ANO C

DOMINGO
DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR
Ano
C – Vermelho
“Bendito
o que vem em nome do Senhor!”
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Damos início a Semana
Santa e, com ela, adentramos o Mistério Pascal de Cristo. Em procissão,
seguiremos os passos de Jesus, fazendo memória de sua entrada em Jerusalém.
Renovamos nossa adesão ao seu projeto e, com ramos nas mãos, o aclamamos Senhor
da Vida e da História. Alegres, abramos nosso coração e acolhamos o Deus
bendito.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Iniciamos a Semana Santa
comemorando a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, montado em um
jumentinho, como um pobre, e aclamado pela multidão, como um rei. É o Filho do
Homem, cuja realeza tem sua manifestação mais plena na cruz. Por isso, esta
semana culmina com o Tríduo Pascal, que comemora a morte e ressurreição de
Cristo. Imitando o povo de Jerusalém, festejemos a entrada triunfal de Jesus na
cidade Santa, e, com Maria, fiquemos junto a Ele ao pé da cruz.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A
oferta de sacrifícios a Deus parece constituir, em todos os povos, a expressão
mais significativa do senso religioso do homem. Despojando-se de tudo o que lhe
pertence por conquista ou pelo trabalho, o homem reconhece que tudo pertence a
Deus e lho restitui em agradecimento. Jesus fez sua a pobreza radical do homem
perante Deus, apoiou-se na palavra do Pai e não se subtraiu à condição do homem
pecador, ao sofrimento que vem do egoísmo e nem aos limites da natureza humana,
nem mesmo à morte.
VIVAMOS A SEMANA SANTA
Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a “semana
maior” da Liturgia da Igreja, recordando os mistérios da paixão, morte e
ressurreição de Jesus. Portanto, com este Domingo, já iniciamos a celebração da
Páscoa deste ano. Hoje recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para
celebrar a sua páscoa. Vamos repetir um rito que o povo da antiga aliança
costumava realizar durante a chamada “festa das tendas”, levando ramos nas
mãos, significando a esperança da chegada do Messias. Hoje somos nós que também
erguemos nossos ramos em procissão reconhecendo que o Messias tão esperado está
no meio de nós e, olhando para Jesus, aclamaremos: “Hosana, ao Filho de Davi”.
Mas o Domingo de Ramos é também “da Paixão”. O mesmo Jesus aclamado
festivamente na entrada de Jerusalém será também levado aos tribunais,
condenado e crucificado. Experimentou a humilhação do Servo do Senhor em vista
de nossa salvação.
Segunda, terça e quarta-feira santas serão dias para acompanharmos a
narrativa dos acontecimentos que antecedem a Paixão, Morte e Ressurreição de
Jesus. Na segunda-feira, recordaremos a unção de Betânia e a indignação de
Judas pelo gesto da mulher que unge os pés de Jesus e seca-os com seus cabelos,
prefigurando a unção do Corpo do Senhor na sepultura. A terça-feira santa é o
dia em que, com grande tristeza, Jesus anuncia a sua morte e também a traição,
indicando Judas como sendo o traidor. Já na quarta-feira santa, Judas trairá
Jesus, vendendo-o por trinta moedas. São esses os dias que antecedem e preparam
o início da Paixão do Senhor. Aproveitemos esses dias para uma boa confissão,
quem ainda não a fez!
Na quinta-feira santa, ainda pela manhã, a Igreja, numa solene celebração
eucarística presidida pelo seu bispo, reúne-se para celebrar a memória da
instituição do ministério sacerdotal. Nesta celebração fica visível o rosto da
Igreja, presidida pelo seu bispo, tendo ao seu redor seus padres e diáconos,
com todo povo santo de Deus. Nesta ocasião, os padres renovarão suas promessas
sacerdotais de servir a Deus e ao povo de Deus.
Ainda na quinta feira (à tarde ou noite), a Igreja se reunirá mais uma
vez, agora para abrir solenemente o Tríduo Pascal, com a celebração da Ceia do
Senhor, memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. Na ocasião recordaremos o
gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos indicando-lhes o mandamento do
amor. A celebração se conclui com a trasladação do Santíssimo Sacramento para o
altar da reposição. A partir deste momento, a Igreja retira-se em vigília de
oração, pois o Senhor, após a Ceia celebrada com os discípulos, será entregue
aos que irão condená-lo.
