domingo, 27 de outubro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 27/10/2024

ANO B


30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.” (Mc 10,52)

Mc 10,46-52

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos, neste domingo, o Mistério da Salvação divina, marcados pela luz de Cristo e pela esperança de caminhar na direção de uma vida constantemente renovada. Ao encerrar o mês das missões, queremos renovar nosso compromisso com a evangelização dos povos e implorar a graça de um coração capaz de sentir compaixão.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/30-domingo-tempo-comum-ano-b-27-10-2024.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, cheios de esperança nos reunimos neste domingo para, ao ouvir a Palavra e repartir o Pão da Eucaristia, fazermos a memória de Jesus Cristo e nos deixarmos iluminar por Ele. Que o Senhor conceda à Igreja a perseverança em seu caminho sinodal, para continuar dando um autêntico testemunho do Evangelho na acolhida, na escuta e diálogo para com todos.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-58-30o-domingo-do-tempo-comum.pdf

JESUS CURA AS FERIDAS E AS DORES, RESTAURANDO VIDAS.

No Evangelho de Marcos 10, 46-52, temos a emocionante história de Bartimeu, o cego e mendigo. Na entrada da cidade de Jericó, ele clama por Jesus, e, apesar de a multidão tentar silenciá-lo, sua fé e perseverança o fazem ser atendido. Jesus pergunta a Bartimeu: “O que queres que eu te faça?” e o cego responde: “Mestre, que eu veja”. A cura de Bartimeu nos ensina que a fé é um caminho pessoal e que devemos, com coragem, buscar a Jesus em nossas dificuldades e limitações. A sua cura não foi somente física, mas também espiritual, pois a fé de Bartimeu o salvou.
Nessa história narrada, Bartimeu não apenas se identificou como cego, mas também como alguém que possuía uma grande fé. Quando soube que Jesus de Nazaré estava passando, ele começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”! A multidão tentou silenciá-lo, mas sua fé o fez clamar ainda mais. Com essa persistência inspiradora, ele nos ensina que, muitas vezes, precisamos ser perseverantes em nossa fé, mesmo diante das dificuldades e obstáculos que surgem.
Quando Jesus ouve o clamor de Bartimeu, Ele o chama. A dúvida e o desespero não foram suficientes para impedi-lo de se aproximar do Mestre. Essa interação é significativa; Jesus não apenas conhece as nossas necessidades, mas Ele deseja que nós o busquemos. A pergunta de Jesus: “O que queres que eu te faça?” nos leva a refletir sobre o que realmente desejamos para nossas vidas. Deus está atento aos nossos anseios e nos convida a expressá-los.
Ao ter sua visão restaurada, ele é capacitado a seguir Jesus “pelo caminho”. Isso sugere que a verdadeira visão, que vai além da capacidade física de ver, envolve entender o caminho e a missão que Deus tem para nós. A cura nos chama a uma nova vida, cheia de propósito e missão, seguindo o Mestre e buscando viver Sua proposta de amor e serviço. Aqui está um exemplo de reflexão sobre como seguimos Jesus em nossas vidas. A fé vai além da crença; envolve a ação e a vivência dos ensinamentos de Cristo em nosso cotidiano.
Nessa história, lembramos que a esperança é sempre uma possibilidade. Mesmo em nossas situações mais difíceis, Deus pode realizar milagres e transformar nossas vidas. Bartimeu representa todos aqueles que, à margem da sociedade, nas periferias geográficas e existenciais, gritam por ajuda. A resposta de Jesus é uma reafirmação de Sua missão: trazer cura, amor e restauração a todos.
O texto em epígrafe nos instiga a olhar para nossa própria vida e a refletir sobre nossa fé. Perguntamos a nós mesmos: “Estamos clamando ao Senhor em nossas dificuldades? Temos a coragem de nos aproximar d’Ele e pedir mudanças em nossa vida? E, ao sermos curados, estamos prontos para segui-Lo pelo caminho?” Que possamos ter a fé de Bartimeu, que clama e, ao ser atendido, não hesita em se tornar um verdadeiro discípulo de Cristo.
Dom Carlos Silva , OFMCap
Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-58-30o-domingo-do-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

A tua fé te curou


São Marcos contou a cura do cego de Betsaida no capítulo oitavo. Hoje, no fim do capítulo décimo, ele relata a cura do cego de Jericó. Entre estas duas curas, por três vezes Jesus anunciou sua Morte e Ressurreição. Os discípulos não entendiam bem por que o Messias devia sofrer e morrer, e entendiam menos ainda que ele devesse ressuscitar três dias depois. Eles tinham na cabeça a imagem de um Messias glorioso, e não a imagem de um Messias sofredor.
Não pensavam estar seguindo um mestre ou um líder que terminaria preso e condenado à morte. Para eles, Jesus entraria glorioso em Jerusalém para restabelecer o trono de Davi, e não para ser crucificado. Jesus tenta corrigir as ideias que tinham na cabeça com os três anúncios da Paixão e com os ensinamentos que dá principalmente aos apóstolos. Pedro não aceitou o primeiro anúncio.
Jesus lhes explica que é preciso renunciar a si mesmo e carregar a cruz para segui-lo. Eles não entendem e discutem entre si para saber quem deles era o primeiro e o mais importante. Depois do terceiro anúncio, demonstrando ter entendido que Jesus devia passar primeiro por muito sofrimento para depois entrar em sua glória, Tiago e João, adiantando-se aos outros, pedem para si os primeiros lugares ao lado de Jesus glorificado.
Não entenderam e continuam não entendendo que o lugar de Jesus é o último, junto dos excluídos deste mundo, e que este será o lugar de seus discípulos. Ao colocar dois cegos como moldura de todas essas cenas, o evangelista São Marcos faz o retrato dos discípulos. Eles são cegos e não enxergam quem é Jesus. Os cegos, porém, são curados e começam a ver o mundo ao seu redor com clareza. A visão do cego de Betsaida melhora pouco a pouco.
É o discípulo que vai compreendendo sempre mais quem é Jesus e para que veio a este mundo. O cego de Jericó é curado de uma vez, recupera logo a visão e segue Jesus. O verbo seguir é o verbo próprio do discípulo. O discípulo segue o mestre. O cego curado vê Jesus e o segue. Não foi fácil para os primeiros discípulos entenderem o que Jesus queria. As propostas de Jesus são radicais. A cura do cego é sinal messiânico.
Jeremias vê os exilados que voltam para casa, e entre eles cegos e aleijados. O carinho com que são tratados mostra que Deus é Pai para Israel e Israel é seu filho querido. Na Carta aos Hebreus, o filho querido gerado pelo Pai é o próprio Jesus, que também é sacerdote, e na sua humanidade experimentou a fraqueza e teve compaixão dos que estão na ignorância e no erro. O cego Bartimeu, ao ouvir que Jesus estava passando, clamou: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim”.
Uma jaculatória a ser repetida muitas vezes durante o dia por quem quer ver Jesus e não imaginá-lo, e segui-lo assim como ele é e como ele quer ser seguido. Não dê espaço a dúvidas. Siga-o com decisão e ajude a curar a cegueira de quem não vê porque não quer. Seguimos Jesus sem tê-lo visto porque dele recebemos o dom da fé. Seja cada um de nós um dom para quem não crê! “Tua fé te salvou”, disse-lhe Jesus. A fé está nele e está fora dele. Quem o salvou foi Jesus. Quem sabe podemos ser a fé externa de quem não tem fé!
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/a-tua-fe-te-curou/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/-o-cego-bartimeu-27102024

Reflexão

O cego representa os discípulos, que não sabem quem é Jesus, não compreendem seu projeto. De fato, eles querem manter uma sociedade em que imperam a desigualdade e a opressão. Jesus lhes falava de entregar a vida; eles, porém, discutiam quem dentre eles seria o maior no Reino. O mendigo quer sair de sua marginalidade. Se dependesse da ajuda dos que estavam ao redor de Jesus, o homem permaneceria no seu estado deplorável. Insensibilidade; falta de solidariedade! Mas o próprio Jesus o chama e lhe devolve a visão. O gesto de jogar fora o manto significa que ele abandona seu passado; quer vida nova. Uma vez livre das amarras que o paralisavam (mendicância e cegueira), ele decide seguir Jesus no caminho para Jerusalém. Que tipo de “cegueira” atrapalha nossa caminhada cristã?
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/27-domingo-8/

Reflexão

«Que queres que eu te faça? O cego respondeu: Rabûni, meu Mestre, que eu veja»

Rev. D. Pere CAMPANYÀ i Ribó
(Barcelona, Espanha)

Hoje, contemplamos um homem que, na sua desgraça, encontra a verdadeira felicidade graças a Jesus Cristo. Trata-se de uma pessoa com duas carências: falta de visão corporal e incapacidade de ganhar a vida, o que o obriga a mendigar. Precisa de ajuda e fica junto do caminho, à saída de Jericó, onde passam muitos caminhantes.
Por sorte dele, naquela ocasião quem passa é Jesus, acompanhado dos seus discípulos e outras pessoas. Sem dúvida, o cego já tinha ouvido falar de Jesus; haviam-lhe comentado que fazia prodígios e, ao saber que passa perto dele, começa a gritar: Filho de Davi, tem compaixão de mim!(Mc 10,47). Os acompanhantes do Mestre ficam incomodados com os gritos do cego, não pensam na triste situação daquele homem, são egoístas. Porém Jesus quer responder ao mendigo e faz com que o chamem. Imediatamente o cego se encontra perante o Filho de Davi e o diálogo começa com uma pergunta e uma resposta: Jesus, dirigindo-se a ele, disse: Que queres que eu te faça? O cego respondeu: Rabûni, que eu veja!(Mc 10,51). E Jesus concede-lhe a dupla visão: a física e a mais importante, a fé, que é a visão interior de Deus. São Clemente de Alexandria diz: Ponhamos fim ao esquecimento da verdade; despojemo-nos da ignorância e da obscuridade que, como uma nuvem, ofuscam os nossos olhos, e contemplemos Aquele que é realmente Deus.
Queixamo-nos frequentemente e dizemos: Não sei rezar. Sigamos, então, o exemplo do cego do Evangelho: Insiste em chamar Jesus e, com três palavras, diz-lhe do que necessita. Falta-nos fé? Digamos-lhe: Senhor, aumenta a minha fé. Temos familiares ou amigos que deixaram de praticar? Então, rezemos assim: Senhor Jesus, faz que vejam. A fé é assim tão importante? Se a compararmos com a visão física, que diremos? A situação do cego é triste, mas muito mais triste é a daqueles que não creem. Digamos-lhes: O Mestre lhe chama, apresenta-lhe as suas necessidades e Jesus responderá com generosidade.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Aquele que ignora o esplendor da luz eterna é cego. No entanto, se já acredita no Redentor, então já está sentado à beira do caminho. Isto, porém, não basta. Se deixa de rezar para receber a fé e abandona as suplicas, é um cego sentado à beira do caminho, que não pede esmola» (S. Gregório Magno)

- «No encontro com Cristo, realizado com fé, Bartimeu recupera a luz que tinha perdido, e com ela a plenitude da sua dignidade: levanta-se e retoma o seu caminho que, a partir desse momento, tem um guia, Jesus» (Bento XVI)

- «A oração é principalmente dirigida ao Pai. Igualmente se dirige a Jesus, nomeadamente pela invocação do seu santo Nome: «Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tende piedade de nós, pecadores!» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.680)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-10-27

Reflexão

A oração de pedido de bens

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje contemplamos o cego do Evangelho, Bartimeu, que «sentava à beira do caminho para mendigar», às portas de Jericó. Precisamente por aquela estrada passa Jesus de Nazaré. É a estrada que conduz a Jerusalém, onde se consumará a sua Páscoa sacrifical, por nós.
Naquela estrada o Senhor encontra Bartimeu, que perdeu a vista. Os seus caminhos cruzam-se, tornam-se um só. «Jesus, filho de David, tem compaixão de mim!», grita o cego com confiança. Esta oração comove o coração de Cristo, que para e o manda chamar. O momento decisivo foi o encontro pessoal, direto, entre o Senhor e aquele homem que sofre. Encontram-se um diante do outro: Deus com a sua vontade de curar e o homem com o seu desejo de ser curado. Duas liberdades, duas vontades convergentes.
—«Que queres que te faça?». Deus sabe, mas pergunta; quer que seja o homem a falar. Quer que o homem fique em pé, reencontre a coragem para pedir o que lhe cabe pela sua dignidade.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-10-27

Comentário sobre o Evangelho

A fé de Bartimeu em Jesus devolve-lhe a visão


Hoje, o cego Bartimeu dá-nos uma grande lição. Vivia marginalizado e estava desesperado. Por isso não parava de gritar. Muitos diziam-lhe que se calasse, mas ele gritava cada vez mais. Jesus ouve tudo, e sempre!, mas… permitiu que Bartimeu insistisse mais e mais, sem fazer caso das pessoas “prudentes”.
- Boa lição nos dá Bartimeu! E tu, estás demasiado pendente daquilo que dizem? Escuta Deus, que Deus te escuta a ti!

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

O cego Bartimeu está à beira do caminho, pois os marginalizados estão sempre à beira do caminho. Mas, ao saber que era Jesus que por ali passava, pediu misericórdia, pediu ao Senhor que lhe estendesse a mão. E foi o que aconteceu: o Senhor lhe devolveu a visão. Esse é o fato! Mas para onde ele quer nos conduzir? O que o Evangelho quer nos ensinar?
O Evangelho quer nos mostrar de modo bem claro que Jesus é o centro de nossa fé, e que ela está fundada na sua Pessoa. O forte grito de Bartimeu: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”, é a confiança naquele que é o Filho de Deus. Sua confiança é nele, na Pessoa de Cristo. Aquele que precisava de luz, vê que a Luz do Cristo é a sua salvação, por isso, não hesitou em suplicar a Luz da misericórdia do Senhor.
Há um fato que é também relevante: a multidão queria que o cego se calasse! Mas ele gritava ainda mais alto. Esse querer “calar” significa negar toda a possibilidade de aproximação do outro. Aqui é o caso do Bartimeu, mas temos de abrir nossos olhos, pois podemos incorrer nesse mesmo “pecado”, não dando oportunidades para outros em nossa Comunidade, na Igreja. É preciso acabar “com os ciúmes do altar”. A coragem da fé autêntica supera tudo isso e centraliza a vida na Pessoa de Jesus.
Todos precisamos de Luz, de vida, de libertação, vemos na Primeira Leitura. Há grandes promessas de libertação da escravidão, e será grande a alegria dessa transformação. Deus trata o povo com misericórdia, pois é um Pai. O milagre de Jesus é a expressão dessa misericórdia. O homem à beira do caminho grita por misericórdia. Tem piedade de mim! E a obtém.
“Coragem! Ele te chama.” O cego, mesmo sendo cego, deu um salto e foi correndo ao encontro do Senhor. Como pôde fazer isso se era cego? Diriam os racionalistas. Aqui não é a razão, é o propósito da fé: vai correndo ao encontro de uma Pessoa, que se chama Jesus Cristo. É nele que está nossa fé. Por que buscá-la em filosofias vãs? Outra vez nos ensina o Evangelho que nossa fé é na Pessoa de Cristo. Precisamos ainda de muita Catequese.
O convite desse Evangelho é que todos tenham olhos abertos às realidades da fé. Como viver o Evangelho na realidade? Como ver a realidade dentro do Evangelho? Às vezes, parece-me, que somos uma Comunidade míope, que não vê nada de fé e nada da necessidade que passam as pessoas e o mundo. É preciso saber ler os sinais dos tempos, qual a realidade de Deus presente no mundo. O grande modelo é Jesus, “o sumo sacerdote que surge do meio do povo e em favor do povo no que se refere a Deus” (Hb 5,1). Tenhamos a mesma coragem da fé de Bartimeu, e isso nos basta, pois vamos nos encontrar com a Pessoa de Jesus.
Redação “Deus Conosco”

Oração
— OREMOS: (instante de silêncio) DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e, para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que ordenais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

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