quinta-feira, 12 de setembro de 2024

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 12/09/2024

ANO B


Lc 6,27-38

Comentário do Evangelho

Amor sem julgamento e exclusões

Lucas reúne aqui uma série de ditos de Jesus sobre a misericórdia. O amor misericordioso de Deus, revelado em Jesus e comunicado a todos nós, é a grande novidade do Reino. A sentença: "Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo", conforme o evangelho de Mateus, é o resumo da Lei e dos Profetas. Esta é uma máxima universal, e veiculada no mundo helênico, no tempo de Jesus. Com o imperativo: "Amai os vossos inimigos", Jesus remove a figura do inimigo, dominante no Primeiro Testamento. O Deus do amor e da paz é bondoso e misericordioso para com todos, sem exclusões.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Fonte: Paulinas em 13/09/2012

Comentário do Evangelho

O dinamismo do amor.

O tema dominante do evangelho de hoje é o amor aos inimigos com a consequente gratuidade e generosidade que esse dinamismo de vida exige. É no amor aos inimigos e através da generosidade e gratuidade que a vida do cristão exprime a misericórdia semelhante à misericórdia de Deus (v. 36). O amor cristão não é uma ideia, nem belos propósitos; é um modo de viver que dá sentido e valor a todas as coisas e move o coração do ser humano na direção do bem a ser realizado, inclusive em favor dos inimigos. Os destinatários deste trecho do discurso da planície são aqueles que ouvem Jesus, isto é, aqueles para os quais o ensinamento de Jesus faz sentido, aqueles que ouvem a palavra do Senhor, a saber, os que deixam a palavra de Jesus cair no mais profundo do coração, lá onde só Deus pode chegar e agir. Exigência da vida de seguimento de Jesus Cristo é a identificação com a atitude e o coração de Deus (v. 36). Essa identificação se exprime na prática do amor aos inimigos, no cultivo da disposição de fazer o bem não importa a quem. O que se propõe, outrossim, neste trecho é a superação da teologia da retribuição pelo amor, através do qual as barreiras da inimizade são rompidas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Fonte: Paulinas em 11/09/2014

Vivendo a Palavra

Em Lucas, o ‘Sermão da Planície’ se aproxima do ‘Sermão da Montanha’ de Mateus. Hoje, mergulhamos na sua região mais profunda: o perdão aos adversários, o amor aos diferentes, a oração pelos inimigos. E a Lei do Amor é definida: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles.”
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2012

Vivendo a Palavra

Penetramos nas águas mais profundas do Sermão da Montanha. Jesus nos ensina a dar o salto qualitativo que precisamos para possuir o Reino do Pai – que já está em nós! – na companhia dos irmãos peregrinos: o Amor total, que abrange amigos e inimigos; bons e maus, a exemplo do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/09/2014

VIVENDO A PALAVRA

Em Lucas, o ‘Sermão da Planície’ se aproxima do ‘Sermão da Montanha’ de Mateus. Hoje, mergulhamos nas suas águas mais profundas: o perdão aos adversários, o amor aos diferentes e a oração pelos inimigos; e onde a Lei do Amor é definida: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles."
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2018

VIVENDO A PALAVRA

Mansamente, Jesus vai nos ensinando a descer os degraus da escada da santidade: perdão, desprendimento, partilha… e hoje atinge o patamar mais baixo (e o mais sublime!), lá onde Ele sempre esteve e viveu a verdadeira e gratuita humildade: o amor ao inimigo!
Fonte: Arquidiocese BH em 10/09/2020

