10 de Março de 2014
Com quem Jesus se identifica?
Mt 25,31-46
Comentário do Evangelho

Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, pode conhecer a situação de cada um e o que se é de fato.
Os domingos do tempo da Quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O tempo da Quaresma deve ser marcado por uma dupla característica: deve ser a ocasião para recordarmos o nosso Batismo e a vocação a que somos chamados pela graça desse mesmo Batismo, e tempo para a penitência, isto é, o desejo e o consequente esforço de verdadeira e profunda conversão para que possamos tirar do mistério pascal de Jesus Cristo toda a sua riqueza.
O autor do segundo relato da criação do livro do Gênesis tem a preocupação de responder à seguinte pergunta: se tudo o que Deus criou é bom, por que existe o mal? Por que, muitas vezes, o mal domina sobre o ser humano? Em primeiro lugar, o autor afirma a bondade de Deus. Deus chama o ser humano à existência; Ele pôs o seu próprio “sopro” no ser humano (2,7b). O homem, tirado do pó, é obra do coração de Deus, do seu amor. No jardim que Deus plantou havia tudo o que o ser humano precisava para realizar-se como plenamente humano. No entanto, enigmaticamente, aparece a serpente, símbolo do mal do homem; ela aparece como uma força de sedução que distorce o mandamento de Deus e leva o ser humano a negar a sua própria condição de criatura e, portanto, a negar sua referência a Deus. É o mal que, segundo o nosso autor, coloca no coração do ser humano a suspeita com relação a Deus. O mal desumaniza na medida em que leva a negar-se a qualidade de criatura e sua referência ao Criador. O ser humano é colocado diante da alternativa pela qual deve decidir: confiar em Deus ou se deixar levar pela sedução do mal. Infelizmente, o primeiro homem se deixou envolver pela sedução do mal.
O relato das tentações de Jesus segundo Mateus é um sumário das tentações que acompanharam Jesus ao longo de toda a sua vida. Ao contrário do primeiro ser humano, Jesus não permite que a voz do mal ressoe nele. Pela apropriação da Palavra de Deus, por sua comunhão com o Pai, ele vence o mal; ele vence o mal pela confiança inabalável em Deus. As tentações de Jesus dizem respeito à sua filiação divina e à sua missão. É na sua condição de Filho de Deus e em relação ao seu messianismo que Jesus é tentado. Jesus não se prosterna diante do mal, pois sua vida está profundamente enraizada em Deus; somente a Deus ele adora. Foi por nós que Jesus venceu as tentações.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor. É claro que a religiosidade tem sentido, principalmente porque é através do relacionamento com Deus que recebemos as graças que nos são necessárias para a vivência concreta do amor, mas a religiosidade sozinha, desvinculada da prática do amor, é causa de condenação e não de salvação.
FONTE: CNBB
Recadinho
Ninguém gosta de ouvir, mas Jesus fala firme sobre o juízo final. Quem serão os escolhidos do Reino? - Uso de misericórdia para com meu próximo? - Ou faço parte do grupo daqueles que desviam o olhar diante de uma pessoa simples, humilde? - Quem não quer agradar a Deus? - Mas... tenho clareza de que Deus está presente nos humildes, nos desprezados deste mundo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 - santuario-nacional
11
de Março de 2014
Com
quem Jesus se identifica?
Mt 6,7-15
Comentário
do Evangelho
Como
orar.
Nós já comentamos este texto,
grosso modo, na Quarta-Feira de Cinzas. Naquela ocasião, afirmávamos que a
consequência prática das recomendações de Jesus era a rejeição a determinada
hipocrisia, em que, por contraste, Jesus apresenta a verdadeira e a falsa
piedade. Isso, evidentemente, vale para o texto de hoje do evangelho. Não é a
oração que está em questão, mas o modo de fazê-la. Deus conhece o coração de
cada um, antes mesmo que as palavras cheguem à boca (cf. Sl 138). Diante dele a
multiplicação de palavras é inútil. Ademais, essa multiplicação de palavras é
expressão da pressão exercida sobre Deus para conseguir algo dele. O que Deus
concede ao seu povo é fruto de seu amor e de sua bondade, e não de merecimento
de quem quer que seja. A oração do Senhor é, para o discípulo, referência no
modo de relacionar-se com Deus. Essa oração exprime, em primeiro lugar, a
centralidade de Deus e o engajamento filial do discípulo com relação ao Pai. Em
seguida, o discípulo consciente de sua condição suplica pelo que deve
sustentá-lo na vida cotidiana: pão e perdão. Por fim, como o mal está presente
no coração do ser humano, o cristão pede para, pela graça de Deus, ser liberto
de todo mal.
Carlos
Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito
do Pai, leva-me a transformar em vida a minha oração, e a descobrir, na oração,
o sentido da minha vida.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
A eficácia da
oração não é determinada pela quantidade de palavras nela presentes, pelo seu
volume ou pela sua visibilidade, mas antes de tudo pela capacidade de
estabelecer um relacionamento sério, profundo e filial com Deus. Quem fala
muito, grita e fica repetindo palavras é pagão, que não é capaz de reconhecer a
proximidade de Deus e ter uma intimidade de vida com ele. A oração também deve
ter um vínculo muito profundo com o próprio desejo de conversão e de busca de
vida nova, de modo que ela não seja discursiva, mas existencial e o falar com
Deus signifique estabelecer um compromisso de vida com ele e para ele.
FONTE: CNBB
Recadinho
Conheço a palavra perdão? - Ela faz parte de
minha vida? - Rezo o Pai Nosso? - Com que frequência? - Será que notei a grande
“arapuca” que Jesus criou para nós aos nos ensinar a rezar o Pai Nosso? Estou
de acordo que Deus me perdoe... assim como eu perdoo?!
Padre
Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional
12
de Março de 2014
Nenhum sinal lhe será dado
Lc 11,29-32
Comentário
do Evangelho
O apelo
é de não subordinar a fé em Jesus a nenhum prodígio.
Ao comentarmos os textos do
primeiro domingo da Quaresma, dizíamos que as tentações de Jesus o acompanharam
ao longo de toda a sua vida. O texto do evangelho de hoje corrobora com dita
afirmação. Os contemporâneos de Jesus o provocam pedindo um sinal
extraordinário vindo do céu. Visam subordinar a fé em Jesus e a credibilidade
da sua palavra a esse sinal. Como no relato das tentações, Jesus se recusa satisfazer
a essa exigência tal qual solicitada. Jesus mesmo, toda a sua vida, é um sinal
que remete ao mistério de Deus. A evocação do episódio de Jonas apela à
penitência, necessária para acolher o Reino de Deus que se faz presente na
pessoa de Jesus (cf. Mc 1,15). É pela penitência que se alcança a purificação
do coração, necessária para reconhecer que tudo o que Jesus faz e ensina é
sinal. O coração livre de todo apego é condição para acolher o mistério de Deus
tal qual ele se revela em Jesus Cristo. Para o discípulo, para quem o texto é
escrito, trata-se de não subordinar a fé em Jesus a nenhum prodígio espetacular.
Carlos
Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
torna-me dócil e sensível para acolher as palavras de Jesus, sem exigir sinais
espetaculares como pré-requisito para aderir a ele.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Para muitas
pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim
o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente
da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho
de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é
um sinal para nós, e Jonas foi um sinal para os ninivitas apenas por suas
palavras, que os ninivitas ouviram e creram. Deste modo, Jesus é um sinal para
nós por sua palavra e é nela que devemos crer e não ficar exigindo que ele
fique realizando "milagres" para que fundamentemos a nossa fé.
FONTE: CNBB
Recadinho
Jesus enfrenta a multidão com firmeza.
Geração má! É duro isso. A verdade dói. Procuro ser humilde quando alguém me
alerta sobre algum erro? - Reagir com agressividade demonstra insegurança. Não
é mais producente escolher o caminho da humildade? - Contribuo para que haja
harmonia em meu lar? - Respeito meu próximo procurando compreender suas
atitudes? - Quanta mediocridade! Quanta falta de respeito para com o próximo!
Vamos pensar nisso?
Padre
Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional
13
de Março de 2014
Tudo o que é bom procede do Pai.
Mt
7,7-12
Comentário
do Evangelho
A regra
de ouro é uma regra de solidariedade.
Uma leitura simplista do texto
da liturgia da palavra de hoje induzirá o leitor a erro. Ele poderia ser levado
a pensar que o que ele deseja e pede Deus lhe concederá tal e qual; ou, então,
se ele pedir com fé Deus lhe dará. A mensagem do texto é bem outra. Nossa
perícope, parte do longo sermão da montanha, utiliza repetidas vezes o verbo
“pedir” (vv. 7.8.9.10.11). Deus sabe do que necessitamos (cf. Sl 138). Por que
pedir? Em primeiro lugar, para reconhecer que tudo o que é bom procede do Pai
(v. 11). Em segundo lugar, porque a súplica em favor das necessidades dos
outros e as suas próprias abre a pessoa de fé para a relação filial com Deus
Pai, que é a fonte de todo verdadeiro bem. A regra de ouro citada no v. 12 é
não somente conclusão do trecho em questão, mas de toda a seção do Sermão da
Montanha que trata da conduta a ser adotada em relação ao próximo. A regra de
ouro é uma regra de solidariedade, que possibilita a convivência pacífica e
respeitosa, anterior ao nosso texto e conhecida no mundo pagão. Um exemplo de
aplicação prática e adaptação dessa regra encontra-se, por exemplo, em Eclo
31,14-15.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
dá-me um coração grande, capaz de demonstrar um amor imenso ao meu semelhante,
na total gratuidade e sem interpor restrições.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
A oração deve
sempre estar vinculada com a prática da vontade do Pai. A nossa oração será
ouvida e Deus nos concederá o bem que desejamos somente quando formos capazes
de realizar o bem para com os nossos irmãos e irmãs. Sendo assim, Deus somente
realizará por nós aquilo que nós queremos que ele nos faça quando formos
capazes de realizarmos pelos nossos irmãos e irmãs aquilo que eles esperam de
nós, pois estaremos com isso cumprindo a vontade de Deus e ele, como
recompensa, cumprirá a nossa vontade.
FONTE: CNBB
Recadinho
Qual a razão de muitas vezes pedirmos e Deus
não nos atender? - É que muitas vezes pedimos, sem saber o que será melhor para
nós, em vista do Reino de Deus! Como pedir? - Como vamos procurar? - Como vamos
bater à porta? - Vejamos como Jesus orou: “Pai, se possível, afasta de mim esse
cálice! Todavia, não se faça a minha, mas a vossa vontade!” Procuro descobrir
qual é a vontade de Deus a meu respeito?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 - santuario-nacional
14
de Março de 2014
A
oferta a Deus exige reconciliação
Mt
5,20-26
Comentário
do Evangelho
Reler
a Lei com amor e misericórdia.
No início do sermão da montanha, Jesus dá como que um critério a partir do qual a releitura da Lei deve se apoiar: uma prática da Lei que supere o rigorismo legalista e se baseie no amor e na misericórdia (cf. Mt 9,13). É em Jesus que se vê realizada essa justiça maior que a dos escribas e fariseus. Não se trata da interdição de tirar a vida de alguém (cf. Ex 20,3; Dt 5,7), mas é proibido depreciar o semelhante dando a ele títulos ofensivos. Não é somente a morte física que é visada na interdição, mas toda ofensa moral. Jesus impõe ao discípulo a exigência de reconciliação. A reconciliação é anterior e condição para a oferta de um verdadeiro sacrifício; é o sacrifício que agrada a Deus. O esforço de reconciliação requerido e visado nessa antítese é uma explicitação da bem-aventurança da mansidão. “Manso” (cf. Sl 37,11), em hebraico, corresponde a “pobre”, entenda-se, pobre de espírito, isto é, aquele que reconhece e acolhe o Reino de Deus como dom.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito
de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu
próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas
para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores
humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse
critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não
é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral,
como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também
devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres
naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes
da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e
verdadeiro critério da justiça.
FONTE: CNBB
Recadinho
Reconciliar-se! É fácil? - Já passou por
situações difíceis? - Conseguiu superá-las? - Qual é o maior mandamento? - Que
lugar ocupam a irritação, as palavras ofensivas em meu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional
15
de Março de 2014
Amar
os inimigos
Mt 5,43-48
Comentário
do Evangelho
Amar o inimigo é a atitude
de quem se experimentou amado por Deus.
A exigência feita ao discípulo de superar a justiça dos escribas e fariseus, isto é, o modo de praticar a Lei, se explicita em seis antíteses (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-48). Nosso texto de hoje é a sexta das antíteses. Trata-se de uma exigência primordial de toda a vida de fé e, em particular, da vida cristã: amar o semelhante, não importa quem seja nem o que ele fez. A exigência do amor ao próximo e ao inimigo é exigência da vida em Cristo. É a atitude de quem se experimentou amado por Deus, não obstante suas próprias faltas, e de quem tira para o seu relacionamento com os outros as consequências da misericórdia de Deus para com ele (ver: Mt 18,23-35). Essa é a atitude do misericordioso e do “fazedor de paz” (5,7.9), de quem sabe que o verdadeiro tesouro está em Deus e a sua recompensa nos bens futuros prometidos por Deus. O último versículo (v. 48) é a conclusão das seis antíteses. A perfeição consiste na superação do reducionismo legalista da Lei e na prática do amor fraterno que superam os laços afetivos. A perfeição de Deus consiste em que ele ama sem fazer acepção de pessoas. “Deus é amor” (1Jo 4,16).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me teu imitador,
e não me deixes cair na tentação de fazer acepção de pessoas. Que eu ame a
todos, sem qualquer distinção.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Um dos valores mais determinantes da nossa vida é
a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para
viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na
gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é
amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito.
Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de
comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que
deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da
justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez
melhor.
FONTE: CNBB
Recadinho
Você já presenciou alguém dizer que reza
pelos que o perseguem? - Você consegue ser cordial com todos? - Procura se
lembrar de que Deus é bom para com todos? - Você procura transmitir bondade em
tudo? - Você age realmente com misericórdia?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional
16
de Março de 2014
A
transfiguração
Mt 17,1-9
Comentário
do Evangelho
O que sustenta nossa fé, é
a graça da ressurreição do Senhor.
A liturgia da palavra deste segundo domingo da Quaresma tem como intenção esclarecer a fé e fundar a esperança do povo de Deus. O livro do Gênesis, como o próprio nome o sugere, é o livro das origens; origem do universo com tudo o que contém e origem do povo de Deus; é o livro da origem do mal, mas também da fé no Deus único e verdadeiro. O texto de hoje do livro do Gênesis visa nos fazer compreender o dinamismo que está na origem de nossa fé. Em primeiro lugar, está a palavra que Deus dirige ao ser humano (Gn 12,1-3). No início da fé está um convite de Deus, um convite a sair, um convite à felicidade e à realização do ser humano. Felicidade e realização que estão contidas no verbo “abençoar”. Como a graça de Deus não é exclusiva, essa promessa e bênção dizem respeito a toda a humanidade (v. 3). No início de nossa fé está a palavra de Deus que convida o ser humano, guiado pela palavra do Senhor, a fazer uma migração para poder ser feliz. Para poder encontrar a felicidade e vivê-la como dom é preciso “sair” de si mesmo, de suas seguranças pessoais e se deixar conduzir por Deus.
O relato da transfiguração do Senhor é a sequência do primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Senhor e a apresentação das exigências para seguir Jesus (Mt 16,21-23.24-28). Os discípulos têm dificuldade de aceitar o messianismo apresentado por Jesus, que passa pelo sofrimento e pela morte. O caminho do discípulo, no entanto, é o mesmo do Mestre. A transfiguração é uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo. Rosto brilhante como o sol, vestes brancas como a luz são expressões do modo bíblico de dizer que se trata de uma revelação de Deus. O que sustenta nossa vocação cristã, o que sustenta nossa fé, é a graça da ressurreição do Senhor. O sofrimento e a morte não são a última palavra. O Senhor, ressuscitando dos mortos, venceu o mal e a morte; glorioso, nos faz participantes de sua vitória. Esse é o conteúdo da esperança cristã. É preciso manter os ouvidos abertos e o olhar fixo no Senhor, que passou pelo sofrimento e pela morte, e ressuscitou. A experiência dos efeitos de sua ressurreição conduzem os discípulos, todos nós, a vivermos a adesão à pessoa de Jesus Cristo no cotidiano de nossa vida.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu seja capaz de
contemplar a cena patética de Jesus pendente da cruz, sem me deixar abater pela
estupefação, para poder contemplá-lo glorioso na ressurreição.
FONTE: PAULINAS
Recadinho
Você se apresenta diante dos irmãos como um
transfigurado pela graça de Deus? - Sua presença é alegria? - Seus olhos
espelham o brilho de Deus que habita em seu coração? - Em seus sofrimentos e lutas
do dia a dia Deus está sempre presente? - Cite uma tarefa que sua comunidade
faz para ajudar a transfigurar o mundo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional
17
de Março de 2014
A
medida certa
Lc
6,36-38
Comentário
do Evangelho
Deus é misericordioso.
Nosso texto é parte do que no
evangelho segundo Lucas denomina-se “sermão da planície” (6,17-49); é a
sequência do chamado dos Doze sobre a montanha, onde Jesus passou a noite
inteira em oração (6,12-16). A nossa perícope é parte do trecho tematicamente
dominado pelo imperativo do amor aos inimigos (vv. 27-35). A primeira parte do
v. 36 equivale ao que no evangelho segundo Mateus é o imperativo à perfeição
(Mt 5,48). Em primeiro lugar, é preciso compreender que o imperativo se baseia
no que Deus é: misericordioso. Sua misericórdia se manifesta na sua bondade
para com todos, ingratos e maus (cf. v. 35). A misericórdia de Deus se exprime
na acolhida dada por Jesus aos pecadores (cf. Lc 5,29-32; 7,36-50; 15,1ss;
19,1-10). Cada um, independentemente de sua situação, pôde ou pode experimentar
a misericórdia de Deus em relação a si mesmo. É com essa mesma misericórdia que
se exige tratar os outros. O amor aos inimigos não é uma ideia; ele se
concretiza na renúncia a julgar, isto é, condenar alguém (v. 37a-37b), na
disposição permanente e renovada de perdoar (v. 37c) e de entregar-se a si mesmo
(v. 38a), como o Senhor se entregou para a salvação de toda a humanidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dispõe meu coração para o
perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
A justiça de
Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de
dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe
pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem
que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que
distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem
possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as
coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se
apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não
nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a
fazer o mesmo.
FONTE: CNBB
Recadinho
O Evangelho para o dia de hoje é breve, mas
se estende ao infinito! Misericórdia! Compaixão, solidariedade, ternura,
perdão, bondade, acolhida! Qual destas palavras mais lhe toca o coração no
momento? - Lembro-me do testemunho do bom samaritano? A misericórdia não tem
fronteiras! - No caminho de Emaús, à beira do lago da Galileia, Jesus toma o
pão, abençoa-o e o reparte. Tenho condições de partilhar meus bens espirituais?
E os materiais? - Os discípulos reconheceram Jesus. Eu o reconheço em meus
irmãos? - Meus irmãos o reconhecem em mim? - Como as pessoas que cruzam meu
caminho reconhecem que vivo uma vida cristã?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
FONTE: a12 -
santuario-nacional

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