28 de Julho de 2013
Ano C

Lc 11,1-13
Comentário do Evangelho
O
que pedir? O que Deus oferece?
No texto do evangelho
deste domingo é enquadrado à menção do “pedido”: no v. 1, “um dos discípulos
pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a orar…?”; no v. 13 é Jesus quem diz: “… quanto
mais o Pai do céu saberá dar o Espírito Santo aos que lhe pedirem!”. O “pedido”
é o tema principal de nossa perícope. Qual deve, então, ser o pedido que
caracteriza a súplica do discípulo? Pedido e promessa visam ao Espírito Santo.
Não é, aqui, o espaço de fazermos um comentário sobre o Pai-Nosso.
Basta simplesmente dizer que, o que nos permite
entrar no dinamismo da relação filial entre Jesus e o Pai, é o Espírito Santo,
que o Pai dará.
Segue à oração do Pai-Nosso, que é a oração do
Senhor e da comunidade que ele reúne, uma parábola (vv. 5-8) e sua interpelação
para o discípulo (vv. 9-12). O que pedir? O que Deus oferece?
É preciso mover a vontade e pedir insistentemente
(cf. vv. 8-9), sem desanimar.
A súplica é exercício de humildade e confiança.
Mas o que pedir? O Pai-Nosso ilustra: pão, perdão, não ceder às tentações.
Pedir não só para o indivíduo, mas para todos. Mas não é só, ou não é tudo,
pois a vida do ser humano não se reduz ao imediato. Deus nos oferece
gratuitamente o Espírito Santo (v. 13); Jesus sugere que nós o supliquemos ao
Pai. É o Espírito Santo, Deus em nós, que ilumina nossa vida para que possamos
discernir as soluções dos dramas humanos. É o Espírito Santo que nos permite
entrar na intimidade divina.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
A oração ensinada por Jesus deve ser assumida
como programa de vida. Nós nos comprometemos diante do Pai a fazer aos nossos
irmãos tudo aquilo que desejamos que o Pai faça para nós. A oração de Jesus não
deve ser repetida automaticamente, mas cada pedido deve ser assumido como nova
promessa.
Meditação
Você
reza? - Em que circunstâncias reza? - Qual e sua oração preferida? - Quando
pede o pão, a que pão se refere? - Sua oração é de alguém que tem fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Ambientação:
Sejam
bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: ... Publicaremos no decorrer
da semana ...
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje, Cristo nos estimula a
praticar a oração contínua, a qual garante que o amor de Deus chegue a todos os
corações. Aproveitemos para rezar pela juventude, que hoje encerra a Jornada
Mundial, no Rio de Janeiro. Neste ano da fé, tem sentido especial esse evento,
que se tornou também motivo para a visita do Papa Francisco em nosso País.
INTRODUÇÃO
DO WEBMASTER: Em
sua definição mais universal e partilhada por todas as religiões, a oração é um
diálogo com Deus. Mas, pôr-se em diálogo com Deus pode ser um desafio para o
homem. Na oração, o homem pode desfigurar-se a sí mesmo e a Deus. Pode reduzir
Deus a um bem de consumo, a uma solução fácil para suas próprias insuficiências
e preguiça. E pode reduzir-se a sí mesmo a um ser que lança sobre outro suas
próprias responsabilidades.
Sintamos
em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao
Senhor!
17º Domingo do Tempo Comum — ANO C
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Oração do Senhor...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A qualidade da nossa oração depende muito da visão e do conceito que temos de Deus e nesse sentido, o “Pai Nosso” introduz algo novo na oração: Deus, cujo nome até então era até proibido de se pronunciar, é agora chamado de PAI porque Jesus tornou possível essa intimidade entre o Homem e Deus ao nos dar o seu espírito que em nós clama ao PAI. A oração ensinada pelo próprio Cristo não evoca a imagem de um Deus distante, ao contrário, esse céu, lugar da morada de Deus, desceu até os homens em Jesus Cristo, pois céu significa comunhão plena com Deus, que só foi possível porque o verbo Divino se fez homem.
