Reflexão
Primeiro dia da semana nos remete ao Gênesis, quando descreve a criação. A partir da ressurreição de Jesus, nasce nova criação, nova humanidade. Maria Madalena madruga para se dirigir ao túmulo e constata que o corpo já não se encontra lá. Assustada, volta para dar a notícia aos discípulos. Pedro e o outro discípulo correm ao sepulcro e confirmaram o anúncio de Maria. Os dois veem as mesmas coisas, mas têm percepções diferentes. Pela posição das faixas e do pano, creem e concluem que Jesus não é mais prisioneiro das mortalhas e seu corpo não foi roubado, o túmulo fora apenas lugar de descanso do corpo de Jesus. Naquele primeiro dia da semana, aconteceu algo extraordinário que somente quem tem fé e muito amor consegue descobrir e crer. O discípulo amado nos dá o testemunho de que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte, para que a vida resplandeça em toda sua beleza e plenitude. É possível desatar as amarras que não deixam a vida florescer. A ressurreição de Jesus é a certeza de que é possível promover a vida, colaborando para que a nova humanidade aconteça. Deus é amigo da vida, por isso ressuscita seu filho Jesus, libertando-o das trevas da morte. A ausência do cadáver é sinal de alegria e nova vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Meditando o evangelho
O SEPULCRO VAZIO
Os discípulos começaram a se dar conta da ressurreição do Senhor, ao se depararem com o sepulcro vazio. Maria Madalena, alarmada, pensou que o corpo de Jesus tivesse sido retirado, à surdina, e colocado num outro lugar. Pedro, tendo acorrido para se inteirar dos fatos, apenas constatou onde estavam o lençol e os demais panos com que Jesus havia sido envolvido. O discípulo amado, este sim, começou a perceber que algo de muito extraordinário havia acontecido. Por isso, foi capaz de passar da constatação do sepulcro vazio à fé: "Ele viu e acreditou".
O sepulcro vazio, por si só, não podia servir de prova para a ressurreição do Senhor. Seria sempre possível acusar os cristãos de fraude. Poderiam ter dado sumiço ao cadáver de Jesus, e sair dizendo que ele ressuscitara. Era preciso ir além e descobrir, de fato, onde estava o corpo do Mestre.
O discípulo amado, de imediato, cultivou a esperança de encontrar-se com o Senhor. Sua fé consistiu na certeza de que o Mestre estava vivo, não no sepulcro, porque ali não era o seu lugar. Senhor da vida, não poderia ter sido derrotado pela morte. Filho amado do Pai, as forças do mal não poderiam prevalecer sobre ele. Embora sem ter chegado ao pleno conhecimento do fato, a fé na ressurreição despontava no coração do discípulo amado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de ressurreição, como o discípulo amado, creio que o Crucificado venceu a morte e as forças do mal.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A palavra Páscoa tem sua origem no hebraico “Pascha” que significa passagem, e no Judaísmo está contextualizada no fato histórico ocorrido em 1250 A.C que foi a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto dos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é atribuída a Moisés. O ritual da páscoa judaica segue as determinações dadas pelo próprio Deus ao Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o fato histórico, com esse caráter religioso, tornou-se para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da escravidão do Egito, através de Moisés, derrotando o império do Faraó. Anteriormente a páscoa era uma Festa dos Pastores, que comemoravam a passagem do inverno para a primavera quando por ocasião do degelo, e surgindo a primeira vegetação à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua casca quebrada deixa romper a vida que há dentro dele.
A libertação do Povo da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial celebrado no ritual judaico, preceito estabelecido pelo próprio Deus, muito rico em sua simbologia. Trata-se de uma refeição feita em pé, com os rins cingidos, sandálias nos pés e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis as pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue do Cordeiro imolado irá marcar o batente das portas dos que iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas amargas lembram a escravidão e o sofrimento que o povo passou.
Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático do Judaísmo, frequentava o templo e a sinagoga, como qualquer judeu fervoroso. Não era sua intenção fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência na relação dos homens para com Deus, que o judaísmo havia perdido por causa do rigorismo do seu preceito e dos seus ritos purificatórios. O fenômeno do messianismo era muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia novos pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro e único messias, aquele que fora anunciado pelos profetas, o Ungido de Deus, descendente da estirpe de Davi, o grande Rei porém, na medida em que Jesus vai manifestando quem ele é, e o seu modo de viver, convivendo com os pecadores impuros, curando em dia de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas relações com Deus e com o próximo.
Tudo isso foi gerando um descontentamento nas lideranças religiosas que de repente começaram a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa existente, e a expulsão dos vendedores e cambistas do templo foi a gota d'água que faltava para à sua condenação, sendo dois os motivos que o levaram à morte: o primeiro de caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo, o segundo de caráter político, Jesus veio para ser Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao augusto Cezar Soberano do império Romano.
O Povo esperava um Messias Libertador político para restaurar a realeza em Israel, que se encontrava sob a dominação dos romanos. É essa a moldura histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus três anos de vida pública, desde que deixara a casa de seus pais em Nazaré e dera início as suas pregações tendo formado o Grupo dos discípulos. Logo após sua morte e ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas (dirigidas pelos apóstolos) se perguntava por que Jesus havia morrido? Nas reuniões que ocorriam aos domingos, porque Jesus havia ressuscitado na madrugada de um Domingo, os apóstolos faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que Jesus fez e ensinou, concentrando suas pregações na morte e ressurreição. E assim começou-se a se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais tarde, entre os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam, não só porque Jesus havia morrido, mas também como e onde havia nascido e de como vivera a sua vida fazendo o bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência ao Pai e no amor aos seus irmãos.
A Ressurreição de Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável à luz da Fé, que é um dom de Deus concedido aos homens, pois o momento da ressurreição não foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo o relato dos evangelhos sinópticos, foram os “sinais” da ressurreição: túmulo vazio, os panos dobrados e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com Madalena, confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de Nazaré não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado. As mulheres tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição aos apóstolos. Outra evidência foram as aparições de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, reunidos em comunidade conforme relato do livro do Ato dos Apóstolos. Não se tratam de aparições sensacionalistas para causar impacto e evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram a sua morte, mas sim de um Deus vivo e solidário com os que nele creem, para encorajar a comunidade dos apóstolos, que tiveram a princípio muita dificuldade para vencer o medo e descrença, que abateu-se sobre eles com a morte de Jesus.
A Ressurreição de Cristo está no centro da Fé cristã, que é, segundo o pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição, que não pode e nem deve ser compreendida como uma simples volta a esta vida porque se trata de uma realidade sobrenatural entendida e aceita pela Fé, e não de um fato científico. O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso! É este o destino feliz dos que creem e vivem essa esperança que brota da Fé, pois a Vida venceu a morte!
Celebrar a Páscoa é celebrar esta Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para a graça de Deus, das trevas para a luz, da Morte para a Vida , porque o espírito Paráclito que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo renova e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda que de maneira imperfeita, dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que nos acompanha nessa jornada terrestre, e que nos acolherá um dia na plenitude da Vida Eterna.
Uma feliz Páscoa a todos!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. O discípulo viu e creu
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
O evangelista São João dá um destaque todo especial ao Discípulo amado, que corre com São Pedro até o túmulo. O túmulo estava vazio. No entanto, do Discípulo está escrito que “ele viu e acreditou”. Ele viu o túmulo vazio e acreditou que Jesus estava vivo. O dia da ressurreição é o dia do túmulo vazio que nos leva a uma visão de fé. Quem é discípulo vê o tempo todo com os olhos da fé. A função que Pedro exerce na comunidade de Jesus não o dispensa de ser discípulo. Por isso, a última palavra de Jesus a Pedro será: “Segue-me”. O discípulo é aquele que segue o Mestre e vai com ele a qualquer lugar.
Maria Madalena também viu o túmulo vazio, mas pensou que tivessem roubado o corpo. Não reconheceu logo Jesus porque estava à procura de um corpo morto, e também porque chorava. As lágrimas impediram que ela visse o Cristo vivo, que estava de pé, diante dela. Vai reconhecê-lo quando ouvir Jesus pronunciar o seu nome. Na mesma tarde, os discípulos de Emaús, retornando tristes para casa, encontram-se com o Ressuscitado no caminho. Não o reconhecem logo. Ouvem suas palavras, sentem o coração arder enquanto ele lhes fala, mas só o reconhecerão ao partir do pão. É o Pão da Eucaristia, sem dúvida, aquele da última Ceia, mas também é o pão da partilha, acontecida por iniciativa dos discípulos.
