17 de Novembro de 2013
Ano C

Lc 21,5-19
Comentário do
Evangelho
Ocasião para darmos
testemunho.
O atraso da parúsia
provocou muitas especulações acerca da “segunda vinda de Cristo”. Especulações
estas que deram origem a um discurso milenarista. A expectativa da segunda
volta de Cristo gerou, ainda, uma tradição de que alguns fenômenos atmosféricos
anunciavam o fim do mundo e, mais, de que Deus seria o responsável, por causa
de sua decepção ante a maldade do ser humano que ele criou. São Lucas, no
entanto, vai se utilizar destes elementos para anunciar um tempo aberto na
história para o testemunho: “Será uma ocasião para dardes testemunho” (v. 13).
A menção da destruição do Templo (vv. 5-6), que
pode ser considerada uma profecia ex eventu, não é uma previsão do futuro, mas
um modo de ajudar os discípulos e o leitor do evangelho a superarem as
provações do tempo presente. Em outros termos, o que Jesus quer dizer é o
seguinte: não importa o que aconteça, não se deve esmorecer, nem temer, nem ser
envolvido pela perplexidade. É preciso apoiar a vida em valores verdadeiros e
sólidos. Até o Templo, ornado com tantas pedras preciosas (cf. v. 6),
desaparecerá, pois ele figura entre as coisas que passam. A vida do ser humano
deve estar apoiada no que não passa nem decepciona: Deus. As palavras de Jesus,
inspiradas numa linguagem apocalíptica, não predeterminam nenhuma data, mas
fazem um apelo ao discernimento permanente. Jesus evita responder à pergunta:
“... quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” (v. 7). Mas
alerta: “Cuidado para não serdes enganados…” (v. 8). Ele não responde à questão
posta, pois a preocupação do discípulo não deve ser com o quando, mas com que
atitude ter em meio às adversidades da vida e aos dramas da humanidade. Do
discípulo é exigida uma atitude de confiança que nada pode abalar, nem mesmo as
catástrofes naturais, nem as perseguições por causa do evangelho. A propósito
das perseguições e da morte, é preciso pôr a vida nas mãos de Deus: em primeiro
lugar, como dissemos, será uma ocasião de dar testemunho (cf. v. 13) e, em
segundo lugar, de confiar que é Deus quem inspira, dá força e protege a causa
de seus eleitos. Nos Atos dos Apóstolos, o próprio Lucas relata a atitude de
Pedro e João, perseguidos pelas autoridades judaicas: “Quanto a eles, deixaram
o Sinédrio muito alegres por terem sido julgados dignos de sofrer humilhações
pelo Nome” (At 5,41). É na vitória de Jesus Cristo que deve estar apoiada a
esperança dos cristãos: “No mundo tereis tribulações, mas coragem! Eu venci o
mundo” (Jo 16,33). Com São Paulo podemos, então, nos perguntar: “Quem nos
separará do amor de Cristo?”. E com ele respondermos: nada nem ninguém (Rm
8,31-39).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Espírito de constância,
vem em meu socorro nos momentos de provação e dificuldade, quando a
perseverança se torna difícil, e a fidelidade, um desafio.
Vivendo a Palavra
Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’
Jesus nos alerta sobre falsos profetas. O dia do Senhor virá, mas nós não
devemos nos preocupar em saber quando será. Vivamos a normalidade da
existência, procurando fazer o bem, tendo sempre a consciência da presença
amorosa do Pai em nós e entre nós.
Recadinho

A vida está difícil? - Aproveite a ocasião que Deus me dá para dar um
bom testemunho, o de quem sabe viver na paz de Deus mesmo em meio a
sofrimentos? - Diante das provações da vida, que significam para mim:
paciência, constância, coragem, confiança em Deus, perseverança e firmeza? -
Peço a Deus a graça de se forte em meio às contrariedades? - Diante das
angústias da vida confio em Deus e procuro fortalecer minha esperança e fé?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE HOJE

17 DE NOVEMBRO - DOMINGO
VEJA MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO
REFLEXÃO
Ocasião
para darmos testemunho.
