ANO C

Lc 9,18-22
Comentário do
Evangelho
A cruz, passa, definitivamente, a fazer parte da
vida do discípulo.
A dupla pergunta de Jesus aos discípulos emerge
da oração, de sua relação íntima com o Pai. Essa menção da oração de Jesus nos
faz compreender que este era o assunto do encontro no silêncio com Aquele que o
enviou e a quem a sua vida está absolutamente referida.
O que a multidão diz de Jesus prende-o no
passado, e a sua suspeita de incompreensão acerca de sua identidade se
confirma. Os discípulos são chamados a se
posicionar: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v. 20).
Pedro, o porta-voz dos discípulos, responde: “O
Cristo de Deus” (v. 20). A resposta de Pedro afirma que Jesus é o Messias
prometido e esperado, aquele que é habitado pelo Espírito (cf. Lc 3,22;
4,1.18). A interdição de espalhar a notícia (v. 21) tem por função salvaguardar
a novidade do Messias que Jesus é. O primeiro anúncio da
paixão-morte-ressurreição tem consequências para os discípulos: eles devem se
distanciar da opinião da multidão e se comprometer, na fé, com a missão que
supõe um serviço glorioso, sem busca de compensações, e renunciar a toda
tentação de poder mundano. Ademais, o “caminho” de Jesus passa a ser o caminho
necessário de todos os que aderem pela fé e livremente à sua pessoa: “Quem
quiser me seguir, renuncie a si mesmo…” (v. 23).
A cruz, expressão do amor de Deus pela
humanidade, passa, definitivamente, a fazer parte da vida do discípulo. A cruz
é a passagem necessária para experimentar a glória da ressurreição.
Fonte: Paulinas em 27/09/2013
Vivendo a Palavra
Nosso Deus, sempre novo: no mesmo momento em que
Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, reconhece em Jesus de Nazaré o Messias de
Deus, o Mestre previne seus discípulos sobre os sofrimentos a que ele seria
submetido logo em seguida. Não nos esqueçamos que assim é a vida do seguidor de
Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/09/2013
Vivendo a PalavrA
Nosso Deus é eternamente novo: no mesmo momento
em que Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, reconhece em Jesus de Nazaré o
Messias enviado por Deus, o Mestre previne a seus discípulos sobre os
sofrimentos a que Ele seria submetido logo em seguida. Não nos esqueçamos que
assim é a vida do seguidor de Jesus. O caminho da ressurreição passa pela morte.
Reflexão
Jesus não é simplesmente um personagem histórico
ou um mero objeto da razão humana, é uma pessoa viva, e uma pessoa só pode ser
verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento. Só conhece
verdadeiramente Jesus quem realiza na sua própria vida a experiência do
Ressuscitado presente e atuante na sua história pessoal e comunitária, quem
descobre que Cristo não é o sobrenome de Jesus, mas quem ele é verdadeiramente:
o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado,
o Redentor de toda a humanidade. Mas é preciso que a descoberta de tudo isso
seja de forma existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de
palavras teóricas e vazias, mas manifestam o que Jesus significa nas nossas
vidas.
Fonte: CNBB em 27/09/2013
Reflexão
Terminada
sua oração individual, Jesus faz aos discípulos a pergunta fundamental: “Quem
sou eu?”. E a faz em dois tempos, para que a resposta deles se destaque sobre
as opiniões do povo. A pergunta é um desafio, não simples curiosidade.
Ultrapassando o nível de resposta do povo, Pedro responde como cabeça de todos:
“Tu és o Messias de Deus!”, isto é, o Ungido de Deus que vem implantar a era da
justiça e da paz (cf. Is 11,1-9). Os discípulos, porém, terão de percorrer
longo caminho até compreenderem a verdadeira identidade de Jesus: ele é o
Messias que vai realizar sua missão como Servo sofredor. Os chefes do povo
(anciãos, chefes dos sacerdotes e doutores da Lei), que mantêm a sociedade
injusta, vão matá-lo. Ele, porém, ressuscitará e dará continuidade a seu
projeto por meio de seus seguidores.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Uma pergunta bem ampla: - Quem é Jesus para você?
- Para você Jesus e sempre o mesmo ou varia conforme as circunstâncias que
povoam seu coração? - Comente a afirmação: “alguém pode estar na prisão e ser
livre!” - Comente ainda: “Você pode estar doente, mas sadio de coração!” - Você
se dá conta de que nem as alegrias nem as tristezas perduram para sempre em
nós?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 27/09/2013
Meditando o evangelho
UMA QUESTÃO FUNDAMENTAL
Num momento de oração, Jesus questiona os discípulos acerca de uma
questão fundamental, formulada em duas etapas. Na primeira, a pergunta -
"Quem sou eu, na opinião do povo?" - visa explicitar a maneira como a
pessoa de Jesus era considerada por quem o ouvia, era beneficiado por seus
milagres e tinha notícias de seus grandes feitos. Enfim, gente sem muita proximidade
com ele.
As respostas, elencadas pelos apóstolos, trazem a marca das tradições
messiânicas populares. Aí, o Messias é identificado com algum dos profetas do
passado, cuja reaparição, na história humana, era sinal da chegada do fim dos
tempos.
Na segunda etapa, a pergunta consistiu em saber o pensamento dos
discípulos: "Para vocês, quem sou eu?" Tendo privado da intimidade de
Jesus, deveriam estar em condições de dar uma resposta mais próxima da
realidade, condizente com a verdadeira identidade de Jesus.
É Pedro quem se adianta e responde, em nome do grupo: "Tu és o
Cristo de Deus!" Esta resposta revelou, na verdade, um avanço em relação à
mentalidade popular. Mais que algum personagem do passado, Jesus era o Ungido,
enviado por Deus ao mundo. Sua presença era sinal do amor de Deus pela
humanidade.
Apesar de estar correta essa resposta, foi necessário que Jesus
acrescentasse algo que os próprios discípulos desconheciam. Embora sendo o
Cristo de Deus, Jesus estava para se defrontar, não com um destino de glória,
mas sim, de sofrimento, de morte e de ressurreição. Esta era a vontade do Pai!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que nos faz conhecer Jesus, dá-me a graça de conhecer a
verdadeira identidade do Filho de Deus, purificada de meus preconceitos
pessoais.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quem é Jesus?
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
O homem sábio e prudente sabe o tempo certo de se fazer as
coisas, mas... Porque elas devem ser feitas e para que servem?
Essa resposta ele não sabe e nunca saberá. Ao acompanhar uma
obra o arquiteto sempre tem diante de si a obra em seu acabamento, mas este não
é o caso do humilde servente que prepara a massa e o tijolo, ele entrega tudo
isso ao pedreiro que vai fazer as paredes, assentando os tijolos e a massa,
tanto pedreiro como ajudante só vêm a parede que está sendo levantada, não tem
uma visão mais ampla de todo o conjunto e do produto final que este trabalho
irá resultar.
Assim é o homem em sua caminhada por esta vida, segundo ensina o
Eclesiastes. E o mais interessante é que, a ação Divina é toda voltada para o
homem como exclama, admira e pergunta o salmista “Que é o homem Senhor, para
vós, porque dele cuidais tanto assim?” e o próprio salmista conclui que o homem
é um nada “Como o sopro do vento é o homem, e os seus dias são sombras que
passa”.
Na verdade, o homem só se encontra enquanto homem, e compreende quem
é e fica sabendo do seu valor, quando se encontra com Jesus Cristo, pois só ele
têm a chave da nossa existência, só Nele temos consciência de que somos filhos
e filhas de Deus, que ajudam a edificar o Reino inaugurado por Jesus, um reino
que não é concebido aos moldes dos reinos do mundo.
Nesse sentido, responder quem é Jesus para mim é o primeiro
passo para este conhecimento sobre nós mesmos. Para o povo Jesus era João
Batista reencarnado, ou algum dos profetas, mas para os discípulos Jesus era o
Cristo de Deus, como responderia Pedro em nome do grupo. A resposta está de bom
tamanho, mas Jesus os proíbe de dizer isso para as pessoas, e esta Verdade
sobre ele só será bem clara a partir da sua ressurreição. Os discípulos iriam
participar de um momento nada agradável na vida de Jesus, sua paixão e morte na
cruz. Difícil entender como uma tragédia daquelas pudesse trazer um Reino Novo,
e aqui voltamos à primeira leitura, há em nossa vida certos acontecimentos que,
em si mesmo não tem sentido, mas clareados pela Luz da Fé ganham sentido novo.
