domingo, 29 de setembro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 29/09/2024

ANO B


26º DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA DA BÍBLIA

Ano B – Verde

“Quem não é contra nós é a nosso favor.” Mc 9,40

Mc 9,38-43.45.47-48

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Chegamos ao último domingo do mês de setembro. Neste dia, recordamos, de maneira toda especial, a Bíblia que, mesmo escrita há séculos, permanece sempre atual. A liturgia de hoje nos convida a celebrar o Mistério da nossa salvação, acolhendo com alegria os sinais do Espírito Santo existentes fora da nossa comunidade religiosa. Iniciemos nossa celebração implorando a graça da tolerância, para convivermos harmoniosamente na sociedade, reconhecendo a ação do Espírito divino em nosso meio.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/26-domingo-tempo-comum-ano-b-29-09-2024-(1).pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este nosso encontro dominical com o Senhor nos faz experimentar seu amor por nós. Reunidos em sua Casa, Ele nos alimenta com sua Palavra e com seu Corpo e Sangue para sairmos daqui mais dispostos a dar testemunho de nossa fé na vitória de Cristo sobre o mal, o pecado e a morte. Intensifiquemos nossas orações pelo Sínodo dos Bispos para que dê frutos para toda a Igreja.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-53-26-domingo-tempo-comum.pdf

DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?

Com tantas divisões no nosso tempo, e com tantos motivos para nos dividir, acabamos nos transformando em seres unitários e isolados. Quase o tempo todo estamos classificando as pessoas por suas características pessoais. Acentuam-se, cada vez mais, as diferenças, mesmo quando o que estamos procurando é a igualdade. Mas, nós acabamos formando grupos, sempre a partir de características que passam a nos definir. E esses grupos correm o risco de seguir a mesma mentalidade e de se tornarem isolados e exclusivistas. Então, estamos sempre nos referindo a coisas que nos unem, mas sempre a partir das coisas que nos distinguem e nos separam dos outros grupos. Poderia ser diferente! Poderíamos trabalhar mais para promover o que temos em comum.
A questão que o Evangelho nos recorda relaciona-se com o seguimento religioso e os grupos religiosos. A história da humanidade está cheia de guerras travadas por “motivos religiosos”, embora, muitas vezes, a questão religiosa tenha sido apenas um pretexto. No texto, João disse a Jesus: "Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue". Interessante o pensamento de João! Parece que ele não se deu conta de que os inimigos do grupo de Jesus eram os demônios e não quem os expulsava. Curioso também que não tivesse percebido seu ato falho, quando se referiu a Jesus para dizer que o homem expulsava demônios em nome d’Ele, mas não se deu conta de ter se apossado do grupo de Jesus, quando disse que proibira o homem porque ele “não nos segue”. Se João tivesse se lembrado de que era discípulo de Jesus e não Jesus discípulo dele, não teria pretendido que alguém o seguisse e nem teria se arvorado em querer proibir alguém. Saberia que, se alguém pudesse ter o direito de proibir o uso de seu nome, seria Jesus e ninguém mais. Não teria pretendido tornar-se detentor dos “direitos autorais” de Jesus.
A esse respeito, lembro-me de quando trabalhava em uma fábrica, antes de entrar no seminário. Fui apresentado a um novo colega de serviço para que o ensinasse a trabalhar na máquina que eu operava. Ele era evangélico, bastante convicto de sua fé e de sua igreja. No meu departamento, eu era conhecido como católico. Tínhamos um grupo de oração que se reunia na hora do almoço. Levei esse colega algumas vezes ao grupo. Avisei-o do dia em que rezávamos o terço, para que ele se sentisse à vontade para não ir naquele dia. Ele me agradeceu! Ia quando se sentia à vontade. Falávamos de Jesus, do Evangelho, da fé. Nossa admiração e respeito eram mútuos. Os colegas me chamavam de “padre”, e a ele chamavam de “Anjinho”. Um dia, um de nossos supervisores se aproximou de mim e me perguntou: “Como você está se dando com o novo companheiro de serviço?” Eu disse que estava muito bem e perguntei por que não estaria. Ele disse: “É que vocês são de religiões opostas”. Então, lhe falei que ele estava enganado, porque “eu era cristão, e meu colega também era”. Claro que, se ele não fosse cristão, eu o respeitaria também! Mas o ponto é que nós nos demos muito bem porque procurávamos levar em conta o que tínhamos em comum e não o que tínhamos de diferente.
No fundo, todos os seres humanos têm algo em comum. Por isso, Jesus nos ensinou a dizer: “Pai nosso”. E quem pretende estar do lado de Jesus nunca estará contra alguma pessoa. Poderá opor-se a alguma má conduta, mas não à pessoa. Procurará sempre promover a concórdia e a unidade. E jamais se oporá a quem faz o bem!
Dom Rogério Augusto das Neves
Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-53-26-domingo-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Se tua mão te leva a pecar, corta-a!


