ANO B
Mt 13,24-30
Comentário do Evangelho
O trigo e o joio
Partindo ainda da imagem da semente, Mateus apresenta uma nova parábola, na qual predominam as antíteses: o dono do campo e o inimigo; o trigo, que será guardado no celeiro, e o joio, que será queimado. Tais antíteses são bem características do dualismo semita presente nas tradições do Primeiro Testamento, tendo sua expressão máxima na eleição de um povo particular, com a promessa da terra, e na destruição dos inimigos, com a ocupação de suas terras. Estas tradições estão no fundamento do dualismo entre puros e impuros, santos e pecadores, eleitos e condenados, presente no cristianismo, dando origem a julgamentos condenatórios. A separação entre trigo e joio pode ser entendida não como separação de pessoas santas e salvas, e pessoas pecadoras e condenadas, mas como a separação entre o Reino de Deus e a ideologia de poder e riqueza que permeia os valores deste mundo. Deus, com sua misericórdia, deixa aberta a todos a opção pelo Reino, sem exceções.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
Fonte: Paulinas em 28/07/2012
Vivendo a Palavra
O que será joio e o que será trigo na nossa vida, na realidade do nosso tempo? Por que essa ansiedade para julgar o próximo? Cuidemos de ser – ou de nos tornarmos – trigo de boa qualidade, para alimentar com nossa disponibilidade e desprendimento os companheiros de jornada neste mundo encantado, que é parte do Reino do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/07/2012
VIVENDO A PALAVRA
O que será joio e o que será trigo na nossa vida, na realidade do nosso tempo? Por que essa ansiedade para julgar o próximo? Cuidemos de ser – ou de nos tornarmos – trigo de boa qualidade, para alimentar com nossa disponibilidade e desprendimento os companheiros de jornada neste mundo encantado, que já é parte do Reino do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/07/2018
Reflexão
A contradição faz parte da vida de todos nós porque, se por um lado temos a presença da graça em nossas vidas e o chamado à santidade, por outro conhecemos a realidade do pecado como consequência da tendência para o mal, que é a concupiscência, que ficou na natureza humana como uma marca deixada pelo pecado original. Isso significa que a parábola do trigo e do joio nos mostra não apenas a realidade do mundo em que vivemos e as suas contradições, mas também a nossa própria vida, na qual sempre vemos o bem que queremos e algumas vezes praticamos o mal que não queremos. Isso não significa que é legítimo ceder ao joio que marca a nossa vida, mas que devemos estar sempre atentos a ele para não cairmos em tentação.
Fonte: CNBB em 28/07/2012 e 23/07/2016
Reflexão
No mundo crescem pessoas boas e pessoas ruins. Ninguém está autorizado a eliminar o outro por considerá-lo errado. Quem é que conhece a intimidade de cada um para avaliar o seu processo de mudança de vida? Sábia é a atitude do proprietário que deixa crescer juntos trigo e joio. Inteligente e soberana é a decisão de Deus em manter a convivência de bons e maus. De fato, tolerante e misericordioso, Deus “faz nascer seu sol sobre malvados e bons, e faz chover sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Há sempre a esperança de que muitos se convertam e passem a fazer parte da comunidade de Jesus. No fim, o bem será vitorioso. O fundador dos Padres e Irmãos Paulinos, padre Alberione, recomendava: “Em vez de afobar-se tentando expulsar a escuridão com toalhas, introduza aí um fio de luz”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 28/07/2018
Reflexão
Mais uma parábola para explicar o Reino dos Céus. Alguém semeou boa semente no campo, mas o inimigo, de noite, lançou o joio no meio do trigo. A primeira tentação é arrancar o joio, mas isso é perigoso, pois pode-se arrancar o trigo junto. A opção do dono é deixar os dois crescerem juntos até a colheita, quando será feita a seleção. A sociedade é formada de pessoas boas e não boas. Uma sociedade idealizada e perfeita, nunca a teremos. Assim como as comunidades e a própria Igreja são compostas por pessoas santas e pecadoras. Precisamos aprender a conviver com a diversidade humana, ser tolerantes e respeitosos com a individualidade de cada pessoa. Isso não significa compactuar com o mal e a injustiça presentes na sociedade. Em nosso coração estão presentes o bem e o mal misturados, e nem sempre é fácil separá-los.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 23/07/2022
Meditando o evangelho
O TEMPO DA MISERICÓRDIA
A parábola do joio e do trigo oferece uma chave de compreensão da história humana. Para os que desejam um mundo expurgado de toda maldade, onde impere a justiça e o amor seja o parâmetro das relações interpessoais, o Evangelho ensina que deverão conformar-se com a coexistência de bons e malvados, puros e pecadores, justos e injustos. Ademais, até no coração dos bons, dos puros e dos justos existem elementos de maldade, de pecado e de injustiça. E, na direção inversa, no coração dos malvados, dos pecadores e dos injustos, sem dúvida existem elementos de bondade, de pureza e de justiça. A coexistência destes dois tipos de elementos é inevitável. É a ambiguidade da história e da realidade humana!
O discípulo do Reino deve convencer-se que a História é o tempo da misericórdia. Tempo de acolher os pecadores e de propor-lhes o caminho da conversão. Assim agiu Jesus! Para escândalo de seus adversários, seu ministério consistiu em solidarizar-se com os que viviam longe do Reino, a fim de atrai-los para Deus. Recusou-se, peremptoriamente, a assumir a postura de juiz, como queriam os que já se tinham na conta de salvos. Contra estes, sim, foi implacável.
O discípulo do Reino imita a benevolência e a misericórdia do Mestre. Longe de pretender fazer-se juiz dos pecadores, esforça-se por fazê-los voltar para Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
Fonte: Dom Total em 23/07/2016
Meditando o evangelho
NÃO SEJA JUIZ DO PRÓXIMO
O discípulo está terminantemente proibido de julgar. Essa proibição deve ser bem entendida. Julgar diz respeito à decisão sobre a salvação ou a condenação do próximo. Somente a Jesus compete dizer qual será a sorte eterna de uma pessoa. A ninguém mais!
Quando alguém se arvora em juiz dos outros, comete uma série de equívocos. Ele tende a ser excessivamente severo e rigoroso, a ponto de faltar de misericórdia. A condenação do próximo parece dar-lhe prazer e não sua salvação. Em contrapartida, o juiz alheio prima por minimizar seus próprios pecados e limitações, mesmo sendo graves e dignos de reprovação. A forma minuciosa como a vida alheia é analisada de nada serve para que ele perceba a enormidade de suas faltas.
É pura hipocrisia preocupar-se com os pequenos defeitos dos outros e conviver tranquilamente com os próprios erros. Antes de querer bisbilhotar a vida do próximo, para condená-lo, o hipócrita deveria por ordem na própria casa, para não ser vítima da condenação querida para o outro.
O critério de juízo a ser aplicado por Deus corresponderá ao que cada um usou no trato com os irmãos. Rigor impiedoso será usado com os impiedosos. Misericórdia infinita encontrará quem tiver sido misericordioso. O discípulo prudente não pode se enganar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu não queira ser juiz do meu próximo e, sim, use para com ele a mesma misericórdia que espero receber de ti.
Fonte: Dom Total em 28/07/2018
Meditando o evangelho
SUPORTANDO A CONTRADIÇÃO
A parábola do joio e do trigo mostra como devemos, na vida, suportar a coexistência do bem e do mal. É impossível realizar uma clara separação entre eles. A ação concomitante do senhor do campo, semeando a boa semente, e a do seu inimigo, semeando a erva daninha, é inevitável. É preciso contar com esta eventualidade!
Os discípulos foram alertados quanto à tentação de querer arrancar a erva daninha, deixando crescer somente o trigo. Seria arriscado, pois juntamente com a erva má, arrancar-se-ia também a boa. O prejuízo desaconselha uma tal providência.
Diante desta situação, a atitude correta consiste em ter paciência, misericórdia e esperança. Paciência, porque, no final das contas, ficará patente a identidade do bem e do mal, embora, num determinado momento, parecessem semelhantes. Além disto, fica sempre aberta a possibilidade de conversão do pecado para a graça, pois a ação de Deus, no coração humano, supera o nosso entendimento. Misericórdia, porque o discípulo do Reino é chamado a acolher os pecadores, com a mesma benevolência do Pai, sem pretender excluí-los dos benefícios do Reino. Trata-se de uma luta constante para libertá-los da escravidão à qual foram reduzidos pelo pecado. Sem misericórdia, este processo de aproximação será inviável. Esperança, porque o mal está fadado a ser derrotado. Pela força de Deus, o bem terá a última palavra na história humana.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de esperança, encha o meu coração de paciência e de misericórdia que me permitam viver as contradições da história, confiante na vitória do bem.
Fonte: Dom Total em 23/07/2022
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Senhor, não semeaste boa semente em teu campo?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas)
Sendo uma história didática, a parábola pode facilitar a compreensão da mensagem que está sendo transmitida. Exemplos concretos são captados mais rapidamente do que ideias abstratas. As pessoas em geral contam casos. Não discutem ideias. Jesus, porém, não fala em parábolas aos seus discípulos, não por serem mais inteligentes, mas porque a eles foi dado conhecer os mistérios do Reino. Outros veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. Jesus não está opondo classes. Está se referindo a uma categoria de pessoas que o ouvem, e mesmo sabendo quem ele é não o aceitam porque acham que ele veio para atormentá-los antes do tempo. Assim, de um recurso pedagógico a parábola passa a ser um instrumento de crítica, não aplicável aos discípulos, mas compreendida pelo bom entendedor cujo coração insensível ouve de má vontade.
Fonte: NPD Brasil em 23/07/2016
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quem é e onde está o Joio?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Diante desta parábola, nossa primeira reação é dar uma boa olhada em redor de nós, na comunidade e na família, para ver quem é Joio que vai ser queimado, e quem é o Trigo bom que vai ser recolhido definitivamente nos celeiros da Casa do Pai. Mas em um primeiro momento é bom termos consciência de que esse Joio e esse Trigo está primeiramente em nossa vida, bem dentro do nosso coração, pois trigo e joio são duas possibilidades de se viver, e quem decide somos nós, através do discernimento que o Espírito nos deu e assim será em todo o tempo da nossa vida terrena, todo dia teremos de fazer essa escolha, se vamos cultivar o trigo ou o joio... Já sabemos em Jesus Cristo que um dia só irá sobrar o trigo bom, o Bem Supremo do Reino em plenitude, pois as Forças do Mal serão todas destruídas e sabendo disso, temos de usar bem esse discernimento para não deixar que o joio do mal se transforme em um matagal e sufoque o trigo em nosso coração. Lembrando que, o cultivo do trigo requer de todos nós empenho e esforço, já que o joio, ou a tiririca, cresce em qualquer lugar, sem que seja preciso nenhum cuidado, basta um descuido e lá está o matinho que não serve para nada senão para ser queimado.
Então primeiro a parábola nos força a olharmos para nós mesmos, somente depois para a Vida dos nossos irmãos na família, na comunidade, na pastoral, no grupo ou na equipe, onde nossos olhos bem atentos conseguem ver longe e já sabe quem é joio e quem é trigo. E o primeiro impulso é aquele demonstrado pelos servidores do pai de Família “Senhor, quereis que arranquemos o joio?”.
Criança que na catequese não aprende nada, é melhor afastá-la, antes que contamine as outras, na escola é a mesma coisa, na comunidade também, nos grupos pastorais e equipes de serviço, quem de nós vai atrás do irmão que é Joio? Quase ninguém, pois pensamos que é melhor não gastar vela com mau defunto. Sonhamos e queremos uma comunidade feita só do Trigo bom e para isso é preciso arrancar sem piedade o Joio que infestam nossas comunidades, pastorais e movimentos.
É aí que aparece aquilo que Deus tem de mais grandioso e maravilhoso: sua infinita misericórdia e paciência com o Ser humano! Deus jamais arranca o Joio, pois sempre cultiva a esperança de que o joio se transforme em trigo bom e assim, acredita no homem até o derradeiro instante de sua vida, e realmente a sua graça tem o poder de penetrar no mais íntimo do ser humano para transformá-lo de Joio em trigo. De Deus esperamos a misericórdia sempre que escolhemos mal e deixamos o joio crescer em nosso coração, e a sua misericórdia não nos falta, então tudo o que temos a fazer é retribuir a Deus, olhando com a sua misericórdia todo Joio que encontrarmos nesta vida. Não o arranquemos nem o cultivemos, mas confiemos que trigo bom da Graça de Deus o transforme... Nisso consiste a Salvação que Jesus nos trouxe...
2. O joio semeado no meio do trigo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas)
O que é o Reino dos Céus, o que acontece no Reino dos Céus? Olhe uma pessoa que está semeando. Ela joga semente boa na terra. Depois, vem um inimigo e joga semente ruim no mesmo terreno. Quando as plantas começam a brotar, os empregados percebem que há planta boa e planta ruim. A história fala de trigo, que é a planta boa, e de joio, parecido com o trigo, mas seria uma planta daninha, como a erva daninha. O Reino de Deus é parecido com isso. E o que fazer com essa planta daninha? Arrancá-la e jogar fora e deixar só a boa. O problema é que talvez, querendo consertar uma, a gente estrague a outra. Pode acontecer que, quem for arrancar o joio, arranque também o trigo. O melhor será deixar os dois crescerem até a hora da colheita. Naquele momento será mais fácil distinguir a planta boa da planta ruim. O joio será queimado e o trigo, guardado. A explicação da parábola virá mais tarde e será dada por Jesus aos discípulos, em casa.
Fonte: NPD Brasil em 28/07/2018
HOMILIA DIÁRIA
O mistério da bondade divina
Postado por: homilia
julho 28th, 2012
No Evangelho de hoje, deparamo-nos com a parábola do joio. A palavra “parábola” vem do grego, cujo significado é “por junto duas coisas, comparar”. A definição popular é que se trata de uma história terrena que demonstra uma verdade celestial. Difere do conto ou da fábula, pois a história da parábola pode já ter sucedido ou pode ser real em qualquer momento futuro. Já o conto ou a fábula, não.
O joio é uma planta muito parecida com o trigo antes de se formar a espiga.
A espiga do joio é muito mais fina do que a do trigo e, frequentemente, está infectada com fungos que a tornam negra e venenosa. Também a própria gramínea tem, como o esporão do centeio, um componente venenoso. O joio só se distingue do trigo quando a espiga amadurece, sendo que a espiga do joio é formada por grãos pretos como de carvão.
O termo de comparação desta parábola é o Reino dos Céus. Apesar do título, ele tem como assento a terra, não no sentido geográfico, mas humano, por isso é mais exato traduzi-lo por “Reinado”.
O povo que o forma não é o conjunto dos bem-aventurados do Céu, mas refere-se à Igreja da Terra, formação visível da comunidade dos fiéis que escolheram Jesus como seu Senhor e que estão misturados no campo do mundo com pessoas que não são crentes ou têm outras ideologias, sem descartar que, dentro da Igreja, podem existir também os escandalosos e os que praticam a iniquidade, pois, na explicação dada por Jesus aos discípulos, Ele transforma a parábola em alegoria.
A parábola do joio é própria de Mateus, sem que encontremos um paralelo nos outros Evangelhos. Somente em 1 João 3,10 encontramos a oposição entre filhos de Deus e filhos do diabo. Estes são os que não praticam a justiça e não amam o seu irmão. A explicação da parábola revela, em parte, o mistério da iniquidade de que fala Paulo em 2Ts 2,7. Esta iniquidade é o fruto de se rejeitar a Lei – ou de ignorá-la! – e pode ser traduzida por maldade ou perversidade. Quem é o promotor dessa iniquidade é o maligno, o diabo. Nele, nasce a maldade e oposição ao Reino. Porém, existe o mistério de por que Deus permite o mal e de como combater o mesmo.
Sendo Todo-Poderoso e de bondade infinita, como o Senhor permite que o mal triunfe de modo a parecer que a parte maligna seja tão forte quanto a parte que Jesus diz dos filhos do Reino? Por isso existem ideologias em que ao Deus do bem se opõe o deus do mal. Ou será que satanás é tão forte quanto Deus? No livro de Jó, a Sagrada Escritura dá uma resposta parcial – quando da instigação de satanás – na qual Javé permite a experimentação do justo com a única exceção da vida.
Seria melhor chamar de “mistério da bondade” ao que se costuma expor como mistério da iniquidade. Perguntar a Deus por que não destrói o mau é o mesmo que perguntar ao Pai por que não mata o filho rebelde. O Senhor espera que este filho volte, um dia, arrependido para a casa que sempre será seu lar.
Na realidade, aqueles que agem na anomalia estão dissipando os seus bens. “Não sabem o que fazem”, dirá Jesus. O joio não se distingue do trigo, assim como uma árvore estéril não se distingue de uma boa, a não ser na época dos frutos.
Deus é o Pai que faz com que o sol nasça também para os maus e a chuva fertilize os campos dos incrédulos. No fim – e unicamente no fim – a Sua justiça acompanhará em parte a Sua misericórdia. Para os que receberão uma eternidade de dor, é justo que recebam uma vida temporal cheia de triunfos e alegrias. Como Jesus disse, na parábola do pobre Lázaro, os papéis serão invertidos: “Lembra-te que tu recebeste os bens e Lázaro, pelo contrário, só os males”.
A influência do diabo é a de semear o joio: propagar que a única maneira de alcançar a felicidade é saber viver na abundância e no prazer, pois não existe o “além” a quem tenhamos que prestar contas de nossas condutas. É difícil, diante desse programa de vida, pregar uma existência de sacrifício e renúncia, como Jesus pede a Seus discípulos. Por isso, o mal se converte em “bem aparente” e o verdadeiro bem está oculto aos olhos da multidão.
Livra-me, Senhor, desta semente maligna e abra-me à boa semente que é a Sua Palavra.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 28/07/2012
HOMILIA DIÁRIA
O Pai espera pela nossa conversão
No tempo da paciência de Deus, permitamos que o nosso coração se converta no bom trigo de Deus
“Não pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo.” (Mateus 13, 29)
Quando Jesus nos conta a parábola do joio e do trigo, ficamos espantados, porque o Mestre não se preocupa em separar o joio do trigo. Separá-los é o que precisamos e queremos fazer na vida, mas precisamos olhar o campo em que estamos.
No campo do nosso coração precisa haver clareza. Não podemos deixar o joio misturado com o trigo, mas, a verdade é que, muitas vezes, falta-nos a percepção do que é joio e do que é trigo. A partir disso, precisamos buscar a sabedoria e a graça de Deus para distinguir e separar os sentimentos e as realidades que há dentro de nós, que são negativas, que não são de Deus, daquilo que realmente edifica e santifica.
Uma vez que temos clareza, precisamos retirar, sacudir e queimar o joio que há em nós. No mundo em que vivemos, o joio caminha com o trigo, porque o mundo é cada um de nós. Hora temos mais joio, hora temos mais trigo; e estamos purificando e transformando o nosso coração. Desejamos ser trigo, mas nem sempre o somos, e não podemos negar que, muitas vezes, semeamos o joio no mundo em que estamos.
Basta ver que há muitas “fofoquinhas”, e não estou reduzindo a palavra para dizer que fofoca é uma coisa qualquer. Fofoca é tão ruim, tão maldosa, um joio de pior espécie e qualidade. Talvez, o joio seja a coisa que mais faça mal à humanidade, e nós achamos que é uma coisa pequena. O joio é uma coisa pequena, mas é mau. Ao mesmo tempo, reconhecemos que em nós há pensamentos, sentimentos e ações que são do mal.
A misericórdia e a paciência de Deus têm esperado e agido pela nossa conversão!
No Reino de Deus há algo espetacular, e só com a graça d’Ele o joio se transforma em trigo. Só com a graça do Senhor contemplamos milagres extraordinários de pessoas que eram verdadeiros ‘joios’ para a humanidade, mas se transformaram no bom trigo de Deus.
Quando olhamos a vida de um Francisco, de um Saulo de Tarso, de um Inácio de Loyola, vemos que eram homens perdidos, mas que foram transformados pelo bom trigo de Cristo; eles se transformaram em verdadeiros trigos para a humanidade. Por isso, Deus tem paciência. Você dizia: “Por que os maus não são eliminados? Por que os maus não são logo extintos?”, porque muitos de nós iríamos juntos também.
A misericórdia de Deus tem agido, tem esperado que muitos joios sejam convertidos. Mas no fim dos tempos, não! Vão separar as águas, vão separar o que é ruim do que é bom. E o joio que não se converteu, que não se purificou, que não se transformou num verdadeiro trigo, será eliminado.
Irmãos e irmãs, no tempo da paciência de Deus, permitamos que o nosso coração se converta no bom trigo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/o-pai-espera-pela-nossa-conversao/?sDia=23&sMes=7&sAno=2016 (23/07/2016)
HOMILIA DIÁRIA
Jesus quer separar o joio do trigo
A graça de Deus está tentando transformar o mundo, que foi contaminado pelo joio e pelo mal
“O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’.” (Mateus 13,29-30)
O bom semeador semeou o trigo e o trigo cresceu, mas, no meio da plantação do trigo, o joio também foi semeado. É óbvio que numa plantação normal, vamos procurar tirar as ervas daninhas, as ervas estragadas, para que elas não estraguem a boa plantação. Trazendo para o campo do Reino de Deus, Jesus não faz assim. Ele vê que no mundo onde o bem foi semeado, onde Ele semeou a bondade, o mal cresceu junto. Um dos grandes questionamentos que as pessoas sempre fazem é: “Por que Deus não elimina o mal do mundo?”. Porque corremos o risco de Ele eliminar muitos de nós.
A misericórdia de Deus tem a paciência que não temos, e essa paciência é fruto da misericórdia de um Pai que sempre tem a esperança de que seu filho possa ser transformado. É como aquele pai da parábola do filho pródigo, que viu seu filho, que era bom, perverter-se no mundo. Ele, no entanto, tinha a esperança que aquele filho fosse voltar, que ele fosse, novamente, transformado.
A verdade é que muitos filhos pródigos não voltam, e muitos joios morrem joios; mas enquanto houver vida há esperança, enquanto houver esperança há expectativa de mudança. Eu sou testemunha, pois já vi muito joio ser convertido e transformado. Há outros que não permitiram, mas a graça de Deus estava ali de forma insistente, tentando transformar o mundo que foi contaminado pelo joio e pelo mal.
A graça de Deus não perde a paciência, mas nós perdemos a paciência, a esperança e aquela visão de que o ser humano é capaz de ser transformado. Diante de tantas ilusões, desilusões e maldades que nos circundam, acabamos dizendo: “O ser humano não tem mais jeito!”. Deus se fez homem para transformar o homem. Nós temos jeito e Deus tem nos transformado, a cada dia, quando permitimos.
O outro que nós achamos que não tinha jeito nenhum, nem que seja no alto da cruz, como aquele ladrão arrependido, Deus está procurando salvar todo o joio para que se transforme em trigo. O joio, no entanto, que não se transformar, infelizmente, seguirá o caminho da eternidade separado de Deus.
Caminhemos como bom trigo e nos transformemos pela Palavra de Deus a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 28/07/2018
HOMILIA DIÁRIA
Você é chamado a ser trigo do Senhor
“Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!” (Mateus 13,30)
Essa parábola conhecidíssima do joio e do trigo diz de nós, meus irmãos. Temos um pouquinho de joio e um pouquinho de trigo, sempre, dentro de nós; o bom trigo (o trigo) onde se produz o pão, onde se produz o alimento; e o joio que não produz nada. Os dois são parecidos, muito parecidos! Quando é que se nota que é trigo ou que é joio? O trigo tomba com o tempo porque ele tem fruto, ele deita; já o joio, ele não tem nada, ele não tem fruto. Então, ele não tomba, ele fica de pé, altivo.
Nosso Senhor, aqui, contou-nos esta parábola e, aí, houve esse diálogo: “Quer que arranquemos logo? Porque tem o joio lá”. “Não! Calma! Com o tempo. Tenham paciência!”.
Porque poderia ser, de fato, que, ao arrancar o joio, arrancaria também o trigo. Por isso o Senhor disse ao dono daquela colheita: “Espera! Quando crescer, aí sim vai verificar o que é joio e o que é trigo”.
O trigo tomba com o tempo porque ele tem fruto; já o joio, ele não tem nada, ele não tem fruto
O Senhor pedia paciência. Hoje, estamos num mundo que não quer ter paciência, que quer as coisas rápidas. Queremos as coisas muito rápidas. Basta ligar para vir o lanche, basta passar lá no Drive-Thru para pegar o seu lanche, a sua comida.
Estamos num mundo que corre, que quer muitas coisas de forma imediata, mas o imediatismo não acontece no Reino, minha gente! Para amadurecermos, não dá para sermos imediatos. Se com os frutos da Terra é assim, imagine a nossa caminhada espiritual. É preciso dar tempo ao tempo. Tenha calma!
Santo Agostinho, ao comentar esta parábola, ensinava que aquilo que parecia ser ruim, pode ser bom, e aquilo que é bom, também pode ser ruim. Por isso, calma! Dê tempo ao tempo. Porque nós temos, infelizmente, o nosso ser justiceiro, temos a tendência de logo dizer que é ruim, que é mau.
Nosso Senhor nos pede: “Calma! Deixa crescer, continue a semear a Palavra, continue a dar um bom testemunho. Pode ser que a pessoa não seja joio não, que a pessoa seja trigo, mas é preciso dar tempo ao tempo”.
Que o Senhor nos dê a graça da paciência conosco mesmo, para que possamos crescer e amadurecer. E que nós também tenhamos paciência com o processo do outro. Tomara Deus que não seja joio, que aquela pessoa seja trigo. E se é trigo, é bom e pode dar um bom alimento.
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/07/2022
Oração Final
Pai Santo, livra-nos de nossa pressa de julgar os irmãos. Faze-nos atentos às suas necessidades e generosos para acolhê-los, anunciando-lhes, como testemunhas e não como juízes, que o teu Reinado de Amor já está em nós, trazido que foi pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/07/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos de nossa pressa de julgar os irmãos. Faze-nos, antes, atentos às suas necessidades e generosos para acolhê-los, anunciando-lhes, como testemunhas e não como mestres ou juízes, que o teu Reinado de Amor já está em nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/07/2018
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