Dessa invocação inicial emanam todas as demais e assim, o nome de Deus é santificado quando damos testemunho dessa santidade que se realiza e acontece somente na perfeição do amor, Deus não precisa de nenhum elogio, aplauso ou louvor, mas ele é glorificado precisamente no testemunho autêntico do evangelho de Cristo, e que consiste em ser solidário com quem sofre ter compaixão dos pobres, perdoar quem nos ofende, ser paciente com todos, essas são algumas formas de se santificar e glorificar o santo nome de Deus. Certamente fazemos isso de maneira ritualista em nossas liturgias, mas é preciso que esse louvor não fique só em nossos lábios, mas esteja em nosso coração, que desta forma, batendo no mesmo ritmo do coração misericordioso de Cristo, esteja realmente perto de Deus.
O reino de Deus precisa ser construído, ele não cai do céu, e essa construção requer em nosso dia a dia, muita paciência, mansidão e perseverança, portanto, desejar que esse Reino venha até nós, é em primeiro lugar ter total disponibilidade para acolhê-lo em nossa vida e em nosso coração. Mas há um ponto chave de toda oração, que aqui é realçado pelo Senhor “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Muitas vezes entendemos como oração poderosa, aquela que consegue convencer Deus, para que ele nos socorra e nos favoreça em tudo o que pedimos, sempre de acordo com nossas conveniências e interesses. A nossa oração fica muito pobre quando se limita a apresentar a Deus o nosso mesquinho projeto humano, pedindo para ele realiza-lo exatamente dessa forma, que nos agrade e satisfaça.
Deus para muitos não passa de um super-herói a quem se recorre quando se chega ao limite. A verdadeira oração é também uma escuta em uma abertura total á vontade Divina á nosso respeito. Neste evangelho Jesus ensina que temos que ser insistentes naquilo que pedimos que o Senhor nos dê o pão de cada dia, a vida e suas múltiplas formas e manifestações, mas que haja em nós esse desejo e disposição de buscá-la, de construí-la, e principalmente de partilhá-la, pois pão que não é partilhado deixa de ser pão. Que nunca nos falte o perdão do Pai diante das nossas ofensas, mas que o nosso coração deixe de ser tão estreito e se alargue para também saber perdoar, mesmo porque, só experimentaremos a alegria do perdão de Deus, quando o nosso perdão dado de modo incondicional e gratuito, faz aflorar um sorriso de alegria no rosto de quem antes era nosso inimigo.
Que ele nos livre das tentações, principalmente da mais terrível que é a de querermos colocá-lo ao nosso dispor, para nos servir sempre que solicitado, invertendo a ordem das coisas, porque na verdade nosso Deus já fez isso em Jesus Cristo, que se aniquilou a si mesmo e por nós se entregou, fazendo-se servidor do Pai, agora é a nossa vez de nos abaixarmos para lavar os pés, na entrega generosa no amor ao próximo.
E se formos mesmo insistentes, como nos ensina o senhor, um dia alcançaremos tudo o que pedimos, porque de tanto nos entregarmos a oração, como Jesus fazia, iremos conhecer ainda mais o nosso Deus e a sua vontade a nosso respeito.
A conclusão final a que se chega com a reflexão deste evangelho, é de que nossas orações não mudam a Deus, mas, com a perseverança e insistência, ela vai transformando o nosso coração e toda nossa vida,e assim vamos nos moldando segundo a santa vontade de Deus. Nesse dia podemos afirmar categoricamente que a nossa oração foi atendida.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. O que pedir? O que Deus oferece?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.
3. A MISERICÓRDIA DO PAI CELESTE
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, é a misericórdia. Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele. Um dado fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai. Só ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo, ninguém perde por esperar.
A argumentação de Jesus funda-se na insuperável misericórdia divina. Se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste. Sua bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica. E ninguém fica decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos.
A oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode desejar obter do Pai. Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina. Por isso, seu desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na história humana. Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados, perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno. Só um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos!
Oração
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.
28.07.2013
17º Domingo do Tempo Comum — ANO C
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "A oração do cristão: COMO REZA O DISCÍPULO DE JESUS" __
17º Domingo do Tempo Comum — ANO C
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "A oração do cristão: COMO REZA O DISCÍPULO DE JESUS" __
APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
28 de
julho – 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
A ORAÇÃO
DO DISCÍPULO
I. INTRODUÇÃO GERAL
Pessoas muito racionalistas não raro experimentam dificuldade com a oração de
súplica. Acham bom rezar para adorar ou agradecer, pois reconhecem que a vida é
um dom e existe um ser transcendente e perfeito chamado Deus. Mas pedir que
esse ser se ocupe com o dia a dia de suas criaturas lhes parece metafisicamente
ingênuo e praticamente pouco atraente, pois torna Deus muito familiar. Preferem
não depender dele em seus negócios. Ora, aquele que sustenta todo o ser também
não sustenta nosso dia a dia? Ou será que as poucas leis físicas, psicológicas,
econômicas e sociológicas que conhecemos são realmente tão abrangentes, que já
não sobra espaço para Deus? (Em vez de pensar que essas leis são uma parte do
sustento que ele nos fornece em cada momento).
Seja como for, Jesus nos ensinou a pedir e suplicar, e até com insistência.
Cita o exemplo de alguém que, em plena noite, vai acordar o vizinho e bate à
sua porta até que ele se levante para ver-se livre do incômodo (evangelho).
Isso lembra a “pechincha de Abraão”, que, ao rezar por Sodoma e Gomorra
(primeira leitura), se atreve a lembrar a Deus: “Não podes perder os justos com
os injustos, é uma questão de honra!”. E Deus atende. A frase do salmo
responsorial: “Cada vez que te invoquei, me deste ouvido”, pode ser repetida
como lema durante os vários momentos da celebração.
II.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Gn
18,20-32)
A primeira leitura narra a oração de Abraão por Sodoma e Gomorra. O pecado de
Sodoma e Gomorra, sobretudo o abuso contra a hospitalidade e contra o respeito
sexual (cf. o episódio a seguir, Gn 19,1-11), clama ao céu. Diante da ameaça de
Deus, Abraão pede-lhe que não a execute, pois não deve condenar a cidade por
causa dos muitos injustos, mas poupá-la por causa de poucos justos. É uma questão
de honra para Deus, diz Abraão. Essa história contracena com o Novo Testamento.
O Juiz do mundo (Gn 18,25) é também o amigo, o Pai (Lc 11,8, evangelho). Para
salvar Sodoma e Gomorra, cinco justos (mas nem estes se encontraram) teriam
sido suficientes para Deus; na nova “economia da salvação”, a vida de um único
justo, o Filho de Deus, salva a todos.
2.
Evangelho (Lc 11,1-13)
O evangelho nos propõe a oração do cristão. Os discípulos encontram Jesus em
oração. O fato e o modo de Jesus rezar provocam o pedido: “Ensina-nos a rezar”.
Então, Jesus ensina-lhes o pai-nosso, protótipo da oração cristã (11,1-4). A
versão de Lucas é mais breve que a de Mateus (Mt 6,9-13). Mateus tem sete
pedidos, Lucas cinco, mas em ambos está central o pedido do pão de cada dia. Antes
de pedir o pão de cada dia, ora-se pela glorificação de Deus e pela vinda de
seu reino; depois, pelo perdão do pecado e pela proteção na tentação. Quem pode
rezar assim, com sinceridade, é discípulo de Jesus.
Depois da instrução do pai-nosso, Lucas acrescenta dois ensinamentos de Jesus
sobre a oração de pedido: a parábola do “vizinho chato” (11,5-8) e as palavras
sobre o dom do Pai (11,9-13).
A parábola do “vizinho chato” é provocante. Alguém acorda seu vizinho em plena
noite para lhe pedir comida, porque chegou um hóspede imprevisto e a despensa
está vazia. O que bate à porta certamente está bem-intencionado, pois, no
Oriente, a hospitalidade é um dever muito importante. Mas o vizinho vê nisso um
problema, porque deverá levantar-se e passar por cima de mulher e filhos, que
estão dormindo, deitados no único quarto da casa simples. Mas o outro continua
insistindo e, finalmente, o vizinho, para se ver livre dele, concede-lhe o
pedido.
A oração de Abraão como também a do vizinho (e a da viúva insistente, Lc 18,3)
nos ensinam uma coisa importante: pedem coisas com que Deus se possa
comprometer. Pedem a Deus o que, no fundo, Deus mesmo deseja. Esse (além de
nossa insistência) é o segredo da oração eficaz. Saber pedir como convém (cf.
Tg 4,3). Deus é nosso Pai. Ele deseja comunicar suas dádivas, especialmente seu
Espírito, força e ânimo de nosso existir (Lc 11,9-13).
Por isso, no pai-nosso, Jesus ensina seus discípulos, e a todos nós, a rezar
primeiro para que o nome de Deus seja santificado (isto é, para que Deus
encontre reconhecimento no mundo) e seu reino venha (Lc 6,2; Mt 6,10 explicita:
“Tua vontade seja feita”). Dentro desse quadro de referências, podemos e
devemos rezar por nosso pão de cada dia, pelo perdão (pois somos eternos
devedores) e para ficarmos incólumes na tentação. Devemos rezar por isso, com
insistência, não tanto porque Deus não soubesse de que precisamos, mas para nos
abrirmos ao que ele nos quer dar. Pedindo, a gente se convence mais a si mesmo
do que a Deus! Pedir é cultivar nossa fé, nossa confiança filial, é deixar
“crescer Deus”, como nosso Pai, em nossa consciência e em toda a nossa vida. É
voltar a sermos crianças – condição para entrar no Reino (cf. Lc 18,17). É por
isso que os intelectuais tão dificilmente pedem.
Com essas considerações, não queremos justificar a oração que reduz Deus a um
“quebra-galho” ou “tapa-buraco”, às vezes até para causas não condizentes com
seu reino (por exemplo, para ter sucesso nos negócios ainda que outras pessoas
fiquem prejudicadas). Queremos é revalorizar a oração de petição, porque nela
minha confiança filial em Deus me leva a extravasar, diante dele, aquilo que
habita meu coração: minha própria miséria, além das necessidades de meu irmão,
o próximo a quem quero bem e vejo em dificuldades. Assim como Abraão fez pelos
habitantes de Sodoma. Isso não é absurdo. O mundo não é feito somente com as
leis (físicas, psicológicas e sociológicas) que conhecemos ou estão em nossos
manuais de escola, mas também com o mistério da vida. Por isso, não há dúvida
de que a preocupação amorosa que extravasamos diante de Deus será operante,
pela graça daquele mesmo que sustenta toda a vida.
3. II
leitura (Cl 2,12-14)
O pensamento da segunda leitura pode ser sintetizado nesta frase: nossas
dívidas são saldadas por Cristo. O “sacramento” do Antigo Testamento era a
circuncisão: constituía, para Israel, sinal de pertença a Deus, a ponto de
Jesus lhe ter se submetido, como se subordinou a toda a Lei (cf. Gl 4,4-5). Mas
Jesus assumiu também toda a condição humana e a sepultou consigo em sua morte,
para criar o Homem Novo na ressurreição. O que acontece a Cristo acontece a
nós: no batismo somos corressuscitados com Cristo. Corressuscitados com ele
(cf. Rm 6,4), somos agora livres, livres de “culpa no cartório” (cf. Rm 8,34).
“Ninguém salva ninguém”, dizem os “realistas”. Será mesmo? Ninguém é salvo se
não quer, mas em Cristo existe uma comunhão entre todos os que buscam a fonte
da vida, Deus. Essa comunhão de vida, ensina a segunda leitura, faz que Cristo
nos redima. Desde que participemos da vida que ele viveu (o que é expresso pelo
batismo, imersão na sua morte, para que ressuscitemos com ele para uma vida
nova), podemos dizer que a santidade de Cristo salda nossas dívidas e sua morte
por amor supre nossa falta de amor (com a condição de nos arrependermos). Como
nós mesmos perdoamos a outrem a pedido de uma pessoa amiga (pai, mãe, irmão…),
assim nossa comunhão (amizade) com Cristo vale para nos restabelecer na amizade
de Deus. E também nossa oração de intervenção junto a Deus será eficaz.
(Um texto das cartas que melhor combina com as duas outras leituras seria 1Jo
5,14-16, sobre a confiança no pedir.)
III.
PISTAS PARA REFLEXÃO
Orar e pedir: Certos cristãos, julgando-se
esclarecidos, acham as orações de nosso povo muito egoístas, porque são quase
sempre orações de pedido. Ora, as leituras de hoje sublinham a importância da
petição. Abraão, com seus incansáveis pedidos, quase salvou as cidades de
Sodoma e Gomorra – que, infelizmente, eram ruins demais. Jesus, por seu lado,
ensina aos discípulos o pai-nosso, essencialmente uma oração de petição: pede a
princípio que Deus reine, e, uma vez que rezamos em harmonia com o desejo de
Deus, podemos pedir o que precisamos para nossa vida. Na parábola do homem que
incomoda seu vizinho, Jesus parece ensinar-nos a vencer Deus pelo cansaço! No
fundo, Deus gosta de dar-nos suas dádivas boas, especialmente seu Espírito,
pois mesmo nós – que somos ruins – gostamos de dar coisas boas aos filhos.
A oração de petição não é uma forma de oração inferior, mais egoísta do que a
meditação, a louvação, o agradecimento, a adoração… Na verdade, agradecer é a
outra face do pedir. Quem agradece, gostou. Por que não pedir então? É
reconhecer a bondade do doador! Como aquele frei que, depois de lauto almoço na
casa de uma benfeitora, testemunhou sua gratidão com estas palavras: “Senhora,
não sei como agradecer… Será que poderia repetir aquela gostosa sobremesa?”.
Conforme o espírito do pai-nosso, devemos pedir, antes de tudo, a realização
daquilo que Deus deseja: seu reino, sua vontade. Ora, uma vez assentada essa
base, pode-se pedir – com toda a simplicidade – o pão de cada dia, saúde, vida
e todos os demais dons que Deus nos prepara. Também o perdão de nossas faltas.
Só não se deve pedir a Deus o que ele não pode desejar: a satisfação de nosso
egoísmo. E sempre se deve lembrar que Deus sabe melhor do que nós o que nos
convém. Podemos insistir naquilo que achamos sinceramente nosso bem… Mas Deus
sabe melhor.
É importante pedirmos. Compromete! Depois de ter pedido, a gente já não pode
dizer: “Não pedi!”. Comprometemo-nos com Deus e com o que pedimos. Não é como
no supermercado, onde você entra, olha e sai sem comprar. É, antes, como no
armazém da esquina, onde você pede o que deseja e, caso houver, você compra.
Assim, as preces dos fiéis, na celebração da comunidade, devem ter sentido de
compromisso: devemos desejar que elas se realizem, e ao mesmo tempo nos
oferecer a Deus para colaborar na realização daquilo que pedimos. Pedir é
comprometer-se. Se pedimos a Deus saúde, não é para gozar egoisticamente a
vida, mas para servir melhor. Se pedimos paz, não é para sermos deixados em
paz, mas para nos dedicar à comunhão fraterna. Se pedimos por nossos irmãos e
nossas irmãs mais pobres, é porque queremos ajudá-los efetivamente. Importa
saber como pedimos (cf. Tg 4,3).
