
Preparação para o Sacramento da Reconciliação
Por que se confessar?
Porque é o Sacramento da Misericórdia de Deus.
Quase todo dia a gente cai e se levanta. Ninguém quer ficar no chão. A gente
pisa em falso porque não enxerga bem os passos e o caminho de Jesus.
Erramos de caminho. Atrapalhamos a caminhada uns dos outros. Deus sempre dá a
mão para a gente se deixar reconduzir. No sacramento da Penitência celebramos a
coragem de pegar de novo na mão de Deus e voltar a andar no caminho dEle, que é
o caminho da santidade. Pela confissão a gente recupera aquele estado de
purificação e santidade que recebemos no Batismo.
Quem inventou a Confissão?
Jesus Cristo. Ele sempre convidou à penitência e à mudança de vida. Ele
oferece sempre o perdão. “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15); “Vai
e não peques mais” (Jo 8,11); “estão perdoados os teus pecados” (Mt 9,2); “A
quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes
ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,23).
Por que se confessar com o sacerdote, se ele também é pecador?
Ninguém cresce sozinho, nem na vida biológica, nem na vida profissional…
Nem na vida cristã. Precisamos uns dos outros. Somos uma comunidade de irmãos.
Jesus deu aos Apóstolos (e seus sucessores) o poder de perdoar pecados:
“a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,23).
Só Deus perdoa os pecados. Jesus exerce esse Poder Divino, e, em virtude
de sua autoridade, transmite esse poder aos homens, para que o exerçam em seu
Nome. Não é o padre quem nos perdoa, pois ele mesmo, ao final da confissão,
diz: "Eu te perdoo EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO.
É Deus quem nos perdoa através do sacerdote.
Muitas pessoas não sabem, mas os padres também se confessam com outros
padres. Da mesma forma os bispos, os cardeais e o Papa. Eles também se
confessam com frequência e muitos possuem até um orientador espiritual para os
auxiliar na caminhada rumo a Deus.
Com que frequência devo me confessar?
A Igreja recomenda AO MENOS uma confissão por ano, na ocasião da Páscoa.
Mas não é verdade que ninguém gosta de receber o salário mínimo? Pois é.
Na nossa vida espiritual também deve ser assim. Não devemos nos contentar
com o mínimo. Devemos nos confessar sempre que nossa consciência nos acusar de
alguma falta.
Quais as consequencias do pecado e da falta de confissão?
As consequências negativas do pecado não são apenas a nivel individual.
São, de igual modo, comunitárias e eclesiais (para toda a Igreja).
Podemos fazer uma comparação com uma imagem para que você possa
compreender melhor. A Igreja seria como o pneu de uma roda de
bicicleta. Essa roda possui vários raios (varetas) que se ligam ao pneu.
Nós somos esses raios. Cada vez que alguém peca, um raio entorta e o movimento
da roda fica comprometido. Se o pecado é grave, o raio entorta bastante. Por
isso, é preciso que todos os raios da roda estejam bem ajustados, para que o
todo não seja comprometido.
Como fazer uma boa confissão?
1. Reze ao Espírito Santo pedindo sua
Luz para conhecer a Palavra e reconhecer sinceramente seus pecados.
2. Examine sua
consciência, faça uma revisão de vida, desde a sua última confissão.
Perguntas
para ajudar:
Examine-se - ajudado por estas perguntas: que pecados cometeu
desde sua última confissão? Procure não ficar somente no exterior, mas analise
as atitudes do coração e as omissões.
RUPTURA COM DEUS:
Amo de verdade a Deus com todo meu coração ou vivo apegado às
coisas materiais?
Preocupei-me em renovar minha fé cristã através da oração,
a participação ativa e atenta na Missa dominical, e a leitura da Palavra de
Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? Cumpri com o
preceito anual da confissão e da comunhão pascal?
Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro
somente os ritos externos? Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé
em Deus? Manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada?
Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorri a Ele
constantemente, ou só o busco quando necessito?
Tenho reverência e amor ao nome de Deus ou o ofendo com
blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão?
Troquei a minha fé por crendices? Tenho freqüentado outras
igrejas?
RUPTURA COMIGO MESMO:
Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior aos demais? Busco
aparentar algo que não sou para ser valorizado pelos outros? Aceito a mim
mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos?
Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu?
Esforço-me para superar os vícios e más inclinações como a preguiça, a avareza,
a gula, a bebida, a droga?
Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou
ações impuras? Fiz leituras ou assisti a espetáculos que reduzem a sexualidade
a um mero objeto de prazer? Cometi adultério? Recorri a métodos artificiais
para o controle da natalidade?
RUPTURA COM OS IRMÃOS E COM A CRIAÇÃO:
Amo de coração a meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor me
pede que ame? Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com
paciência e espírito de serviço? Os filhos tem sido obedientes a seus pais,
rendendo-lhes respeito e ajuda em todo momento? Os pais se preocupam em educar
de maneira cristã a seus filhos e de orientá-los em seu compromisso de vida com
o Senhor?
Abusei de meus irmãos mais frágeis, usando-os para alcançar meus
fins?
Insultei a meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras e
ações? Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança?
Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou
egoísta e indiferente à dor dos demais? Participo das obras de evangelização e
promoção humana da Igreja?
Preocupei-me pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em
que vivo ou passo a vida me preocupando somente comigo mesmo?
Cumpri com meus deveres cívicos? Paguei meus tributos? Sou
invejoso? Sou fofoqueiro e charlatão? Difamei ou caluniei a alguém? Violei
algum segredo? Fiz juízos temerários sobre os outros?
Sou mentiroso? Causei algum dano físico ou moral a outros? Fiz
inimizades com ódio, ofensas ou brigas com meu próximo? Fui violento? Procurei
ou induzi ao aborto?
Fui honesto em meu trabalho? Usei retamente a criação ou abusei
dela para fins egoístas? Pratiquei roubo? Fui justo em relação a meus
subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles?
Participei em venda ou consumo de drogas? Pratiquei fraude?
Passei cheque sem fundo? Recebi dinheiro ilícito?
3. Arrependimento
ou contrição por ter pensado ou agido contra os ensinamentos de Deus. Pedir ao Espírito Santo a graça de reconhecer seu pecado, e de
sentir dor por ter pecado.
4. Confissão
ou ato de acusação ao Padre. Chegando diante dele diga-lhe: “Padre, dá-me a
benção porque pequei. Há… tantos meses (anos) não me confesso. Meus pecados
são…” confesse somente os seus pecados; não precisa dar justificativas ou
explicações de seus pecados.
5. Penitência:
são as obras que o Padre exorta a fazer (orações, jejuns, oferta aos pobres,
reparação…) reze, também, o ato de contrição, como segue o exemplo:
“Meu Deus, eu me arrependo de todo o meu coração, de vos ter
ofendido, porque sei que sois bom e amável. Prometo com a vossa graça nunca
mais pecar. Meu Jesus Misericórdia”.
6. Compromisso
ou bom propósito de mudança de vida a partir da confissão.
Pecado mortal é aquele cuja matéria é grave, é cometido com
plena consciência e deliberadamente. Exemplos: assassinato, adultério, roubo,
falso testemunho, aborto. (Catecismo da Igreja Católica 1857-1858)
É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta
o horror e o peso do pecado, e começa a ter medo de ofender a Deus e ser
separado d’Ele. O coração humano converte-se olhando para o coração
transpassado de Jesus (Catecismo da Igreja Católica 1432).
Efeito da confissão: pela confissão, somos enriquecidos com a graça de Deus,
pois nos unimos a Ele com a máxima amizade. Este Sacramento tem como efeito a
Reconciliação com Deus, que nos proporciona paz e tranqüilidade da consciência.
Este Sacramento traz uma verdadeira “ressurreição espiritual”: o pecado mata, o
perdão vivifica (cf. Lc 15,32). Este Sacramento, também, nos reconcilia com a
Igreja (irmãos e irmãs), pois o pecado quebra a comunhão fraterna, a confissão
e o perdão reparam a vida e comunhão (Catecismo da Igreja Católica 1468).
“A reconciliação com Deus tem como conseqüência, por assim
dizer, outras reconciliações capazes de remediar outras rupturas ocasionadas
pelo pecado: o penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais
profundo de seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se
com os irmãos que de alguma maneira ofendeu e feriu; reconcilia-se com a Igreja;
e reconcilia-se com toda a criação”. (Reconciliação e Penitência, 31).
Santo Ambrósio fala de duas conversões na Igreja: “existem a
água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da penitência”.(Catecismo
da Igreja Católica 1429).
São Jerônimo ensina que, os que agem tentando ocultar,
conscientemente, alguns pecados, não colocam diante da bondade divina o que ela
possa remir por intermédio do sacerdote… e se o doente insistir em esconder do
médico sua ferida, como poderá a medicina curá-lo? (Catecismo da Igreja
Católica 1456)
(fonte: www.paroquiasaovicenteferrer.com.br - exceto
os acréscimos: "Por que se confessar com o sacerdote, se ele é também
pecador?", "Com que frequência devo me confessar?" e em
"Quais as consequencias do pecado e da falta de confissão?")

O poder que o Senhor Jesus tem de perdoar os pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando, ao ressuscitar dos mortos e aparecendo-lhes, disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”
(João 20, 21-23).
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