13 de Julho de
2014
ANO A

Mt 13,1-23
Comentário do
Evangelho
Por que a Palavra de
Deus produz frutos em uns e em outros não?
O capítulo cinquenta e cinco do livro do profeta Isaías é o
último capítulo do Dêutero-Isaías (40–55), cujos fatos podem ser situados em
meados do século VI a.C. O tema central do texto de hoje é a Palavra de Deus,
através da qual Ele revela seu plano de salvação. A Palavra de Deus é comparada
à chuva que numa terra árida é uma bênção do céu que fecunda e faz germinar a
boa semente. A Palavra de Deus realiza o que diz.
O capítulo treze do evangelho segundo Mateus é um
discurso em parábolas. Trata-se de uma sucessão de sete ou oito parábolas,
dependendo de como se as considere. Costuma-se caracterizá-las como “parábolas
do Reino”. O tema que perpassa todas as parábolas é o mistério da acolhida ou
rejeição da palavra de Jesus sobre o Reino de Deus. A parábola não é nem tem a
pretensão de ser uma descrição fiel da realidade; o mais importante é a
mensagem que ela transmite. A parábola do semeador descreve uma atividade
bastante comum em Israel, a saber, a semeadura ou plantio. Essa atividade, dada
as condições climáticas, impõe superar muitas dificuldades. Cremos poder
imaginar que a parábola visava responder à seguinte questão: por que a Palavra
de Deus produz frutos em uns e em outros não? Deus faz distinção de pessoas? Se
o semeador semeia é para poder fazer uma boa colheita capaz de sustentar a vida
de toda a sua família. A prática do semeador narrada na parábola de lançar a
semente sem se importar em que terreno é desconcertante e parece contrariar
qualquer prática racional de plantio. No entanto, o mais importante é a
intenção: Deus oferece a sua Palavra a todos, indistintamente. A partir daí se
pode compreender que, em primeiro lugar, a parábola revela algo de Deus: Deus
confia na terra, isto é, na humanidade. Não obstante tantas dificuldades, Deus
sabe que a terra produzirá fruto. E se de tudo a terra não produzir fruto, não
será pela falta de fé de Deus em nossa humanidade. Essa confiança de Deus em
nossa humanidade deve estimular nosso empenho em remover do terreno de nossa
vida tudo o que possa impedir a boa semente de produzir o seu fruto. Tenhamos
presente, no entanto, que o crescimento da semente necessita de tempo, de
cuidados, ele depende de um processo para produzir frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a tua Palavra, semeada no meu coração,
encontre solo propício onde possa produzir frutos de conversão. Não permitas
que tua semente venha a se perder!
Vivendo a Palavra
Pelos tempos afora, a semente continua a ser lançada. A Palavra
Criadora, o Verbo do Pai – o Cristo, feito homem em Jesus de Nazaré, semente
boa do Reino de Amor, continua a nos ensinar os caminhos do Céu. Cada um de nós
é um terreno: nós somos beira de estrada, pedreira, espinheiro – ou somos terra
boa, fértil, irrigada pelo Espírito?
Recadinho

Meu
coração é sempre bom terreno para acolher a semente do bem? - A semente da Fé
foi colocada em meu coração no Batismo. Tem crescido sempre? - Procuro ouvir a
Palavra de Deus para fazer crescer minha Fé? - A semente da Graça de Deus cai
sempre em meu coração? - Crio condições para que a Graça de Deus possa
frutificar?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
A EFICÁCIA DA
PALAVRA
A parábola evangélica ilustra a benevolência do
Pai, no seu desejo de salvar a todos, sem distinção. Ninguém está, de antemão,
excluído da salvação. Tudo dependerá da disposição e do empenho com que se
acolhe a comunicação do Pai.
A
semente caída à beira do caminho ilustra a atitude de quem se relaciona com o
Pai, de maneira superficial e leviana. A que caiu em terreno pedregoso é
símbolo de um coração impermeável aos apelos divinos. A que caiu entre os
espinhos aponta para os corações preocupados com múltiplas tarefas, a ponto de
faltar-lhes tempo para um diálogo amoroso com o Pai. Enfim, a semente lançada
em terra fértil simboliza quem se abre para acolher a Palavra de Deus e se
deixa transformar por ela.