Convidaram Jesus a ficar com eles, porque já era tarde. Pensavam que fosse um simples forasteiro, mas, sem saber, acolheram o Ressuscitado. E depois refizeram o caminho, como verdadeiros discípulos missionários que anunciam a todos a alegria que experimentaram. Começamos hoje a caminhada da Páscoa, a grande passagem deste mundo para o Pai. Caminhamos ressuscitando cada dia, fazendo do acordar o início de um novo amanhecer. Deixamos para trás o que fica para trás e seguimos adiante, em direção ao Cristo que nos aguarda. Não paramos, entregues à paralisia da morte. Andamos e seguimos adiante, apesar dos nossos pecados, apesar dos erros cometidos. Eles não têm mais peso do que a graça e não são capazes de impedir que percorramos o caminho começado. Esta seria a vitória do demônio e do pecado: a morte que paralisa. O demônio quer ver o nosso desânimo, a nossa desistência. Cristo nos quer vivos, correndo até o túmulo, percorrendo o jardim, andando até Emaús, retornando a Jerusalém.
Se Deus nos vê em movimento, sabe que estamos vivos, que a morte não foi vitoriosa, que continuamos firmes no caminho de casa. Ressuscitamos com Cristo, buscamos as coisas do alto, nossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Diz a tradição que Pedro foi o primeiro a ver Jesus ressuscitado. Hoje, ele e o Discípulo amado, diante do túmulo vazio, viram que a morte não foi capaz de segurar Jesus. Seu corpo não estava lá. Estava vivo, ressuscitado. Hoje, firmes e inseridos na realidade em que vivemos, olhamos para cima, onde ele está entronizado, e caminhamos sem tropeçar, movidos pela energia da ressurreição.
Liturgia comentada
No primeiro dia da semana… (Jo 20,1-9)
Nós costumamos passar distraídos por este adjunto adverbial. Precisamos corrigir esta distração. Não se trata de um dia qualquer. Não é apenas mais um número na folhinha. É o dia “inicial”.
Sim, com a ressurreição de Jesus Cristo, a história reparte de um novo início. A História recomeça do zero. Teilhard de Chardin percebeu claramente esta guinada dos tempos e dos homens: “Cristo ressuscitou. A ressurreição, nós procuramos com certo excesso olhar para ela como um evento apologético e momentâneo, como uma pequena revanche individual de Cristo sobre o túmulo. Mas ela é coisa bem diferente, e muito mais que isso… A ressurreição marca a efetiva tomada de posse por Cristo de suas funções de centro universal”.
O Domingo de Páscoa – o primeiro dia da semana – é um dia inaugural. Dia original. Estamos diante de uma re-Criação. O novo Adão, vivo, dá a partida para uma nova história da humanidade. Eis que tudo se faz novo! (Cf. Ap 21,5)
Claude Rault comenta: “Estamos nos primeiro dia da semana. Não no ruído do big-bang inicial, mas na reconstrução silenciosa do universo e do homem a partir de dentro. Uma reconstrução à qual estamos, doravante, pessoalmente associados porque, com Jesus, também nós saímos de nosso túmulo. Agora, o discípulo que crê deixa a morte atrás de si. É também aí que se enraíza a vocação do discípulo. Se eu creio no Ressuscitado, minha morte já não está à minha frente; ela passou, está atrás de mim. A fé é uma saída do túmulo e uma entrada na plenitude da Vida, como o acontecimento de uma nova primavera. É incrível! É impossível deter-se nesta descoberta sem ser tomado por uma vertigem!”
Por isso mesmo, é perda de tempo correr até o túmulo enquanto ainda está escuro (cf. Jo 20,1). O túmulo está vazio. Resta apenas em seu côncavo um casulo vazio e oco, formado pelas bandagens que envolviam o corpo de Jesus, mantidas firmes pela mirra e pelo aloés solidificados. A borboleta voou…
Se nós fôssemos “produzir” a ressurreição de Cristo, iríamos fazer um megaevento: luzes, pirotecnia, fumaça artificial e, claro, muito som! Mas não foi assim… Tudo acontece fora dos olhos humanos. Tudo corre em silêncio. O mais absoluto silêncio.
Foi este silêncio total que marcou os dois discípulos que entram no túmulo vazio. Nada para ouvir. Tudo para ver. E o discípulo viu e creu. Bandagens por terra. O sudário à parte, enrolado. Silêncio e harmonia.
Talvez, um dia, nossas celebrações recuperem o silêncio da Ressurreição…
HOMILIA
"O Senhor ressuscitou"
Abristes as portas da eternidade
No terceiro dia do Tríduo Pascal (Sexta, Sábado e Domingo), a Igreja continua o Aleluia feliz que proclamou na Vigília. Se Jesus não tivesse ressuscitado, vazia seria a pregação e vã seria nossa fé (1Cor 15,14), pois acabaria numa sepultura a misericordiosa encarnação de Jesus e sem definição de nosso futuro. Com sua Ressurreição está definitivamente implantado o reinado de Deus sobre o universo, está restaurada a condição humana e estão abertas as portas do Paraíso fechadas pelo pecado. Deus não fechou o Céu, foi o homem e a mulheres culpados por uma desgraça que passou a todos. Mais que o mal, o fulgor da Ressurreição invade todo o Universo. Chega à meta o grande desígnio de levar todos a entrarem em comunhão com a Trindade. Quando Jesus morreu, rasgou-se o véu do templo (Mt 27,51). Este véu separava o lugar onde estava a presença de Deus. Só o sumo sacerdote poderia ali entrar, uma vez por ano (Hb 9,7). Agora está aberto a todos. Essa passagem é o coração aberto de Jesus pela lança de onde surge a grande torrente de sangue e água que inundam o mundo. “Abriram-se as portas da Eternidade”, como rezamos na oração da missa. A oração continua convocando “a ressuscitar na luz da vida nova”. Certamente para muita gente essas palavras não significam nada, pois ainda não ousaram beber das fontes de águas vivas que vêm do coração de Jesus. Os discípulos, como Pedro, guardaram de Jesus a lembrança de que passou por toda parte fazendo o bem (At 10,38). Quando começamos fazer o bem participamos da vida eterna. É preciso conhecer a própria condição de pecado e a certeza que Ele tira o pecado do mundo, pois, destruindo a morte e, ressurgindo deu-nos a vida (Prefácio).
João viu e creu
Relatando o dia da Ressurreição, João nos mostra uma realidade do ambiente, dando a perceber a surpresa e a incredulidade dos discípulos. Maria Madalena, sofrendo a perda de seu grande amigo, vai ao túmulo vazio. Corre para contar aos discípulos que correm ao túmulo. João, mais novo, chega mais depressa. Não entra. Vem Pedro entra e vê. João entra e crê. “Ainda não tinham compreendido as Escrituras, segundo a qual Ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,1,9). Para entender o mistério da Ressurreição é preciso o Espírito “que ungiu Jesus com poder” (At 10,38). Estamos chegando da grande preparação da Quaresma. Ela, por ação de Deus, nos purificou e nos alimentou com a Palavra. Podemos ser como João que viu e creu. Pedro nos faz lembrar que podemos ver sem entender. É preciso crescer.
Ressuscitemos para uma vida nova
A Ressurreição em nossa vida é um dom e um questionamento. Deus nos ressuscitou em Cristo e nós vivemos a ressurreição nas obras com o mesmo amor com que Cristo assumiu sua vida. Vivemos como ressuscitados? Não se trata de um sentimento, mas de uma atitude. Viver ressuscitado é buscar a vida do alto (Cl 3,1). Quanto mais buscamos a coisas do alto, mais nos preocupamos com o amor que deve penetrar todas as atividades, pois amar a Deus e ao próximo são um só mandamento (Lc 10,26-27). Ressuscitar com Cristo não nos tira da realidade. Por isso, os sacramentos sempre são o sustento e o estímulo. Na celebração da comunidade temos a força e o caminho. A Eucaristia é o sacrifício pelo qual a Igreja renasce e se alimenta (Oração sobre oferendas). Renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição (Pós Comunhão).