Se eu não sou o maior nem o melhor, o grupo ao qual eu pertenço será o maior e o melhor, porque eu estou dentro dele. Continuamos na mesma: eu sou o maior. Os discípulos proibiram alguém que não pertencia ao grupo deles de expulsar demônios em nome de Jesus, e contaram a Jesus. Jesus orientou-os a não fazer isso, a serem mais abertos e aceitar que fazer o bem não era propriedade deles, por serem seus discípulos. “Quem não está contra nós, está a nosso favor”, ensinou-lhes Jesus. Não os deixou, porém, sem um consolo.
Todos podem expulsar demônios em nome de Jesus, mas eles, os que são de Cristo, são os amigos do Senhor, de modo que não ficará sem recompensa quem lhes der um copo de água, reconhecendo, portanto, quem são. O discurso de Jesus continua, referindo-se ainda aos discípulos que ele chama de “pequenos que creem em mim”.
Os pequenos podem ser também as crianças, que Jesus quer valorizar e mostrar que não são inferiores a ninguém. Os pequenos, sejam eles os discípulos, sejam as crianças, são dignos de todo respeito e assim devem ser tratados. A força das expressões de Jesus demonstra a seriedade do assunto. Lançar-se ao mar, cortar a mão, cortar o pé, arrancar o olho são outros tantos exemplos para mostrar que não há maior entre nós e que todos devem ser tratados com grande respeito.
O Livro dos Números menciona os setenta anciãos sobre os quais pousa o Espírito, e começam a profetizar, mas não continuam; e é o mesmo Espírito que pousa sobre Eldad e Medad no acampamento, e eles profetizam e continuam profetizando. Não estavam no grupo dos anciãos, e Josué pediu a Moisés que fizesse com que eles se calassem.
A resposta de Moisés se soma à de Jesus e expressa o desejo de que todos profetizem, e não apenas os anciãos que estavam com Moisés. “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!” Quem dera que todo mundo expulsasse demônios e libertasse o ser humano de seu poder de dominação! Quem dera que todo mundo fizesse o bem em nome de Jesus! Ninguém se pode apoderar do Espírito nem aprisionar a verdade. Tudo, afinal, leva para o mesmo caminho, que é o do respeito mútuo e da caridade. São Tiago, um homem prático, não nos deixa dormir sem pensar.
Desde que Jesus veio habitar entre nós, começamos os últimos dias da humanidade. Já nos disse Jesus: “Se teu olho te leva à queda, arranca-o!”. É hora, então, de olhar o que ajuntamos e como o fizemos. O que pensar de quem adquiriu bens à custa de salários não pagos, de julgamentos comprados, de assassinatos?
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/se-tua-mao-te-leva-a-pecar-corta-a/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/-ensinamentos-aos-discipulos-29092024

Reflexão

Jesus dá instruções sobre as exigências do Reino que ele está implantando. Antes de tudo, o Reino não é uma seita fechada, exclusiva para alguns privilegiados. Ao contrário, é aberta a todos os povos do mundo inteiro. Quem liberta em nome de Jesus é aliado de Jesus. Ser de Cristo é, de alguma forma, estar em sintonia com seu projeto de liberdade e vida para todos. Sendo uma realidade aberta e universal, o Reino não é espaço para a opressão. Ao contrário, deve ser a expressão concreta da prática da justiça e da fraternidade. Escandalizar é querer ser maior que os outros na comunidade; é criar obstáculo na caminhada cristã dos irmãos. É fazê-los vacilar na fé. Daí a dura repreensão de Jesus para quem escandalizar “um destes pequenos que creem”. Esse mal deve ser cortado pela raiz.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/29-domingo-6/

Reflexão

«Ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim»

Rev. D. Valentí ALONSO i Roig
(Barcelona, Espanha)

Hoje, conforme ao modelo atual de quem faz televisão, contemplamos a Jesus colocando vermes e fogo ai aonde devemos evitar ir: o inferno, onde o verme deles não morre e o fogo nunca se apaga. (Mc 9,48). É uma descrição do estado que pode ficar uma pessoa quando não dirigiu a sua vida aonde queria. Poderíamos compará-lo ao momento em que, dirigindo nosso carro, tomamos a estrada errada, pensando que vamos bem e, vamos a parar em algum lugar desconhecido, sem saber onde estamos e onde não queríamos estar. Deve-se evitar ir, seja como for, mesmo que tenhamos que nos desprender de coisas aparentemente irrenunciáveis: sem mãos (cf. Mc 9,43), sem pés (cf. Mc 9,45), sem olhos (cf. Mc 9,47). É preciso querer entrar na vida ou no Reino de Deus, mesmo nem que seja sem algo de nos mesmos.
Possivelmente, este Evangelho nos leva a refletir para descobrir o quê temos, por muito nosso que seja, que não nos permite ir a Deus, e ainda mais, que nos distancia dele.
Jesus mesmo, nos orienta para saber qual é o pecado no que nos fazem cair nossas coisas (mãos, pés e olhos). Jesus fala dos que escandalizam aos pequenos que nele creem (cf. Mc 9,42). Escandalizar é distanciar alguém do Senhor. Por tanto, valoremos em cada pessoa a sua proximidade com Jesus, a fé que tem.
Jesus nos ensina que não faz falta ser dos Doze ou dos discípulos mais íntimos para estarmos com Ele: Quem não é contra nós, está à nosso favor, (Mc 9,40). Podemos entender que Jesus salva tudo. É uma lição do Evangelho de hoje: há muitas pessoas que estão mais perto do Reino de Deus do que pensamos, porque fazem milagres em nome de Jesus. Como confessou Santa Teresinha do Menino Jesus: O Senhor não me poderá premiar segundo minhas obras (...). Pois bem, eu confio que me premiará segundo as suas.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Ao mesmo tempo que honramos todos os povos, a suas culturas e tradições, convidamo-los respeitosamente a ouvi-Lo e a abrir-Lhe os seus corações» (S João Paulo II)

- «Na verdade, o cristão incoerente faz muito mal e a forte imagem usada por Jesus é muito eloquente. Por isso, a vida do cristão está no caminho da coerência» (Francisco)

- «Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis da «triste e lamentável realidade da morte eterna», também chamada “Inferno”» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.056)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-09-29

Reflexão

Os princípios de solidariedade e subsidiariedade na Doutrina Social da Igreja

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, as palavras de Jesus nos convidam a considera um dos princípios de vertebração social invocados pela Doutrina Social da Igreja: A solidariedade. A vida social cria múltiplas interdependências, de modo que devemos tomar consciência das necessidades alheias, considerando-as como próprias. Assim, desse jeito, a interdependência leva exigências de bem comum e, dá lugar a uma categoria moral: A solidariedade que consiste, em primeiro lugar, em que todos se sintam responsáveis de todos (sem deixar essa solicitação social somente nas mãos do Estado).
Amar alguém é querer seu bem e trabalhar eficazmente por ele. Junto ao bem individual, há um bem vinculado com o viver social das pessoas: O bem comum. Desejar o bem comum e se esforçar por ele é exigência de justiça e caridade.
—O principio de solidariedade deve se manter intimamente unido ao principio de subsidiariedade: A solidariedade sem a subsidiariedade acaba no assistencialismo que humilha ao necessitado (ao mesmo em tempo que a subsidiariedade sem a solidariedade termina no particularismo social).
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-09-29

Comentário sobre o Evangelho

Cristo chama-nos à unidade. O que nos afasta de Deus, é melhor afastá-lo de nós


Hoje, Jesus defende alguém que, sem ser do seu grupo, realizava milagres. João pretendia proibi-lo… No mundo há muitas pessoas boas que, talvez, não sejam cristãos nem crentes. Não nos afastemos nem os afastemos: aprendamos com eles!; trabalhemos com eles! Por sua vez, Jesus é muito severo com quem possa causar dano dando mau exemplo: «Melhor seria que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e que o lançassem ao mar».
- Dar bom exemplo! Todos! Os mais velhos aos pequenos; os pequenos aos mais velhos (que sempre temos muito que aprender).
https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-09-29

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

A Palavra do Senhor vem nos ensinar que não há exclusividade sobre a prática do bem, da caridade e da verdade, e que é preciso aceitar a presença e a ação do Espírito Santo em quem Ele quiser. Porém, é preciso sim ter um senso crítico, pois, há o perigo da manipulação de Deus, ou fazer um Deus “supermercado”, que tem oferta para tudo. O Deus de Jesus está presente nos valores insubstituíveis da vida, e a isso precisamos estar atentos.
Não há limites para a prática do bem. Os discípulos não estão contentes com quem anda falando de Jesus, mas não está com eles. Reclamam com Jesus. Fato semelhante ocorre no Livro dos Números (1ª Leitura), quando Eldad e Medad profetizam e não eram do número dos setenta escolhidos. Moisés compreende que não poderia calá-los e até almeja que todo o povo profetizasse. Sua atitude é semelhante à de Jesus: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”.
Não somos donos de Deus nem controladores de seus dons. Se pensamos como Jesus, não podemos agir de modo diferente, sendo contra Ele. Outros podem não pensar como nós, mas é importante que pensemos como Jesus. É isso que importa. Na verdade, somos terríveis, pois, às vezes, queremos ser o critério dominante e absoluto na vivência religiosa e no relacionamento social, familiar.
Jesus fala do escândalo. Escandalizar é violência, é crime. A sociedade humana até parece ter tornado normal certos escândalos: corromper os meios para ofuscar a ação da Justiça, firmar ideias interesseiras com grupos escusos, sem ainda falar de corrupção e manipulações ao interesse pessoal e não ao bem comum. Há pequenos sendo escandalizados, misturados nos desvalores que não apontam para o caminho da vida. É uma triste realidade entre nós. Se há cristão aí, então, é difícil fazê-lo compreender o mistério salvífico de Cristo. Deus é Deus, não é objeto, e por isso, seus valores são insubstituíveis.
A nós cabe a responsabilidade de manifestar o bem, e acolher o que é bom e presente na vida dos outros. Quem pratica o bem é sempre fonte de inspiração. Se não estamos preocupados em praticar o bem, mas em favorecer o escândalo, então, é melhor amarrar uma pedra no pescoço.
Cortar o mal pela raiz é preciso, nos ensina Jesus. Deus está presente no inteiro da vida. Somos “território de Deus”, todo o nosso ser. O que nos separa de Deus é melhor “tirar fora”. Não somos donos de Deus! O resultado do pecado está aí diante de nossos olhos: manipulações políticas, desprezo ao pobre, decisões a favor de grupos já muito privilegiados em detrimento dos mais fracos. Basta olharmos com olhos mais largos. Será que Jesus tem razão?
Redação “Deus Conosco”
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=29%2F09%2F2024&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: Ó DEUS, que mostrais vosso poder, sobretudo, no perdão e na misericórdia, derramai em nós a vossa graça, para que, correndo ao encontro das vossas promessas, mereçamos participar dos bens celestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=29%2F09%2F2024&leitura=meditacao

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