ANO C

Mt 25,14-30
Comentário do
Evangelho
O medo impede de ir além do dever.
A parábola dos talentos é a mais longa do evangelho
de Mateus. Ela insiste sobre o juízo do terceiro servo. Os dois primeiros não
se limitaram em executar ordens; tomaram a iniciativa de fazer frutificar os
bens do seu patrão. A questão-chave do comportamento do terceiro é o medo (v.
25; ver: Rm 8,15). É a escravidão e a mentalidade de escravo que são
reprovadas pelo patrão. O espírito servil faz com que a pessoa não
faça nada além do seu dever. O elogio dos dois primeiros servos e a repreensão
do terceiro indicam qual tipo de colaborador o Senhor deseja. É preciso fazer
valer o dom de Deus.
Fonte: Paulinas em 31/08/2013
Vivendo a Palavra
É tempo oportuno de considerarmos os nossos
talentos. Será que nós os reconhecemos? Somos agradecidos por eles? Nós os
desenvolvemos e aperfeiçoamos, com estudo e aplicação? Nós os colocamos a
serviço da comunidade – ou nos utilizamos deles para nosso benefício pessoal?
Fonte: Arquidiocese BH em 31/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
É tempo oportuno para considerarmos os nossos
talentos. Será que nós os reconhecemos? Somos agradecidos por eles? Nós os
desenvolvemos e aperfeiçoamos, com estudo e aplicação? Nós os colocamos a
serviço da comunidade – ou nos utilizamos deles apenas para nosso benefício
pessoal?
Reflexão
Um dos maiores perigos que ameaçam a verdadeira
vivência da fé é o medo. Este medo faz com que não sejamos capazes de produzir
os frutos exigidos pelo Reino de Deus. Mas esse medo sempre aparece com
máscaras que nos enganam e uma das mais sutis que encontramos é aquela que é
confundida com a virtude da prudência. Perguntamos se é prudente fazer isso ou
aquilo e em nome da prudência justificamos o nosso medo. Nesta hora, devemos
nos recordar de Maria, a Virgem prudentíssima, que não julgou prudente
conversar com José antes de responder ao Anjo ou ficou esperando a vida inteira
pelo milagre de Caná.
Fonte: CNBB em 31/08/2013
Reflexão
O
proprietário representa Deus. Os dois primeiros servos, na prestação de contas,
apresentam os lucros, isto é, as boas obras. O terceiro servo representa a
pessoa, ou a comunidade, que vive fechada em si mesma, faz as coisas em
benefício próprio, de modo egoísta. Deixou passar em branco o tempo, não fez
nenhum esforço para praticar a justiça e obras de caridade. O que teria para
apresentar a Deus? Só desculpas sem cabimento. São João da Cruz diz que “no
entardecer da vida seremos julgados sobre o amor”. Este “servo mau”, omisso e
mesquinho na administração de suas qualidades, não ouvirá o feliz convite:
“Entre para participar da alegria de seu senhor”. De que modo aproveito cada
momento da minha vida? A comunidade está fazendo o Reino de Deus crescer?
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
O que você considera como seu maior talento? -
Dedica-se a ele? - Coloca seus talentos a serviço do bem comum? - Você procura
colher onde está semeando? - Não corre o risco de invejar talentos dos outros?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 31/08/2013
Meditando o evangelho
O SENSO DE RESPONSABILIDADE
A parábola evangélica alerta para o senso de responsabilidade que o
discípulo deve ter, no trato com as coisas do Reino. Eis alguns elementos desta
responsabilidade:
Os dons recebidos de Deus não podem deixar de produzir frutos. O
discípulo tem o dever de fazê-los frutificar, colocando a serviço do próximo
todas as qualidades e carismas que possui. É irresponsável quem os usa apenas
em benefício próprio, deixando de transformá-los em instrumento de manifestação
de seu amor pelos semelhantes.
