ANO B

Lc 9,22-25
Comentário do
Evangelho
A decisão livre de seguir o
Senhor
O trecho do evangelho de hoje é uma prolepse, ou seja, uma
antecipação literária do acontecimento futuro de Jesus. A finalidade dos
relatos do anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus é preparar os
discípulos e o leitor do evangelho para esses eventos, de modo que eles não
esmoreçam. Essa prolepse introduz as exigências do seguimento de Jesus. O
caminho dos discípulos não pode ser outro que o do Mestre, pois o discípulo não
é maior que o mestre, nem o servo maior que o seu senhor (cf. Mt 10,24-25). Por
essa razão, é preciso liberdade diante da própria vida. A decisão livre de
seguir o Senhor deve ser acompanhada da atitude que caracteriza o seguimento:
“Renunciar a si mesmo”. Trata-se do desafio de não permitir que seus projetos
pessoais se anteponham à vontade de Deus, e exige uma atitude positiva de
entregar a própria vida. A vida recebida como dom de Deus não está garantida na
defesa das seguranças e privilégios pessoais, mas na disposição da própria vida
em favor do “evangelho de Jesus Cristo” (cf. Mc 1,15). Nós não seremos
plenamente livres enquanto persistir o medo da morte.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Tende piedade de mim, ó Deus, por vosso
amor! Criai em mim um coração puro, renovai um espírito firme no meu peito.
Vivendo a Palavra
Tomar a minha cruz e seguir Jesus: significa
viver o momento presente, com tudo que ele possa trazer de dores e alegrias, de
medos e ousadias, com o espírito do Cristo, isto é, confiantes no Pai
Misericordioso que nos tornou irmãos do Filho Unigênito e certos de que,
ressuscitados com ele, somos herdeiros do Reino de Amor.
Reflexão
O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que
vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua vida. Jesus nunca viveu
para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus irmãos e irmãs, fazendo do
seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo. A exemplo de Jesus, nós devemos
passar por esse mundo não para buscar a satisfação dos nossos interesses e
necessidades, mas para deixar de lado tudo o que nos impede de ir ao encontro
de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós, da nossa presença e do nosso
serviço, e que também nos impede de ir ao encontro do próprio Deus para
vivermos com ele a sua vida.
Comentário do Evangelho
PERDA É
SALVAÇÃO
A conclusão da caminhada terrena de Jesus
escondia um sentido dificilmente compreensível pelos discípulos. O horizonte
messiânico no qual se moviam e com o qual interpretavam a pessoa do Mestre
impedia-os de compreender, em profundidade, o que o fato requeria. Para ser
entendida, em sintonia com o pensar de Jesus, era preciso fazer uma violenta
inversão de valores. O esquema tradicional era insuficiente para explicá-la.
Na
lógica de Jesus, ou seja, na lógica do Reino, a perda é penhor de salvação, ao
passo que a salvação, entendida à maneira do mundo, é fator de perda. Daí ser
possível esperar que, da humilhação de Jesus resulte exaltação, do abandono por
parte dos amigos e conhecidos provenha a solidariedade do Pai, do sofrimento
redunde a mais plena alegria, e a morte seja superada pela ressurreição.
O
contraste entre o projeto de Jesus e a mentalidade de seus discípulos era
flagrante. Não lhes passava pela cabeça a possibilidade de existir um Messias
cuja glória fosse alcançada em meio a sofrimentos e, muito menos, num contexto
de morte violenta.
Só a
fé na ressurreição pode nos levar a dar crédito às palavras de Jesus. Com ela,
o Pai deu seu aval às palavras do Filho, assegurando-lhe sua veracidade. Jesus
provou ser impossível experimentar a misericórdia do Pai sem abrir mão das
ambições mundanas. Só quem é capaz de renunciar-se a si mesmo como ele,
experimentará a salvação.
Oração
Pai, dá-me a firme
disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar
unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
REFLEXÕES
DE HOJE

DIA 19 DE FEVEREIRO–QUINTA
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Quem perder a sua
vida por causa de mim, esse a salvará.


HOMILIA - Lc 9,22-25
A VITÓRIA DA VIDA SOBRE A MORTE
Para Lucas, a morte de Jesus é a garantia da
Sua ressurreição. Porque ele vê no anúncio a certeza deste falto. Pela
confiança que ele próprio deposita nas palavras de Mestre: O Filho do Homem
terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos
sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será
ressuscitado.
Portanto, narra a morte de Jesus como vitória sobre
o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte ,e a de descer aos infernos
e lutar com a morte, era uma idéia bem conhecida no oriente e no ocidente. Faz
parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis. Esta idéia
penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma
perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a
salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos ,
desde Adão até o último homem.
“A concepção é de que Cristo, na hora de sua
morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No Novo
Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica. Em Mt 27,51-53 se narra
que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos
saíram de suas sepulturas e entraram na cidade. Assim Jesus, pela sua morte
liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se
o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se
confundem. A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste
poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10;
Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne,
também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte,
reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb
2,14).
Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
]Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
De que adianta conquistar o mundo e perder a
vida?
De que adianta conquistar o mundo inteiro e perder a vida e a
eternidade? Para seguir a Jesus é preciso renunciar a si mesmo e carregar a sua
cruz.
“Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se
se perde e se destrói a si mesmo?” (Lucas 9, 25).
A Palavra de Deus hoje nos convida a seguirmos Jesus. Para seguir o Senhor é
preciso dois passos fundamentais: o primeiro é renunciarmos a nós mesmos,
ter coragem e determinação para vencermos o maldito orgulho que temos em nosso
coração, que nos enche de amor-próprio e, muitas vezes, só nos permite ver e
querer o mundo à nossa maneira.
O
orgulho nos cega a ponto de, muitas vezes, não enxergarmos o outro e de não
entendermos que Deus é mais do que tudo, é mais do que nós e que dependemos
d’Ele. O orgulho nos cega a ponto de não reconhecermos os nossos pecados e nos
mantém cativos de modo a querermos ser o centro das atenções. O orgulho é um
pecado maldito que nos mantém privados da graça de Deus.
Por
isso quem quiser seguir a Jesus terá que renunciar a si mesmo. Muitas vezes,
será preciso perder para poder ganhar, levar desvantagem em relação aos outros,
mas vantagem em relação a Deus. Somente ao renunciarmos a nós mesmos e
vencermos esse orgulho, que há em nós, seremos vitoriosos e teremos uma vida
mais calma e mais confiante. Assim, as disputas e as comparações, que há em
nosso meio, vão cessar.
Quem
renuncia a si mesmo dá o segundo passo no seguimento a Jesus: carrega a sua cruz de cada
dia e assim segue o Senhor aonde quer que Ele vá. Carregar a
cruz de cada dia é carregar o peso dos nossos compromissos e responsabilidades,
a responsabilidade de ser aquilo que assumimos ser no mundo. Se sou pai (mãe) preciso
assumir a minha paternidade (maternidade) com força e abnegação e com tudo
aquilo que ela exige.
Muitas
vezes, a nossa cruz se torna pesada devido a doenças que não compreendemos ou a
situações complicadas em casa ou no trabalho. Eu abraço a minha cruz quando
assumo o que sou e as responsabilidades que tenho sem me desesperar, sem querer
jogar essa cruz de lado e sem deixar de assumir que a graça de Deus é maior do
que tudo.
Abraçar
a cruz significa não colocar a busca dos bens materiais como motor que
direciona a minha vida. De que adianta conquistar o mundo inteiro e ficar
milionário e perder a minha vida e a eternidade? Cada coisa vivida com
equilíbrio e sobriedade nos coloca mais perto do coração de Deus e não nos
permite viver iludidos neste mundo.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração
Final
Pai Santo, livra-nos da angústia pelo passado mal vivido e da
ansiedade pelo futuro que tememos. Faze-nos sábios e corajosos para viver o dia
que chama hoje, o momento que chama agora, fazendo o bem a todos, sempre
procurando seguir o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

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