A
eficácia da Palavra de Deus no coração humano revela-se no modo de viver de
quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida pautada no amor e na justiça é
um indicativo seguro de que a Palavra está produzindo frutos. O percentual -
cem, sessenta ou trinta - dependerá do maior ou menor enraizamento da Palavra na
vida do discípulo do Reino. Isto irá ser diferente, de pessoa para pessoa. O
importante é que a semente não se perca e produza os frutos esperados. O espaço
para a generosidade fica sempre aberto. A eficácia da Palavra não tem limites.
Oração
Espírito que faz a Palavra
frutificar, transforma meu coração em terra fecunda, onde se produzam frutos de
amor e de justiça.
(O comentário do
Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que mostrais a
luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que
professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é
digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE

DIA 13 DE JULHO – DOMINGO
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VEJA AQUI
MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
13 de julho – 15º
DOMINGO DO TEMPO COMUM
Por Pe. Johan
Konings, sj
I. INTRODUÇÃO GERAL
A primeira leitura de hoje nos põe diante dos olhos
a imagem da semente, significando a palavra de Deus. Isso serve como pano de
fundo para o evangelho, no qual a semente é a palavra de Deus em Jesus Cristo e
na pregação cristã. A segunda leitura não contempla a mesma temática, mas nos
chama a atenção para a participação do inefável mistério de Deus, que é a nossa
vocação.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Is 55,10-11)
A primeira leitura, Is 55,10-11, é uma chave de
interpretação para tudo o que Deus faz por sua gente. É a conclusão do “Segundo
Isaías” e retoma o início dessa parte do livro (Is 40-55), no qual lemos que “a
palavra de nosso Deus permanece sempre” (Is 40,8). A palavra de Deus é sua
vontade eterna, seu desígnio, que se torna ativamente presente em nossa
história humana (mediante os profetas, os líderes e o empenho do povo todo),
realizando o que pretende (sua “missão”), como a chuva que cai do céu e faz
frutificar a terra (v. 11). Mas o ouvinte da palavra tem de colaborar. Deus não
força ninguém, ele se deixa acolher. Se alguém não o acolhe ou acolhe mal, de
modo superficial, nada feito: não cria vínculo com Deus. Aí está o mistério da
liberdade da alma humana.
2. Evangelho (Mt 13,1-23)
Como dissemos, o texto da primeira leitura
constitui o pano de fundo do evangelho de hoje. O capítulo 13 de Mateus contém
sete parábolas do Reino de Deus; hoje ouvimos a parábola inicial, a parábola do
semeador (Mt 13,1-23), referindo-se à palavra de Deus. A parábola do semeador
aplica-se à pregação de Jesus e à pregação de seus discípulos de todos os
tempos. Descreve o que acontece com a semente da Palavra em várias
circunstâncias, com diversos tipos de pessoas; e, conforme o caso, o resultado
é diferente. Resultado bom mesmo, que corresponda à fecundidade que a palavra
de Deus possui em si mesma (cf. 1ª leitura), só se produz quando ela cai em
terra boa: naquele que, ao ouvir a palavra, a deixa penetrar, a absorve e
integra no próprio pensar e sentir (pois é isso que significa a expressão “entende”
em Mt 13,23) e a põe em prática.
A parábola propriamente (os versículos 1-9)
pertence ao gênero das parábolas da natureza, mais especificamente da vida
agrícola e pastoril, que são frequentes no ensinamento de Jesus e revelam o
ambiente em que se deu a sua pregação. Além da parábola do semeador (Mt
13,1-9//Mc 4,1-9//Lc 8,4-8), conhecemos outras parábolas que recorrem à imagem
da semente e da colheita (a semente que cresce por si, Mc 4,26-29; o joio e o
trigo, Mt 13,24-30; o grão de mostarda, Mt 13,31-32//Mc 4,30-32; a colheita se
aproximando, Jo 4,35-36). Jesus deve ter usado muitas vezes tais imagens, em
sentidos diversos, variando conforme a circunstância da pregação. São imagens
de sentido aberto, de “leitura infinita”.
