ANO A

Lc 19,41-44
Comentário do
Evangelho
Lamentação de quem ama.
Depois do seu último ensinamento (vv. 11-27) e de dar aos
discípulos instruções de encontrarem para ele um jumentinho, sobre o qual,
acompanhado da multidão, ele desce de Betfagé em direção a Jerusalém passando
pelo Monte das Oliveiras (vv. 29-38), ao avistar a cidade santa Jesus chora. As
lágrimas de Jesus são acompanhadas de uma exclamação que nada tem a ver com
vingança ou mágoa. É a lamentação de quem ama e vê o seu povo perder a
oportunidade de reconhecer o tempo da visita de Deus. A “cidade da paz” não
reconheceu o “príncipe da paz”, aquele que veio ao mundo para selar de maneira
definitiva o pacto de paz de Deus com o seu povo, e a reconciliação de toda a
humanidade. No Senhor que chora se revela um Deus que tem sentimento, que se
compadece dos sofrimentos e angústias do seu povo, mas que sofre pela rejeição
e pelo abandono daqueles que Ele escolheu como a sua herança. Na linha da
tradição profética, Jesus anuncia a destruição de Jerusalém (Is 29,1-12). A
razão da destruição é o fechamento e a resistência a Deus (cf. v.44).
Oração
Pai, dá-me o bom senso de acolher a
salvação que me ofereces em teu Filho Jesus. Desta forma, não incorrerei em
castigo semelhante ao que se abateu sobre a Cidade Santa.
Vivendo a Palavra
Jesus não chora apenas sobre Jerusalém, mas sobre
todos nós que, pelos tempos afora, não compreendemos a Paz que Ele nos trouxe.
Nós nos tornamos surdos aos apelos do Reino de Amor que nos é oferecido pelo
Pai Misericordioso, deixando-nos seduzir pelo fascínio do mundo, que é fugaz,
enganador e não deixará pedra sobre pedra.
Reflexão
A cidade de Jerusalém abre as suas portas para
Jesus, mas não abre o seu coração. Não aceita as suas palavras e rejeita a sua
doutrina, pois os seus olhos estão voltados para outra direção, a direção que a
levará até a destruição e a morte. É necessário que abramos o nosso coração e
reconheçamos que somos visitados pelo Deus da Vida e que rejeitar essa visita
significa para nós trilharmos os caminhos da morte, resultado de uma vida de
quem apenas está preocupado em olhar para seus interesses mesquinhos e não para
os verdadeiros bens que são destinados a quem acolhe o Senhor e vive segundo os
valores do Evangelho.
Comentário do Evangelho
O PRANTO DE
JESUS
A contemplação da cidade santa de Jerusalém
deixou Jesus comovido. Símbolo da presença de Deus no meio do povo, lugar de
peregrinação dos fiéis de todos os cantos do mundo, evocação da longa história
de amor do Senhor por Israel, Jerusalém tornara-se símbolo da obstinação de um
povo sem disposição para ouvir os apelos de conversão que lhe eram dirigidos
pelo Messias.
O
Templo fora transformado em casa de câmbio e lugar de exploração dos pobres. O
culto estava longe de agradar a Deus, por se reduzir à mera exterioridade. O
sacerdócio perdera sua característica própria, para se tornar objeto de
disputa. Os peregrinos eram visto como meio de enriquecimento de um grupo de
aproveitadores. Por isso, o Filho de Deus não reconhecia mais aquela cidade e o
Templo como lugares de habitação de seu Pai.
Os
vaticínios de Jesus contra a cidade santa seguem os rumos da antiga pregação
profética. Já Miquéias e Jeremias haviam anunciado a destruição de Jerusalém,
por causa da idolatria que nela se instalara. E assim aconteceu, por obra do
exército babilônico. Já as palavras de Jesus seriam realizadas pelas mãos do
exército romano.
O
pranto do Mestre sobre Jerusalém foi um apelo quase desesperado à conversão. Se
ela fosse capaz de compreender que estava sendo visitada pelo mensageiro da
paz, haveria de ser solícita em converter-se. Mas isto estava escondido a seus
olhos.
Oração
Espírito que move à
conversão, tira-me da letargia que me impede de dar ouvido a Jesus, e
converter-me conforme os seus apelos.
(O comentário do
Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor nosso Deus, fazei
que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos
felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, que nos criaste
para teu Reino de Amor, inspira-nos para que sigamos o teu Filho Unigênito
pelos caminhos desta terra, na certeza de que com Ele já gozamos desde agora –
embora ainda não em plenitude – das delícias do teu prometido abraço paternal.
Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.

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