Neste dia lembramos com carinho a vida de mais uma irmã nossa
que para a Igreja militante brilha como exemplo e no Céu como intercessora de
todos nós pecadores chamados à santidade. Santa Margarida nasceu na Hungria no
ano de 1046, isto quando seu pai Eduardo III (de nobre família inglesa) aí
vivia exilado, devido aos conflitos pelo trono da Inglaterra (o rei da
Dinamarca ocupara o trono inglês). Em 1054, seu pai retornou à Inglaterra,
Margarida tinha portanto oito ou nove anos quando conheceu a pátria inglesa. No
entanto, após a morte de seu tio-avô, Santo Eduardo, em 1066, recomeçaram os
conflitos: a luta entre Haroldo e Guilherme da Normandia obrigou Edgardo, irmão
de Margarida, a refugiar-se novamente na Escócia com a mãe e as irmãs,
tendo-lhes o pai morrido alguns anos antes.
Vivendo na Escócia, Margarida casou-se com o rei Malcom III e
buscou com os oito filhos (seis príncipes e duas princesas, uma delas chamada
Edite, que veio posteriormente a ser rainha da Inglaterra e conhecida com o
nome de Santa Matilde) a graça de constituir uma verdadeira Igreja doméstica.
Santa Margarida, como rainha da Escócia, procurou cooperar com o rei, tanto no
seu aperfeiçoamento humano (pois de rude passou a doce) quanto na administração
do reino (porque baniu todas futilidades e aproximou os bens reais das
necessidades dos pobres).
Conta-se que a própria Santa Margarida alimentava e servia
diariamente mais de cem pobres, ao ponto de lavar os pés e beijar as chagas
daqueles que eram vistos e tratados por ela como irmãos e presença de Cristo.
Quando infelizmente seu esposo e filho morreram num assalto ao castelo,
Margarida que tanto os amava não se desesperou, mas sim aceitou e entregou tudo
a Deus rezando: “Agradeço, ó Deus, porque me dás a paciência para suportar tantas
desgraças!”
Santa Margarida entrou no Céu a 16 de novembro de 1093. Foi
sepultada na igreja da Santíssima Trindade, em Dunfermline, para onde também o
corpo do rei Malcom III foi levado mais tarde.
Santa Margarida da Escócia, rogai por nós!
Santa Margarida da Escócia
Santa Margarida
da Escócia
1046-1093
Uma rainha tão boa para os
súditos que, embora estrangeira, foi profundamente amada por eles. Uma mulher
tão cheia de fé que soube mostrar como uma coroa real pode unir-se à coroa da
fé. Através do exemplo de sua vida pessoal, levou um país inteiro ao
cristianismo, desde a sua época até hoje. Assim foi a rainha Margarida, a santa
protetora do povo escocês.
Nascida em 1046, na Hungria, era uma mulher da
nobreza, de grande devoção cristã, culta, inteligente, e possuidora de uma
sutil e fina diplomacia. As questões políticas levaram-na a asilar-se na
Escócia, onde conheceria seu futuro marido. Sua mãe, Águeda, irmã da rainha da
Hungria, descendia de santo Estevão e de Eduardo, pretendente ao trono da
Inglaterra, expulso pelo usurpador rei Canuto. Numa época tão conturbada, mesmo
depois da morte desse último, somente a Escócia conseguiu dar abrigo seguro a
essa família real para escapar de atentados fatais.
Não demorou muito para que o rei Malcom III se
encantasse com a sua delicada e nobre figura, de personalidade forte e frágil
ao mesmo tempo, e a pediu em casamento. Margarida tinha, então, vinte e três
anos e aceitou, porque assim agindo compreendeu que poderia melhor levar a
mensagem de Cristo ao povo escocês, ainda pagão.
Seu marido não era uma pessoa má, nem violenta,
mas sim um pouco rude e ignorante. Não sabia ler, por isso tinha grande
respeito por sua mulher instruída. Beijava o livro de orações que ela lia junto
dele com devoção e sempre pedia seus conselhos. A rainha, pacientemente e pouco
a pouco, alfabetizou-o, sem nunca se sobrepor à sua autoridade. Ela era
discreta, modesta e humildemente respeitosa à sua condição de chefe de um povo
e uma nação. Quando o rei Malcom III foi tocado pela fé, converteu-se e foi
batizado.
Essa atitude do rei mudou completamente os destinos
do país, pois o povo também se converteu. O casal teve oito filhos, seis homens
e duas mulheres, que receberam instrução e educação cristã necessária aos
nobres. O rei também passou a ter uma visão cristã na compreensão dos problemas
de seus súditos, e os tratou com total consideração, respeito, bondade e
justiça.
No palácio, a rainha continuou a partilhar,
diariamente, em sua própria mesa, com órfãos, viúvas, pedintes e velhos
desamparados. O rei compartilhava dessa alegria e das obras beneficentes em socorro
e amparo aos excluídos. Fundaram muitas igrejas, mosteiros e conventos. Segundo
a história da Escócia, foi um período de reinado justo, próspero e feliz para o
povo e para a nação.
A rainha Margarida tinha apenas quarenta e seis
anos quando foi acometida de grave doença. E resistiu pouco tempo depois que
recebeu a notícia da morte do seu marido e do filho mais velho, que caíram
combatendo no castelo de Aluwick. Morreu no dia 16 de novembro de 1093, na
cidade de Edimburg, e foi sepultada em Dunferline, Escócia.
Venerada ainda em vida pela santidade, foi
canonizada, em 1251, pelo papa Inocêncio IV. O culto que celebra santa
Margarida da Escócia com grande festa ocorre, no dia de sua morte, em todo o
mundo católico.
Santa Margarida da Escócia | |
Nascimento | No ano de 1045 |
Local nascimento | Hungria |
Ordem | Rainha da Escócia |
Local vida | Escócia |
Espiritualidade | Santa Margarida, a princípio, era costumeiramente olhada com um certo olhar de desentendimento, pois contava ao confessor, o monge Teodorico, muitas passagens místicas que lhe ocorrera, como um livro que caiu no rio e foi retirado somente após muitas horas sem se ter deteriorado o mínimo. Mas o milagre real de santa Margarida foi ter se santificado como esposa do rei Malcom, como mãe e como rainha. Caridosa, alimentava e servia com suas próprias mãos, mais de cem pobres e diariamente, chegando a lavar-lhes os pés e a beijar-lhe as úlceras. Vendia suas jóias para socorrer os mais necessitados. Os últimos dias de sua vida foram muito sofridos, pois o esposo e seu filho vieram a falecer durante um assalto ao castelo de Aluwick. Mesmo diante de tanto sofrimento, exclamou: "Graças Vos dou, Senhor, porque me concedeis paciência para suportar tantas desgraças juntas". |
Local morte | Edimburgo e foi sepultada em Dunferline |
Morte | 16 de Novembro de 1093, com 48 anos de idade |
Fonte informação | Os cinco minutos dos santos |
Oração | Deus, nosso Pai, sois o Amor que a tudo envolve recriando a vida em contínuos renascimentos. Quando tudo declina e fragiliza, vós ali estais com a vossa presença que restaura e vivifica nossos corações. Porque estais conosco, nosso interior é curado e se fortalece em paz duradoura. Porque estais conosco, o medo que nos impede de agir com justiça e retidão se esvanece. Porque estais conosco, o perdão supera o ódio e avingança. Porque estais conosco, desfaz-se a tristeza que turva a mente cega e coração. Porque estais conosco, rompe-se o orgulho que nos afasta de vós e dos irmãos. Porque estais conosco, nossa esperança é resgatada e dignificada nossas ações. Porque estais conosco, a fé nos torna inabaláveis como rochedos que não se vergam a ventos. Porque estais conosco, caminhamos sem vacilar buscando-vos sem cessar. Senhor, porque eterna é a vossa bondade, eu vos peço hoje: completai a obra que em cada um de nós começastes. Conservai a nossa vida em meio às adversidades. Não abandoneis a obra de vossas mãos. (Sl 137, 7ss) |
Devoção | À caridade |
Padroeiro | Dos necessitados |
Outros Santos do dia | Gertrudes (vg); Rufino, Marcos e Valério, Elpídio, Marcelo e Eustáquio (márts.); Edmundo, Fidêncio, Euquério (bispos); Otmaro (ab.); Afã, Inês, Augustina e Felicidade (márts.).
FONTE: ASJ
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