isso, precisa ser novo para nós, porque,
muitas vezes, desanimamos com a nossa cruz e dizemos: “Senhor, a cruz é muito
pesada e eu não vou dar conta”.
Até creio que, se for sozinho, você não dará
conta. Creio que sozinho, muitas vezes, a cruz de cada um se torna pesada e
insuportável, por isso temos vontade de abandoná-la, renunciá-la, correr dela,
desprezá-la, mas é ela que nos salva.
Mas que cruz é essa? Ela não representa
simplesmente as coisas ruins; ao contrário, a cruz é sinal de salvação, não de
maldição; é sinal de bênção e significa abraçar as condições de vida que temos
com todo amor do nosso coração.
Muitas vezes, para a mãe, para a família, para o
marido, para os filhos ela se torna um peso – são as dificuldades de criar os filhos,
a dificuldade de vê-los doentes, de ver um filho que nasceu com essa ou com
aquela deficiência. Muitas vezes, são dolorosas as condições de vida que
passamos, as dificuldades que enfrentamos, as aflições que nos visitam em cada
situação. Quando vemos a cruz pesar, pensamos que Deus se esqueceu de nós, mas
é quando a cruz pesa que o Senhor está conosco, está nos dando forças para
carregá-la. Não fuja da sua cruz, abrace-a.
Quero orar com você, pedir que o Senhor lhe dê
forças: “Dai forças a cada um de nós, meu Pai. Senhor nosso Deus, olhai para
nossas fraquezas, olhai para as dificuldades que nós temos de suportar nas
situações da vida. Sim, meu Pai, tenha misericórdia de nós, misericórdia de
todas as vezes que ficamos impacientes, que perdemos as estribeiras, das vezes
que perdemos até a nossa fé, porque não conseguimos ser firmes diante das
situações contrárias que acontecem em nossa vida. Ajude-nos, Senhor, a não
desanimar, a carregar, com mais firmeza e determinação, a nossa cruz de cada
dia. Nós queremos segui-Lo, queremos renunciar o nosso ego, a nossa vontade
própria para nos tornarmos, cada dia mais, Seus discípulos”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a amar. Queremos viver
fazendo o bem a todos, ocupados com o serviço aos irmãos e esquecidos de nossos
problemas pessoais. Tira dos corações o interesse por lucros e vantagens, e
coloca neles a vontade de ajudar. Dá-nos força para seguirmos o Caminho do
Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade
do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/08/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a amar. Queremos viver
fazendo o bem a todos, ocupados com o serviço aos irmãos e esquecidos de nossos
problemas pessoais. Tira dos nossos corações o interesse por lucros e
vantagens, e coloca neles a vontade de ajudar. Dá-nos força para seguir o
Caminho do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

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