Nós não precisamos mais esperar para dizer isso às pessoas, e
Jesus não nos proíbe, ao contrário, envia-nos para fazer este anúncio inédito!
2. E pra você, quem eu sou?
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus estava orando a sós. Estava a sós com o Pai e conversava
com ele no silêncio. Lucas sublinha esses momentos de oração de Jesus para que
o leitor perceba que o tempo que Jesus dedica para estar sozinho com o Pai não
é tempo livre. Faz parte das ocupações de seu dia. É verdade que a nossa vida
deve ser uma oração, mas, para que isso seja mesmo verdade, precisamos de tempos
definidos de recolhimento. Reze como quiser, mas reze, e reze também em
silêncio, mesmo em companhia de irmãos e irmãs. A oração silenciosa em conjunto
é unitiva. E quem é Jesus? É o Cristo de Deus, afirma São Pedro. E o que é o
Cristo de Deus para São Pedro e para cada um de nós? Para não nos enganarmos a
respeito dele, Jesus mesmo nos diz que ele é o Cristo sofredor. Ele vai sofrer
muito, ser rejeitado, ser morto, mas ressuscitará no terceiro dia. É esse o
Cristo que nós seguimos. Não é ainda o Cristo glorioso. Será um dia. Por
enquanto é o Cristo identificado com a vida humana, que mostra na cruz a feiura
do pecado que faz o ser humano sofrer. Olhando para cruz e vendo Jesus
crucificado podemos ver a maldade humana em ação. Ele é a figura do que fazemos
uns com os outros.
Liturgia comentada
Tu és a minha fortaleza! (Sl 43 [42]
Nos tempos antigos, quando vilas e aldeias
estavam à mercê de bandos de malfeitores ou de tribos invasoras, os aglomerados
humanos eram de hábito protegidos por muros de pedra. Cercados pela muralha, os
habitantes do burgo sentiam-se mais seguros. Em plena Idade Média, ainda era
comum aproveitar a topografia do terreno e edificar a fortaleza sobre um monte
rochoso. Assim também, na Bíblia, a imagem da fortaleza é símbolo de um local
inacessível e inexpugnável.
A muralha de pedra passava a ser como um limiar,
a linha divisória entre os “de dentro” e os “de fora”. Sobre suas ameias, as
sentinelas vigiavam na escuridão da noite (cf. Sl 130,6-7). Nos ícones da
Crucifixão [staurósis], vê-se que Jesus foi sentenciado fora de duas muralhas:
a da cidade e a do Templo, denotando a dupla exclusão sofrida por ele, social e
religiosa.
Quando o salmista se dirige a Yahweh e o
identifica como sua “fortaleza”, refere-se obviamente ao sentimento de proteção
que os moradores da cidade experimentavam no interior da cidade fortificada.
Assim, ao se ver livre da ameaça de Saul e dos vizinhos inimigos, o Rei Davi
deu graças ao Senhor: “O Senhor é meu rochedo, minha fortaleza e meu
libertador!” (2Sm 22,2) Apenas nos salmos, Yahweh é invocado dezoito vezes como
rochedo e fortaleza.
Erguida nas montanhas de Judá, Jerusalém também
contava com as defesas naturais do Monte Sião. Mas os israelitas sabiam que
todas aquelas estruturas seriam irrisórias sem a Presença do Senhor, sua
verdadeira defesa: “Deus é para nós um refúgio e fortaleza, o socorro sempre
oferecido nas tribulações”. (Sl 46,2) Aliás, Israel registrava em sua história
um caso exemplar de muralhas ciclópicas que não haviam resistido ao poder
divino: a cidade de Jericó tivera seus muros abatidos a golpes de... trombetas!
(Js 6,20)
É assim que São João Crisóstomo veria mais tarde
a fé cristã à semelhança de muros e torreões, como defesa contra os ataques do
maligno. Para vencer o inimigo, é preciso invadir seu território e arrombar
suas portas. Nos ícones da Ressurreição [Anástasis], muitas vezes o demônio
aparece prostrado, entre portões arrombados, dobradiças e fechaduras lançadas
ao solo, enquanto Cristo arranca do túmulo a humanidade representada por Adão e
Eva.
Os fiéis esperam pelo cumprimento de “novos céus
e nova terra”, quando a Jerusalém celeste virá do alto e, estabelecida a paz,
suas portas já não precisarão ser fechadas a cada dia, pois não haverá mais a
noite. (Cf. Ap 21,25)
Orai sem cessar: “O Senhor é a nossa defesa!” (Sl 89,19)
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 27/09/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Saiba acolher Jesus na pessoa do pobre
Os pobres são nossos
irmãos. Saibamos acolher Jesus na pessoa dos pobres que estão ao nosso
lado.
Nós, hoje, lembramos São Vicente de Paulo, o
grande apóstolo da caridade, que viveu nas ruas de Paris sendo a voz dos mais
pobres, a voz que cuidou dos doentes, dos sofredores.
Temos, no mundo inteiro, as chamadas Conferências
Vicentinas, fundada pelo beato Frederico Ozanam, mas tendo como patrono São
Vicente de Paulo, tendo o exemplo dele no cuidado com os pobres e com os mais
necessitados.
Queremos lembrar, no dia de hoje, que a obrigação
de cuidar dos pobres, de voltar os olhares para os mais sofridos e para os mais
necessitados não é apenas dos vicentinos. A coisa mais dura que se vê em uma
paróquia é quando aparece alguém nesse estado e o mandam para os vicentinos. É
óbvio que nossos irmãos fazem isso com todo amor do coração, mas não se
excluam, não joguem a responsabilidade só sobre eles. Cabe a todos nós também,
a exemplo do Mestre Jesus, cuidarmos dos mais pobres, dos mais sofridos e
necessitados.
Esse pode não ser o nosso apostolado principal,
mas não pode ser excludente da nossa vida, porque as obras de misericórdia
fazem parte da condição de salvação para todos nós.
“Eu tive fome tu me destes o que comer; eu tive
sede tu me destes o que beber; eu estava nu e me vestistes” (cf. Mt 25,35-36).
No dia do julgamento, meus irmãos, nós não
seremos cobrados pela quantidade de terços que rezamos, não seremos cobrados
pela quantidade de Missas que frequentamos; o Senhor se lembrará de nós pelas
vezes que cuidamos dos pobres, daqueles que não têm o que comer, aqueles que
não têm o que vestir. Se os pobres existem, se eles estão em nossas redondezas,
em nossas cidades é para que cuidemos deles. Não para julgá-los, nem
simplesmente desprezá-los ou dizer que são isso e aquilo.
Eles são nossos irmãos, como diz o nosso querido
Papa Francisco: “A carne do pobre é o corpo de Cristo, é a carne de Cristo”.
Assim como comungamos o Senhor na Eucaristia, comunguemos também o Senhor, no
gosto da carne sofrida do pobre. Essa carne parece ser mais rejeitável, não boa
ao nosso paladar, ao nosso olhar. Mas se queremos, saibamos acolher Jesus na
pessoa dos pobres que estão ao nosso lado.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/09/2013
Oração Final
Pai Santo, não permitas que nos acostumemos com
as palavras santas. Quando confessamos reconhecer em Jesus de Nazaré o teu
Messias – enviado e ungido pelo Espírito – faze com que nós continuemos sempre
encantados com o dom inefável do teu Amor de Pai que também é Mãe. Nós te
pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/09/2013
Oração FinaL
Pai Santo, não permitas que nos acostumemos com
as Palavras Sagradas. Quando confessamos reconhecer em Jesus de Nazaré o
Messias – enviado e ungido pelo Espírito – faze com que nós continuemos sempre
fascinados com o Cristo – dom inefável do teu Amor de Pai que também é Mãe. Nós
Te pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.

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