O
atraso da parúsia provocou muitas especulações acerca da “segunda vinda de
Cristo”. Especulações estas que deram origem a um discurso milenarista. A
expectativa da segunda volta de Cristo gerou, ainda, uma tradição de que alguns
fenômenos atmosféricos anunciavam o fim do mundo e, mais, de que Deus seria o
responsável, por causa de sua decepção ante a maldade do ser humano que ele
criou. São Lucas, no entanto, vai se utilizar destes elementos para anunciar um
tempo aberto na história para o testemunho: “Será uma ocasião para dardes
testemunho” (v. 13).
A
menção da destruição do Templo (vv. 5-6), que pode ser considerada uma profecia
ex eventu, não é uma previsão do futuro, mas um modo de ajudar os discípulos e
o leitor do evangelho a superarem as provações do tempo presente. Em outros
termos, o que Jesus quer dizer é o seguinte: não importa o que aconteça, não se
deve esmorecer, nem temer, nem ser envolvido pela perplexidade. É preciso
apoiar a vida em valores verdadeiros e sólidos. Até o Templo, ornado com tantas
pedras preciosas (cf. v. 6), desaparecerá, pois ele figura entre as coisas que
passam. A vida do ser humano deve estar apoiada no que não passa nem
decepciona: Deus. As palavras de Jesus, inspiradas numa linguagem apocalíptica,
não predeterminam nenhuma data, mas fazem um apelo ao discernimento permanente.
Jesus evita responder à pergunta: “... quando será, e qual o sinal de que isso
está para acontecer?” (v. 7). Mas alerta: “Cuidado para não serdes enganados…”
(v. 8). Ele não responde à questão posta, pois a preocupação do discípulo não
deve ser com o quando, mas com que atitude ter em meio às adversidades da vida
e aos dramas da humanidade. Do discípulo é exigida uma atitude de confiança que
nada pode abalar, nem mesmo as catástrofes naturais, nem as perseguições por
causa do evangelho. A propósito das perseguições e da morte, é preciso pôr a
vida nas mãos de Deus: em primeiro lugar, como dissemos, será uma ocasião de
dar testemunho (cf. v. 13) e, em segundo lugar, de confiar que é Deus quem
inspira, dá força e protege a causa de seus eleitos. Nos Atos dos Apóstolos, o
próprio Lucas relata a atitude de Pedro e João, perseguidos pelas autoridades
judaicas: “Quanto a eles, deixaram o Sinédrio muito alegres por terem sido
julgados dignos de sofrer humilhações pelo Nome” (At 5,41). É na vitória de
Jesus Cristo que deve estar apoiada a esperança dos cristãos: “No mundo tereis
tribulações, mas coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Com São Paulo podemos,
então, nos perguntar: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. E com ele
respondermos: nada nem ninguém (Rm 8,31-39).
Carlos
Alberto Contieri, sj
HOMILIA
ESTAR
PREPARADOS E VIGILANTES Lc 21,5-19
Estamos
no penúltimo domingo do Ano Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar
no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus
nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as
adversidades e lutar pelo Advento do Reino. De fato, no evangelho há numerosas
passagens que aludem a este tema, como os textos “apocalípticos”, pois o gênero
“apocalíptico” era uma espécie de moda dos crentes daqueles tempos.
O tema do fim do mundo sempre foi um tema muito presente durante a historia do
cristianismo. Podemos dizer que fazia parte da identidade cristã. Ser cristão
implicava crer que nossa vida terminaria com um juízo de Deus sobre nós e sobre
o mundo no seu conjunto: Deus decidiria em algum momento, e muito provavelmente
de surpresa, no final do mundo; toda a humanidade seria convocada ao juízo
final.
A
vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto
ajuda-nos a desprender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o tempo;
mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa
profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos,
ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu. Por isso, o fiel cristão não
deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do Céu. Assim, deve
comportar-se entre os outros de uma maneira digna da vocação a que foi chamado,
sempre alegre, irrepreensível e simples, compreensivo com todos, bom
trabalhador e bom amigo, aberto a todas as realidades autenticamente humanas
(cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).
Jesus nos alerta sobre os falsos profetas: “Cuidado para não serdes
enganados…”. Diante das catástrofes Jesus exorta à esperança: não ter medo…
Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo contrário
são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está por surgir.
“Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a cabeça, porque
a libertação está próxima” (Lc 21, 28).
“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o
tempo!… Diante das dificuldades não nos deixemos levar pelo desânimo!
Acreditemos na Vitória final do Reino de Cristo.
Na nossa vida cotidiana, no exercício da nossa profissão, encontraremos
naturalmente, sem assumir ares de mestres, inúmeras ocasiões de dar a conhecer
a doutrina de Cristo: numa conversa amigável, no comentário a uma notícia que
está na boca de todos, ao escutarmos a confidência de um problema pessoal ou
familiar… O Anjo da Guarda, a quem tantas vezes recorremos, porá na nossa boca
a palavra certa que anime, que ajude e facilite, talvez com o tempo, a
aproximação mais direta de Cristo das pessoas que trabalham conosco. Cristo nos
garante: “Coragem, levantai a cabeça, porque se aproxima a libertação”.
Senhor e Pai da história, ensina-nos a transformar as relações entre os seres
humanos construindo uma história humana de amor, de liberdade, de justiça e de
paz, que nos leve à construção de uma humanidade nova onde se explicite
efetivamente o Reino de Deus que em breve chegará. Por Jesus Cristo nosso
Senhor. Amém.
Fonte
Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Liturgia comentada
Sereis perseguidos... (Lc 21, 5-19)
Sei que muitos
“fiéis” têm preferência por outro tipo de Evangelho: aquele que fala de pardais
e lírios do campo, da tal recompensa no outro mundo, multiplicada por cem...
Entretanto, o
Evangelho de hoje, com as tonalidades típicas do final do Ano Litúrgico, aponta
em outra direção. Jesus anuncia uma catástrofe, isto é, um movimento para
baixo, uma decadência geral, quando já não ficará “pedra sobre pedra”.
Nós somos construtores:
desde os jardins suspensos de Babilônia, passando pelas pirâmides do Egito e a
hidrelétrica de Itaipu, experimentamos um especial prazer em edificar
monumentos, empilhando pedra sobre pedra. Pena que tudo cairá...
Da destruição do
Templo de Jerusalém, com suas pedras imponentes, Jesus salta rapidamente para
um outro Templo: seu próprio corpo, que logo será destruído impiedosamente em
sua Paixão e Morte. Mas não para nesse corpo de carne. Logo se projeta para
outro “Corpo” seu: a Igreja. E a cota que lhe cabe é, nua e crua, a perseguição.
Aqui e ali, tenho
encontrado “fiéis” lamuriosos, reclamando de perseguições, como se a Igreja
estivesse à espera de aplausos e confetes. Quanta inocência! Como comenta Hans
Urs von Balthasar, “a perseguição não será um episódio ocasional, mas um
“existencial” para a Igreja de Cristo e para os cristãos individuais. Sobre
este ponto, Jesus é formal (vv. 12-17). VÓS sereis perseguidos. VÓS, os
representantes da Igreja, TODA a Igreja”.
Basta uma olhadela
panorâmica sobre estes dois mil anos de vida eclesial para contemplar a
profecia cumprida: prisões, condenações, traições pelos próprios familiares,
arenas com leões e touros, em suma: o martírio.
Enquanto espera,
que deve fazer o cristão? O mesmo von Balthasar dá sua resposta: “Trabalhar!”
Trabalhar como Paulo, que suou a camisa para comer seu pão. O que se pede a
cada cristão é uma espécie de compromisso com o mundo “que Deus ama”!