A responsabilidade não dá margem para a covardia e o medo, frutos de uma
falsa imagem de Deus. Quem identifica Deus com alguém severo "que ceifa
onde não semeou e colhe onde não plantou", tende a bloquear-se e a
reduzir-se à inatividade. Esta deturpação da imagem de Deus não pode servir de álibi
para quem quer justificar sua irresponsabilidade.
A responsabilidade exige do discípulo empenho e criatividade para fazer
frutificar os talentos recebidos de Deus. Não lhe importa se são muitos ou
poucos nem quais sejam estes talentos. Sejam eles quais forem, o discípulo
buscará um meio de fazê-los frutificar. Isto deverá ser uma sua batalha
diuturna. Também reconhecerá não existir outro caminho para a salvação, além do
serviço amoroso e gratuito ao seu próximo.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, dá-me senso da responsabilidade e faze-me entender que o serviço
amoroso e gratuito a meu próximo é o único caminho de fazer multiplicar os dons
que de ti recebi.
Comentários do Evangelho
1 - Como foste fiel na administração de tão pouco, vem participar da
minha alegria! – Claretianos
Primeira leitura: 1 Tessalonicenses 4,9-11 - Aprendestes
de Deus mesmo a ama-vos uns aos outros.
Salmo responsorial: 97,1.7-8.9
- O Senhor julgará as nações com justiça.
Evangelho: Mateus 25,14-30 - Como
foste fiel na administração de tão pouco, vem participar da minha alegria!
A parábola de hoje fala dos dons que gratuitamente recebemos: somos
responsáveis por eles. Os dons não podem ficar ociosos; é preciso
multiplicá-los. Aqui também nos encontramos com dois servidores prudentes e
hábeis e um servidor preguiçoso e temeroso. Os primeiros multiplicam o dinheiro,
enquanto o último, por medo de perdê-lo, o enterra.
A parábola é um convite para à descoberta de nossa identidade: do que
somos capazes, quais são nossas virtudes e qualidades, considerando sempre que
são um presente de Deus e que precisa ser multiplicado e partilhado. Como
filhos de um mesmo Deus, temos dons e talentos que não passam somente pela
inteligência, mas pela consciência das responsabilidades missionárias que isto
implica.
É preciso evitar que a comodidade, a rotina, a preguiça, a indiferença e
o medo destruam as bases éticas e cristãs de nossas famílias e de nossas
comunidades. Quem ama a Deus ama a si mesmo e valoriza seus dons e talentos.
Quem ama a Deus compromete-se com sua comunidade, serve a seus irmãos,
oferece-lhes apoio para ativar seus próprios dons, aumentando, dessa maneira, o
número de servidores para a grande missão que Deus nos encomendou.
2 - Qual é o seu talento? - José Salviano
Cada um
de nós recebe de Deus um talento, um dom, uma riqueza, uma vocação. Uns
nasceram com uma linda voz, outros nasceram com habilidades para serem pilotos,
outros com o dom de compor ou escrever, etc.
Não é
muito fácil descobrir a verdadeira vocação. Tanto é que tem muita gente por aí
exercendo a profissão errada. Existem médicos cozinhando, tem pedreiros com
talento de professor, tem professor trabalhando no comércio e assim por diante.
É por isso que muita gente sofre daquela doença chamada INSATISFAÇÃO
PROFISSIONAL que é o desajuste causado por exercer a profissão errada na vida.
E a maioria são pessoas frustradas, irritadas infelizes, com tendências de
repartir a sua infelicidade com os demais.
Nós
podemos fazer bem uma série de coisas na nossa existência.
Mais somente fazemos maravilhosamente bem, aquilo que nascemos para fazer. E
somente quem exerce a verdadeira profissão na vida é que está realizado(a).
Porque excede, extrapola, vibra de forma tão espetacular que acaba sendo pessoas
notáveis na sociedade.
São
poucos aqueles que tiveram a felicidade de descobrir em tempo de exercerem a
sua verdadeira vocação. Podemos contar nos dedos. Pelé, Fitipaldi, Nelson
Piquet, Airton Sena, Jailson Ferreira, Roberto Carlos, são alguns exemplos.
Entre
aqueles que receberam o dom da fé, existem uns que também receberam o dom de
cantar, outros de falar em público, e ainda outros receberam o talento de
interpretar e explicar a palavra de Deus, por iluminação do Espírito Santo.
Estes últimos são de extrema importância para a divulgação do Reino de Deus,
através da evangelização. Esses serão cobrados por Jesus, semelhante a Parábola
do evangelho de hoje.
O
Espírito Santo sempre nos conduz a descobrir os nossos talentos vocacionais,
através do chamamento. Não podemos recusar o seu chamado.
Já pensou
que prejuízo seria se você tem o dom da fé, mais o dom da palavra, e mais o dom
de interpretar e explicar e ainda não está exercendo este talento, esta
vocação?
Vocação é
uma palavra de origem do latim, VOCARE que significa chamar, ou chamado.
Exemplo: Ele foi chamado por Deus para ser padre. Meu irmão, minha irmã.
Se você foi chamado(a) para evangelizar, comece a evangelizar enquanto é tempo.
Não enterre o seu talento, pois você será cobrado(a) por isso, no dia do acerto
de contas.
Sal
3 - O dom da vida - Helena Serpa
Reflexão
Pessoal – 1 Tessalonicenses 4, 9-11 – “O amor fraterno”.
A fonte
do Amor fraterno é o próprio Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, que tomou a
iniciativa de nos amar primeiro. Com esse amor nós aprendemos também a amar os
nossos irmãos e ter com eles uma convivência fraterna. Aprendemos a amar o
nosso próximo com o amor que recebemos da Trindade Santa que está à nossa
disposição dentro do coração. O amor de Deus em nós é como uma fonte que jorra
initerruptamente água e sacia a nossa sede. Assim sendo, temos em nós a
capacidade de distribui-lo a quem tem sede de amor e de justiça. O amor
fraterno vem desta fonte. Ele é puro e desinteressado. Através dos nossos
gestos de amor, das nossas boas ações e do serviço desinteressado nós damos
testemunho ao mundo de que o amor do Pai vive em nós e esta é a razão da nossa
felicidade. Ninguém pode amar fraternalmente se não se apropriar do amor do
próprio Deus. Com o nosso amor humano e interesseiro nós nunca conseguiremos
viver fraternalmente. Por isso, São Paulo nos exorta a progredir sempre mais na
vivência desse amor divino, pois só teremos tranquilidade quando cumprirmos a
nossa missão, amparados pelo amor do Pai. – Você sente o amor de Deus na sua
vida? – O que você tem feito deste amor? – Com qual amor você tem cultivado as
suas amizades: com o amor de Deus ou com o seu amor próprio? – Você tem
recorrido à fonte de amor que jorra no seu coração?
Salmo 97
– “O Senhor julgará as nações com justiça”
O canto
novo a que o salmista se refere é o som do amor de Deus no nosso coração o qual
nos faz aplaudir toda a obra que Ele realiza em nós e por meio de nós aqui na
terra. O amor de Deus nos faz louvá-Lo, exaltá-Lo e reconhece-Lo no meio dos
homens vivendo uma nova mentalidade e jeito de ser. A certeza de que no final
seremos julgados pelo amor nos motiva a dar passos de santidade.
Evangelho
– Mateus 25, 14-30 – “o dom da vida.”
A justiça
de Deus consiste em fazer valer o Seu Plano de Amor para a nossa vida. Justo é
que todos nós usemos e usufruamos de tudo quanto Deus providenciou para a nossa
felicidade. Nós sabemos que temos dons, e que Deus nos premiou com talentos e
virtudes, porém muitas vezes, nós desprezamos os carismas que temos e deixamos
de lado as aptidões que possuímos, por preguiça, por desleixo, porque não damos
muita importância, ou porque não nos valorizamos, desconhecemos o nosso
potencial. No mínimo, todo homem e toda mulher recebem das mãos de Deus o dom
da sua vida! É o talento mais simples e ao mesmo tempo o talento mais
importante. Quantas vezes nós esperamos que aconteçam na nossa vida coisas
extraordinárias, quando o Senhor só deseja que possamos viver a nossa vida com
alegria e confiança nEele. O medo nos leva a destruir a nossa capacidade de
viver feliz. O querer muito, o achar tudo pouco nos leva a perder o tempo
precioso da nossa vida e a enterrar as pequenas oportunidades que temos de
viver bem. Tudo o que recebemos de Deus vem na medida certa, de acordo com a
nossa capacidade, nem mais nem menos do que poderíamos receber. Portanto, cabe a
cada um de nós assumirmos os talentos que dEle recebemos com humildade e
perseverança, com a consciência de que seremos cobrados pelo que conseguirmos
fazê-los render. Você já parou para pensar na grandeza que é a sua simples
vida? – Você aprecia a sua vida ou acha que a vida do outro é melhor que a sua?
– O que você tem feito com os seus dons? – Você se acha muito sem expressão,
incapaz de realizar alguma coisa? – De que você tem medo?
Helena
Serpa
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 31/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. LUCROS E PERDAS DA NOSSA FÉ
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
O evangelho nos coloca a parábola dos talentos, que poderá ser
mal compreendida, se não aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante de
um simples acerto de conta entre um patrão e seus servos, mas diante de algo
muito mais sério que é o sentido da nossa vida. A grande pergunta que estará em
nosso coração e em nossa mente, quando esta vida estiver se esvaindo, é
exatamente essa: Investimos a nossa existência em que? A vida valeu à pena?
Na contabilidade há um demonstrativo em cada final de exercício,
que mostra aos investidores e acionistas, de que modo foi investido o capital
por eles disponibilizado, esse balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os
ganhos e perdas da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores a receber
e suas contas a pagar, seu acréscimo patrimonial ou suas perdas, caso houver.
Esta visão permite ao acionista decidir se continuará investindo ou se vai
procurar outro negócio mais rentável.
Ora, Deus Pai investiu tudo em nós, o Filho pagou um alto preço,
mais que todo o ouro, toda a prata e todas as fortunas que há no mundo, é um
direito Dele portanto, querer saber no final de nossa vida, o que foi que
fizemos com o nosso viver, com a sua graça, com a vida nova que tivemos acesso,
com a obra da salvação, uma pessoa extremamente bondosa e amorosa para conosco,
nunca nos cobra nada, pois o seu amor é incondicional e gratuito, mas a gente
se sente na obrigação de dar um retorno, que pode ser uma grande alegria, como
a dos dois primeiros servos, que duplicaram os talentos que lhes foram
confiados, ou então será um momento de grande tensão e angústia, marcado pelo
medo, por causa de uma relação distorcida com o Patrão. Podemos perceber que os
outros dois não tiveram a preocupação de justificar o porquê, aplicaram bem o
talento recebido, pois independente do rigorismo e da exigência do Patrão,
sentiram-se no dever de corresponder à confiança neles depositada.
Deus reconhece as nossas limitações, ele sabe muito bem que nem
todos irão viver bem, descobrindo o sentido da vida e vivendo na essência do
seu amor, e por isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço de se viver,
segundo suas leis e sua santa palavra. Podemos até dizer, que o talento dado, é
a própria existência, visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos
com um bom investimento, são as graças sobrenaturais que antecipam em nosso
caminhar, esta vida nova que Jesus nos presenteou.
Na hora certa, esta vida não nos será tirada, mas enriquecida
com os demais talentos, quando vivemos bem a nossa vida terrena, entendendo que
ela é muito mais do que aquilo que se vê, São Paulo chama isso de caminhar na
Fé.
Porém, aquele que se apegou a esta simples existência,
limitando-se a viver apenas na visão, alimentando sua esperança apenas com
aquilo que esta vida terrena pode dar, este é o servo Mau e preguiçoso, que
investiu mal a sua vida, e que no balanço final da sua existência, já diante de
Deus, irá constatar horrorizado, que não auferiu nenhum lucro, e que o que
pensava ser um grande lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que
terminou o seu exercício terreno com um saldo negativo, devendo algo para Deus.
Há uma música pastoral belíssima, cujo refrão diz “tudo vale a
pena, quando a alma não é pequena!” Eis o grande segredo que o homem precisa
descobrir, que o viver não se restringe aos limites do corpo, mas que o homem
traz em si as sementes da eternidade, de uma Vida renovada pela qual vale a
pena lutar para buscá-la e mantê-la a cada dia, porque os nossos horizontes são
muito mais amplos do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta
prodigiosa que muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive na Fé.
Ainda tomando o exemplo da Contabilidade empresarial, mês a mês
se faz o balancete, que como o próprio nome diz, trata-se de um Balanço menor,
que mostra os valores movimentados e ajudam o empresário a redirecionar seus
investimentos, caso o resultado do balancete não seja bom, por isso esse
evangelho nos convida também a um bom exame de consciência diante de Deus no
sentido de saber com clareza e sinceridade, o que é que estamos fazendo da
nossa vida, que são os talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos
converter, de acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na
caridade, no amor, na solidariedade, com os lucros auferidos da Palavra de Deus
e da força da Eucaristia.
A grande diferença da nossa vida de fé e de um controle
contábil, é que o nosso Deus não é avarento nem egoísta, e o pouco que
conseguirmos lucrar com a prática do amor cristão, já será suficiente para
ouvirmos dele a palavra que o nosso coração anseia: “Porque foste fiel na administração de
tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” Alegria
que já experimentamos ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos
talentos para servir os nossos irmãos, ajuntando um tesouro no céu. Este
evangelho fecha com chave de ouro este mês Vocacional pois Vocação e Talento têm
tudo a ver!
2. O servo bom e
fiel
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Um dia prestaremos contas a Deus de tudo o que recebemos de bom
nesta vida. A parábola diz claramente que é preciso produzir com o que
recebemos, porque recebemos segundo a nossa capacidade. Não temos desculpas
para a nossa preguiça e nem vale defender-se acusando o dono dos talentos. Se
não fizemos tudo o que gostaríamos de ter feito, ao menos fizemos o que esteve
ao nosso alcance.
Liturgia comentada
E terá em abundância... (Mt 25, 14-30)
Mais uma vez, a Liturgia nos apresenta a “parábola
dos talentos”. Três servos que recebem, respectivamente, 250, 100 e 50 quilos
de prata, que deveriam ser investidos com lucro. Os dois primeiros se arriscam
e lucram 100%. O terceiro servo, movido pelo temor, prefere enterrar o seu
talento e, por isso mesmo, será castigado.
Não sei bem se a intenção de Jesus, ao contar esta
parábola, se resumia a uma visão utilitarista (e mesmo capitalista!), segundo a
qual temos de “render conforme o investimento” de Deus em nossas vidas. No
fundo, acho pouco provável...
Em primeiro lugar, nada temos de nosso. Tudo é dom.
Somos eternos mendigos. Em segundo lugar, que talentos são esses? Inteligência?
Virtudes morais? Saúde? Força muscular? Recursos materiais? Ora, tudo isso são
ninharias diante do verdadeiro investimento de Deus em nossa vida: Ele-mesmo!
Sim! Deus se entregou em nossas mãos. Veio morar no
meio de nós. Vestiu-se de nossa carne. E continua presente na Eucaristia. Isto,
sim, é investimento. Alimentados de seu Corpo e Sangue, inauguramos, já aqui na
terra, a vida que experimentaremos na eternidade.
Pode ser que isto cale mais fundo com a meditação
de meu soneto “Dependência”:
Nada tenho de meu. Eu não me iludo.
Ao ver frutificar o meu trabalho.
Sei que sou limitado e que sou falho:
É Deus quem age em mim, eu pouco ajudo.
Nada tenho de meu, mas tenho tudo,
Pois nas mãos do Senhor eu me agasalho.
Se me esforço demais, eu atrapalho
Por ocultar da Graça o conteúdo...
Nada tenho de meu, mas tudo tenho:
Meu Pai foi quem me deu saber e engenho,
Transfigurando em luz o meu caminho.
Nada tenho de meu, mas vivo cheio,
Pois o Filho de Deus comigo veio
E, assim, jamais eu estarei sozinho...
Orai sem cessar: “O
Senhor é minha herança e minha parte...” (Sl 16, 5)
Texto de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 31/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
O que estamos fazendo com os nossos dons e
talentos?
Hoje, Deus está nos perguntando o que estamos fazendo com os nossos dons
e os nossos talentos. Estamos usando-os? Estamos fazendo o Reino de Deus
acontecer?
“Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que
lucrei”. O patrão lhe disse: “Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na
administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha
alegria!” (Mt 25, 20-21)
Nós, hoje, celebramos, na liturgia, os dons, os
talentos que Deus confiou a cada um dos Seus filhos.
Se olharmos para nossa própria vida, vamos perceber
que recebemos talentos e dons. Eu não sei quantos talentos você tem, não sei
quantos dons você é capaz de exercer, mas nenhum de nós, por maior que sejam as
incapacidades ou os limites que possamos ter em nossa vida, não podemos dizer
que não temos talento, porque todos o tem. Alguns têm mais disposição, mais
ânimo, mas a verdade é que alguns tem mais talento.
Os muitos ou poucos dons que recebemos de Deus
temos de saber colocar à disposição d’Ele, a serviço do próximo para o bem da
humanidade.
Como eu vejo pessoas simples trabalhando com amor,
com dedicação para promover a vida humana, para promover as outras pessoas! Que
alegria, meu Deus do Céu!
Louvado seja Deus por todos aqueles que, no mundo
inteiro, estão multiplicando seus talentos para o bem da humanidade, estão
trabalhando para promover a justiça, a paz, o bem da sociedade. Louvado seja
Deus pelos líderes comunitários, pelos líderes de pastorais, os quais, mesmo
sem tempo, arrumam tempo para dedicar-se à causa do Reino e para a causa do
Evangelho.
Mesmo com os filhos que têm para criar e tantas
outras obrigações, essas pessoas procuram multiplicar seu tempo, sua disposição
e fazer o que podem em favor do Reino de Deus.
Agora, como chama a atenção o mundo no qual muitas
pessoas enterram seus talentos, simplesmente o escondem, não se colocam à
disposição nem de Deus nem do próximo, nem do bem comum ou das necessidades da
pessoa ao seu lado.
Hoje, Deus está nos perguntando o que estamos
fazendo com os nossos dons e os nossos talentos. Estamos usando-os? Estamos
fazendo o Reino de Deus acontecer? Estamos promovendo o bem social e a justiça?
No meio de nós, ninguém pode se omitir na
construção de um mundo melhor. Por mais limites que qualquer ser humano tenha,
ele pode fazer algo em favor de um mundo melhor.
Que o medo e a covardia não se apoderem do nosso
coração.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, afasta de nós as tentações da preguiça,
da acomodação e do desejo de reconhecimento pelo que já fizemos. Dá-nos força,
Pai amado, para colocarmos os talentos que nos emprestaste a serviço dos irmãos
de caminhada, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo
reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/08/2013
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, afasta de nós as tentações da
preguiça, do egoísmo, da acomodação, ou do desejo de sermos valorizados pelo
que já fizemos. Dá-nos força, amado Pai, para desenvolver e colocar os talentos
que nos emprestas a serviço dos irmãos de caminhada, seguindo o Cristo Jesus,
teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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