Reflexão

A regra do ouro da vida do cristão é resumida por Jesus na frase: 'O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles'. Todas as pessoas desejam ser amadas, compreendidas e servidas, por isso, todos devem amar, compreender e servir. Devemos ser diferentes das pessoas que vivem a reciprocidade: devemos viver a gratuidade, ser diferentes dos que vivem fazendo justiça: devemos ser misericordiosos. O critério do nosso agir em relação aos outros não pode ser o agir dos outros, mas sim o próprio Deus, que não nos trata segundo nossas faltas, mas ama a todas as pessoas, indistintamente, com amor eterno e as cumula com a abundância dos seus bens. Se vivermos segundo esse critério, seremos filhos do Altíssimo e será grande a nossa recompensa nos céus.
Fonte: CNBB em 13/09/2012 e 11/09/2014

Reflexão

O fio condutor do ensinamento de Jesus é: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso”. As demais exigências aqui encontram sua raiz e motivação. E nos chocam. Parecem estranhas ou absurdas, pois em geral não estamos habituados à gratuidade que Jesus nos pede. Somos frutos da sociedade do intercâmbio, em que as trocas de bens se fazem mediante pagamento. O dinheiro funciona como última palavra, fechamento de negócios. Mentalidade comercial. No entanto, Jesus rompe com esse modo de pensar e agir. Busca refrear o egoísmo interesseiro. Propõe aos discípulos do Reino um caminho de desapego e liberdade pessoal que se traduz em gestos concretos de amor. Só no Deus misericordioso encontraremos força e sentido para pôr em prática essas exigências de Jesus e do seu Reino.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 13/09/2018

Reflexão

O fio condutor do ensinamento de Jesus é: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso”. As demais exigências aqui encontram sua raiz e motivação. E nos chocam. Parecem estranhas ou absurdas, pois em geral não estamos habituados à gratuidade que Jesus nos pede. Somos frutos da sociedade do intercâmbio, em que as trocas de bens se fazem mediante pagamento. O dinheiro funciona como última palavra, fechamento de negócios: mentalidade comercial. No entanto, Jesus rompe com esse modo de pensar e agir. Busca refrear o egoísmo interesseiro. Propõe aos discípulos do Reino um caminho de desapego e liberdade pessoal que se traduz em gestos concretos de amor. Só no Deus misericordioso encontraremos força e sentido para pôr em prática essas exigências de Jesus e do seu Reino.
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, cada vez que nos deparamos com estes teus ensinamentos, nos sentimos ainda na superfície em relação ao teu Reino. São exigências que pedem de nós mudança radical de mentalidade e de atitudes. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar e a praticar tua mensagem de amor e fraternidade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 10/09/2020

Recadinho

Quero ser perdoado? O caminho é começar aprendendo a lição do perdão! - Acho justo pedir a Deus perdão quando não sei perdoar meu próximo? - Se sinto que sou pouco amado, não é porque demonstro pouco amor para com meu próximo? - O que mais humilha uma pessoa, ter que perdoar ou ter que pedir perdão? - Será que às vezes não corro o risco de fazer o bem buscando algo em troca?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 11/09/2014

Meditando o evangelho

O PAI, MODELO DE MISERICÓRDIA

O ensinamento de Jesus a respeito do amor aos inimigos é o maior desafio para quem aceita tornar-se seu discípulo. Este amor aos inimigos foi especificado de várias maneiras. Responder o ódio com a prática do bem, a maldição com a bênção e a calúnia com a oração são todas formas de amar os inimigos e, assim, quebrar a espiral da violência. Oferecer a outra face a que o esbofeteou e dar a túnica a quem lhe tirou o manto são também sinais deste amor. O discípulo, agindo assim, reverte uma maneira esteriotipada de reagir, pela qual as pessoas tendem a revidar o mal com o mal e a violência com violência. Só é capaz de agir assim quem tem o coração repleto da misericórdia do Pai. Caso contrário, não terá condições de realizar os gestos heroicos propostos por Jesus.
O modelo inspirador da ação cristã é a misericórdia do Pai. Ele é igualmente bondoso para bons e maus. Se ele respondesse às ofensas humanas, eliminando o pecador, boa parte da humanidade deveria desaparecer. O Pai tem paciência com os ingratos e malvados por nutrir a esperança de que se convertam para a misericórdia no trato mútuo.
O mesmo se dá com o discípulo. A capacidade de fazer frente à violência, com o amor, justifica-se pela esperança de conquistar o malvado para o Reino. A atitude cristã pode fazer o perverso abandonar seu caminho de violência e levá-lo a optar pelo caminho indicado por Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para retribuir o ódio com o amor e, assim, poder conquistar meus inimigos para o Reino.
Fonte: Dom Total em 13/09/2018