E Jesus observou:
“Não se perderá um só cabelo de vossa cabeça...” (Lc 21, 18)
Orai sem cessar: “O
meu socorro vem do Senhor!” (Sl 121, 2)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
17 de novembro – 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
LEVANTAR-SE-Á O SOL
DA JUSTIÇA
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia de hoje aborda o tema do
julgamento, mostrando que Deus não pode ser manipulado nem comprado. O
“tribunal” de Deus não favorece uns em detrimento de outros. Por isso, quem
clama por justiça verá que ela acontecerá. No entanto, em Deus justiça e
misericórdia andam juntas e não são contrárias uma à outra. Deus é justo sendo
misericordioso, e é misericordioso sendo justo.
O tema do julgamento está vinculado
ao do último dia. Muitas pessoas temem falar sobre esse assunto, mas a liturgia
nos adverte que é necessário estar sempre preparados enquanto o Senhor não vem.
A ênfase dada pelos textos não se concentra no medo do inferno nem em eventos
históricos desastrosos nem em cataclismos da natureza. Os textos focalizam a
ação de Deus na destruição do mal, na implantação da justiça sobre a terra e na
ação dos cristãos, a saber, dar o testemunho de fé.
II. COMENTÁRIO DOS
TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Lc
21,5-19): Não tenhais medo
O texto de hoje utiliza-se de um
recurso literário muito usado na apocalíptica judaica, o testamento de herói. É
uma das formas de mostrar a continuidade da história, do plano divino da
salvação em tempos difíceis. Consiste, principalmente, em discursos do
pseudoautor antes da própria morte/ascensão, nos quais desvela o futuro dos
destinatários e faz exortações a que permaneçam na fidelidade a Deus. Por meio
desse recurso literário, o verdadeiro autor interpreta para os seus
contemporâneos os acontecimentos desastrosos, e assegura-lhes que Deus fará os
fiéis vitoriosos sobre o mal.
O texto começa com a observação sobre
o templo de Jerusalém, e prossegue com a afirmação de Jesus de que tudo será
destruído. As palavras de Jesus querem responder a duas perguntas: quando vai
acontecer e quais os sinais indicativos da proximidade do fim dos tempos. Essas
perguntas são fundamentais para as comunidades do final do século I d.C.
Jesus diz aos discípulos quais são os
sinais; estes não são uma indicação da proximidade do fim dos tempos, mas uma
garantia de que certamente a parusia virá. Por isso, os discípulos não devem
ter medo diante dos rumores sobre o fim, pois o dia e a hora não são
conhecidos. Enquanto a parusia (a vinda de Cristo) não acontece, os discípulos
são exortados à fidelidade, principalmente em tempos de perseguição, como é
desenvolvido nos vv. 12-17. Contudo, o mais importante é saber que quando
chegar o fim será pelo testemunho de fé que os discípulos serão salvos.
2. I Leitura (Ml
3,19-20a): Sereis livres
O texto de Malaquias enfrenta o
problema do malvado que prospera enquanto o justo sofre. É compreensível se
fazer certas perguntas: que vantagem há em ser bom? De que vale praticar os
mandamentos?
A resposta encontrada pelo profeta é
que Deus cuida de nós, isto é, não estamos sozinhos quando sofremos e no “Dia
do Senhor” a justiça triunfará.
O autor do texto usa a imagem do fogo
reduzindo uma árvore a cinzas, para afirmar que o mal será completamente
eliminado do mundo, não restará mais nenhuma maldade, nem seus ramos nem suas
raízes (3,19).
A Bíblia também se serve do
simbolismo do sol para enfatizar a mesma ideia. No contexto em que o profeta
vivia, o sol era tido como dispensador de calor e de vida, de luz e de justiça
porque sempre brilha para todos. Quando amanhecer o “Dia do Senhor”, a justiça
vai brilhar e o último rastro de maldade será varrido da terra.
3. II Leitura (2Ts
3,7-12): Permaneçais firmes
Para a mentalidade dos
tessalonicenses, o ser humano se realiza essencialmente na sua dimensão
espiritual alienada das realidades terrenas. O trabalho manual era visto como
algo degradante. Partindo da mentalidade judaica, o autor afirma que a condição
corporal do ser humano não é algo negativo como se fosse um castigo, portanto,
o trabalho manual dignifica o ser humano.
Os espiritualistas, que apregoavam o
final dos tempos para breve, estavam criando um clima de ansiedade e de tanto
frenesi que não havia mais lugar para as tarefas cotidianas. O autor convoca os
tessalonicenses para permanecer firmes tendo o Apóstolo como exemplo.
O autor da carta não é um fanático,
ainda que espere ardentemente pela volta de Jesus ele exorta os cristãos a
viver na fidelidade a Deus e a comprometer-se plenamente com suas tarefas e
obrigações terrenas.
Quando essa carta foi escrita, não
somente o ensinamento de Paulo, mas a própria vida do apóstolo exercia uma
influência muito grande dentro da comunidade, a ponto de ele ser citado como
exemplo a ser imitado.
III. PISTAS PARA
REFLEXÃO
Os textos de hoje têm o objetivo de
animar os cristãos em sua caminhada de fé mediante os desafios enfrentados em
circunstâncias de perseguição. Quer incentivá-los a permanecer fiéis e a dar
testemunho de sua fé, enquanto esperam a vinda gloriosa de Jesus Cristo.
A imagem que o evangelho apresenta
sobre catástrofes não deve ser tomada ao pé da letra. São imagens próprias do
gênero literário apocalíptico. Querem ressaltar a mudança radical que
acontecerá com a chegada do reino de Deus. Esse simbolismo apenas enfatiza que
o “mundo” presente, dominado pelo mal, será destruído para que surja então um
mundo novo, onde o mal não existe.
É importante deixar claro que a
justiça divina não se assemelha a dos homens (facilmente manipulada pela
vingança, por leis excludentes e distorcidas). Deus não se deixa manipular por
ninguém. Sua justiça é temperada com misericórdia.
Também se deve dar um destaque para o
v. 8: “Tomai cuidado para não serdes enganados”. O que se quer ressaltar com
isso é que os cristãos não devem se deixar enganar por discursos
sensacionalistas que pregam o fim do mundo, fruto de uma leitura literal desse
texto bíblico. Nem tampouco se deixar seduzir por doutrinas que semeiam o medo
de um juízo implacável de Deus. Esse tipo de doutrina gera fanatismo e uma vida
alienada da realidade, na qual se busca uma via de “santidade” fora do mundo,
sem nenhum comprometimento com a transformação da realidade pelo testemunho de
uma vida em Deus.
Aíla Luzia Pinheiro
Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail:
aylanj@gmail.com.
17 de novembro –
33º DOMINGO COMUM
A QUE LEVA O TRABALHO?
Em sua
segunda carta aos fiéis de Tessalônica, o apóstolo Paulo fala-nos do trabalho-o
qual, sem reducionismo, entendemos como todo tipo de atividade laboral, seja
intelectual, industrial, manual, serviçal ou artística, seja realizado pelo
homem ou pela mulher.
O trabalho
é um grande bem do homem e da mulher, uma vez que, por meio dele, não só
transformam a natureza, mas se realizam como indivíduos. Ou seja, tornam-se
mais humanos. Por ser, em essência, um processo que mobilizam dinamismo
pessoal, mais do que uma ação objetiva e produtiva, o trabalho envolve a pessoa
em sua totalidade: corpo e espírito. Portanto, temos de considerá-lo não como
pena, castigo ou fatalidade, e menos ainda como mero “ganha-pão”, mas como
dever e direito, como bênção de Deus para a nossa realização pessoal.
Podemos
ainda ver nele uma segunda característica, a de obra da criação. De fato, além
de promover a realização da pessoa, o trabalho é participação e colaboração na
atividade criadora de Deus, que entregou sua obra ao ser humano para que este
lhe dê continuidade em favor da vida do mundo. Por isso, todo trabalhador é um
criador. A consciência de que o trabalho humano é participação na obra da
criação de Deus está presente nos ensinamentos do Concílio Vaticano II(cf.Gaudium
et Spes, n. 34).
Outra
característica é sua importância para a construção da paz social. Como em
Tessalônica, atualmente há quem viva de rendas e dividendos à custa da
exploração da mão de obra barata, do trabalho escravo, dos salários de fome
etc. O assalariado brasileiro trabalha, mas com o fruto desse trabalho mal
consegue comprar o alimento. Isso sem falar das horas de trabalho nos finais de
semana,que lhe roubam o lazer e a possibilidade do convívio social e familiar.
A fé e a mensagem cristã não afastam o crente da edificação do mundo nem o
induzem ao alheamento dos outros e do progresso;ao contrário, impõem-lhe o
dever de contribuir para o bem de toda a humanidade. O que elas fazem
principalmente, hoje por meio do apóstolo na segunda leitura, é apontar pistas
para o grave clamor da classe trabalhadora, que grita em alta voz: “Nós
trabalhamos, mas não comemos”.
Jorge
Alves Luiz, ssp
Liturgia de 17.11.2013 -
33º DTC
Permanecer firme na fé!
33º Domingo do Tempo Comum
Domingo 17/11/13
Permaneça firme!
O mais importante é
permanecermos firmes, não perdermos a convicção e a firmeza de quem nós
seguimos.
“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lc 21,19).
Meus queridos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus
nos chama à atenção para termos o cuidado de não sermos enganados, porque o
nosso coração vive uma sede de Deus, uma vontade de encontrar-se com Ele, de
que Ele venha em nosso auxílio naquilo que nós precisamos.
Às vezes, há tantas pessoas revestidas de Deus,
da Sua Palavra, mas de forma errônea, condenatória e sem nenhuma autoridade
vinda do próprio Senhor. Falam em nome d’Ele, prometem isso e aquilo. Quantas
enganações em nome de Deus!
Não cabe a nós julgar, basta ver quantas
confusões existem em nome do Senhor; quantas ofensas, quantas promessas falsas,
quantos falsos testemunhos. Nós, muitas vezes, nos deixamos confundir, porque o
que queremos de Deus parece que se resume às coisas aqui na Terra, essa busca
desenfreada de cura nos deixa longe do essencial, do amor de Deus, da palavra
d’Ele, longe da vontade daquilo que Ele realmente tem para nós.
Não sigamos essa gente, não nos apavoremos com
quem nos prega um Evangelho de medo, de pânico; não nos apavoremos quando
alguém nos condena. Ninguém tem o poder de julgar, ninguém tem o poder de nos
condenar, a não ser Jesus, o único e justo juiz. O mais importante é
permanecermos firmes na nossa fé, é termos confiança e convicção naquele que é
o nosso Senhor.
Nós, muitas vezes, passamos por tribulações
difíceis por causa do nome de Jesus, por causa do Seu segmento. Nós, muitas
vezes, seremos incompreendidos, tidos como loucos, insensatos, seremos julgados
até pelos nossos. O mais importante é permanecermos firmes, não perdermos a
convicção e a firmeza de quem nós seguimos.
Isso não significa viver uma fé de uma forma
louca, insensata, sem juízo. Para seguir Deus é preciso ter sabedoria,
sensatez, equilíbrio; para segui-Lo nós não precisamos ser fanáticos, mas ter
convicção, paixão. Precisamos, no equilíbrio, buscar a profundidade d’Ele em
nossa vida. Ter uma fé profunda não significa vivê-la de forma desequilibrada.
Ao mesmo tempo, não basta dizer que temos fé se não tivermos seriedade no
compromisso com Deus.
Quando vivemos nossa fé com seriedade, com
equilíbrio, levando o Senhor a sério, nós não precisamos nos incomodar com
falsos pastores, falsas promessas, falsas ilusões, nós não precisamos nos
incomodar com aqueles que nos ameaçam usando a Palavra de Deus.
Deus abençoe você!
LEITURA ORANTE
Lc 21,5-19 - Ser vigilantes e se preparar

Preparo-me para a Leitura Orante,
fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as
pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima
Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém
Jesus Mestre, creio com viva fé
que estais aqui presente, junto de mim,
para indicar-me o caminho que leva ao Pai.
Iluminai minha mente, movei meu coração,
para que a Palavra produza em mim frutos de vida.
que estais aqui presente, junto de mim,
para indicar-me o caminho que leva ao Pai.
Iluminai minha mente, movei meu coração,
para que a Palavra produza em mim frutos de vida.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 21,5-19
Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com
bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus
disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E
não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que
isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão
aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já
chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando
ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas
aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em
vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e
epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.
- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos.
Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados
na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos
governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem
o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora,
com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que
os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às
autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de
vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um
fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão
salvos.
O Evangelho trata da parusia, ou
seja, da volta gloriosa de Jesus Cristo,
no final dos tempos.Quanto à época, Lucas diz apenas: “chegará o dia”. Esta expressão era usada também pelos profetas para dizer um futuro
indefinido. Depois descreve os fenômenos da natureza: "tudo isso que vocês estão vendo será
destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra". "Uma nação vai guerrear contra outra, e
um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra,
falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais
serão vistos no céu." Diz ainda que os seus seguidores serão perseguidos. Serão julgados, mas
não devem se preocupar porque "lhes darei palavras e sabedoria que os seus
inimigos não poderão resistir".Através destes fenômenos cósmicos e
sociais, Deus intervém na História. Nesta apresentação apocalíptica, a intenção
de Jesus não é incutir medo nos discípulos, mas pretende convidá-los a
permanecerem vigilantes e preparados para o encontro com o Senhor.
E Jesus garante: “Nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim
vocês serão salvos".
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos, na Conferência de
Aparecida, lembraram algo muito simples para estarmos vigilantes e preparados:
“É preciso fundamentar nosso compromisso missionário
e toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus”. (DAp 247).
E eu me interrogo:
Como me alimento
da Palavra?
Faço a Leitura Orante e assumo compromissos concretos a partir
dela?
Ouço com atenção a Palavra proclamada na comunidade?
Comunico a Palavra
aos demais?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, e
concluo com a oração:
Jesus Mestre,
santificai minha mente
e aumentai minha fé.
Jesus, Mestre vivo na Igreja,
atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro,
dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós,
tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade,
tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus caminho, tornai-me perfeito
como o Pai que está nos céus.
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus vida, fazei-me viver eternamente
na alegria do vosso amor.
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus caminho, que eu seja
vossa testemunha autêntica diante dos homens.
Jesus vida, fazei que minha presença contagie
a todos com o vosso amor e a vossa alegria.
e aumentai minha fé.
Jesus, Mestre vivo na Igreja,
atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro,
dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós,
tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade,
tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus caminho, tornai-me perfeito
como o Pai que está nos céus.
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus vida, fazei-me viver eternamente
na alegria do vosso amor.
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus caminho, que eu seja
vossa testemunha autêntica diante dos homens.
Jesus vida, fazei que minha presença contagie
a todos com o vosso amor e a vossa alegria.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Trarei no coração a certeza de que tudo que faço é me preparando para o grande encontro com o Senhor.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patricia Silva, fsp
Trarei no coração a certeza de que tudo que faço é me preparando para o grande encontro com o Senhor.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patricia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, que saibamos acolher
a mensagem do fim do ano litúrgico que se aproxima: assim como o tempo termina,
também a nossa existência é fugaz. Ajuda-nos, Pai amado, a viver os nossos dias
como uma caminhada já em teu Reino de Amor, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho
que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário