ANO B


16 de Dezembro
de 2014
Mt 21,28-32
Comentário do
Evangelho
Nova ordem do Reino.
Esta parábola dos dois filhos responde a uma dificuldade
persistente não somente no tempo da vida terrestre de Jesus, mas igualmente na
comunidade cristã primitiva, a saber, a admissão dos pagãos, dos publicanos e
pecadores na mesa do Reino de Deus. Os interlocutores de Jesus são os sumos
sacerdotes e os anciãos (cf. v. 23). A mensagem desta parábola é relativamente
simples e pode ser expressa nesses termos: o filho que primeiro diz não e
depois diz sim vale mais do que aquele que diz sim, mas depois não obedece ao
pai. O valor do homem não está na sua intenção, mas nos seus atos. Na sequência
da parábola Jesus identifica os publicanos e as prostitutas com o primeiro
filho. A precedência deles se dá pelo fato de terem crido na pregação de João e
de se arrependerem de suas faltas; ao contrário dos interlocutores de Jesus,
que não creram nem em João Batista nem tampouco em Jesus. Isso significa que na
nova ordem do Reino os pecadores ocupam o lugar daqueles que se julgavam
dignos, os sumos sacerdotes e os anciãos. Para a comunidade cristã primitiva, o
texto apela ao acolhimento dos pecadores e publicanos que foram movidos à
conversão.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta
a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta
a teu apelo não seja pura formalidade.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Novamente
o Evangelho nos mostra a pessoa de João Batista e a sua missão de precursor do
Messias. Acreditar nas palavras de João acarreta na vivência do compromisso da
conversão, e não uma mera conversão de palavras, mas conversão que exige gestos
concretos que a demonstre. Por isso que Jesus nos conta inicialmente a
parábola. Ele nos mostra que de nada adianta a adesão a uma religião formal,
ritualista, que não tenha nenhum vínculo com a vivência do amor, pois o que é
necessário é o cumprimento da vontade de Deus, e não o que falamos a ele, pois
a fé é para ser vivida e não simplesmente anunciada.
FONTE: CNBB
Comentário do Evangelho
QUEM FAZ A VONTADE DO PAI
Jesus
denunciou, corajosamente, a atitude de certas lideranças religiosas de seu
tempo. O ponto polêmico girava sempre em torno da maneira como estes líderes se
relacionavam com ele. Apesar de serem tidos como piedosos e tementes a Deus,
eram incapazes de perceber a presença do Pai na vida e na ação de Jesus, e de
reconhecê-lo como seu enviado. Tal obstinação era insuportável para o Mestre.
Entretanto,
Jesus se dava conta de estar sendo acolhido com carinho pelas pessoas, vítimas
da discriminação social e religiosa. Os pecadores, as pessoas de má vida, os
desprezados cobradores de impostos eram sensíveis à sua pregação e se deixavam
tocar por ela. Entre eles, o ministério de Jesus produzia bons frutos e atingia
seu objetivos.
O
contraste entre as duas atitudes era gritante. Havia os que pretendiam estar
próximos de Deus, mas se fechavam para Jesus e insistiam em não dar valor às
suas palavras. E havia os que pareciam viver à margem de Deus, porém tinham
suficiente clarividência para intuir que, em Jesus, a salvação se fazia
presente na história humana. Assim, os primeiros estavam longe de agradar a
Deus, embora aparentemente dessem mostras do contrário. Os segundos - as
meretrizes e os pecadores - agiam de forma agradável a Deus, por terem chegado
à fé em Jesus, reconhecendo-o como salvador. Por isso, teriam precedência no
Reino.
Oração
Senhor Jesus, dá-me clarividência para reconhecer-te como
presença da salvação de Deus, na história humana, e assim, fazer a vontade do
Pai.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que por meio do vosso unigênito nos transfigurastes
em nova criatura, considerai a obra do vosso amor e purificai-nos das mancas da
antiga culpa no advento do vosso filho. Que convosco vive e reina, na unidade
do Espírito Santo.
FONTE: dom total

17 de Dezembro
de 2014
Mt 1,1-17
Comentário do
Evangelho
Em Jesus, uma nova história do
universo começa
Os antigos atribuíam à genealogia uma importância capital, pois
ela tinha como finalidade inserir a pessoa no tecido social e histórico de um
povo. À diferença de Lucas que remete a origem de Jesus a Deus (Lc 3, 23-38),
Mateus a faz remontar a Abraão (v.1). A finalidade é mostrar que ele é
plenamente membro do povo de Israel. Davi também é mencionado no primeiro
versículo porque para os judeus o Messias seria descendente de Davi. Para a fé
cristã que relê o Antigo Testamento à luz do Ressuscitado, Jesus é descendente
de Davi segundo a carne (Rm 1,3; Lc 1,32). A Abraão é prometida a benção da
qual todas as nações seriam beneficiadas. Desse modo, remontar a genealogia de
Jesus a Abraão é um modo de afirmar o caráter universal da missão de Jesus.
Mais ainda, para o cristão a genealogia de Jesus visa fazer compreender que
nele se resume toda a história passada de Israel, desde a criação. Com a
encarnação do Verbo de Deus, a criação chega à sua plenitude, pois tudo foi
criado para ele. Em Jesus, uma nova história do universo começa.
Pe. Contieri
Oração
Ó Deus,
criador e redentor do gênero humano, quiseste que o vosso Verbo se encarnasse
no seio da Virgem. Sede favorável à nossa súplica, para que o vosso Filho
Unigênito, tendo recebido nossa humanidade, nos faça participar da sua vida
divina.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
A vinda
de Jesus ao mundo foi precedida de uma história: a história do povo de Israel,
que tem o seu início com Abraão, desenvolve-se até atingir o seu apogeu com o
Rei Davi, depois entra em declínio até atingir o seu ponto mais baixo com
Josias e o exílio da Babilônia, para depois evoluir até chegar à plenitude dos
tempos com a Jesus, Deus presente e atuante na história dos homens, que vai ser
a realização da promessa a Abraão que nele serão abençoadas todas as nações da
terra e a salvação chega para todos os povos com a libertação do pecado e da
morte e a presença do próprio Deus na vida de todos nós.
FONTE: CNBB
Comentário do Evangelho
A CRIAÇÃO CONSUMADA
O longo
elenco genealógico forjado pelo evangelista para explicitar a linhagem davídica
de Jesus – filho de Davi –, esconde, em suas entrelinhas, um rico filão
teológico. Uma de suas vertentes é o tema da criação levada à sua plenitude com
a irrupção de Jesus na história humana. A genealogia pretende ser uma releitura
do Gênesis e não o resultado de uma pesquisa minuciosa a respeito dos
antepassados do Messias.
O
cabeçalho da genealogia é introduzido pela expressão “livro do gênesis de Jesus
Cristo”. Tudo nela gira em torno do verbo “gerar”, dar vida, trazer à
existência, encaminhando-se para a geração de Jesus, como ponto para onde
converge todo o dinamismo da História. Nele as gerações chegam a termo. Não se
dirá “Jesus gerou ...”, por se constituir o definitivo ponto de referência de
tudo quanto existe.
O
evangelista também serviu-se de uma rica simbologia numérica, em voga nos
círculos rabínicos da época, para alcançar seu objetivo. O número quatorze
multiplicado por três corresponde a quarenta e dois, ou seja, seis vezes sete.
Na aritmética teológica hebraica, o número seis indicava imperfeição, carência.
Ele corresponderia aos seis dias da criação. Competia ao Messias Jesus
inaugurar o sétimo dia para levar a criação à plenitude.
Na
concepção de Jesus, a presença do Espírito Santo, comparável ao vento que
soprava sobre as águas por ocasião do primeiro gênesis, completa o simbolismo:
em Jesus tem início a criação nova e verdadeira. É a criação consumada!
Oração
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à
plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o
amor para o qual foi criado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, criador e redentor do gênero humano, quisestes que
o vosso Verbo se encarnasse no seio da Virgem. Sede favorável à nossa súplica,
para que o vosso Filho unigênito, tendo recebido nossa humanidade, nos faça
participar da sua vida divina. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total

18 de Dezembro
de 2014
Mt 1,18-24
Comentário do
Evangelho
A missão de José é dar
nome ao Filho de Deus
Os relatos da infância de Jesus, presentes nos evangelhos de
Mateus e Lucas, com traços característicos de cada um dos evangelistas, são
fruto da reflexão contínua da Igreja e do aprofundamento sobre a sua fé.
Segue-se à genealogia o anúncio do nascimento de Jesus. Se, em Lucas, o anúncio
é feito a Maria, em Mateus, por questões apologéticas, ele é feito a José, em
sonho. Diante do fato da gravidez de Maria, José pensa em deixá-la livremente.
Não é repúdio propriamente, pois não há matéria para tal. A razão da decisão de
José é que ele tem consciência do mistério de Deus presente na gravidez dela. É
exatamente nisso que ele é justo: não quer tomar para si o que Deus reservou
para ele. Mas a palavra do anjo, isto é, a revelação de Deus, converte a
atitude pretendida de José. A maternidade de Maria é obra do Espírito Santo
(v.18). A missão de José é dar nome ao Filho de Deus, isto é, dar existência
histórica ao Emanuel. José, o justo, quando acordou do sono, compreendendo o
que do desígnio de Deus estava por se realizar, acolheu, como servo bom e fiel,
Maria como sua esposa, assim como o anjo havia mandado.
Pe. Contieri
Oração
Ó Deus
todo poderoso, concedei aos que gemendo na antiga escravidão sob o jugo do
pecado, a graça de ser libertados pelo novo natal do vosso Filho que tão ansiosamente
esperamos.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Os
profetas anunciaram que o Messias seria da descendência do rei Davi, e esta
descendência vem por meio de José. As Sagradas Escrituras não narram se Maria
era descendente de Davi. José não teve nenhuma participação no Mistério da
Encarnação, mas mesmo assim, cooperou com a realização das profecias ao
reconhecer Jesus como seu filho e, ao dar-lhe o seu nome, lhe transmite todos
os direitos da descendência davídica. Com isso, o Evangelho de hoje nos mostra
que, embora a salvação seja obra de Deus, a colaboração humana é necessária
para a sua realização e somente pode ser considerado verdadeiramente santo
aquele que procura participar da obra salvífica da humanidade como colaborador
do próprio Deus.
FONTE: CNBB
Comentário do Evangelho
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
A
perícope evangélica da concepção virginal de Jesus tem sido objeto de
controvérsia. As interpretações são desencontradas tanto por desconhecermos
elementos fundamentais para compreendê-la, o que não acontecia com as
comunidades primitivas, quanto por projetarmos nossos preconceitos sobre o
texto bíblico.
O
Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de
respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou
fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da
fé da Igreja.
Jesus
não entra na História como resultado do esforço humano de construir a própria
salvação. Ele tem sua origem em Deus, em quem toda a sua existência está
alicerçada.
Sua
origem evoca o relato da criação, no Gênesis, onde tudo existe pela vontade
soberana de Deus. Jesus, e com ele a salvação da humanidade, é a derradeira
obra divina.
Jesus
é o dom de Deus a ser acolhido pela humanidade. Torna-se, portanto, inútil
qualquer esforço humano de construir a salvação pelas próprias mãos. O ser
humano só pode salvar-se por obra de Deus. Qualquer outro caminho estará fadado
ao fracasso.
A
referência ao Espírito Santo aponta para um tipo de ação inefável e misteriosa
de Deus em relação à mãe do Messias. O mesmo Espírito Santo, instrumento da
ação divina desde os primórdios da Criação, fez-se também presente quando do
nascimento do Messias Jesus. A esta força divina é que se deve sua presença no
mundo.
Oração
Pai, ajuda-me a contemplar sua ação maravilhosa em relação à
concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de
salvação para toda a humanidade.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei aos que gememos na antiga
escravidão sob o jugo do pecado a graça de ser libertados pelo novo natal do
vosso Filho, que tão ansiosamente esperamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total

19 de Dezembro
de 2014
Lc 1,5-25
Comentário do
Evangelho
A revelação da fidelidade de
Deus
O sincronismo histórico é um dos traços característicos dos
relatos da infância de Lucas. Ele visa situar o evento da salvação na história
da humanidade. O anúncio do nascimento de João Batista é feito a Zacarias, no
Templo de Jerusalém. Na apresentação dos pais de João, Lucas observa que ambos
eram justos, isto é, eles seguiam em tudo os mandamentos e os preceitos da Lei
de Deus. Lucas observa, ainda, que, não tinham filhos. Observação importante
porque, para Dt 28, 1-14, a bênção dos filhos era a consequência do cumprimento
irrepreensível dos mandamentos da Lei do Senhor. Contradição? Deus não cumpre o
que promete? O anúncio do anjo a Zacarias é a revelação da fidelidade de Deus.
O que Deus diz ou promete, ele cumpre. A mudez de Zacarias não é somente sinal
de sua incredulidade, mas, para o povo que o aguardava do lado de fora do
santuário, será um sinal da intervenção de Deus.
Pe. Contieri
Oração
Pai,
atendendo à oração de Zacarias, manifestaste tua misericórdia para com o justo
sofredor. Sê também benévolo diante das nossas angústias.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
A
Bíblia nos apresenta alguns casos em que mulheres que não poderiam ter filhos
ficaram grávidas. Podemos citar alguns exemplos: Sara, esposa de Abraão e mãe
de Isaac; a esposa de Manué, que era estéril e deu à luz Sansão; Ana , esposa
de Elcana, que era estéril e deu à luz Samuel; e Isabel, esposa de Zacarias,
que deu à luz João Batista. Cada vez que uma mulher estéril fica grávida,
alguma coisa importante vai acontecer. Com Isaac, a formação do povo de Israel,
com Sansão, a derrota dos filisteus, que permitiu a permanência do povo de
Israel na Terra Prometida, com Samuel, a formação do Reino de Israel e com João
Batista, a chegada da plenitude dos tempos.
FONTE: CNBB
Comentário do Evangelho
A ORAÇÃO ATENDIDA
Zacarias
serviu-se da ocasião oferecida pelo serviço sacerdotal desempenhado no templo
de Jerusalém para abrir seu coração a Deus, confessando-lhe a angústia de
morrer sem deixar descendência. Sendo ele e sua mulher de idade avançada, com o
agravante da esterilidade de Isabel, seria ingênuo imaginar que alguma novidade
pudesse acontecer. Restava-lhes somente conformar-se com o opróbrio que lhes
competia suportar.
O
sofrimento do casal Zacarias e Isabel tinha tudo a ver com o sofrimento do
justo. Ambos eram irrepreensíveis na sua conduta religiosa. Nem um só
mandamento ou preceito escapava de seu empenho de fidelidade a Deus. Por que,
então, se abatera sobre eles a maldição de estarem fadados a morrer sem deixar
descendência?
A
oração do justo, feita do mais profundo de sua dor, foi devidamente ouvida por
Deus. O anjo do Senhor anuncia a Zacarias o nascimento de um filho, ao qual
será dado o nome de João. Repleto do Espírito Santo, ser-lhe-ia confiada uma
missão grandiosa: reconduzir os filhos de Israel para Deus, de modo a
prepará-lo para acolher a salvação que Deus reservara à humanidade, por meio de
seu Messias.
A
superação da ignomínia dos justos – Zacarias e Isabel – foi além de suas
expectativas. A misericórdia que lhes fora manifestada era um aspecto da benevolência
mais ampla que o Pai reservara a toda a humanidade.
Oração
Pai, atendendo à oração de Zacarias, manifestaste tua
misericórdia para com o justo sofredor. Sê também benévolo diante das nossas
angústias.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que revelastes ao mundo o esplendor da vossa glória
pelo parto virginal de Maria, dai-nos venerar com fé pura e celebrar sempre com
amor sincero o mistério tão profundo da encarnação. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total

20 de Dezembro
de 2014
Lc 1,26-38
Comentário do
Evangelho
A fé não se faz de certezas
Ainda que figurem nas
primeiras páginas do evangelho segundo Lucas os relatos da infância, dos quais
nosso texto do evangelho de hoje é parte, foram os últimos escritos do
evangelho. Eles são fruto da compreensão e do aprofundamento da fé pascal e, por
isso, de uma teologia mais elaborada. O anúncio do anjo a Maria e o diálogo
entre eles visam enfatizar a iniciativa de Deus na encarnação do verbo. A
iniciativa de Deus, no entanto, quis contar com o consentimento livre da jovem
Maria, que é apresentada como “a que recebeu o favor de Deus” (v. 28). O favor
ou a graça de Deus a Maria consiste no fato de Elegê-la, segundo a carne, mãe
do seu Filho único. Nem a esterilidade de Isabel nem a pouca idade de Maria, ou
a sua virgindade, são obstáculos para que Deus realize o seu plano de amor em
favor de toda a humanidade. A fé não se faz de certezas, mas em meio a dúvidas
e, apesar delas, na confiança inabalável na Palavra de Deus. Maria é
apresentada como aquela que escuta, confia e se engaja plenamente na realização
da vontade de Deus. Nisso ela é modelo do discípulo e da Igreja.
Pe. Contieri
Oração
Pai,
dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube
discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Maria
recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer
isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o Evangelho de ontem,
percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que
atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas
isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta
"esterilidade", Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio
Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história
e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas.
FONTE: CNBB
Comentário do Evangelho
ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA
A
saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde
habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher
sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em
casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de
seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma “agraciada”, “plena da graça”
divina?
Maria
estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de
mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de
si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para
ser mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e autosuficiência, Maria
podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la
templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio
de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se
tornar “escrava do Senhor”, e permitir que a vontade divina acontecesse em sua
vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus!
Tudo
quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e
superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva
nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força
que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada
pelo anjo.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de
forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a
humanidade.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Deus, ao anúncio do anjo, a virgem imaculada acolheu
vosso Verbo inefável e, como habitação da divindade, foi inundada pela luz do
Espírito Santo. Concedei que, a seu exemplo, abracemos humildemente a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total

21 de Dezembro
de 2014
Lc 1,26-38
Comentário do
Evangelho
Maria experimenta Deus vivendo
nela
Davi queria construir um
templo para abrigar a arca da Aliança. Através da arca, que continha as tábuas
da Lei, o povo experimentava a presença de Deus. Sobre a sua intenção de
construir referido templo, ele consulta o profeta Natã, o mesmo que denunciou o
grave pecado do rei. No entanto, a resposta de Natã a Davi não agradou a Deus:
“realiza o projeto que tens no coração”. Deus faz Natã voltar atrás e comunicar
a Davi o que Ele deseja. Deus não é prisioneiro de nossos projetos nem tampouco
de nossos caprichos. Davi invertia a ordem das coisas: não era ele o benfeitor
de Deus, mas Deus quem era o benfeitor de Davi. O mal de Davi era a sua
vaidade. Se Deus, à época, rejeita para si um santuário, é porque o seu Filho,
encarnado para a salvação de toda a humanidade, será o lugar de sua habitação.
Na tradição da Igreja, a “arca da Aliança” é
Maria, pois ela carregou no seu próprio seio a Palavra encarnada do Pai. Se
Maria é a arca, Jesus é, como dissemos acima, o “Templo” no qual Deus habita e
é encontrado. Nesse “Templo” não há o véu que esconde o rosto de Deus, pois Ele
é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15). Estando diante dele, se está diante de
Deus (cf. Jo 14,9). O texto do anúncio do anjo a Maria é surpreendente. É Deus
quem toma a iniciativa de vir ao encontro do ser humano para fazê-lo participar
da obra do seu amor. O relato, tomado no seu conjunto, mostra que Deus vai
manifestando e fazendo compreender o seu projeto de amor num diálogo permanente
com o ser humano. É em nossa história pessoal que Deus trava um diálogo
conosco, como fez com Maria, para nos dar a possibilidade de participar de sua
própria vida. Gerando, segundo a carne, o Filho de Deus, Maria experimenta Deus
vivendo nela, e ela se experimenta participando da vida divina. No dinamismo da
encarnação, em que a criação chega à sua plenitude, Deus quis contar com o ser
humano. Nem a esterilidade de Isabel nem tampouco a virgindade de Maria foram
impedimentos para que Deus cumprisse a sua palavra. A liberdade do ser humano
poderia ter sido um impedimento. No entanto, em Maria, ícone da Igreja, Deus
encontra o “sim”, a adesão humana necessária para que o seu Verbo tivesse uma
existência histórica, como membro de um povo.
Pe. Contieri
Oração
Infundi
Senhor em nossos corações a vossa graça, para que, conhecendo pela anunciação
do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e morte, à
glória da ressurreição.
FONTE:
PAULINAS
Comentário do Evangelho
A AGRACIADA DE DEUS
O Anjo
do Senhor definiu Maria como a repleta de graça. Nesta afirmação, está contido
um movimento de dupla direção: de Deus para Maria - de Maria para Deus. E,
neste movimento articula-se o mistério divino na vida da mãe de Jesus.
Deus,
em seu amor infinito pela humanidade e desejoso oferecer-lhe salvação, escolheu
Maria para colaborar no seu plano de salvação. Esta escolha não se explica com
parâmetros humanos, mas se perde nos abismos da liberdade divina. Deus concede,
à jovem de Nazaré, a riqueza de suas graças: a predispõe a ser sua
interlocutora, dando-lhe sensibilidade para captar os apelos divinos e
tornando-a capaz de ir além de si mesma para decidir-se a aceitar o projeto
divino de salvação.
Maria,
por sua vez, embora elevada a um nível altíssimo de santidade, que lhe fora
comunicada pela plenitude da graça divina, conservava a simplicidade e a
humildade de quem se sabia servidora. Em seu coração, não houve lugar para a
soberba e a vanglória. Agraciada por Deus, mantinha-se no escondimento, não
exigindo para si tratamento condizente com sua condição de mãe do Filho de
Deus. Bastava-lhe saber-se cumpridora da vontade de Deus, ajudada pela graça
que a plenificava. Não ambicionava grandezas mundanas, uma vez que possuía o
bem mais precioso: estava repleta do próprio Deus.
Oração
Senhor Jesus, que minha vida se inspire no exemplo de Maria,
em sua disposição para cumprir a vontade de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para
que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos,
por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: dom total

Nenhum comentário:
Postar um comentário