A explicação da parábola em Mateus (os versículos
18-23) é, em grandes linhas, igual à que se encontra em Marcos (4,13-20) e em
Lucas (8,11-15), descrevendo as diversas maneiras de ouvir a Palavra. Contudo,
ao explicar o primeiro caso do que acontece à semente, Mateus insiste num ponto
específico: “todo aquele que ouve a palavra do Reino (= a pregação de Cristo) e
não a compreende” (Mt 13,18). Marcos e Lucas falam apenas do cair fora do
campo. Mateus, o “evangelista escriba”, insiste no compreender, que implica o
aprender. No domingo anterior, também num texto próprio de Mateus, vimos que
Jesus insistiu no seu “jugo”, ou seja, no seu ensinamento, que é melhor que o
dos mestres judeus (Mt 11,28-30). Aqui temos novamente essa insistência no
compreender, na atitude de discípulo, não apenas de seguidor entusiasmado. A
Igreja insiste em que sejamos discípulos-missionários. E no atual contexto de
nosso mundo, tão avesso ao aprofundamento, essa insistência no aprender e
compreender pode ser muito importante.
Entre a parábola propriamente (v. 1-9) e sua
explicação (v. 18-23), Mateus insere uma reflexão (v. 10-17) que revela a
preocupação das primeiras gerações cristãs com a incredulidade (cf. também Mc
4,11-12). Os discípulos perguntam por que Jesus fala em parábolas, em vez de
dizer as coisas direta e claramente. A resposta é: porque o Reino de Deus não é
algo de evidência imediata. Não se mostra ao olhar superficial. Só é
compreendido por quem quiser participar; por quem, na fé, se entrega à sua
dinâmica. A realidade do Reino, nas parábolas, revela-se a quem crê e
esconde-se a quem não crê. Por que alguns entendem, outros não? A uns é dado
conhecer os mistérios do Reino, outros não chegam a abrir a casca da parábola
(v. 11). É como nos negócios: a quem tem, será dado; a quem não tem, ainda se
retira o pouco que têm (v. 12). É como no banco: quem tem bastante depósito,
ganha crédito; mas quem não tem, não consegue nada e ainda vê sua conta secar
por causa das tarifas… Jesus cita essa “regra bancária” não como um dogma, mas
como ilustração, porque seu povo conhecia muito bem essas coisas! Jesus aplica
essa imagem à fé. Os judeus farisaicos achavam que possuíam algo: o seu
refinado conhecimento das regrinhas da Lei; mas esse “algo” não valia nada em
vista da graça de Deus. Já aos que têm a fé, no sentido de abertura de um
coração simples e humilde (cf. evangelho de domingo passado), a esses é dado
conhecer o mistério do Reino.
Ora, a existência da incredulidade não contraria o
plano de Deus: o projeto de Deus dá conta até da incredulidade. O confronto com
a incredulidade já fazia parte do programa do profeta Isaías, citado no
evangelho de hoje (Mt 13,14-15; os primeiros cristãos citavam com frequência
essa passagem de Is 6,9-10; cf. também Jo 12,40; At 28,26-27). O ser humano é
livre para ser incrédulo, mas o plano de Deus é tão grande, que consegue até
incluir essa incredulidade… Segue, então, mais uma felicitação para os simples
e pequenos, que podem enxergar o que muitos profetas quiseram ver e não viram
(v. 16-17; cf. evangelho de domingo passado). E os incrédulos, será que não
conhecerão a salvação? Paulo, em Rm 9-11, debate-se com esse problema e só sabe
responder que ninguém sonda o “abismo” da sabedoria de Deus (cf. Rm 11,33-36).
A incredulidade ante a mensagem cristã não tem necessariamente por consequência
a rejeição a Deus. Só Deus sabe quem se abre intimamente a ele e quem não. Mas
os que, por causa da incredulidade, não conseguem acolher e fazer frutificar a
Palavra carecem da felicidade de ser, desde já, povo-testemunha de Deus. Talvez
se salvem, mas não podem cantar, já agora, as maravilhas do Senhor e reconhecer
seu Reino em Jesus Cristo.
3. II leitura (Rm 8,18-23)
A segunda leitura, falando da “criação que anseia
pela manifestação dos filhos de Deus”, dá sequência ao tema da vivificação pelo
Espírito e da vida nova em Cristo, abordado na segunda leitura do domingo
passado. Existir, para o ser humano, implica sofrer. No seu sofrimento, o ser
humano exprime o gemido da inteira criação, ainda não libertada. Talvez seja
por isso que tanto se procura reprimir esse gemido pelo mito da transformação
tecnológica! Mas não é sufocando o grito da criação que o ser humano se
realiza, e sim intermediando, como sacerdote, seu pleno desabrochamento. No ser
humano, a criação deve participar da realidade divina, da “liberdade dos filhos
de Deus” (Rm 8,23.21). No contexto imediatamente anterior, Paulo disse que
recebemos o Espírito de Cristo, que clama em nós “Abbá, Pai”; o Espírito que
nos transforma em filhos adotivos de Deus, coerdeiros com Cristo, chamados para
a glória com ele (cf. Rm 8,14-17). Mas essa glória ainda não se revelou em nós,
embora já tenhamos recebido o Espírito como primícia, como sinal do benefício
pleno. Por isso, nós e toda a criação estamos ansiando por essa plenitude, como
uma mulher em dores de parto (cf. Jo 16,21): o filho está aí, mas, até que se
manifeste, a mãe tem de passar pelo trabalho de parto. É essa a situação nossa
e de nosso mundo, solidário conosco.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO: o porquê
das parábolas
Isaías disse que a palavra de Deus é eficaz “como a
chuva no chão” (1ª leitura). Mas Jesus acrescenta: depende da acolhida dada
pelo chão! A semente da palavra tem tudo para crescer, mas precisa ser acolhida
num chão aberto, generoso, preparado… num coração acessível e profundo ao mesmo
tempo (evangelho).
Jesus usa imagens, parábolas. Pode acontecer que
uma pessoa simples as entenda, enquanto os de “coração empedernido” ouvem e
veem exteriormente, mas não percebem interiormente o que a palavra significa –
ao contrário da “terra boa”, que representa quem “ouve a palavra e a
compreende”.
Jesus falou em parábolas, para que os mais simples
pudessem entender e para que, assim, aparecesse o endurecimento daqueles que
ouvem sem entender. Naqueles que ouvem e não compreendem, a palavra não cria
raízes. Jesus explica as causas disso: o “maligno” (as forças contrárias a
Jesus e ao Reino de Deus), a superficialidade, a desistência na hora da
dificuldade, as “preocupações do mundo e a ilusão da riqueza”. Mas, graças a
Deus, existem também aqueles que ouvem e compreendem e produzem fruto. A
diferença está na disposição do ouvinte.
As causas da incompreensão da Palavra são ainda as
mesmas hoje: estratégia das forças contrárias ao evangelho, consumismo,
idolatria da riqueza. Em compensação, os “mistérios do Reino”, quando
apresentados em imagens compreensíveis ao povo, são tão transparentes, que até
os mais simples os entendem e se tornam seus melhores propagandistas.
Importa, pois, prepararmos o chão dos corações, para
que possam receber a Palavra. Importa combatermos as causas do “endurecimento”:
dominação ideológica, alienação, consumismo, culto da riqueza e do prazer etc.
Em nosso “combate” não devemos desprezar os meios humanos, principalmente a
educação geral sólida e profunda. Em vez do fascínio dos sempre novos – e tão
rapidamente envelhecidos – objetos de desejo, devemos fomentar a formação para
a autenticidade e a simplicidade, a educação libertadora com vistas ao
evangelho. Então, a Palavra, que desce como a chuva do céu, poderá penetrar no
chão e fazer a semente frutificar.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no
Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia e
em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente, é
professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se
principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento
(tradução), Evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica. Entre
outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se
fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos
A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas
suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da
“Fonte Q”.
13 de julho: 15º
Domingo do Tempo Comum
A FORÇA DA PALAVRA
A palavra que Deus pronuncia, ao longo de toda a Bíblia, tem poder em
si mesma. Deus fala e acontece. Sua fala e seu agir se confundem, pois ao final
são a mesma coisa.
A parábola do semeador mostra o poder da palavra de Deus, simbolizada
pela semente que tem em si o poder de se transformar, brotar, crescer e
frutificar.
Na história contada por Jesus, a questão está nos terrenos que recebem
a semente. O semeador semeia em todo tipo de terreno. Nosso Deus é um Deus que
se comunica e se revela, sem excluir ninguém. Sua ação e sua Palavra, de fato,
dirigem-se a todos.
Se todos temos a missão de semear a Palavra em todos os campos, a
parábola de Jesus nos faz refletir sobre nossas atitudes. Estamos realmente
acolhendo de coração a Palavra, atentos à voz de Deus que nos vem da Sagrada
Escritura e que nos vem também dos acontecimentos, por meio dos quais o Senhor
nos fala?
Terreno bom é aquele que faz a semente frutificar. É a pessoa que ouve
a Palavra e a compreende. Compreender a Palavra, no entanto, não significa
simplesmente entendê-la intelectualmente ou então decorar alguns versículos
bíblicos. Palavra viva e eficaz como a de Deus só se pode assimilar com a
vivência. Pois, se a ação e a palavra de Deus são uma só coisa, a Palavra que
ouvimos só é compreendida à medida que se torna ação em nossa vida.
Para produzir frutos, portanto, a palavra de Deus precisa encontrar o
bom terreno de quem está comprometido com o projeto divino de liberdade e vida;
o bom terreno de pessoas animadas pela esperança, que não desistem na primeira
dificuldade; o bom terreno daqueles que alimentam em si o ideal de fazer
frutificar para o mundo frutos de justiça e paz.
Sobretudo para nós, que ouvimos a Palavra, é sempre tempo de arar o
campo, a fim de fazer de nossa vida um terreno especial que dê frutos para o
mundo. O bom terreno será sempre o coração de quem aprende com o Mestre e
traduz sua Palavra de vida em ações concretas de vida.
Pe. Paulo Bazaglia,
ssp
Dia 13 – 15º Domingo Comum
A
SEMENTE DA PALAVRA
Se
percorrermos os evangelhos, constataremos que Jesus tinha o costume de usar
parábolas na sua pregação. Os ensinamentos contidos nas parábolas podiam ser
entendidos por todos, porque eram transmitidos por meio de imagens e elementos
presentes na realidade cotidiana do povo. Jesus usa essa forma de narrativa
popular para divulgar com facilidade, simplicidade e clareza a sua mensagem,
tornando-a alcançável a todos. Em nossa vida cristã, o que ainda nos falta para
utilizar a mesma pedagogia de Jesus em nossas palavras e ações?
O tema
central da liturgia da Palavra de hoje é o poder e a eficácia da palavra de
Deus. São Mateus fala-nos da semente (a palavra de Deus) e do semeador (Deus).
O semeador saiu para semear (Mt 13,3). O Senhor não semeia somente nos lugares
favoráveis (terra boa) para colher no fim muitos frutos. De fato, ele veio para
que todos sem exceção tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10).
Portanto,
ele não hesita em jogar a semente, seja à beira do caminho, em terreno
pedregoso, no meio dos espinhos e em terra boa. O gesto generoso do semeador
revela quem é Deus. Ele é aquele que dá vida e oferece a todos a oportunidade
de crescer, converter-se e salvar-se.
A
semente jogada na terra em lugares diferentes produz frutos segundo a
fertilidade de cada lugar. Com a parábola da semente e do semeador, vemos que o
fruto da palavra de Deus depende da qualidade da terra ou terreno. O
acolhimento do evangelho depende da qualidade da terra, ou seja, da disposição
do coração humano.