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É
doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela
Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese
Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a
Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical:
mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho
segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
28 de julho: 17º domingo do tempo comum
JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE RIO 2013
Neste
dia tão especial para os jovens do mundo inteiro, sobretudo no Brasil, em que
se celebra a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, o evangelho
nos ensina a rezar. É o próprio Cristo que nos convida a falar com o Pai de
forma simples e coloquial, dando-lhe graças e apresentando nossas necessidades
cotidianas, tanto materiais quanto espirituais (cf. Lc 11,1-13).
O
“pão de cada dia”, essencial à sobrevivência como alimento do corpo e da alma,
era multiplicado por Deus para saciar as multidões que seguiam a Cristo nas
suas pregações itinerantes. No relato do Evangelho de João, destaca-se uma
personagem: “Está aqui um jovem que tem cinco pães de cevada e dois peixes… mas
que é isto para tanta gente?” (Jo 6,9). A partir daquela oferta, Jesus realiza
o milagre.
O
tema da Jornada Mundial da Juventude – “Ide e fazei discípulos entre todas as
nações” (Mt 28,19) – resume justamente este profundo ensinamento do evangelho:
ser discípulos missionários que aprendem do Senhor a capacidade de doação de si
mesmos para se tornarem mensageiros dele e mediadores da ação divina em favor
das outras pessoas, muitas vezes carentes não apenas do pão material, mas do
Pão da Vida e do Pão da Palavra.
Que
estes dias de alegre vivência da fé, na partilha e no testemunho, se tornem um
referencial inesquecível para todos aqueles que caminharam com Jesus ao longo
desta jornada e transformem a vida deles para sempre. O entusiasmo que
amadurece na perseverança produz generosos frutos e plasma os autênticos
seguidores do Senhor ao longo da “jornada da vida”, engajados na missão à qual
foram chamados.
O
Rio de Janeiro agradece ao Brasil o apoio e a presença de tantos participantes,
que tornaram este evento uma festa brasileira, na qual os peregrinos de todo o
mundo – a começar pelo primeiro deles, o papa Francisco – foram acolhidos com o
carinho que distingue o nosso povo no elenco das nações.
D. Orani J. Tempesta, o.cist.
Arcebispo do Rio de Janeiro
Arcebispo do Rio de Janeiro
Precisamos ser insistentes na nossa oração
Precisamos ser muito insistentes na nossa
oração. A oração com fé alcança tudo do coração de Deus.
A Palavra de Deus neste Domingo, Dia do Senhor, nos ensina o
caminho da oração, a oração transformadora. A oração que alcança do coração de
Deus aquilo que necessitamos.
O primeiro modelo é o de Abraão (Primeira Leitura). Aquele que
intercede por Sodoma e Gomorra para que não sejam exterminadas. A intercessão
de Abraão por cem, cinquenta, vinte justos (aqui não importa o número), mas
essa intimidade de Abraão com Deus pela via da oração o faz capaz de interceder
por aquele povo.
Hoje, Jesus no Evangelho nos mostra o modelo da oração a partir
do Pai Nosso. E nos mostra o quanto a oração insistente, perseverante e,
sobretudo, a oração com fé alcança tudo do coração de Deus.
Deixe-me aprofundar com você um ponto muito importante: nós
precisamos ser muito insistentes na nossa oração.
A nossa oração não pode ser aquela oração que “eu fiz uma vez
mas não consegui…” Não! Nós devemos ser chatos com Deus. E “chatos” quer dizer
insistentes. Devemos realmente estar aos pés do Senhor buscando aquilo que
nosso coração precisa.
