
Santo Afonso de Orozco
1500-1591
1500-1591
Afonso ou Alonso, como se diz no seu idioma natal,
nasceu em Ortopesa, na cidade de Toledo, Espanha, no ano de 1500. Seus pais o
batizaram com esse nome em homenagem a santo Ildefonso, o grande defensor da
doutrina da virgindade de Maria.
Na infância, Afonso estudou em Talavera de la Reina e cantou no coro na
catedral de Toledo. A música sempre foi sua grande paixão. Mais tarde, foi
enviado à cidade de Salamanca para continuar seus estudos e lá sentiu-se
atraído pelo ambiente de santidade do convento dos agostinianos. Logo depois,
ingressou na Ordem, onde fez os primeiros votos em 1523. Uma vez ordenado
sacerdote, foi nomeado pregador da Ordem, ocupando, ainda, vários cargos, como
os de pároco do Convento São Tomás de Vilanova e definidor da Província de Castela,
à qual pertencia.
Afonso era severo consigo mesmo, muito rigoroso e crítico, mas tinha uma
compreensão e tolerância enorme para com os fiéis e os outros clérigos. Quando
era superior do Convento de Valladolid, foi nomeado pregador real do imperador
Carlos V, depois também de Filipe II, tendo, por esse motivo, transferido a sua
residência de Valladolid para Madri, pois a sede da Corte também fora
transferida para aquela cidade. Em 1560, passou a viver no Convento agostiniano
de São Filipe.
Eloqüente pregador, tinha, também, um forte carisma, que fazia com que todas as
pessoas se aproximassem dele, sem distinção. Por isso gozava de uma
extraordinária popularidade, mesmo nos ambientes mais formais. Mereceu a estima
do rei, dos nobres e de grandes personagens da época. A infanta Isabel Clara
Eugênia deixou o seu testemunho no processo de canonização, bem como os
escritores Francisco de Quevedo e Lope de Vega.
O conjunto de sua correspondência revelou-nos o amplo círculo de sua amizade.
Mas não só os nobres tiveram esse privilégio, o povo simples e humilde também
desfrutou de sua estimada companhia. Todos admiravam o estilo de vida de
Afonso, pois amparou a todos com seu apoio pessoal, visitando doentes em
hospitais, e os encarcerados.
Apesar de ter fama de santidade, sendo chamado em vida de "o santo de São
Filipe", numa referência ao convento em que residia, não se sentia
confirmado na graça. Ele foi atormentado várias vezes por tentações, como o
amor, a liberdade, e muitas vezes pensou em abandonar a vida religiosa, por não
se sentir totalmente digno dela. Mesmo renunciando a todos os privilégios de
sua posição de pregador régio, participou, assiduamente, da vida em comunidade
apenas como um simples frade.
Ele nos deixou uma obra literária, escrita na língua latina, de grande
relevância para a Igreja, especialmente da doutrina mariana. Grande devoto de
Maria, sentia-se muito alegre e à vontade escrevendo para ela. Fundou dois
conventos de agostinianos e três de monjas agostinianas de clausura, transmitindo
a todos um testemunho de amor pela vida contemplativa.
Afonso morreu em Madri, em 19 de setembro de 1591, no Colégio de Dona Maria de
Aragão, que ele próprio havia fundado. Beatificado em 1882, atualmente seus
restos mortais são venerados no mosteiro das agostinianas em Madri. Em 2003, o
papa João Paulo II declarou santo Alonso de Orozco, cuja festa foi marcada para
o dia de sua morte.
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