Sexta-feira santa, dia de jejum e de abstinência de carne, a Igreja
permanece em profundo silêncio orante, e é assim que começa a celebração da
Paixão e Morte do Senhor. A Igreja reunida ouve o relato da Paixão, faz
adoração ao Santo Madeiro da Cruz e, como povo sacerdotal, reza pelas intenções
universais da Igreja. Recordo que, na Sexta-feira Santa, todos somos convidados
a fazer um gesto de solidariedade concreta para com os cristãos que vivem na
Terra Santa (Israel, Palestina, Síria, Egito, Turquia...), onde nasceu a nossa
fé; lá os cristãos são poucos e passam por privações e precisam de nossa ajuda.
Façamos nossa oferta generosa na coleta para os “lugares santos”.
O Sábado Santo, pela manhã, prolonga o silêncio do dia anterior. A
Igreja, em oração, medita a sepultura do Senhor e o mistério de sua morte. Por
ela, o Senhor desce à “mansão dos mortos” para resgatá-los.
Chegada a noite, a Igreja, cheia de alegria e júbilo, reúne-se para o
grande anúncio da Ressurreição do Senhor. Com uma rica e longa celebração,
ouviremos as leituras que farão o grande resumo de toda história da salvação,
acompanharemos os que se prepararam para receber os sacramentos da iniciação,
renovaremos nossa fé batismal e finalmente cantaremos alegres o Aleluia que
anuncia a vitória de Jesus sobre a morte.
Domingo de páscoa é o grande dia e a mais importante celebração de nossa
fé. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, cantaremos com o salmista e assim
proclamaremos que a Páscoa de Cristo se faz viva e atual na vida de cada um de
nós, de cada família, de toda Igreja, e da criação inteira. Que nenhum católico
se dispense facilmente de celebrar em sua comunidade neste dia!
Feliz e santa Páscoa do Senhor para todos, com a bênção de Deus!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Lucas 23,1-49
Vivendo a Palavra
O processo contra Jesus de Nazaré continua acontecendo pela história afora. Façamos a leitura da Paixão, colocando no lugar de Jesus, os irmãos pobres, os marginalizados, segregados pela sociedade e desprezados pelos poderosos que, não raras vezes, dizem-se seguidores do Mestre da Galiléia...
Fonte: Arquidiocese BH em 24/03/2013
Reflexão
O domingo de Ramos abre a grande semana do povo
cristão: a Semana Santa por excelência, quando reviveremos os últimos
acontecimentos da vida de Jesus. Seguido pelos discípulos, Jesus caminha
decidido rumo a Jerusalém, onde é aclamado: “Bendito o que vem em nome do
Senhor”. Ele é o rei montado num jumentinho, símbolo de paz e de humildade. Ele
não tem uma corte nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Sua
entrada em Jerusalém não tem nada a ver com a pompa e o aparato dos reis, quando
estes chegam triunfantes a uma cidade após uma vitória. O povo humilde e
simples o acolhe com alegria e estende seus mantos pelo caminho. Alguns
incomodados tentam silenciar a multidão, mas o Mestre os alerta: se ela se
calar, as pedras (a natureza) gritarão, pois a própria natureza não suporta
violação e saberá reconhecer a libertação que vem pelo rei humilde. O plano de
Deus não pode ser obstruído, precisa ser revelado, mesmo que as pedras precisem
ser convocadas para isso. Entremos confiantes na Semana Santa e busquemos
acompanhar e vivenciar os momentos decisivos da vida de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O INOCENTE CONDENADO
A paixão de Jesus gira em torno de um paradoxo: um inocente condenado a
morrer como os bandidos e os marginais. Seus acusadores foram incapazes de
aduzir uma só prova consistente contra ele. A autoridade romana, que deveria
confirmar a sentença de morte dada pelo tribunal judaico, declarou não ter
encontrado em Jesus nada que justificasse uma punição. Foi por isso que Pilatos
achou por bem enviá-lo a Herodes, cuja jurisdição abrangia a Galiléia, na
tentativa de confirmar seu parecer. Ao ser enviado de volta, Pilatos deduziu
que também Herodes nada havia apurado contra Jesus.
A atitude do Mestre, ao longo de todo o processo, foi de silêncio. Ele
agia como o Servo Sofredor, que Isaías comparou com um cordeiro
manso, levado ao matadouro. Seu silêncio justificava-se. Era impossível buscar
a verdade dos fatos com quem estava fechado para a verdade. Não existe Lei para
quem se arvora em senhor da vida e da morte do próximo. Toda tirania descamba
para a injustiça.
A fragilidade de Jesus diante de seus carrascos tem a densidade de um
gesto profético. Ele se recusou, até o fim, a entrar na ciranda da violência,
que paga com a mesma moeda a injustiça sofrida. Não respondendo ao mal com o
mal, Jesus conseguiu desarticulá-lo, mostrando que é possível ao ser humano não
se deixar dominar por seus instintos perversos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de justiça, que a contemplação da morte de Jesus me torne
sensível às injustiças que, ainda hoje, se cometem contra tantos inocentes.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. ACOLHAMOS NOSSO REI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da
Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Lembro-me quando Pedro Augusto Rangel elegeu-se primeiro
prefeito da minha cidade de Votorantim recém emancipada, e o povo se
aglomerava no jardim "Bolacha", onde ele passou com um grupo
numeroso, a gente ficava na calçada em meio a multidão e acenávamos com a mão,
enquanto que ele nos retribuía com acenos e sorrisos. Eu me senti orgulhoso por
estar lá, apesar de ser um menino, pois o fato do prefeito ter retribuído o
aceno, dava-me a nítida impressão de que ele olhava para mim. Essa troca de
olhares, sorrisos, acenos, tudo é um sinal exterior daquilo que interiormente
estamos sentindo. Eu na verdade não sentia nada, mas percebi que meu pai estava
emocionado e dizia todo radiante “Esse é dos nossos, é do povão”.
O povo simples, postado á beira do caminho que levava a
Jerusalém, se identificavam com Jesus de Nazaré, havia em todos aqueles
corações, marcados pela esperança, um sentimento de alegria, porque o esperado
reino messiânico estava chegando naquele homem: Jesus de Nazaré, montado em um
jumentinho, para por um fim no reino da pomposidade. O mesmo sentimento
presente no coração do povo estava também no coração do Messias, porém, a
salvação e libertação que ele trazia era em seu sentido mais amplo.
A procissão do Domingo de Ramos exterioriza esse acolhimento,
essa aceitação de Jesus, no coração e na vida de quem crê, mas precisamos tomar
muito cuidado, para que o nosso canto de Hosana, não fique no oba-oba do
entusiasmo momentâneo, pois proclamá-lo nosso Rei e Senhor, significa um
rompimento com qualquer mentalidade ou cultura da modernidade, é a experiência
profunda da conversão sincera, é a prática de uma espiritualidade que
ultrapassa a religiosidade ou o simples devocional, e que nos coloca na linha
do discipulado.
A ruptura se faz necessária justamente porque as vozes
contrárias ao Reino, dos Poderes do mundo, tentarão sempre abafar ou distorcer
a palavra de Deus. Por isso, o servo sofredor, apresentado por Isaias na
primeira leitura, é alguém “duro na queda”, inflexível, convicto da missão, e
que nunca se deixa “engambelar”, porque tem a língua sempre afiada, não para
cortar a vida do próximo, mas para proclamar as Verdades de Deus, reconfortando
os tristes e abatidos, despertando esperança no coração de todos os que o
ouvem. Ainda é esse mesmo Deus que lhe abre ou ouvidos para que escute como
discípulo.
Escutar como discípulo requer a disposição interior em doar-se
totalmente por esta causa, por isso este Servo sofredor, que a igreja aplicou a
Jesus, coloca toda sua confiança no Deus que vem ao seu auxílio, e que jamais o
irá desapontar. Há ainda nessa liturgia, uma atitude que não deve faltar na
vida de quem se dispõe a acolher Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador,
é o esvaziamento, em grego “kênose”, que encontramos na segunda leitura dessa
liturgia, quem quiser encher-se como um pavão, e alimentar a vaidade da
santidade, nunca poderá ser discípulo autêntico, pois o Cristo que hoje
acolhemos é o Cristo da vergonha e humilhação, é o Cristo rebaixado á condição
de servo, é o Cristo que morre nu, pendurado em uma cruz, em uma morte
vergonhosa e extremamente humilhante.
Acolher e ovacionar Jesus neste domingo de ramos é bastante
comprometedor, por isso que a procissão expõe a fé da nossa igreja
publicamente, acenar com os ramos, cantar nossos hinos de louvores e de Hosana,
significa a disposição, a coragem e a fidelidade, para percorrer esse mesmo
caminho, na firmeza inabalável, ainda que o mundo nos apresente tantos atalhos
sedutores, onde podemos ser cristãos adocicados, ou se preferirem, cristãos de
“meia tigela”, sem sofrimento e sem nenhum compromisso com o ensinamento do
evangelho, como dizia um compadre na porta da igreja, em tom de brincadeira
“Ser cristão é coisa muito boa, o que atrapalha é a cruz”, assim pensa a
maioria dos cristãos da modernidade, e o próprio Pedro – Chefe da Igreja –
também pensava, pois negou o mestre por três vezes, hoje se nega muito mais.
O evangelho da paixão nos mostra o elemento fundamental na vida
do cristão: a oração, mas não aquela em que choramingamos diante de Deus,
pedindo para que ele mude a nossa sorte, nos favorecendo em tudo aquilo que
queremos, mas oração igual à de Cristo em sua agonia.
E finalmente, em um momento tenebroso, Lucas descreve a prisão
de Jesus, como uma vitória momentânea das trevas sobre a luz. Jesus hoje
continua preso, querem abafar o seu ensinamento, distorcer a essência do seu
evangelho, amenizar as exigências do ser cristão, transformando-o em um
cristianismo mais “light”. É bom durante a procissão de ramos, fazermos um
questionamento: De que lado nós estamos? Senão, esta Semana chamada de Santa,
será apenas mais uma entre muitas, cheia de piedade e devoção, e sensibilidade
capaz de arrancar lágrima dos olhos, nada que uma boa dramatização teatral,
também não consiga fazê-lo...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Pai, perdoa-lhes!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro
da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal
Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Segundo o Evangelho de Lucas, Jesus entra em Jerusalém depois de
uma longa viagem feita em etapas bem determinadas, nas quais os discípulos
foram sendo formados. Entra na Cidade Santa realizando as profecias
messiânicas. É o Messias que traz a paz. Messias humilde, montado num jumentinho,
mas acolhido como um rei. O povo canta aclamações e cobre o caminho com vestes
e flores.
No relato da paixão, São Lucas mostra Jesus compreensivo para
com os discípulos. Eles permaneceram fiéis. Dormiram, sim, no Getsêmani, mas
uma só vez, e por estarem sofridos. Jesus é o Mestre que perdoa. Não há falsas
testemunhas e Pilatos reconhece três vezes que Jesus é inocente.
O povo apoia Jesus. Ele cura a orelha do centurião, preocupa-se
com as mulheres, perdoa os que o crucificaram, promete o paraíso ao ladrão
arrependido: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Morre serenamente, entregando
seu espírito nas mãos do Pai. Morre entre dois criminosos, partilhando com eles
a miséria do pecado, abrindo-lhes, porém, o caminho da salvação. Também para o
malfeitor que morre por justa causa há esperança de salvação, se ele quiser
pedi-la. Cada relato da paixão nos oferece uma perspectiva distinta.
No Domingo de Ramos lemos a narrativa do Evangelista do ano. Na
Sexta-feira Santa, sempre a paixão segundo São João. É a paixão e a morte do
mesmo Senhor vistas sob ângulos distintos e apresentadas a comunidades também
distintas. São as narrativas mais antigas e por elas começaram a ser escritos
os Evangelhos. Lucas personifica o perdão, Marcos a rejeição e Mateus retrata os
participantes. O Cristo de João é o glorioso Senhor da História. Adoramos o
Senhor Jesus, que pela santa Cruz redimiu o mundo!
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
março 24th, 2013
Aqui começa a semana maior da nossa fé cristã.
Nesta Semana Santa não só lembraremos um fato histórico do passado, mas
celebraremos a presença viva de Cristo Jesus que padeceu, morreu e ressuscitou;
e leva em frente toda a nossa comunidade cristã pela presença do seu Divino
Espírito Santo, até os dias de hoje.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém e o povo
todo o acolhe: “Bendito aquele que vem como Rei em nome do Senhor! Paz no céu e
glória no mais alto dos céus!” E o Evangelho também fala solenemente da Paixão
do Senhor.
Jesus é apresentado, desse modo, com toda sua
humanidade, compartilhando a angústia e a dor dos homens frente à injustiça e à
traição, sem, por isso, perder a serenidade de quem confia e espera em Deus –
Ele é o “Servo Sofredor” que carrega o peso de toda humanidade como havia
anunciado o profeta Isaías.
Por outro lado, o processo permite que Jesus
enfrente ambas as autoridades: a civil e a religiosa, e proclame a Sua máxima
autoridade messiânica.