Meditando o evangelho

QUEBRANDO A ESPIRAL DA VIOLÊNCIA

O amor aos inimigos era um ponto fundamental na pregação de Jesus. Este deveria ser, também, o comportamento distintivo de seus discípulos, pois corresponde ao ideal evangélico por excelência. Por quê? Porque é assim que o Pai age.
Ele manifesta sua benevolência para com os ingratos e malvados, como também para com os bons. A história de seu amor é única. Não existe um regime de graça e bênçãos para uns, e castigo e maldições para outros. Para todos, o Pai prodigaliza igualmente os frutos de seu amor: os bens da criação, o dom da vida e do perdão. A todos oferece a possibilidade de salvação. Aliás, os ingratos e malvados, por serem mais carentes dos dons divinos, são objeto de preocupação especial por parte do Pai. É preciso ajudá-los a encontrar o bom caminho.
Quando o discípulo faz o bem a quem o odeia, bendiz a quem o amaldiçoa, reza por quem o calunia, está agindo de maneira digna de um filho de Deus. Esta é uma forma de quebrar a espiral da violência, mostrando como ela é frontalmente contrária ao modo divino de ser e de agir. A aparente passividade do discípulo torna-se, em última análise, sacramento de um mundo como o Pai quer, onde as relações interpessoais sejam dinamizadas pela misericórdia.
Recusando-se a imitar os maus e violentos, o discípulo esforça-se por ser misericordioso como o Pai é misericordioso.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Espírito que dá forças para amar os inimigos, reforça minha disposição de agir em conformidade com o Pai, mostrando-me misericordioso com quem não me quer bem.
Fonte: Dom Total em 11/09/2014 10/09/2020

Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 11/09/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Lucas nos orienta para aquilo que é verdadeiramente importante e novo no ensinamento de Jesus, e repete, de forma positiva, a regra de ouro do relacionamento humano, ensinada pelos antigos rabinos e sábios de Israel: “Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo”. Façam aos outros o que vocês querem que seja feito a vocês. E sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso.
Fonte: NPD Brasil em 13/09/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. AMAR OS INIMIGOS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este é um evangelho daqueles bem desconcertantes, porque em tempo em que se cometem crimes horrendos que chocam a opinião pública, praticados por bandidos cruéis, há no coração do povo um sentimento de vingança. Um pouco pela própria natureza humana, que diante de uma agressão pensa na vingança como forma de punir o agressor, mas este sentimento é também calcado no coração das pessoas pela mídia sensacionalista que mistura indignação, ódio e vingança, enfiando tudo goela abaixo do povo que a toma como uma verdade absoluta sendo que a proposta é sempre a mesma: eliminar a árvore, porém sem mexer em sua raiz, eliminar o efeito sem se preocupar com a causa.
“Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam” Para muitos cristãos este evangelho é difícil de ser praticado e então o empurram para baixo do tapete, como fazemos com aquela “sujeirinha” inoportuna, quando não queremos fazer uma faxina pra valer em nossa casa. Primeiramente é bom que se esclareça algo muito importante: Jesus não fez esse ensinamento a toda multidão, mas apenas aos que o ouviam, isto é, aos seus discípulos, os mesmos para os quais já havia dito no sermão da planície, a frase revolucionária “Feliz os pobres porque deles é o Reino de Deus”.
Mas afinal de contas quem é o nosso inimigo? É todo que nos faz ou nos deseja algum tipo de mal, de pequenas ou de grandes proporções. A inimizade existe em todo lugar, escola, trabalho, família, vizinhança, esporte, e até em lugar onde ela nunca deveria existir: na comunidade, entre ministros, agentes pastorais, dirigentes, coordenadores e obreiros.
Diante desse evangelho, imediatamente pensamos nas situações críticas da sociedade onde assistimos a confronto de classes, chacinas, extermínios, atos de violência explícita no confronto entre nações. Então um sentimento de impotência nos domina e achamos que nada há para se fazer a não ser rezar.
Mas a coisa mais importante que devemos fazer, de maneira bem prática, é olharmos mais perto, para o nosso quotidiano onde nos relacionamos com as pessoas. Que sentimentos alimentamos, com nossos gestos, palavras e atitudes? A quem devemos ouvir e dar razão: ao mundo que propõe a vingança e o extermínio de quem pratica o mal, ou ao evangelho de Cristo, que nos ensina o amor, o perdão e a misericórdia?
Jesus não condena uma pessoa que quer justiça e vingança contra alguém que lhe fez mal. Esta é uma reação humana, perfeitamente compreensível e natural, de acordo até com um ensinamento bíblico do Antigo Testamento, de que se deve fazer o bem a quem nos faz o bem, e o mal a quem nos deseja o mal, é a lei do talião, olho por olho e dente por dente, fato que acontece com o melhor e mais santo dos cristãos. Somos homens desta terra, descendentes de Adão e irmãos de Caim, que cometeu o primeiro crime da história ao matar seu próprio irmão Abel por ciúmes e inveja.
Porém, lembra-nos o apóstolo Paulo na segunda leitura, o Espírito vivificante nos transformou em Homens celestiais a partir da graça que Jesus nos concedeu, dom imerecido que nos santifica e nos configura ao próprio Cristo, portanto capacitados para viver na relação com o próximo, aquele único e verdadeiro amor com o qual Deus nos ama em seu Filho Jesus.
A proposta desse jeito novo de se relacionar é apenas para os discípulos do Senhor que hoje são todos os que creem e são batizados, vivendo em comunidade com os irmãos e irmãs. É aí que devemos trabalhar no sentido de superarmos na graça de Deus, qualquer sentimento de ódio, mágoa ou vingança, contra alguém que nos fez o mal.
Da comunidade vamos para a família e desta para o nosso ambiente de trabalho, é isso que Jesus pede de nós nesse evangelho, pois somente nos exercitando no amor, na misericórdia e no perdão, com as pessoas com quem convivemos, é que teremos a coragem de anunciar o evangelho falando o contrário do que o mundo nos ensina.
Somente assim estaremos sendo Filhos do Altíssimo, imagem e semelhança do Pai de Misericórdia que em Jesus nos ama, jamais nos tratando segundo as nossas faltas. Então o primeiro passo nesse processo de conversão, é reconhecermos que somos imperfeitos, ainda uma imagem muito distorcida de Deus que é todo perfeição e santidade. Dado este primeiro passo, a graça transbordante do Senhor, em um processo dinâmico de conversão, nos configurará a Cristo, imagem perfeita do Amor de Deus vivido com os irmãos.

2. Fazei o bem e prestai ajuda sem esperar coisa alguma em troca - Lc 6,27-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Se isso acontecesse, não haveria mais inimigos, nem guerras, nem fabricação de armas. Teríamos recuperado o paraíso perdido. É uma utopia, um lugar que não existe, ou algo possível, realizável de alguma maneira? Acreditamos que o paraíso está agora à nossa frente. É o Reino de Deus que, enquanto não se realiza plenamente, vai se realizando em amostras saudáveis no tempo que vai passando.
Fonte: NPD Brasil em 10/09/2020

HOMILIA

AMOR E LEI DE TALIÃO

Fechando os meus olhos para ouvir Deus me falando eu me pergunto: O que o texto diz? Para mim, esse é um dos trechos mais desconcertantes, embaraçosos, difíceis e desafiadores dos evangelhos. Senão vejamos: As orientações de Jesus são claras: “Amai”, “Fazei o bem”, “Abençoai”, “Orai”, “Emprestai”, “Perdoai”, “Dai”. E ainda: “Sede misericordiosos”, “Não julgueis”, “Não condeneis”. E com quem praticar também: “Os vossos inimigos”, “aos que vos odeiam”, “os que vos amaldiçoam”, “os que vos difamam”, “os que te ferem na face”, “os que te tiram a capa”, “os que te tomam o que é teu”, “os que te pedem”. Verdade é que, amar o próximo como a si mesmo quando o próximo é amigo, é até fácil de entender e aceitar. Agora amar os inimigos, os que nos odeiam, amaldiçoam, difamam, roubam ou tomam o que é nosso é coisa totalmente inédita. No Antigo Testamento era permitido o olho por olho e o dente por dente (lei do talião). O Novo é mais exigente. A virtude da Justiça manda dar a cada um, o que lhe é devido. Portanto, o que Jesus pede é ir além da justiça. Amar e fazer o bem aos que os amam, os pagãos também fazem. Mas a quem quiser escutá-lo, Ele pede mais e apresenta as razões: “Será grande a vossa recompensa”, “sereis filhos do Altíssimo” e “porque ele é bom para com os ingratos e maus”. Veja as palavras que o anjo Gabriel revela a Maria sobre Jesus: “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo...” (Lc 1,32). Ou seja, a recompensa é o próprio Jesus, ser como Ele.  Se Ele nos pede é porque é possível, e Ele mesmo dá o exemplo. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Os apóstolos não estariam errados se invocassem a justiça e o direito diante dos judeus que prenderam e flagelaram Jesus. Mas Ele não permite que Pedro use a espada para defendê-lo ou pede o socorro das legiões de anjos para livrá-lo. Nem faz um milagre diante de Herodes ou ameaça Pilatos para escapar da morte. Ele sabe que cumpre a Vontade do Pai e que a justiça definitiva pertence a Deus. A Ele só cabia amar, orar e perdoar os que o condenavam, “pois não sabem o que fazem...” (Lc 23,34).
Que tal iniciar sua oração não pelos “inimigos” que talvez você não identifique, mas pelos que o ofenderam ou o agrediram, seja com palavras ou com atos. Ou pelos que não lhe deram a atenção, ou enfim pelos que lhe pediram alguma coisa e você não atendeu. Peça perdão por não ter sido capaz de praticar esta passagem naquela ocasião. Se conseguir identificar seus “inimigos”, também ore por eles. Suplique a graça de amar como Jesus amou, dando sua vida. Interceda por todos os que lhe prejudicaram intencionalmente ou não. Peça a misericórdia de Deus por você e por eles. Abra-se à ação do Espírito Santo que é capaz de mudar corações de pedra por corações de carne, sensíveis à Vontade de Deus. Relembre as vezes que você amou os difíceis, perdoou, não condenou nem julgou os outros. Sinta a alegria de ter imitado Jesus, tornando-se filho de Deus. Louve e agradeça, pois foi graça e não mérito seu.
A contemplação dos mistérios de Deus é uma graça, um dom gratuito, que requer apenas uma atitude de recolhimento, abertura, aceitação, abandono e confiança. Então se recolha ao mais íntimo do seu coração. Abandone-se no Amor. Confie naquele que só sabe amar e deseja habitar em nós transformando-nos na imagem do Seu Filho.
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 11/09/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUINTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 11/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

As três formas de amor aos nossos inimigos

Postado por: homilia
setembro 13th, 2012

Jesus termina a última das mal-aventuranças em que previne seus discípulos contra os falsos aplausos por parte dos judeus, por terem agido da mesma forma que seus antepassados – recebendo os vaticínios dos falsos profetas.
E de imediato, Jesus introduz uma nova seção com uma preposição de contraste, começando uma nova parte de seu discurso. Lucas, como bom evangelista, reúne as várias sentenças num único texto, exortando-nos ao desapego e à mansidão, predominando o amor aos inimigos.
Esta atitude deve ser a nossa resposta como cristãos, diante dos perseguidores que são os verdadeiros inimigos. Resposta que consiste no novo mandato do amor verdadeiro: “Amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também”. Por isso, esta introdução é solene e reiterativa: “a vós que me escutais eu vos digo”, proclamará Jesus em tom solene e ritual.
Jesus enumera três formas de amor aos nossos inimigos. Inimigos que podem ser além de perseguidores do nome “cristão”, ser inimigos pessoais por outras causas evidentemente injustas por parte dos opositores. As três formas são: fazer o bem a eles, falar bem deles, orar por eles.
Estas três formas correspondem aos três degraus em que o ódio se manifesta: a separação, a maledicência e a difamação. Se eles o fazem contra o Nome de Cristo, “vocês devem fazê-lo em meu nome, porque Eu vos ordeno”. Geralmente, estas palavras de Jesus são tomadas em termos gerais para todo inimigo pessoal, mas como temos visto mais parecem ser dirigidas aos discípulos perseguidos pelo fato de serem seguidores de Jesus.
Jesus, dirigindo-se aos seus conterrâneos e discípulos, fala também para mim e para você. No dia de hoje temos necessidade de bons exegetas que nos indiquem qual é o alcance das palavras históricas que foram escritas com diversas intenções.
O conjunto inicia-se com uma profecia de perseguição, para terminar com uma linha geral de conduta pautada pelo modo de proceder divino, modelo de todo discípulo de Cristo – como o Pai é o modelo de Seu Filho. Essa conduta é rica em misericórdia. E queira Deus seja a nossa.
A Misericórdia Divina explica a existência do mal no mundo sem recorrer a um “deus do mal” como seria o dos gnósticos ou a um “diabo super-poderoso”. Deus espera a conversão do pecador e, se isso não se dá, Ele segue os passos que Jesus mostra no trecho de hoje: faz o bem também ao pecador, ou como diz Mateus: “faz sair o sol para maus e bons e derrama a chuva sobre justos e injustos”.
O “politicamente correto” não é sempre o eticamente permitido. Por isso, a Igreja será sempre condenada e perseguida quando ambas asserções não coincidirem.
O ponto fundamental nesse texto é que o discípulo deve ter Deus como modelo. Pois Deus é pura gratuidade, dá sem exigir nada de volta, não julga, nem condena, e é bondoso e misericordioso para com todos. No que se refere às reações humanas – na comunidade e na sociedade – Jesus nos ensina: “Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso”.
Terminamos dizendo que neste Evangelho de hoje Lucas nos apresenta um Deus que é gratuidade, que se manifesta na misericórdia. Assim, seguir Jesus como discípulo, ontem como hoje, exige um enorme esforço para que essa relação de misericórdia seja característica das nossas vidas cristãs, tanto no nível pessoal como comunitário.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/09/2012

HOMILIA DIÁRIA

Retribua o mal com o bem

Retribua o mal com o bem. Se há aquelas pessoas que são contra você e até lhe  desejam o mal, não retribua da mesma maneira.

“Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam.” (Lucas 6, 27)

Ao longo da nossa vida, é verdade que nós fazemos muitos amigos, pessoas que são queridas, são caras e importantes para nós, para a nossa vida, para o nosso coração. Mas também não podemos negar que há pessoas as quais nós vamos contrariar, que não serão afins a nós. E haverá pessoas que até certo ponto, até certa medida, vão se tornar nossas inimigas, não serão nossas amigas e, muitas vezes, vão se colocar contra nós.
Há inimigos que são declarados, que dizem: “Eu não gosto de você! Não vou com a sua cara e não concordo com você!” e até fazem maldade contra nós. E também há os inimigos que, às vezes, nós nem conhecemos e talvez sejam os mais perigosos, porque se comportam como se fossem nossos amigos, estão ao nosso lado, caminham conosco, falam da sua vida para nós, escutam nosso coração, mas, por trás, agem contra nós, semeiam maldades e divisões contra nós e dizem coisas que nós nem falamos.
Nós não escolhemos inimigos; eles vão se formando ao longo da vida. E talvez você diga assim: “Eu não quero inimizade com ninguém!”, e o correto é isso mesmo. Eu também não quero inimizade com ninguém. Nós não devemos ter inimizades com ninguém. Na maioria das vezes, não somos nós quem nos tornamos inimigos das pessoas, mas são elas quem criam inimizades conosco.
Na verdade, não podemos ser amigos de todos, não podemos compartilhar à mesa de todos, não podemos pensar como todos pensam nem seguir seu modo de vida, porque senão acabamos sendo incoerentes. Quando olhamos para a vida do Mestre Jesus percebemos que muitos se tornaram Seus inimigos, contrários àquilo que Ele pregava, ensinava, falava e colocaram-se frontalmente contra Ele.
Deixe-me dizer a você: não fique desanimado, não fique triste, não perca o ânimo, nem perca o sentido da vida. Se há aquelas pessoas que se colocam contra você e que até lhe desejam o mal, não retribua da mesma maneira, da mesma forma. Pelo contrário, dê a outra face (dar a outra não significa ser bobo, nem significa se fazer de bonzinho), dar a outra face significa não retribuir do mesmo jeito, não fazer mal com aquele que faz o mal a você!
Reze por quem deseja seu mal, queira bem a ele, deseje que o bem chegue ao seu coração, porque, quando desejamos o mal a alguém, esse sentimento faz mal a nós mesmos. Ao passo que, quando desejamos o bem até a quem não nos quer bem, o próprio bem cresce dentro de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 11/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

Tenhamos a bondade de Deus em nosso coração

Que o bem, a bondade, o perdão e a misericórdia sejam os ingredientes que conduzam o nosso coração

“Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca.” (Lucas 6,35)

O coração do discípulo precisa ser semelhante ao coração do Mestre. Quando olhamos para o coração de Jesus, encontramos n’Ele somente amor; não há espaço para a vingança, para o ódio nem o ressentimento.
A nossa união com Jesus leva o nosso coração a ser divino e sagrado, porque o coração humano profanado pelo pecado foi santificado pela graça de Deus. Por isso, os sentimentos da nossa alma não podem ser conduzidos pelos sentimentos do pecado.
Quando o pecado está em nós, ele inclina o nosso coração para o mal, para fazer o mal a quem nos fez mal, a nos vingarmos de quem nos prejudicou, a desejarmos o mal para o outro, a fazermos algo sempre esperando alguma coisa em troca daquilo que estamos realizando.
Quando a nossa alma e o nosso coração são purificados pelo Sagrado Coração de Jesus, o nosso coração tem sentimentos de amor, ele não mistura o bem com o mal; pelo contrário, temos rejeição ao mal, não permitimos que ele entre em nós. Fazer o bem é próprio daquele que está com o bem no coração. Quem tem a bondade de Deus na sua alma terá também a bondade em suas atitudes e naquilo que realiza.
Precisamos reencontrar em nossa vida o sentido da gratuidade, porque, no mundo em que vivemos, tudo se faz para receber algo em troca. Perdemos aquele sentido genuíno de fazer o bem pelo bem, ainda que não recebamos nem um “muito obrigado”. Há muitas pessoas reclamando: “Eu fui bom com fulano, mas nem um “muito obrigado” ele me deu”. O ruim é quem tem um coração ingrato, porque a ingratidão é um mal, mas é ruim também quem faz algo, por melhor que seja, e espera gratidão e reconhecimento. O nosso reconhecimento é do Alto, é o Céu que nos abençoa. Procuremos seguir os passos do Mestre, que fez o bem sem olhar para quem, e nunca se cansou de fazer o bem.
Que o bem, a bondade, o perdão e a misericórdia sejam os ingredientes que conduzam o nosso coração; assim, teremos sempre saúde e paz na nossa alma.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 13/09/2018

HOMILIA DIÁRIA

O amor do Evangelho expulsa o mal do nosso meio

“Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam.” (Lucas 6,27)

Jesus está hoje, na Sua pregação, dizendo àqueles que O escutam, aos Seus discípulos e a cada um de nós, que precisamos aprender a dar a outra face. Dar a outra face, na verdade, é dar o melhor de nós. Porque se alguém nos oferece o pior que está nele, no seu coração, não vamos dar o pior de nós, vamos dar o melhor de nós, para que o pior que vem do outro não fique em nós, para que o que vem de negativo do outro não pare em nós.
Se alguém me dá uma ofensa, não preciso comprar a ofensa dele, eu tenho algo melhor para dar a ele do que a ofensa. Tenho amor, perdão, misericórdia e a graça divina; imagino que isso seja o melhor que há em mim! O amor de Deus em mim é o melhor que posso ter dentro de mim, mas se eu não o tenho, preciso ter.
Se o outro vem com ódio e eu respondo com ódio, imagina que engodo não fica essa vida, que tragédia não fica, que sentimento de vingança vai se alimentando, se acumulando, vai se formando, e crescem todas essas situações duras e cruéis da vida humana: as invalidades eternas, brigas, confusões, divisões e separações.
Falta o Evangelho. Você pode saber que onde houver brigas, ofensas, faltou alguém fermentar ali o Evangelho. Entre duas pessoas ofendidas só pode crescer a ofensa; entre duas pessoas ressentidas e magoadas, só pode crescer o ódio, o rancor e os sentimentos negativos. Basta, no entanto, uma só ter o amor do Evangelho para expulsar aquilo de pior que o outro possa trazer.

Você terá sempre saúde, bênção e proteção quando der Deus e o amor d’Ele àqueles que não lhe dão da mesma forma

A receita da vida é essa: amar quem não nos quer bem, fazer o bem a quem nos faz o mal, orar e abençoar aqueles que nos amaldiçoam, e rezar por quem é desonesto, quem nos calunia e fala mal de nós.
Se fulano falou mal de você, abençoe ele evangelicamente, para que o mal dele não fique dentro de você, não vire um ranço, aquela coisa negativa, e possa corroer sua saúde mental, emocional e espiritual. Dê a ele aquilo que você tem. Se você tem Deus, dê Deus a ele; se você tem amor, dê amor a ele; se você tem perdão, dê perdão a ele, mas se lhe falta alguma dessas coisas, busque de verdade.
Tenho certeza que você terá sempre saúde, bênção e proteção de Deus quando der Deus e o amor d’Ele àqueles que não lhe dão da mesma forma.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/09/2020

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a acolher no coração as lições do Mestre e nos dá força para torná-las vivas em nossas relações com os companheiros do caminho e com este planeta encantado que nos emprestas para a partilha e o cuidado. Nós te pedimos, Pai Amado, por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para abandonar nossa pobre contabilidade do toma-lá-dá-cá. Ensina-nos a viver a plenitude do Amor, que é generoso, espontâneo, indiscriminado, libertador, gratuito e foi vivido pelo Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/09/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a acolher no coração as lições do Mestre e nos dá força para torná-las vivas em nossas relações com os companheiros do Caminho e com este planeta encantado que nos emprestas para ser cuidado e partilhado. Nós Te pedimos, amado Pai, por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, dá-nos ouvidos capazes de escutar a Palavra de Jesus; dá-nos discernimento para aplicá-la às situações concretas com que nos deparamos; e dá-nos ousadia para transformá-la em vida – no nosso jeito fraternal de interagir com os companheiros de caminhada. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/09/2020

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