ANO B
Lc 14,1-6
Comentário do Evangelho
Olhar com misericórdia.
É a terceira vez que Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu (7,36; 11,37). Esta repetição do encontro de Jesus com os fariseus em suas respectivas casas mostra que entre Jesus e os fariseus há uma mescla de simpatia e resistência. Essa proximidade relativa não impede Jesus de alertá-los. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei. Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Esse modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e compreender: “É misericórdia que eu quero, não sacrifícios” (Os 6,6).
Nosso texto de hoje mostra uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus, durante o descanso sabático, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão. Aproveitando-se da presença de um hidrópico, Jesus provoca a compreensão dos fariseus sobre o sentido da Lei de Deus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não? […] Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” (vv. 3.6). Eles não responderam a nenhuma pergunta porque, efetivamente, não tinham nada a responder.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 01/11/2013
Comentário do Evangelho
Controvérsia sobre o descanso sabático.
Já dissemos anteriormente que Jesus várias vezes é convidado à casa de um fariseu para uma refeição, o que ele aceita. Não há onde Deus não esteja ou possa deixar de estar. No evangelho de Lucas, há dois outros relatos de refeição na casa de um fariseu (7,36; 11,37). No episódio de hoje, a refeição foi ocasião de controvérsia sobre o descanso sabático. É Jesus quem, durante a refeição, toma a iniciativa, ante a doença de um homem que estava diante dele, de pôr a questão aos doutores da lei e aos fariseus. A questão posta por Jesus visa ao verdadeiro sentido do descanso sabático. A rigidez inflexível na prática dos mandamentos da Lei de Deus torna os interlocutores de Jesus prisioneiros da letra do texto, em detrimento da finalidade última da Lei de Deus. O sábado é dom de Deus para celebrar a vida e o dom da libertação da “casa da escravidão”. A memória desses dois eventos salvíficos deveria, no dia de sábado (cf. Lc 13,16), mover todo fiel israelita à prática da misericórdia (cf. Os 6,6). A alternativa apresentada na pergunta de Jesus deixa os fariseus e os doutores da lei sem resposta. O silêncio deles é consentimento para a interpretação da Lei que Jesus propõe.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente.
Vivendo a Palavra
Fonte: Arquidiocese BH em 01/11/2013
VIVENDO A PALAVRA
O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Quando Jesus aparentemente transgride a letra da Lei, na verdade Ele sobe a um novo patamar: estabelece o primado do Espírito e anuncia a chegada do Reino de Deus. Para nós, Igreja de Jesus, a ordem é que assumamos a liberdade de filhos de Deus. É vivermos a Lei do Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/10/2020
Reflexão
O Evangelho de hoje nos mostra claramente que a vida sempre se impõe diante da morte, a verdade sempre se impõe diante da mentira, da falsidade e do erro. A Lei de Deus foi feita para a vida e não para a morte e a interpretação verdadeira da Lei de Deus deve sempre contribuir para que a vida de todos seja melhor. Jesus denuncia os erros que existem na interpretação da Lei, as interpretações falsas, ou seja, que não apresentam nenhuma legitimidade por serem contraditórias ao espírito da Lei de Deus, por escravizarem quando deveriam libertar, por promoverem a morte quando deveriam promover a vida, e as interpretações mentirosas. Jesus denuncia aquelas interpretações que não estão de acordo com a Lei, mas sim com os interesses de quem as interpretou.
Fonte: CNBB em 01/11/2013 e 31/10/2014
Reflexão
Coerente com sua missão de libertar as pessoas, Jesus mais uma vez vai causar certo transtorno. Desta vez na casa de um chefe dos fariseus. Apegados à letra da lei, eles punham a observância do sábado acima de qualquer outro mandamento. Não conseguiam entender que a cura de um ser humano é um modo de glorificar o Deus da vida! Decididos a manter sua posição fixa, permaneceram calados e confusos diante da pergunta do Mestre: “É permitido curar no sábado ou não?”. A hidropisia, ou acumulação de líquido, é figura do povo, “inchado pelo ensinamento dos fariseus, também estes inchados pelo orgulho pretensioso e hipócrita de serem perfeitos” (Ivo Storniolo). Jesus, com a implantação do Reino de Deus, mostra que sua missão é devolver ao ser humano a dignidade que lhe é devida.
Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, mediante tuas atitudes aprendemos que não há nenhum dia em que seja proibido fazer o bem. Toda boa obra é agradável a Deus, como o foi certamente a libertação que ofereceste a esse homem. Não deixemos para amanhã as boas obras que podemos realizar hoje. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 30/10/2020
Recadinho
Hidrópico é uma pessoa que sofre de acúmulo de líquido e inchaço no corpo todo ou numa de suas partes como, por exemplo, no ventre. Jesus, ao entrar na casa de um dos principais fariseus para comer, realiza esta cura num sábado, que era dia de descanso e oração. Perguntamos: - Para fazer o bem há dia e hora? - O mais importante para Jesus não era se importar com a lei, mas com aquele que precisava de sua ajuda. Como Jesus minha comunidade se importa com as necessidades do próximo? - Para nós hoje o dia de dedicarmos a Deus é o domingo (ou sábado à tarde). Como me comporto nesta ocasião? - O que faço para Deus? - Tenho consciência de que frequentando a Deus estou me enriquecendo dele ou me comporto como se estivesse prestando um favor indo à igreja?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 01/11/2013
Recadinho
Hidrópico é uma pessoa que sofre de acúmulo de líquido e inchaço no corpo todo ou numa de suas partes como, por exemplo, no ventre. Se Jesus podia curá-lo da doença, seria justo se omitir não agindo com misericórdia tão somente por ser dia de sábado? - Será que não sou fácil em arrumar escusas para não fazer o bem? - Ou sou generoso e disponível quando solicitado? - Minha comunidade é prestativa e acolhedora? - Cite algum exemplo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
O AMOR PELOS SOFREDORES
Ao se deparar com um ser humano sofredor, Jesus deixava de lado os casuísmos legais e se antecipava para curá-lo. Até mesmo a Lei do repouso sabático era olvidada. Ele não se perguntava se era, ou não, sábado, quando tomava a decisão de curar alguém. Pouco lhe importava saber se era permitido ou proibido curar naquele dia. Seu único propósito era socorrer quem estava atribulado pelos sofrimentos e aliviá-lo.
É preciso entender em que se fundamenta a liberdade de Jesus diante da tradição religiosa. No caso do repouso sabático, ele o entende na perspectiva da intenção original de Deus, quando o instituiu. O Deuteronômio relaciona esse repouso com a escravidão egípcia: "Lembra-te (Israel) de tua escravidão no Egito, donde o Senhor te libertou, com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor manda-te guardar o sábado." Descansar no sábado era, pois, uma forma de preservar a dignidade humana contra a aviltamento da opressão e da escravidão. Era a celebração da libertação, obra da misericórdia divina.
Para Jesus, a cura do hidrópico encaixava-se perfeitamente bem no contexto do sábado. Aquele infeliz estava sendo libertado, pela bondade de Deus, de uma situação de escravidão, recuperando sua dignidade menosprezada.
Se fariseus e mestres da Lei ficaram chocados com a ação de Jesus, o Pai, sem dúvida alguma, a tinha como um gesto muito acertado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de sensibilidade para com os sofredores, que nada me impeça de ajudar os que sofrem. Antes, que eu demonstre por eles um amor eficaz.
Fonte: Dom Total em 31/10/2014 e 30/10/2020
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Senhor do Sábado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Um amigo muito espirituoso comentou comigo, sobre este evangelho, que Jesus parecia que gostava de “Cutucar a onça com vara curta”. Entrou na casa de um Fariseu notável em dia de sábado, para tomar uma refeição, estava sob a vigilância severa do grupo de Fariseus, e eis que ali estava um Homem Hidrópico. Há que se desconfiar até que os próprios Fariseus levaram este homem lá, para ver a reação de Jesus, achando que ele não teria o “topete” de fazer uma cura em dia de sábado, justo na casa de um Fariseu importante.
Não se sabe se foi armação dos Fariseus, pode até ser que sim, pois não era novidade que eles estavam “doidinhos” para pegar o Mestre em uma armadilha. Jesus, como sempre, manteve a serenidade e ainda perguntou se era permitido ou não, fazer curas em dia de Sábado. Os Fariseus nada disseram mas certamente com os olhares “fuzilaram” Jesus.
Se não fossem tão cegos e cabeças duras, se não tivessem um coração tão endurecido e fechado à Graça de Deus, e reconhecessem a Jesus como o Messias esperado e prometido que viera para Salvar a Humanidade, poderiam dar uma linda resposta.
“Olha mestre, ao Senhor tudo é permitido, pois hoje nós celebramos o repouso, o Dia em que nosso Deus Eterno e Poderoso criou todas as coisas, como o Senhor é o Filho Dele e Aquele que nós todos esperamos, tens o poder de restaurar e refazer todas as coisas, inclusive devolver a saúde a este nosso irmão, para nós será motivo de muitas alegrias e iremos dar Glórias a Deus. O Senhor nem precisava perguntar, és o Senhor da Vida e da História...”
Esta é a resposta que qualquer um de nós daria se lá estivéssemos. Então mudemos a pergunta, em lugar dos Fariseus está um grupo de zelosos agentes da pastoral do Batismo, com uma larga caminhada e que sabem de cor cada regra ou norma da Igreja “Deve-se batizar o filho de uma mãe solteira, ou não?”. “Pode um casal em segunda união receber a Comunhão?” “Pode um evangélico visitar a Igreja Católica e vir em uma celebração?” “Pode um católico ter amizade com um Espírita ou de outra religião, que não seja Cristã”? Tem outras perguntinhas iguais a essa, que a gente se engasga quando vai responder. Uma coisa é darmos uma resposta linda, estando lá, em lugar do Fariseu, outra é estarmos aqui, diante de situações onde, na maioria das vezes priorizamos a Lei, a Linha Pastoral, a norma, e esquecemos do mais importante: de acolher as pessoas, de ouvir suas histórias, de anunciarmos também a elas o Santo Evangelho que Liberta e dá a verdadeira Vida!
Jesus curou o homem enfermo e ainda fez uma pergunta muito provocante “Se o trabalho a ser feito, como tirar um Jumento do poço, for de interesse próprio, será que alguém vai pensar no Preceito Sabático?”. Ou seja, todo rigor e austeridade quando se aplica a Lei ao outro, quando for para o meu interesse, a lei sempre é mais branda.
A classe dos Fariseus há muito já se foi, mas o Espírito Farisaico está mais vivo do que nunca, principalmente nas comunidades que se dizem Cristãs.
2. Em dia de sábado, é permitido curar ou não? - Lc 14,1-6
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Na quarta etapa da subida para Jerusalém, Jesus é convidado para uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. Durante a refeição, Jesus mesmo toma a iniciativa e introduz alguns temas para a reflexão dos que lá se encontravam. Começou com o significado religioso do sábado. É a terceira vez em São Lucas que Jesus está na casa de um fariseu e a terceira vez em que discute o sentido do sábado. Lá estava um homem inchado por acúmulo de água no corpo. Lá estavam também doutores da Lei. Vem então a pergunta de Jesus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não?”. Em outras palavras: “Posso ou não curar este amigo de vocês?”. Pode ser que estivesse lá por conta própria, porque, depois de tê-lo curado, Jesus o despediu. A resposta foi um grande silêncio. Explorando ainda as relações de sentimentos, Jesus continua: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?”. Continuaram em silêncio. Parece que a pergunta sobre o que é permitido e o que é proibido não faz parte dos ensinamentos de Jesus. São Paulo dirá que tudo é permitido, mas nem tudo convém. A pergunta deve ser sobre o que é melhor para o ser humano, o que liberta e constrói. Jesus curou o hidrópico no dia de sábado.
Liturgia comentada
Mas eles se calaram... (Lc 14,1-6)
Quando Jesus Cristo nasceu na humilde gruta de Belém, o coro de anjos cantava a glória e a paz. Lá nas alturas, um hino de glória a Deus. Aqui na terra, augúrios de paz aos homens de boa vontade. Parece que a “boa vontade” (no latim de São Jerônimo, bonae voluntatis) é apenas outro sinônimo do amor.
Sim, da parte de Deus, a “boa vontade” é total, infinita: ele quer que todos se salvem, sem exceção. Já da parte dos homens, a coisa é mais complicada: aqui e ali, sempre aparece alguém de má vontade, fechado ao amor e ao perdão, escravo da lei, indisposto a acolher o dom gratuito de Deus.
Foi assim na sinagoga de Nazaré, como relata o Evangelho de hoje. Jesus se compadece de um enfermo e decide curá-lo. Na época, a medicina era considerada como simples “trabalho manual” (tradução literal do grego “cirurgia”: quiros= mão; ergon= trabalho). Por isso mesmo, as atividades médicas estavam incluídas entre os trabalhos proibidos no sábado judaico. Os adversários de Jesus (teriam eles, de propósito, levado o doente à reunião, como arapuca para o Mestre?!) estão de olho em seu comportamento.
É quando Jesus pergunta: “É permitido, ou não, curar no sábado?” E São Lucas, também ele médico, registra: “Mas eles se calaram.” Nem sim, nem não. Este silêncio é a marca registrada de sua má vontade. É o indicador de sua consciência turva. Calam-se para fugir de uma resposta franca. Sequer pretendem discutir a questão.
Senhor do sábado, Jesus cura prontamente o hidrópico. Legistas e fariseus, ali presentes, em lugar de se alegrarem com a cura do vizinho, condenam intimamente a atitude de Jesus. Mas Jesus ainda tem para eles um argumento insuperável: se um boi caísse no poço, em pleno dia de sábado, eles não estariam prontos a intervir para recuperar o animal? Ora, aos olhos de Deus, nós somos filhos muito amados. Não seria, pois, um preceito legal a impedir sua ação salvadora...
Em nossos dias, a Igreja de Jesus se esforça para entrar em diálogo com os vários setores da sociedade. Quer dialogar sobre a paz e o desarmamento, sobre a pobreza e a partilha dos bens, sobre o valor da família e os direitos da mulher, sobre a vida e a defesa dos fetos. Mas muitos se calam. Recusam-se ao diálogo. Já fecharam questão (e os corações). Irão adiante em seus projetos de morte e de poder, de lucro e dominação.
E nós? Qual será nossa reação aos sinais que Deus realiza em nossa vida?
Responderemos à Palavra de Deus?
Orai sem cessar: “É o Senhor quem cura as tuas enfermidades!” (Sl 103,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 01/11/2013
REFLEXÕES DE HOJE
01 DE NOVEMBRO - SEXTA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 01/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
Que nada nos impeça de praticarmos o amor ao próximo
Não existe dia nem momento que nos impeça de praticarmos o amor ao próximo. Apliquemo-nos a viver isso, pois é algo fundamental na Lei de Deus.
“Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o.” (Lc 14,4b)
Meus queridos irmãos e irmãs, iniciando este mês de novembro, quando meditamos sobre a nossa futura vida, a nossa vida eterna junto de Deus, queremos que a Palavra do Senhor penetre o nosso coração e vá, dia a dia, transformando a nossa vida.
Lembramos que a Festa de todos os Santos – que no mundo inteiro é celebrada no dia 1º de novembro – nós a celebraremos, aqui no Brasil, no próximo domingo.
No Evangelho de hoje, quando os fariseus tentam colocar Jesus mais uma vez à prova, perguntando se era permitido ou não fazer uma cura no dia de sábado, Jesus apenas fez silêncio, aproximou-se do hidrópico e o curou.
Jesus mesmo perguntou: “Vocês não fariam um bem ao boi, à vaca, ao porco, ao animal de vocês, se fosse um dia de sábado ou um dia qualquer?”. É como se Ele estivesse nos dizendo que não existe dia para praticar a caridade, não existe momento para salvar o irmão, para estender a mão para quem estiver precisando. Nós não podemos ser escravos da Lei, inclusive a religiosa. Ela deve estar a serviço da vida.
Nós devemos observar os mandamentos do Senhor, cumprir os preceitos da Igreja, ser fiéis aos nossos compromissos, e tudo aquilo que corresponde à nossa vida junto a Deus. Mas nós nunca devemos ter desculpas para não praticar a caridade, para cuidar do outro, para atender os necessitados.
Você não pode deixar de cuidar do seu irmão, porque “tem muita coisa na Igreja para fazer”. Às vezes, ter muitos compromissos na Igreja nos tira do compromisso para com o próximo. Muitas vezes, você mulher ou você homem tem tantas reuniões na paróquia, na comunidade, e não tem tempo para seus filhos, para seu marido. Às vezes, o diálogo entre um e outro é tão difícil, porque cada um se ocupa com as outras coisas e não se ocupa com o essencial: o cuidado, o diálogo, a atenção que devemos ter uns para com os outros.
Precisamos cumprir os nossos preceitos, mas esses precisam nos ensinar a viver a caridade no sentido mais prático da palavra. Não existe dia nem momento que nos impeçam de praticarmos o amor ao próximo. Apliquemo-nos a viver isso, pois é algo fundamental na Lei de Deus.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 01/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
A caridade deve ser o fio condutor de nossa vida
Seja qualquer dor, enfermidade, seja em qualquer dia da semana ou do mês, estejamos bem ou não, a caridade deve ser o fio que conduz a nossa vida!
“Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” (Lucas 14, 5)
O Nosso Mestre Jesus foi convidado para fazer sua refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. O Senhor não rejeitou nem mesmo os fariseus, que colocaram tantas dificuldades para a pregação do Evangelho e vai comer na casa deles. Ele poderia tratá-los com dureza por diversas realidades, mas o Seu amor era para com todos. Os fariseus, na verdade, não convidaram o Senhor porque O amavam muito, porque O queriam muito, mas sim porque mais uma vez eles queriam observar o comportamento do Senhor e encontrar contradição n’Ele.
Jesus já conhecia a maldade do coração dos fariseus. E ao entrar na casa daquele fariseu e encontrar ali um homem hidrópico, com inchaço e excesso de água no seu corpo, o Senhor tomou então a palavra e disse: “É permitido ou não curar em dia de sábado?”. Os fariseus sabendo que Jesus poderia dar uma resposta que fosse contrariá-los, nada quiseram responder.
Uma vez que eles nada responderam, Jesus mesmo tomou o homem pela mão, o curou, o despediu e disse o seguinte, antes que os fariseus dissessem alguma coisa: ““Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?’” (Lucas 14, 5). É claro que sim! Se seu filho está doente, não importa a condição, você vai dar tudo para cuidar dele!
Contudo, os fariseus, muitas vezes, apegados à lei deixaram de exercer a caridade, porque a [lei] colocaram acima do amor. Não há lei maior do que o amor! O sentido da lei é o amor pleno, vivido na vida e na prática.
Sim, meus irmãos, não podemos colocar dificuldades, empecilhos, não podemos colocar nosso orgulho, nossa autossuficiência, nossos preceitos morais, nossas obrigações religiosas, civis, seja lá o que for, como justificativa para deixar de fazer o bem ao próximo. Seja qualquer dor, enfermidade, seja em qualquer dia da semana ou do mês, estejamos bem ou não, a caridade deve ser o fio que conduz a nossa vida!
Amar o próximo, cuidar do próximo, dar o melhor de nós para o outro é o sentido mais pleno da lei. Nós sabemos quando alguém conhece Jesus Cristo de verdade não é quando essa pessoa fala bonito em nome do Senhor, prega e é capaz de curar e arrebanhar multidões. Nós conhecemos quando alguém ama Jesus pela caridade vivida em supremacia na sua vida, quando ele é capaz de morrer para si mesmo; e mesmo sem vontade de querer bem àquela pessoa ele também não lhe faz mal, mas sim o bem ao seu próximo.
Deus abençoe você!
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/a-caridade-deve-ser-o-fio-condutor-de-nossa-vida/?sDia=31&sMes=10&sAno=2014 (31/10/2014)
HOMILIA DIÁRIA
Que nossa religião nos encaminhe para a caridade
“Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: ‘A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?’ Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o.” (Lucas 14,3-4)
Estava diante de Jesus um hidrópico, um homem que tinha a mão seca e era um dia de sábado. Jesus estava diante dos religiosos da Sua época, eles eram chefes dos fariseus. Existiam pessoas mais religiosas que os fariseus? Imagina os chefes!
A pessoa religiosa que ainda tem dúvida se é permitido praticar o amor ou não, praticar a misericórdia ou não, é porque a religião dessa pessoa está seca, está presa simplesmente nos dogmas, e não está tomada pela graça.
Cuidado para que a nossa religião não vire uma religião farisaica, para que não vivamos uma religião somente de leis e preceitos, com nenhum desmerecimento; pelo contrário, precisamos das leis, dos preceitos, mandamentos, ensinamentos, precisamos dos direitos, precisamos de uma religião que nos encaminhe para vivermos a verdade. No entanto, vira maldade quando vivemos uma religião que não nos encaminha para a caridade.
Que religião hipócrita e maldita que não coloca o ser humano no cuidado, no amor e na importância!
A pessoa se sente mais religiosa porque faz tantas orações, porque coloca o véu na cabeça, porque participa do movimento tal, porque comunga todos os dias… Mas olhamos para o nosso lado: quantos hidrópicos como esse, quantas pessoas morrendo e sofrendo, e eu achando que sou o mais merecedor, porque Deus está comigo, porque sou abençoado e os outros são coitados e desmerecedores!
O mundo sofre, porque não há quem cuide dele, as pessoas passam fome porque não há quem reparta o seu pão, as pessoas ficam doentes porque muitas têm o melhor tratamento do mundo, mas o outro tem um total descaso. Outros se acham proprietários de Deus, e outros são tratados como não merecedores, os desgraçados do mundo.
Que religião hipócrita e maldita que não coloca o ser humano no cuidado, no amor e na importância! Por isso, diante do silêncio dos religiosos de Sua época, os mais religiosos, Jesus pega esse homem pela mão e o cura, cuida dele e dá a ele o Seu amor, independentemente se a religião achava certo ou não.
Muitas vezes, quem está fazendo o bem, cuidando bem, quem está acolhendo quem está sofrendo, são pessoas que nem creem em Deus. Porque as pessoas religiosas estão discutindo religião, estão atacando os outros, sentindo-se mais importantes que os outros, estão a serviço de ideologias, de dogmatismos, e o mundo está sofrendo e padecendo. Onde estão os seguidores de Deus que não se voltam para cuidar dos mais sofredores deste mundo?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 30/10/2020
Fonte: Arquidiocese BH em 01/11/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai, que nós desejamos celebrar com toda nossa alma, teu Nome é Santo! Dá-nos a mansidão dos justos e o brilho no olhar dos puros de coração. Livra-nos de julgamentos legalistas, condenações rígidas, e inunda o nosso espírito com a Luz do teu Espírito, que traz perdão, fraternidade, misericórdia, compaixão, alegria e paz. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/10/2020
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