Leituras: Atos 10,34ª.37-43; Salmo 117; Colossenses 3,1-4; João 20,1-9
Ficha nº 1530 – Homilia do Domingo de Páscoa
Sem a Ressurreição seria vã nossa fé. Por ela Jesus nos abriu as portas da Eternidade. O reinado de Deus é implantado em todo o Universo. Para entender a Ressurreição não basta ver, é preciso crer. O Espírito que ungiu Jesus com poder. Na celebração da Quaresma fomos purificados e alimentados pela Palavra. Podemos ver e crer. A Ressurreição é um dom e um questionamento. Deus nos ressuscitou em Cristo e vivemos a ressurreição nas obras com o mesmo amor com que Cristo assumiu sua vida por todos.
Dobrando os panos
Jesus ressuscitou. Quando os discípulos foram ao túmulo encontraram os panos dobrados. Há muitos sentidos para esse gesto. Na verdade podemos dizer que não voltará mais para o túmulo e começou uma vida nova.
Com sua Ressurreição abriram-se as portas da Eternidade. Não foi um momento imaginário, historinhas contadas para encantar. João conta como aconteceu: Madalena foi ao túmulo e viu que estava aberto sem o corpo. Achou que tinham levado o corpo. Pedro e João correm ao túmulo e confirmam. Pedro entrou e viu os panos dobrados. João entrou no túmulo e acreditou. Não basta ver, é preciso crer. Pedro fala firme: “Nós que bebemos e comemos com Ele depois que ressuscitou dos mortos”. Morto não se alimenta.
A Ressurreição não é um fato que se refere só a Jesus. Mas a todo o Universo. Nós que cremos, ressuscitamos com Ele. Paulo lembra: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto onde Cristo está à direita de Deus” (Col 3,1-2). Com a Ressurreição temos garantido o Céu.
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
HOMILIA DIÁRIA
Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente!
Postado por: homilia
março 31st, 2013
Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente! Venceu a morte e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória. Ele venceu e também somos vencedores com Ele. Meu irmão e minha irmã, Jesus despojou o império das trevas. Somos vitoriosos, porque Deus nos deu a vitória em Jesus, Seu Filho. Não pelos nossos méritos, mas sim pela Sua graça.
Cante bem alto: “Glória a Deus nas alturas!”, o aleluia de festa, pois chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós apontando-nos o caminho da eternidade. Aliás, Deus sempre nos conduz em triunfo para que espalhemos o perfume do conhecimento do Senhor por todo lugar que andarmos.
Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores, porque por Ele passamos do fracasso, da derrota para a fortaleza, a vitória e o triunfo. Da morte para a vida. Tudo isso Deus o fez por amor!
Pode o Senhor ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá por amor a você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você fosse vitorioso.
Caríssimos, se somos vitoriosos, por que guardamos para nós os maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco? Os maus momentos, os maus hábitos, o modo egoísta, as mentiras, os fanatismos, os deslizes, as falhas… Por que mantemos tudo isto conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés da cruz! Podemos fazer isso, porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque sabe que não podemos viver como Ele. Só Ele é Santo. É a cruz e o túmulo vazio que nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na cruz e caminhar com Ele em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais que perdoar os pecados, Ele os remove.
A Ressurreição é o motivo principal da pregação do Evangelho. O evento que encheu o coração dos discípulos de esperança e os tornou mensageiros do Evangelho da graça foi a visão do sepulcro vazio. A aurora do primeiro dia suscitou um novo ânimo aos decepcionados. Ora, se Cristo ressuscitou de fato, então há perspectiva para uma humanidade transtornada pelo pecado.
Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor e Salvador dos pecadores desenganados. A Ressurreição de Cristo Jesus é a prova evidente que a morte foi vencida e o pecado perdeu sua força de condenação. A história da Crucificação não termina com um funeral, mas com um festival de Aleluia. O anjo anunciava às mulheres com júbilo: “Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mateus 28,6).
A pregação verdadeira do Evangelho começa com a visão convincente da morte e ressurreição de Cristo. As testemunhas são as únicas pessoas que podem, falar de fato, daquilo que presenciaram. Pedro e João, quando estavam sendo ameaçados pelas autoridades judaicas, para que não pregassem a Jesus ressuscitado, disseram: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4,20).
Se a morte de Jesus trouxe desesperança para os Seus discípulos, Sua ressurreição originou uma torrente de esperança capaz de enxergar por entre nuvens espessas. Já que Cristo ressuscitou, não há mais barreira que impeça a efetivação de Suas promessas.
Só o milagre do túmulo vazio poderia encher o coração dos discípulos da certeza da salvação. A regeneração do homem pecador é um produto da Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1,3).
A visão espiritual do túmulo vazio, produzida pela fé, por meio da Palavra de Deus, garante-nos uma certeza inconfundível de que a nossa salvação é dom gracioso, que nos motiva ao testemunho. Como insistia Thomas Brooks: “uma alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu sem companhia”.
A falta de convicção inabalável da obra salvadora por meio de Cristo Jesus é o principal agente da apatia na pregação. Sem a firmeza do Evangelho não há como pregar-se, com confiança, a sua mensagem. Muitos apregoam um sistema religioso com a presunção de estar pregando o Evangelho. Mas somente a segurança da Ressurreição de Cristo, bem como da nossa ressurreição com Cristo, pode assegurar uma pregação legítima do Evangelho autêntico.
As mulheres que foram ver o sepulcro onde Jesus havia sido sepultado saíram de lá ao romper da manhã, ainda que atônitas, com duas certezas: primeiro, não havia cadáver na tumba. A fé cristã começa no primeiro dia da semana, nas primeiras horas do dia, com uma certeza da vitória. A morte foi vencida e o Salvador não é um defunto.
Devemos deixar os nossos maus momentos na cruz e também os momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se amamos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos chegar diante de Deus e pedir perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?
Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como alguns têm boa memória para os erros alheios e péssima memória para a mudança dos seus irmãos. Pare de se prender aos erros do passado! Olhe para o fruto que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como você ressuscitou com Cristo e é nova criatura, também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova criatura!
Abandone seus pecados antes que eles contaminem você. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a Deus sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os seus momentos ruins. Se você deixar com Ele momentos ruins, só sobrarão bons momentos; então, Cristo terá ressuscitado em você. E se Ele ressuscitou em você, já não é você que vive, mas é Cristo que vive no seu corpo. E se Cristo vive em você, em você tudo é santo, porque está envolvido pela luz d’Aquele que verdadeiramente ressuscitou.
Feliz Páscoa!
Padre Bantu Mendonça
HOMILIA DIÁRIA
Contemplemos o Cristo vivo entre nós
Acenda essa chama em seu coração, contagie sua mente, sua casa e família por essa verdade maravilhosa: Cristo está vivo e no meio de nós!
“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.” (João 20, 9)
Hoje, contemplamos um túmulo que está vazio, porque, ali, depositaram o corpo de Jesus, mas, na manhã de domingo, quando foram buscar o corpo do Senhor para cuidá-Lo, ungi-Lo e contemplá-Lo, não estava mais lá.
Alguns disseram que os discípulos roubaram o corpo, mas como pode um corpo roubado fazer tanto bem, ressuscitar tantas vidas, levantar a vida de tantas pessoas? O fato é que esse corpo não foi roubado, mas ressurgiu, ressuscitou de forma gloriosa e única!
Cristo Jesus não permaneceu no túmulo, porque lá estava perdida toda a esperança da humanidade, tudo estava enterrado. Ele levantou-se dos mortos, ressuscitou do túmulo e trouxe vida nova a cada um de nós.
É verdade que muitos de nós ainda temos a mente e o coração fechados para compreender as Escrituras, para podermos compreender que Ele haveria de ressuscitar dos mortos e trazer a vida nova a cada um de nós.
Abramos nossa mente e coração, contemplemos o Cristo que está vivo no meio de nós! Isso não é só uma verdade histórica, mas, de fé; não é um simples dogma, é o sentido fundamental da nossa fé. Se Cristo Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé, perda de tempo seria celebrar a Eucaristia e tantas outras coisas. Tudo aquilo que celebramos é para proclamar que Cristo Jesus está vivo e no meio de nós!
Acenda essa chama em seu coração, contagie sua mente, sua casa e sua família com essa verdade maravilhosa: Cristo está vivo e no meio de nós! Ele acende nossos corações para que nenhuma desesperança, desespero, desânimo, doença, tristeza e morte falem mais alto em nossos corações.
Contemplar o Cristo vivo e ressuscitado, no meio de nós, é ter a certeza de que a palavra final não é a da morte, da dor nem do sofrimento. A palavra final é a de Deus, é a da vida!
Queremos celebrar a vida no ardor da ressurreição, que acontece, todos os dias, quando deixamos morrer o homem velho para brotar em nós o Cristo vivo e ressuscitado!
Uma feliz Páscoa para você e toda a sua família!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos experimentar Jesus vivo e ressuscitado no meio de nós
“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.” (João 20,9)
É verdade que todos nós ficamos eufóricos com uma Boa Nova, com uma boa notícia, e a melhor das notícias que alguém pode receber é que o Senhor está vivo.
Maria Madalena, Pedro, João e todos aqueles que foram ao túmulo não encontraram o corpo do Senhor. Num primeiro momento, a surpresa, o medo e o temor tomaram conta do coração deles. O problema não era o túmulo estar vazio, mas é a cabeça não estar aberta para compreender o que a Sagrada Escritura já havia anunciado, predito, e que, agora, estava acontecendo. A verdade é uma só: Ele está vivo.
Celebrando a Páscoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele vem para abrir a nossa mente, o nosso coração, para que em nós entre a Palavra d’Ele e façamos a experiência com o Ressuscitado.
Precisamos proclamar aquilo que conhecemos, precisamos anunciar aquilo que experimentamos. Hoje, precisamos experimentar Jesus vivo e ressuscitado. Precisamos deixar no túmulo tudo aquilo que causa morte em nós, tudo aquilo que tira a nossa esperança, abala a nossa fé e nos deixa desanimados, porque o Senhor está vivo, Ele está no meio de nós.
Precisamos deixar, no túmulo, tudo aquilo que tira a nossa esperança, porque o Senhor está vivo
Queremos adorá-Lo, queremos amá-Lo e servi-Lo, queremos que a força do Ressuscitado esteja agindo na vida de cada um de nós. Onde quer que você ande, hoje e por todos os dias da sua vida, vença a morte com a vida, a desesperança e o desespero que toma conta do coração de todos com essa certeza única de que Ele está vivo e quem está com Ele viverá com Ele para sempre.
Proclamemos, em alto e bom tom, onde quer que estejamos, a ressurreição do Senhor: “Ele vive, Ele é o Senhor!”. Que tenhamos uma feliz e santa Páscoa!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Ressuscite com Cristo e busque as coisas do Alto
“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então, ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: ‘Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram’.” (João 20,1-2)
Meus irmãos e minhas irmãs, para ela, Maria Madalena, foi muito desafiador tocar nesse mistério, pois, nós, hoje, já temos a evidência de tudo isso, mas, certamente, para ela e para os primeiros discípulos de Jesus foi um desafio acolher esta potência do amor de Deus manifestado em Jesus Ressuscitado.
Diz o Evangelho que Madalena vai ao túmulo de Jesus quando ainda era escuro. E isso não é um mero detalhe de uma temporalidade, mas é um detalhe de uma disposição interior, porque, aqui, esse escuro indica a dor, a incerteza, a dúvida; indica aquele momento em que nós precisamos buscar a Cristo, quando as luzes não se acendem; quando, talvez, a nossa experiência de fé passe pela dúvida, pelo medo, pela incerteza; passe por um momento de prova. Essa escuridão aqui reflete justamente a necessidade de buscarmos a Cristo, quando, ainda na nossa vida, existem trevas. Nós não podemos parar diante dessa escuridão; nós não podemos cessar a nossa busca — nem diante de uma situação, a mais dolorosa, talvez, uma experiência de morte que você tenha enfrentado na sua família, a perda de alguém —, nem mesmo uma experiência de morte deve cessar a nossa busca. Então, hoje, ao contemplar isso, contemple, na sua vida: quais são essas experiências de escuridão? Quais são esses momentos em que você é convidado, é convidada a buscar o coração de Cristo, no meio da incerteza, no meio do desânimo, da vontade de desistir de tudo, de deixar o seu caminho espiritual de lado?
Se nós ressuscitamos com Cristo, busquemos as coisas do Alto, onde Ele está sentado e onde nós também reinaremos com Ele para toda a eternidade
A ressurreição não é só dizer: “Façamos de conta que não aconteceu nada, vamos tocar a vida em frente”; mas é dizer: “Aconteceu tudo; aconteceu tudo porque, nesse mistério, está Cristo Ressuscitado”. E Ele é o Tudo da nossa vida! Então, as experiências de dor, as experiências de sofrimento pelas quais você passa, não faça de conta que elas não existem; elas existem e tocam a sua humanidade. Talvez, elas arranquem de você lágrimas e traga muitas dores e muitos sofrimentos, mas diga aqui, no meio dessa situação: “Aconteceu tudo porque Jesus está vivo!”. E Ele está ao teu lado.
Acontece aqui, na cena do Evangelho, um imprevisto: a pedra foi retirada. Isso aqui não estava no “script”, não era prevista essa realidade; mas ela acontece. O primeiro pensamento que Maria Madalena tem: “Roubaram o corpo”. Nós não nos acostumamos com as boas notícias; nós somos tendenciosos a pensar só nas coisas negativas, pois elas nos atraem muito (basta você perceber quando chega uma notícia ruim para você, no seu no seu WhatsApp, na sua rede social, a nossa tendência imediatamente é compartilhar, mas quando chegam as notícias boas, nós temos muita dificuldade de espalhá-las, de replicá-las, e é uma tendência do nosso coração que a ressurreição de Jesus também precisa tirar). Maria Madalena teve de se acostumar com aquela boa-nova; Maria Madalena teve de se impactar; se deixar impactar por aquela boa notícia; aquele bom imprevisto que aconteceu, pois aquela aparente ausência do corpo de Jesus indicava uma outra coisa: a Ressurreição.
Por isso, hoje, na existência desses momentos, dessas ausências, desses vazios, atenção: Cristo está chegando com a sua ressurreição; Cristo está trazendo coisas novas! Levante o seu olhar para Cristo porque Ele faz novas todas as coisas, no poder da sua ressurreição. Então, neste dia, se nós ressuscitamos com Cristo, busquemos as coisas do Alto, onde Ele está sentado e onde nós também reinaremos com Ele para toda a eternidade.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, faze-nos crianças do teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus de Nazaré, nós entendamos que este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos encantamento e gratidão para acolhermos no coração e na vida o dom de teu Filho Unigênito que se fez humano como nós para que nos tornemos com Ele teus filhos amados. Dá-nos, Pai, cheio de misericórdia, generosidade para partilhar com os companheiros peregrinos esse Dom que nos ofereces. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos crianças do teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus de Nazaré, ajuda-nos a entender que este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
OU
Lc 24,13-35
Comentário do Evangelho
O Senhor está vivo!
Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!
O espaço de que dispomos não nos permite, como em todos os outros dias, um comentário exaustivo. Somente umas pouquíssimas palavras.
Se a morte de Jesus e a frustração abatem (cf. vv. 16-21), a presença do Ressuscitado permite refazer o longo caminho através da Escritura que abre os olhos e suscita o reconhecimento: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (v. 32). O tempo que separa o “ver” do “reconhecer” permite a lição de exegese a que os dois discípulos confessarão mais tarde que os transformou, conforme o texto supracitado. Eles fazem a experiência de que a visão física não é mais um absoluto ou necessária. Mesmo invisível aos olhos, o Ressuscitado permanecerá presente. A invisibilidade, nós também o sabemos, não equivale mais à ausência. Aliás, eles nem sequer mencionam a ausência, como se isso não lhes tocasse ou preocupasse. O tempo que precedeu o reconhecimento, a viagem para Emaús, tempo de escuta, é o que retém a atenção deles.
Se a paixão e a morte dispersavam os discípulos, o Ressuscitado os congrega: “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’” (vv. 33-35).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.