Ano C
Lc 9,43b-45
Comentário do Evangelho
Jesus coloca os discípulos de sobreaviso.
Esta perícope se liga à
profissão de fé de Pedro (9,18-22). A admiração das pessoas por tudo o que
Jesus fazia (v. 43b) obriga Jesus a colocar os discípulos de sobreaviso:
“Prestai bem atenção às palavras que eu vou dizer...” (v. 44a). É preciso não
se deixar levar pelas aparências, nem se seduzir pelo sucesso. O v. 44b é o
segundo anúncio da paixão, feito aqui de modo sintético em relação ao primeiro,
que se seguiu à profissão de fé de Pedro. Trata-se de esclarecer os discípulos
de que tipo de “Cristo de Deus” é Jesus, e o qual eles estão seguindo. Jesus
busca tirar os discípulos de qualquer tipo de equívoco ou ilusão ligados à sua
pessoa e à sua missão.
Os discípulos não compreendiam (v. 45) ou não
podiam compreender, pois até então eles partilhavam com seus contemporâneos de
uma ideia de Messias que não tinha a ver com o que se realizava em Jesus de
Nazaré. Será preciso passar pela paixão e cruz para que, aí sim, pela Luz da
Ressurreição de Cristo, a escama de seus olhos seja tirada.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
O que estava escondido para os discípulos foi
desvendado pelo Espírito Santo, que nos faz compreender qual é a porta estreita
e o caminho áspero que levam ao Reino do Pai a que Jesus se referira antes. É
bom que lembremos sempre disso: o nosso caminho deve ser o mesmo caminho de
Jesus.
Reflexão
Muitas pessoas encontram dificuldades
para compreender o que Jesus nos fala, e essas dificuldades existem porque
verdadeiramente não conhecem Jesus e não comungam as suas propostas e os seus
valores. A única contribuição que podemos dar para que essas pessoas possam
compreender Jesus é, auxiliados pela graça divina, nos lançarmos num verdadeiro
trabalho missionário, juntamente com toda a Igreja, no sentido de possibilitar
às pessoas um verdadeiro encontro com o Divino Mestre, a fim de que possam de
fato conhecê-lo, compreender a sua Palavra e viver o seu Evangelho.
Meditação
Os
discípulos corriam o risco de se entusiasmarem demais pelos milagres que
presenciavam. - Nós também corremos o risco do apego a coisas exteriores apenas?
- Jesus realizava prodígios. Mas seu fim era a Cruz! - Não pode ocorrer o mesmo
em nossa vida? - E então, não corremos o risco do orgulho e da prepotência? -
Às vezes nos sentimos fracos diante das cruzes da vida. Lembramo-nos nestas
ocasiões de pedir a Deus que aumente nossa fé? - Somos constantes no pedir as
luzes do Espírito Santo?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE
HOJE
28 de SETEMBRO – SÁBADO
Liturgia comentada
Como um jardim irrigado... (Jr 31,10-13)
No coração do homem, pulsa permanente nostalgia. Mesmo que não saiba disso, ele tem saudades do Jardim. Como se lê no Gênesis (2,8), o Senhor Deus modelou na argila o primeiro homem, plantou “um jardim no Éden, no Oriente, e ali colocou o homem”. No capítulo seguinte, ocorre a Queda que está na origem desta saudade: seduzido e enganado, Adam, o “barroso”, vê o Jardim fechado, fora de seu alcance, portões guardados por querubins de gládio flamejante.
O tema do “Paraíso Perdido”, a terra das delícias, a Xangri-La onde ninguém envelhece e todos são felizes, atravessaria os séculos, na literatura e no cinema, desde John Milton até James Hilton. Mais que mera ficção, este Jardim está bem vivo no inconsciente coletivo da humanidade: é o lar primitivo para onde deverá regressar quando as coisas voltarem ao seu lugar de desígnio.
Foi no jardim que Adão tomou consciência de sua nudez. Foi no jardim que Deus costurou para ele uma cintura de couro, a mesma veste de misericórdia que os profetas iriam usar (cf. 2Rs 1,8). Enquanto esse jardim não lhe for reaberto, o homem será atenazado por essa nostalgia.
Ora, as promessas de Deus incluem esse retorno à Fonte. Na Bíblia, o jardim é símbolo de um lugar privilegiado, espaço da presença divina que tudo fecunda e regenera. O mesmo local da degeneração humana será o lugar da regeneração. Na profecia de Isaías, “o Senhor tem piedade de Sião, tem piedade de suas ruínas. De seu lugar desértico ele fará um Éden e de sua estepe o jardim do Senhor”. (Is 51,3)
No “Cântico dos Cânticos”, esse poema sinfônico sobre a Aliança-casamento entre Deus e a Humanidade, o jardim fechado é imagem da Virgem que só abrirá as portas para seu Amado: “Tu és um jardim fechado, minha irmã, minha esposa, uma nascente fechada, uma fonte selada! Teus rebentos são um jardim de romãs com frutos escolhidos. [...] A fonte dos jardins é como um manancial de água corrente...” (Ct 4,12-13.15)
Mas existe outro jardim que não pode ser esquecido. Foi no Jardim das Oliveiras que da Fonte da Salvação brotaram gotas de sangue e água (cf. Lc 22,44) que cresceriam em rio na cruz do Calvário (cf. Jo 19,34). Assim fertilizado, o Jardim foi reaberto a todo aquele que crê. Nele, “ouvir-se-ão gritos de entusiasmo e de alegria, na ação de graças, ao som da música.” (Is 51,3c)
E como disse Jesus, “meu Pai é o agricultor... meu Pai é o jardineiro...” (Jo 15,1)
Orai sem cessar: “Venha o meu Amado ao seu jardim...” (Ct 5,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Dou a vida pelo ideal que acredito?
Muitos de nós precisam dar a vida por aqueles ideais que
acreditamos. Que Jesus nos dê força para caminharmos com fidelidade no
projeto que nos propomos a viver.
“O
Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.” (Lc 9,44)
Jesus
está profetizando a Sua própria morte, Ele profetizando o caminho da cruz que
Ele há de traçar por causa da Sua pregação, da Sua Palavra e da Sua vida.
Neste
primeiro momento, os discípulos não entendem àquilo que Jesus está dizendo,
apodera-se deles um medo, uma insegurança, uma incerteza. Como foi difícil para
os seguidores d’Ele, compreenderem aquilo que iria acontecer com seu Mestre.
Diante
do anúncio daquilo que vai acontecer com Jesus, não é que Ele está desistindo
da vida, muito pelo contrário, Ele está reafirmando o projeto do Reino de Deus,
está dizendo: “Eu vou até as últimas consequências para implantar o Reino do
Pai aqui na Terra, no meio de nós, nem que seja preciso dar a minha própria
vida”.
A
consequência lógica da insistência e da fidelidade de Jesus ao projeto do Pai é
a Sua morte, é Ser entregue nas mãos dos homens; o preço da Sua coerência, do
Seu amor à verdade consiste em perder a própria vida.
Muitos
de nós precisam dar a vida por aqueles ideais que acreditamos; é a mãe que dá a
vida por causa dos seus filhos, o homem ou a mulher que dá a vida por causa do
seu casamento; é o profeta, é o discípulo de Cristo que dá a sua vida pelo
Evangelho. Tudo o que nós fazemos tem os seus riscos, mas o mais importante é
termos fidelidade àquilo que nós acreditamos.
Se
você é pai e mãe, casado ou casada, você é capaz de dar a sua vida por causa da
sua família. Você vai lutar por ela, empenhar-se, sacrificar-se por ela e,
muitas vezes, vai morrer um pouquinho a cada dia por causa desse projeto, por
causa desse bem maior e mais sublime que é a sua família.
Aprendamos,
hoje, com o Mestre Jesus que nós precisamos ir até as últimas consequências por
causa dos ideais nobres que nós acreditamos: o Evangelho, a causa maior do
Reino de Deus, a família. São esses valores no qual nós queremos aplicar em
nossa vida.
Que
Jesus, hoje, nos dê força, coragem, estímulo para continuarmos caminhando com
fidelidade no projeto que nos propomos a viver.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Lc 9,43-45 – Jesus fala de sua paixão

Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor
Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito
Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no
amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da
internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor
compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra
boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 9,
43-45, e procuro compreender as palavras de Jesus.
Todos estavam admirados com o que Jesus fazia, e ele disse aos
discípulos:
- Não esqueçam o que vou dizer a vocês: o Filho do Homem será entregue
nas mãos dos homens.
Mas eles não entenderam isso, pois o que essas palavras queriam dizer
tinha sido escondido deles para que não as entendessem. E eles estavam com medo
de fazer perguntas a Jesus sobre o assunto.
Mais uma vez Jesus fala de sua
paixão. O povo se maravilhava com os feitos de Jesus e alimentava esperança de
um Messias triunfalista, poderoso. Inclusive, queriam proclamá-lo rei. Este não
era o projeto de Jesus. Para evitar que se confundam, mais uma vez Jesus fala
de sua condenação. A sua declaração deixa os discípulos “com medo”. Mas,
deveriam compreender que a dor fazia parte da opção do Mestre na fidelidade ao
Reino de Deus.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
O que o texto me diz no momento?
"Na história do amor trinitário, Jesus de Nazaré, homem como nós e
Deus conosco, morto e ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. No
encontro de fé com o inaudito realismo de sua Encarnação, podemos ouvir, ver
com nossos olhos, contemplar e tocar com nossas mãos a Palavra de vida (cf. 1
Jo 1,1), experimentamos que “o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a
humanidade doente e extraviada. Quando em suas parábolas Jesus fala do pastor
que vai atrás da ovelha desgarrada, da mulher que procura a dracma, do pai que
sai ao encontro de seu filho pródigo e o abraça, não se trata só de meras
palavras, mas da explicação de seu próprio ser e agir”. Esta prova definitiva
de amor tem o caráter de um esvaziamento radical (kenosis), porque Cristo “se
humilhou a si mesmo fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fl
2,8)." (DAp 242)
O meu Projeto de vida coincide com o
do Mestre Jesus Cristo?
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, disseste que a vida
eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça
no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo
Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e
Vida, tem piedade de nós.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os
olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de
Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.
Renovo a minha fé em
Jesus Cristo que é um Rei, mas não triunfalista.
Durante o dia vou deixar que,
através de minhas palavras e atitudes, Ele se revele manso e humilde de
coração.
Aos poucos, vou vivendo também a minha "kenosis"
(esvaziamento de meu egoismo e amor próprio).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se
compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê
a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a
carregar em paz a nossa cruz, nos passos do nosso Mestre. Que o façamos com
alegria, grande esperança e amor, na certeza de que seguindo Jesus, já nesta
terra – planeta-jardim que nos emprestas – vivemos sinais do teu Reino. Pelo mesmo
Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário