
Nossa Senhora da
Boa Morte
Dormição de Maria
"Maria é a primissa da glorificação do corpo
e da alma, assegurada por Cristo no final
dos tempos".
Inácio Maria Calabuig
Dormição de Maria
"Maria é a primissa da glorificação do corpo
e da alma, assegurada por Cristo no final
dos tempos".
Inácio Maria Calabuig
A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte chegou aos cristãos do Ocidente,
através da tradição cristã do Oriente, sob o título de "Dormição da
Assunta". Talvez, esse seja o culto mariano mais antigo, iniciado logo nos
primeiros séculos do cristianismo.
A última metade do século V foi marcada pela propagação de uma literatura
apócrifa, isto é, escrita na época dos fatos, mas não incluída na Bíblia, sobre
a morte e assunção da Virgem; e a construção de uma Basílica para venerar o
túmulo da Mãe de Deus, por ordem da imperatriz Eudóxia. Isso acabou provocando
a mudança do conteúdo temático do culto de 15 de agosto, para a "Dormição
da Assunta", já no início do século VI.
Os escritos apócrifos revelavam que, a Virgem Maria teria entrado em
"Dormição", isto é, entrado no sono da morte rodeada pelos apóstolos.
O seu corpo imaculado foi levado por eles a um sepulcro novo no Getsêmani. Três
dias depois, eles voltaram ao local e o encontraram vazio e com odor de flores.
A Mãe fôra "Assunta", isto é, subira ao céu em corpo e alma.
No século VII, o imperador Maurício prescreveu que essa festa mariana fosse
celebrada em todos os seus domínios, como uma das mais importantes. E
finalmente, o Papa Sérgio I a introduziu na liturgia de Roma. Desse modo, o
culto "Dormição da Assunta" ou "Dormição da Mãe de Deus"
alcançou toda a Igreja, do Oriente e do Ocidente.
A Igreja do Oriente, se dedicou ao culto da devoção da Mãe de Deus, até por ser
a mais primitiva. Muitas igrejas cobertas de ícones sagrados foram erguidas em
todos as regiões, nesse período bizantino. Os lugares sagrados, marcados pelos
acontecimentos da Revelação do Mistério de Deus, foram guardados dentro de
magníficos templos cobertos de ícones. Os ícones não foram feitos para adornar
o templo, são pinturas que representam os símbolos sagrados da Igreja e
descrevem o Evangelho. Assim, uma grande profusão de ícones invadiu a Igreja do
Ocidente, especialmente os da Mãe de Deus.
A Virgem Santíssima, além de ser invocada e representada em
"Dormição", foi chamada de "Assunta", como seu filho foi
elevada ao céu, pelo mérito de Cristo, obtendo a Redenção corpórea. Venerar a
Boa Morte de Nossa Senhora sempre foi uma grande festa, para os cristãos. Ela é
a primissa da glorificação do corpo e da alma, assegurada por Cristo no final
dos tempos.
Antigamente o culto iniciava na véspera, com a deposição da imagem da Virgem
"dormente", num esquife e ficava exposta à visita dos fiéis até a
manhã da festa, quando era retirada e colocada a imagem triunfal de Nossa
Senhora da Assunção. Em algumas localidades essa tradição se manteve, inclusive
nas Américas que herdou o culto dos missionários espanhóis e portugueses.
O dogma da Assunção de Maria só foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, como
conseqüência lógica de intensos estudos históricos e teológicos patrocinados
pela Igreja ao longo desses séculos. Ele só fez coroar uma fé sempre professada
universalmente por todo o Povo de Deus.
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