A Paixão de Jesus se toma assim, um desafio, um
alerta para a vida de seus seguidores. Trata-se de um convite a optar pelos
crucificados, pelos excluídos, pelos marginalizados da história, sempre
lembrando que a justiça de Deus se inicia ali, onde os homens sofrem a
injustiça dos opressores.
O exemplo de Jesus é um terno apelo para que
confiemos em Deus, apesar de tudo e contra tudo. Jesus nos ensina, com seus
gestos de perdão e reconciliação, que as adversidades não devem nos afastar de
uma oração ardente, constante e confiante.
A cruz de Jesus é um convite para superarmos
nossas opções egoístas e oferecer, doar ao irmão o melhor de nós mesmos e, se
for necessário, também nossa vida.
A sabedoria do homem é afirmação em si mesmo,
servindo-se do outro, e o seu poder é possuir, dominar e exaltar-se. A
sabedoria de Deus, expressa em Jesus crucificado, é afirmação do outro mediante
o extremo dom de si mesmo; seu poder é despojar-se de tudo, inclusive do
próprio “eu”, abaixando-se até à morte de cruz.
Por isso, a cruz de Jesus nos salva, dá-nos
equilíbrio, faz-nos viver bem em comunidade, respeitando as diferenças de cada
um. Jesus está em nossas cruzes. A Páscoa só será bem vivida se tivermos
certeza que a cruz é sinal de libertação.
Boa caminhada para Cristo, nossa Páscoa
definitiva!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 24/03/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos especial veneração pela
meditação da Paixão e Morte de Jesus de Nazaré. Que aprendamos com Ele a
aceitar a dor inevitável, mergulhar nela e encontrar no seu âmago a porta que
nos conduzirá – através e além dela – à nossa Ressurreição. Pelo mesmo Cristo
Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH
em 24/03/2013
OU
Lc 22,14–23,56
Comentário do Evangelho
Jesus, servo obediente de Deus
Hoje, começa a Semana
Santa. Neste dia como na Sexta-Feira Santa, a palavra deve ceder lugar à
contemplação. Entrando em Jerusalém, Jesus entra em sua cidade, para levar a
termo a vontade do Pai. Entra como “Príncipe da Paz” que reconcilia a
humanidade com Deus.
A primeira coisa a ter
presente no relato da paixão é que Jesus é o servo obediente de Deus. Depois,
que a traição contra Jesus é feita por um dos discípulos, por alguém que gozou
do convívio com o Senhor. Mas não foi só um que o traiu, os outros onze também
o abandonaram, diante da ameaça da morte. A pergunta se nos impõe: Onde estamos
nós na paixão do Senhor?
Não será o sofrimento
nem a morte que farão o Senhor sucumbir ou desistir do seu caminho para o Pai.
Na hora decisiva, a última e definitiva entrega: “Pai, em tuas mãos
entrego o meu espírito”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de justiça, que a contemplação da morte de Jesus me torne
sensível às injustiças que, ainda hoje, se cometem contra tantos inocentes.
Fonte: Paulinas em 24/03/2013
VIVENDO A PALAVRA
Quando,
antes de ser crucificado, Jesus disse «Desejei muito comer com vocês esta ceia
pascal…» Ele, com certeza, não se limitava aos convivas daquela ocasião, mas
falava a todos os futuros discípulos, que somos nós, hoje. Tomemos consciência
de que cada Celebração Eucarística nos faz presentes à Santa Ceia.
COMENTÁRIO
DO EVANGELHO
1.
O REBAIXADO
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Rebaixamento é uma
palavra que no esporte causa calafrios a dirigentes, jogadores e torcedores,
cair para uma divisão inferior é humilhante e porque não dizer “doloroso”,
ainda mais quando o time pertence à divisão de elite do futebol.
Isso também se aplica
em nossa vida, na realização pessoal em todas as dimensões: social, política e
econômica, onde a formação escolar e profissional, agregada á evolução
cultural, permite ao homem galgar patamares mais altos, conquistando respeito,
prestígio, sucesso e enfim a fama.
O homem foi criado por
Deus para a ascese. Às vezes, o modo que o homem utiliza para essa ascensão nem
sempre está em sintonia com o projeto de Deus, quando a mesma se faz através da
mentira, desonestidade e exploração do semelhante. Neste caso já não se trata de
um projeto divino, mas sim diabólico.
Literalmente falando, o
Jesus do evangelho é um rebaixado, no aspecto moral, social, político e
religioso do seu tempo e na semana santa, que se inicia nesse domingo de ramos,
não celebramos, como muitos pensam, um Cristo morto e derrotado, mas a liturgia
própria dessa semana reaviva em nossa mente e coração a via dolorosa que Jesus
percorreu para alcançar a glória, fazendo para isso a sua “kênose”, ou
esvaziamento, como afirma o apóstolo São Paulo na carta aos hebreus “não
ursupou da sua divindade mas esvaziou-se a si mesmo”.
Em resumo, Cristo
desceu ao mais baixo grau da condição humana, fazendo-se escravo e morrendo
como um bandido, sendo desprezado pelos homens, que o viam como um maldito
diante de Deus.
No Antigo Testamento
conhecemos homens santos, considerados justos diante de Deus, porém, nem o mais
virtuoso dos homens seria capaz de realizar tão grande ato de amor, como fez
Jesus, que se apresenta como o homem novo, santo e perfeito, que com a salvação
resgatou o ser humano, livrando-o da condenação eterna, pois a ofensa que
causara a ruptura fora muito grande e imperdoável e por isso, o ato da redenção
teria de ser proporcional ao pecado cometido, pois somente dessa maneira o
homem se reabilitaria diante de Deus, resgatando a comunhão perfeita do paraíso
onde Deus o colocara desde a sua origem.
É precisamente essa
alegria, de uma humanidade renovada que ecoa nesse domingo de ramos no
evangelho de Lucas, com a narrativa da entrada triunfal na cidade santa de
Jerusalém. Não se trata de um triunfo momentâneo, ou de um engodo que arrastará
Jesus para o fracasso da cruz, ao contrário, é a expressão mais alta e sincera
da gratidão do homem, que se manifesta no louvor ao Rei bendito, que vem em
nome do Senhor. Jesus já tinha tomado a decisão, após compreender a vontade de
Deus a seu respeito e por isso subiu a Jerusalém, para ser a páscoa definitiva
que iria redimir a toda a humanidade.
O relato da paixão
segundo Lucas parece ir na contramão da história, porque termina
melancolicamente com o enterro de Jesus e com ele, parecia que o homem havia
enterrado todos os seus sonhos e esperanças que ainda havia no coração daquele
povo. A caminhada humana por essa vida parece terminar de maneira também tão
melancólica, mas precisamos prestar atenção no contexto da narrativa, a fidelidade
de Jesus ao Pai e o seu amor pela humanidade, o fará superar toda rejeição,
ódios e traições, presente no coração dos que tramaram sua morte, e no cálice
de amargura que ele não se recusou tomar, estava o mais doce de todos os amores
que o homem já experimentou.
O grupo dos discípulos
não é perfeito, Judas o traiu, Pedro o negou e além do mais discutiam entre
eles quem seria o maior. Em cada personagem que protagoniza a narrativa podemos
nos ver, nem sempre fazendo um bom papel.. os que dormem enquanto Jesus se
angustia, são os cristãos que não vivem a fé encarnada, que consegue vislumbrar
Jesus em todos os que sofrem. Há também os que o traem como Judas, porque não
aceitam seu evangelho como referência máxima para se viver, ou ainda os que
como Pedro, dizem que são capazes de dar a vida pelo mestre mas na hora mais
crítica, em que a sociedade não aceita sua doutrina, alegam que não o conhecem.
Também é bom lembrar
que o primeiro julgamento de Jesus foi feito na própria comunidade dos judeus,
há comunidades onde o moralismo exacerbado provoca julgamento e condenação de
outros Cristos. Pilatos representa aqueles cristãos que jogam o problema para
outros resolverem, falam contra o governo, contra o sistema, contra a
ideologia, falam até da própria Igreja, mas nunca tem coragem de assumir, dizer
o que pensam e mover uma ação em favor da vida dos inocentes. Já o grande
Herodes são os cristãos que conhecem a Jesus, ouviram falar de suas maravilhas
e exigem seus sinais prodigiosos, para que possam crer. São os que correm atrás
do Cristo dos espetáculos que atraem as multidões.
Por isso, antes de
agitar nossos ramos e cantarmos hosanas e louvores ao Cristo, nesse domingo de
ramos, precisamos nos perguntar que cristãos somos nós e de que lado estamos...
José
da Cruz é Diácono da
Paróquia
Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós não sabemos como agradecer-Te o infinito dom
de teu Filho Unigênito que, encarnando-se em Jesus de Nazaré, fez conosco a
experiência humanam para nos tornar divinos com Ele. Acolhe, Pai querido, o
nosso silêncio agradecido e reverente. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e
nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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