28 de Julho de 2014
ANO A

Mt 13,31-35
Comentário do
Evangelho
Duas parábolas que apela à
confiança.
Podemos dividir o trecho do evangelho em três partes: a parábola
do grão de mostarda, a parábola do fermento e a conclusão da parte pública do
discurso em parábolas. As duas parábolas são parábolas do Reino. Ambas
estabelecem o contraste entre pequeno e grande. O traço característico dessas
parábolas é que elas tratam da natureza do Reino e do modo de acolhê-lo.
Podemos imaginar que as parábolas queiram responder a uma dificuldade dos
contemporâneos de Jesus e também dos discípulos: Por que os sinais do Reino de
Deus não aparecem com força e gloriosos? Efetivamente, na vida mesma de Jesus,
em que o Reino se faz presente na história da humanidade, não há nada do esplendor
e da glória dos reinos e dos reis deste mundo. As duas parábolas são um apelo à
confiança, pois a pequenez do início ou o aparentemente pouco em relação ao
volume da massa não pode antecipar o que será o futuro. Em relação à modéstia
do início, o futuro é uma grande surpresa. Deus age na pequenina semente
escondida na terra para fazê-la crescer a ponto de abrigar os ninhos dos
pássaros do céu (Dn 4,7-19). Deus age no coração dos homens como o punhado de
fermento que faz crescer a massa de farinha. A conclusão do nosso texto é
citação do Sl 78,2 que, nesse contexto, diz respeito à identidade de Jesus: é
ele quem revela Deus e o seu projeto.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me de desprezar os pequeninos e
declará-los. Livra-me, também, do perigo de me subestimar. Faze-me compreender
que o Reino se constrói pela ação dos pequenos.
Reflexão
A nossa vida de fé é um processo de maturação
espiritual que encontra seu início nas águas do Batismo e deve crescer durante
toda nossa vida apesar de todas as dificuldades que marcam a existência humana.
Este crescimento deve acontecer constantemente. Deve ser uma busca cada vez
maior da perfeição, conforme nos diz o próprio Jesus: Sede perfeitos como vosso
Pai que está nos céus é perfeito. O modelo para nós de perfeição é o próprio
Jesus, e é por isso que São Paulo nos exorta ao crescimento até atingirmos a
estatura de Cristo. O amor nos leva ao crescimento, já que a caridade é o
vínculo da perfeição e quem ama permanece em Deus.
Recadinho

Dou-me
conta de que Jesus faz uso de parábolas para tocar nosso coração? - Semente de
mostarda e fermento! O que me inspiram? Que lição posso tirar hoje? - Diante
delas me vejo como sou, qual é a realidade de minha vida? - Tenho algo a
melhorar em meu comportamento... em meus pensamentos... em minhas ações? -
Agradeçamos a Deus que nos inspira atitudes de amor para com nosso próximo,
como o fermento na massa.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
DA PEQUENEZ À
GRANDEZA
A parábola do grão de mostarda semeado no
campo, vindo a tornar-se uma árvore frondosa, revela um aspecto importante na
dinâmica do Reino. Este aparece pequeno e frágil ao despontar na história
humana. Entretanto, seu destino é tornar-se grande na sua definitiva
manifestação. A precariedade e a imperfeição do momento presente são etapas
necessárias de um processo mais amplo. Só na escatologia despontará o Reino em
sua real grandeza.
O
discípulo sabe conjugar pequenez e grandeza, sem se deixar iludir por imagens
destorcidas do Reino. E não correrá o risco de se enganar, identificando com o
Reino certas manifestações retumbantes de religiosidade, nem ficará iludido
quando for incapaz de perceber o Reino lançando suas raízes, tamanha é sua
pequenez. No primeiro caso, terá suficiente senso crítico para perceber a
incompatibilidade de certos fenômenos com o projeto do Reino; no segundo, será
capaz de detectar, ali onde parece que nada acontece, sinais evidentes do
Reino, fermentando a existência humana.
Historicamente,
o Reino tende a manifestar-se em sua fragilidade. Caso contrário, correria o
risco de impor-se aos seres humanos, prescindindo de uma opção livre. Quem for
capaz de reconhecer a presença ativa de Deus no que há de mais fraco e
pequenino, terá compreendido por que caminhos o Reino atua na História.
Oração
Espírito que se manifesta
na pequenez e na fragilidade, dá-me inteligência para compreender os caminhos
pelos quais o Reino se faz presente em nossa história.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, sois o amparo
dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo;
redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo
os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos o dom de
aceitar alegremente as coisas simples da vida. Que a nossa gratidão pelos dons
que nos ofereces se mostre na sobriedade de vida, no despojamento de ambições
enganosas, na generosidade para partilhar nossa Esperança com os irmãos. Pelo
Cristo Jesus, na unidade do o Espírito Santo.

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