
Santo Orestes
Século IV
Orestes é um nome de origem rude, de trágica
lembrança, e muito divulgado no mundo cristão. Rude porque significa
"homem da montanha". De lembrança trágica porque, segundo a
literatura grega, era filho de Agamênon, a quem vingou a morte ao matar a
esposa adúltera, a própria mãe. E divulgado entre os cristãos porque é o nome
de um mártir da fé.
No livro dos santos da Igreja, só encontramos um com este nome. Dele sabemos,
com certeza, que no final da Antiguidade era venerado como um mártir no dia de
sua morte: 9 de novembro. E que alguns mosteiros importantes foram dedicados a
ele, como o da Capadócia, no século IV.
Mais tarde, soube-se da participação de um monge do mosteiro de santo Orestes
no segundo Concílio de Nicéia, onde saíram condenados os hereges iconoclastas,
isto é, os cristãos que destruíam as pinturas e objetos sagrados.
Provavelmente, esse monge era do Mosteiro da Capadócia, onde as relíquias
mortais do mártir Orestes estavam guardadas. Como a sepultura estava sob a
construção, os dados de santo Orestes nunca foram encontrados e ninguém soube
ao certo a sua origem.
A tradição relata sua vida começando pelo ponto culminante: a morte pelo
testemunho da fé. A fé cristã sempre foi marcada, ao longo dos séculos, pelos
sacrifícios de seus seguidores, iniciados com a crucificação pela Paixão de
Jesus Cristo. Orestes foi mais um desses mártires, provavelmente morrendo na
última perseguição aos cristãos decretada pelos romanos.
Temos uma narração milenar vinda da Capadócia que nos coloca Orestes como um
médico acusado de incitar o povo contra a idolatria. Um médico, de fato, pode
exercer muita influência sobre o ânimo dos doentes, que estão necessitados de
ajuda material, mas que também precisam de conforto espiritual. Denunciado como
cristão e pregador da nova fé, Orestes não negou.
Durante o julgamento público, ele clamou que o céu lhe concedesse um prodígio
capaz de cair sobre o povo, que queria trair a verdade do cristianismo.
Imediatamente, foi atendido. Orestes, apenas com um sopro, fez as estátuas dos
ídolos voarem como folhas mortas e as colunas do templo caírem, como se fossem
de fios de palha. Foi condenado à morte.
Mas antes foi torturado com pregos e arrastado por um cavalo. No final, com o
cadáver desfigurado, foi atirado num rio, que devolveu seu corpo refeito e
coberto com uma magnífica túnica. Foi assim que as relíquias do mártir chegaram
naquele antigo local, onde existiu o famoso mosteiro de santo Orestes, na
Capadócia, atual Turquia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário