ANO C

Mt 5,17-19
Comentário do Evangelho
Jesus realiza plenamente a Lei a partir da centralidade do mandamento do amor
Em primeiro lugar, nosso texto visa eliminar o
equívoco de que Jesus tivesse vindo para eliminar a Escritura. A expressão “a
Lei e os Profetas” (v. 17a) não é um registro puramente jurídico, mas um modo
de designar a Escritura na sua totalidade. A Lei designa o Pentateuco enquanto
receptáculo do imperativo divino. Os Profetas são portadores da promessa e,
enquanto tais, podem ser invocados como testemunhas do direito de Deus. Jesus
realiza plenamente a Lei a partir da centralidade do mandamento do amor, pois
dos dois mandamentos do amor a Deus e ao próximo dependem toda a Lei e os
Profetas (cf. 22,40). A Torá é integralmente respeitada e cumprida por Jesus e
o deve ser para a Comunidade dos discípulos, porque recomposta sobre a
exigência do amor. Nesse sentido, a Lei é pensada a partir da cristologia. É
nela que a Lei encontra sua instância de validade e, em consequência, o
princípio de ponderação das suas prescrições.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar
submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de
maneira perfeita, as suas exigências.
Fonte: Paulinas em 12/06/2013
Vivendo a Palavra
Nós devemos e desejamos cumprir a Lei de Deus
plenamente. Não o fardo pesado das 613 prescrições farisaicas – 365 ‘façam’ e
248 ‘não façam’ – pois era assim que os escribas e doutores traduziam a Lei
para o povo, mas a Lei do Amor trazida por Jesus de Nazaré. Amor espontâneo,
indiscriminado, gratuito e libertador.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2013
VIVENDO A PALAVRA
Opção radical: o Mestre condena a ‘obediência seletiva’ a que
a sociedade de consumo nos conduz. Não raras vezes, nós nos consideramos
obrigados a cumprir algumas prescrições, mas nos liberamos de seguir outras.
Seguimos ritos que são confortáveis e visíveis, mas nos esquecemos de praticar,
no silêncio do coração, a Justiça e a Fraternidade com os nossos companheiros
de caminhada.
Reflexão
O verdadeiro cumprimento da Lei não significa
apenas a obediência a ela. Significa descobrir os valores que são inerentes a
ela, as motivações que estão por trás dela e as conseqüências da sua
observância para a felicidade pessoal, para a construção de um mundo melhor
para todos e principalmente para que possamos descobrir o bem maior para as
nossas vidas, que é o projeto de Deus para a humanidade, e assumir como próprio
de cada um de nós este projeto que nos é proposto pelo próprio Deus. Jesus nos
mostra que Deus não quer de nós a infantilidade da obediência cega, mas a
maturidade da co-responsabilidade no projeto do Reino.
Fonte: CNBB em 12/06/2013
Reflexão
Jesus
vem para cumprir integralmente a vontade do Pai: “Desci do céu, não para fazer
a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. A Lei e os Profetas
foram dados e escritos para orientar o povo a viver segundo o projeto de Deus.
Acertadamente Jesus afirma que não veio descartar, mas realizar de modo pleno
as Escrituras sagradas. Jesus fala com autoridade que está acima da legislação
antiga. Sua interpretação é autêntica. Ele cumpre a Lei e os Profetas no seu
sentido profundo. Se Jesus corrige algumas tradições (doutrinas humanas)
inseridas na Escritura, é no sentido de libertar de toda opressão o ser humano
e dotá-lo de vida e liberdade. Para Jesus, a síntese da Lei e dos Profetas é o
amor a Deus e ao próximo. “A caridade é a plenitude da Lei” (Rm 13,10).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
UMA OBEDIÊNCIA DIFERENTE
O modo como Jesus se comportava e ensinava os discípulos a se
comportarem fez com que seus adversários suspeitassem de que o Mestre fosse um
anarquista. Numa sociedade firmemente alicerçada sobre os ditames da Lei
mosaica seria uma loucura contrariar algo inquestionável. A prudência
aconselhava a submeter-se sem muitas delongas. Além disso, os fariseus
funcionavam como uma espécie de fiscais do cumprimento da Lei. Ai de quem
ousasse contrariá-la por menor que fosse! Era denúncia na certa.
Por outro lado, os discípulos mal-avisados poderiam enganar-se e pensar que, de
fato, com suas palavras e gestos, o Mestre estivesse propondo uma independência
radical em relação à Lei, declarando, desta forma, inútil um elemento venerável
da piedade popular.
Qual foi a verdadeira postura de Jesus em relação à Lei? Ele não a
proclamou inútil, mas também recusou-se a se submeter a ela de maneira servil e
ingênua. Antes, introduziu uma maneira diferente de obedecer às exigências
dela. Como? Superando a materialidade da letra para buscar o desígnio divino
que a inspirou. Diante de cada mandamento concreto, importava colocar-se a
questão: o que o Pai estava desejando ao dar este preceito ao povo? A
obediência de Jesus tocava este nível de profundidade. Por isso, sua obediência
era tão diferente da de seus adversários, a ponto de dar-lhes a impressão de
parecer uma perigosa desobediência.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos
à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente,
a tua vontade.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. A PRÁTICA DA LEI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a
com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de
forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de
abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus
discípulos a fazer o mesmo.
O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em
forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei
importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida
pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do
Pai escondida atrás de suas palavras.
A atitude de Jesus serve de modelo para os
discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas,
porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua
letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de
descambar para o fanatismo e a intransigência.
A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de
suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de
afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em
autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma
alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude,
como tu, de modo a submeter toda a
minha vida ao querer do Pai.
Fonte: NPD Brasil em 12/06/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Nova Aliança em Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim – SP)
Quem deu o Decálogo á Moisés? O Deus da Aliança. Essa afirmativa
é suficiente para entender que jamais Jesus Cristo poderia abolir a Lei e os
Profetas. Justo Ele que veio para revelar o Pai e anunciá-lo a toda humanidade,
nunca poderia confrontar a Lei que o Pai havia dado á seu Povo através de
Moisés.
No Centro do Código da Aliança feita com o Povo, está o
fundamento da Lei: Não Matar. Vamos imaginar que em nosso coração haja o desejo
pecaminoso de acabar com a vida de alguém, e quando somos interrogados por
outra pessoa, sobre o por que de ainda não termos matado a esse alguém,
simplesmente respondemos “É que a Lei de Deus não permite, e esse é um pecado
grave”. Levemos isso para a vida conjugal, o marido deseja sair com uma
vizinha, mas reprime a sua vontade porque tem medo de cometer adultério e ser castigado
por Deus.
Em ambos os casos, o pecado em verdade já existe, sendo matéria
para uma boa confissão, mas externamente, nenhuma Lei foi violada ou
transgredida. Seguindo essa linha de pensamento, há os entendidos que
arranjaram uma boa definição para a Religião: Ela é um Freio que segura o homem
que deseja praticar alguma maldade.
Será que vale a pena praticar uma religião assim? Claro que não.
Tenho o desejo de fazer o mal mas tenho medo das consequências diante de Deus.
O Judeu via a Lei com essa visão legalista, e por isso, a transgressão da mesma
imputava-lhe um castigo Divino, mas o cumprimento e a observância lhe garantia
uma “Ficha Limpa” diante de Deus, que seria assim obrigado a lhe dar Bênção e
Salvação.
Jesus veio para dar plenitude e interiorizar essa Lei, que não
mais será gravada sobre a Pedra, como na Antiga Aliança, mas sim no coração do
homem, que irá participar da Nova Aliança. É a mesma Lei, aquela oriunda do
Decálogo e que tem n o Centro a Preservação da Vida, como o Dom mais agrado, que
não pode jamais ser aviltado, e não as mais de seiscentas, regrinhas e normas,
que os homens foram inventando, e que , de um instrumento de libertação, acabou
se tornando em opressão.
Quem tem em seu coração a nova Lei do Senhor “Ama-vos uns aos
outros assim como eu vos amei”, e a vive com fidelidade, já está cumprindo toda
Lei e os Profetas. O Apóstolo Paulo dá maior consistência a essa afirmação ao
afirmar que “O Amor é a Plenitude da Lei”.
2. O menor no Reino dos Céus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por
Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e
disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
O evangelista São Mateus não desvincula Jesus da Primeira
Aliança. Ele não veio abolir a Lei e os Profetas. O que está nas Escrituras
Sagradas é para ser cumprido e ensinado. Quem assim proceder, será considerado
grande no Reino dos Céus. Jesus veio cumprir o que está escrito. Evidentemente,
Jesus tem a sua compreensão do que está escrito, que nem sempre coincide com a
compreensão dos Mestres da Lei, tanto da Primeira quanto da Nova Aliança. Sem
romper com o passado, a atitude de Jesus mostra a importância e as dificuldades
das interpretações. Os Mestres da Lei de todos os tempos não podem anular o que
é vontade de Deus com os seus preceitos e suas hermenêuticas. A expressão “Lei
e Profetas” significa toda a Sagrada Escritura do Antigo Testamento. Dizer que
Jesus não veio abolir as Escrituras antigas significa que elas devem ser
conhecidas, praticadas e ensinadas. Assim está escrito: “Quem praticar os
mandamentos e os ensinar, será considerado grande no Reino dos Céus”. Ler a
Bíblia e meditá-la, Antigo e Novo Testamento, faz parte do programa diário do
cristão. Para compreender o Novo Testamento é preciso conhecer o Antigo. Antigo
não quer dizer ultrapassado ou abolido. Antigo Testamento significa Primeira
Aliança, a que Deus fez com o povo de Israel e que perdura até hoje.
HOMILIA DIÁRIA
Os mandamentos são o caminho para a vida
Os mandamentos são o caminho
para a vida, para a nossa salvação. Precisamos nos esforçar para
colocá-los em prática e ensinar os outros a também observá-los.
Disse Jesus: “Quem desobedecer a um só destes mandamentos,
por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o
menor no Reino dos Céus” (Mt
5,19).
Jesus está chamando nossa atenção para o fato de
que nós, de forma nenhuma, podemos dar menos importância a nenhum, sequer, dos
mandamentos da Lei deDeus.
Os mandamentos são o caminho para a vida, para a
nossa salvação. Precisamos nos esforçar para colocá-los em prática e ensinar os
outros a também observá-los.
Observando estes mandamentos, nós não podemos
transgredi-los nem ensinar outros a fazer o mesmo ou dar menos importância à
Palavra de Deus e aos Seus ensinamentos. Que seja o esforço do nosso coração, o
esforço da nossa vida para colocá-los em prática.
Uma boa coisa é relembrar quais são esses
mandamentos, desde o primeiro – ‘Amar a Deus sobre todas as coisas’ – até os
outros que vêm em seguida, do jeito como aprendemos na catequese.
Quando éramos crianças, aprendemos, de cor, esses
ensinamentos; agora, precisamos saber colocá-los em prática, exercitá-los no
cotidiano de nossa vida, no mundo em que vivemos, cercado por mentiras,
impurezas e maldades. É muito importante que ensinemos o caminho da
verdade, da vida, os quais estão nos mandamentos da Lei do Senhor nosso
Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo –
Comunidade Canção Nova
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a amar. Amar como Jesus
amou: com leveza e alegria, sem impor pesados sacrifícios aos irmãos, amor que
semeia a esperança pelos caminhos desta vida a todos os homens e mulheres de
boa vontade. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso
Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o cumprimento dos nossos deveres
rituais tenha o significado profundo da nossa adesão ao jeito de caminhar de
Jesus de Nazaré. Ao lado dos momentos de culto comunitário, caminhe a nossa
solidariedade com os mais necessitados e a fraternidade com todos os
companheiros de caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão
e contigo reina na unidade do Espirito Santo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário