
Santo Adalberto
956-997
Adalberto nasceu em 956, na Boêmia, atual República
Checa, e era descendente da nobre família dos príncipes de Slavnik. Seu nome de
batismo era Woytiech, isto é, "socorro do exército". Ainda bebê,
adoeceu gravemente, gerando uma promessa por parte dos pais: teria sua vida
consagrada a Deus. Como recuperou a saúde, eles encaminharam seus estudos de
forma que, mais tarde, se tornasse sacerdote. Foi educado pelo arcebispo
Adalberto, da cidade de Magdeburgo, do qual tomou o nome, em 983, durante sua
ordenação.
Nesse mesmo ano, acompanhou a agonia do bispo de Praga, Diethmar I, que morreu
pouco tempo depois. Seus contemporâneos o elegeram seu sucessor e, em sinal de
humildade e de penitência, entrou na cidade descalço. Assim que tomou posse,
procurou reestruturar a diocese. Adalberto dedicou-se totalmente à proteção dos
pobres e doentes.
Diz a tradição que ele, todos os dias, tinha à mesa, nas refeições, a companhia
de doze mendigos, em homenagem aos santos apóstolos . Conta-se que, certa vez,
uma mendiga pediu-lhe esmola e, como não tinha, ele lhe deu o próprio manto.
Apesar desse exemplo vivo, seu rebanho insistia em viver totalmente fora dos
padrões cristãos.
Desiludido, depois de seis anos ele resolveu abandonar a diocese, pedindo ao
papa João XV que o afastasse do cargo. Entrou no mosteiro de São Bonifácio,
onde passou cinco anos, para de novo voltar a Praga e retomar, a pedido do
papa, a direção da diocese. Contudo, novamente o povo o repudiou por causa da
disciplina cristã correta que queria instaurar. Novamente decepcionado,
retomou, angustiado, a vida de monge.
Em obediência ao papa Gregório V, Adalberto assumiu pela terceira vez a diocese
de Praga. Seu regresso foi tempestuoso. Os fiéis se revoltaram e impediram que
entrasse na cidade. Seus parentes sofreram atentados, os bens foram
confiscados, os castelos incendiados.
Ele, então, se refugiou na Polônia, onde, a pedido de seu amigo, duque
Boleslao, seguiu com alguns sacerdotes em missão evangelizadora na Prússia, que
ainda era pagã. Adalberto fixou-se na cidade de Danzig e converteu praticamente
toda a população. Porém os sacerdotes pagãos, vendo acabar seu poder e
influência, arquitetaram e executaram o assassinato de Adalberto e de todos os
religiosos que o acompanhavam.
Ele foi morto com sete golpes de lança e depois decapitado, na cidade de
Tenkiten, no dia 23 de abril de 997. Os inimigos entregaram seu corpo ao duque
Boleslao mediante pagamento em ouro. Adalberto foi enterrado no convento de
Gniezno. Logo o seu túmulo se tornou meta de peregrinação, com inúmeras graças
acontecendo por sua intercessão. No ano 999, o papa Silvestre II canonizou o
primeiro bispo eslavo de Praga, Adalberto.
Em 1039, suas relíquias foram trasladadas definitivamente para a catedral de
Praga, para onde o primeiro pontífice eslavo da história cristã, Carol Wojtyla,
ou papa João Paulo II, seguiu em peregrinação para as comemorações do milênio
da festa de santo Adalberto.
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