O exemplo que Jesus nos dá: quem é aquele filho que pede ao seu
pai que lhe dê pão, e o pai lhe dá pedra… Imagine! Se nós que somos maus,
sabemos dar coisas boas aos outros, até porque nos pedem ou porque, às vezes,
queremos nos ver livres daquela pessoa, imagina, então, o coração do nosso Pai
que está no Céu! Jesus nos diz mais ainda: “quanto mais o Pai do Céu dará
o Espírito Santo aos que o pedirem!” (cf. Lc 11,13).
Nós deveríamos ser mais insistentes no pedido, na súplica para
que o Espírito de Deus faça morada em nós, para que Ele conduza e guie os
nossos passos. Como nós precisamos do Espírito Santo! Como necessitamos que Ele
esteja dentro de nós!
Que o Espírito Santo seja, realmente, Aquele que nos cura,
liberta e restaura. Mas para que o Paráclito seja o nosso companheiro e faça
sua morada em nós, tenha uma força transformadora em nossa vida, precisamos
saber pedir e pedir com insistência. Sem jamais desistir ou desanimar.
Você verá sua vida, a cada dia, ser transformada quando você se
abre à força transformadora da oração.
Que Deus abençoe você.
LEITURA ORANTE
Lc 11,1-13 - Jesus ensina a orar

Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Lc 11,1-13, e observo as recomendações de Jesus.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Lc 11,1-13, e observo as recomendações de Jesus.
Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um
dos seus discípulos pediu:
- Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.
Jesus respondeu:
- Quando vocês orarem, digam:
"Pai, que todos reconheçam
que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Dá-nos cada dia o alimento
que precisamos.
Perdoa os nossos pecados,
pois nós também perdoamos
todos os que nos ofendem.
E não deixes que sejamos tentados."
Então Jesus disse aos seus discípulos:
- Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe
diga: "Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de
viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer."
- E imaginem que o amigo responda lá de dentro: "Não me amole! A
porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me
levantar para lhe dar os pães."
Jesus disse:
- Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo
dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo
o que ele precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês
acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que
pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem
bate. Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando
ele pede um peixe? E se lhe pedir um ovo, vai lhe dar um escorpião?
Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos vossos filhos. Quanto
mais o Pai, que está no céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!
Jesus quer dizer que Deus, o Pai,
não se faz surdo aos nossos pedidos. Mas, não é para que o deixem em paz, como
pode parecer, num primeiro momento, no exemplo que Jesus dá. Mas, o faz por
amor a nós. E apresenta três afirmações neste trecho do Evangelho de Lucas:
- Oração e pedidos pelas nossas necessidades.
- Perseverança na oração: "insistência".
- Confiança na bondade de Deus: "se vocês sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai".
Fica claro neste texto o que Jesus fala sobre a necessidade da oração. E uma certeza: o Pai dará o Espírito Santo aos que a ele o pedirem.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
- Oração e pedidos pelas nossas necessidades.
- Perseverança na oração: "insistência".
- Confiança na bondade de Deus: "se vocês sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai".
Fica claro neste texto o que Jesus fala sobre a necessidade da oração. E uma certeza: o Pai dará o Espírito Santo aos que a ele o pedirem.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O texto me faz recordar o que
disseram os bispos em Aparecida: "A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o discípulo,
alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma relação de profunda
amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. A oração diária é
um sinal do primado da graça no caminho do discípulo missionário. Por isso,
"é necessário aprender a orar, voltando sempre a aprender esta arte dos
lábios do Mestre" (DAp 255).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com o Bem-aventurado Alberione:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é impregnado do espírito de oração recomendado por Jesus e de confiança no Pai.
Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Irmã Patrícia Silva, fsp
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com o Bem-aventurado Alberione:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é impregnado do espírito de oração recomendado por Jesus e de confiança no Pai.
Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
«Pai Nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome. Venha a nós o teu Reino e seja feita a tua vontade
na terra, assim como no Céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as
nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos
deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.»

Que belas interpretações para minha Fé!
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