Desse
modo, a palavra de Deus que escutamos todos os dias produzirá frutos à medida
que conformarmos o nosso agir e a nossa vida à vontade de Deus; à medida que
participarmos da comunidade do reino. Assim nos tornaremos uma boa terra que dá
frutos abundantes.
Há
diferentes modos de ser terra boa. Terra boa são os pais que se dedicam ao
crescimento espiritual, moral, social… da família; que cuidam com amor e
carinho dos filhos; que dedicam tempo para educá-los. Terra boa é o cristão que
respeita os mandamentos de Deus e se preocupa com os mais necessitados. Terra
boa é o cidadão que respeita o bem comum e ama de verdade a sua pátria e sua
comunidade, procurando o bem da sua gente. Terra boa é a pessoa idosa que não
passa um dia sequer sem dirigir sua oração a Deus por amor à Igreja e por
compaixão do mundo… Que tipo de terra somos?
Peçamos
a Deus a graça de viver e praticar a sua Palavra, para produzirmos muitos
frutos.
Pe. Gilbert, ssp
Reflexão
DIA 13 – DOMINGO - 15º DO
TEMPO COMUM
Pistas para a reflexão:
- I leitura: A força que a palavra de Deus tem para
libertar e proporcionar vida.
- II leitura: Nós e a criação inteira ansiamos pela
libertação de toda escravidão e maldade, para construir o mundo novo.
- Evangelho: A semente da palavra tem tudo para
crescer e frutificar, mas precisa encontrar um coração aberto e generoso.
Homilia do 15º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo
Quatro terrenos e duas cidades
O Evangelho deste Domingo é a famosa
parábola do semeador. Em seu caminho, ele encontra quatro tipos de terreno. O
primeiro, à beira do caminho, significa “todo aquele que ouve a palavra do
Reino e não a compreende”: “vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu
coração”. Trata-se de pessoas que sequer chegaram a entrar na Igreja; que se
detêm diante das ruínas da Civilização cristã, sem saber qual edifício existia
antes delas.
Essas pessoas precisam ser conquistadas
para Nosso Senhor. Por isso, em outra passagem, Ele diz que tornará os que O
seguem “pescadores de homens” [1]. O trabalho de evangelização é como uma
pescaria. Para que o peixe fisgue o anzol, é necessária uma isca atraente. Do
mesmo modo, para que se traga as pessoas para a Igreja, é preciso que elas se
sintam atraídas pela boa nova de Cristo. Não se trata de desfigurar o
Evangelho, tornando-o menos exigente e adequando-o aos gostos do mundo moderno,
mas de apresentar a Palavra de uma forma que o homem compreenda que “não só de
pão vive o ser humano, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” [2]; que
Nosso Senhor é a única resposta à fome que todo ser humano carrega dentro de
si.
O segundo tipo de terreno é “aquele que
ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas (...) quando chega o sofrimento
ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo”. São as pessoas que
não compreenderam a analogia do grão de trigo, que só dá frutos se cai na terra
e morre [3]; que não entenderam que é impossível seguir Cristo sem abraçar a
Cruz e o sofrimento. E isto, não porque gostemos de sofrer, mas porque somos
convidados por Deus ao amor e, nesta vida, não é possível amá-Lo sem a
experiência da dor e da morte.
Infelizmente, uma ideologia frequente
entre pessoas de Igreja tem pregado que a Cruz é algo “medieval” ou
“romanista”. Mas o Evangelho não é medieval, tampouco as palavras de Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e
siga-me” [4] são romanas. Trata-se, ao contrário, de pagar o preço por ser discípulo
de Cristo. Evidentemente, essa não é a primeira coisa a ser apresentada a quem
ainda não conhece a Palavra, mas, mesmo no início do seguimento de Jesus, é
preciso que a pessoa se disponha a uma renúncia. São Pedro e Santo André, por
exemplo, ao serem chamados, conta o Evangelho, “deixaram as redes e o seguiram”
[5].
O terceiro terreno do qual fala Nosso
Senhor é o dos espinhos: trata-se daquele “que ouve a palavra, mas as
preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto”.
Embora tenham entrado na Igreja, essas pessoas entregam-se ao amor próprio
desordenado, vivendo segundo a lei: “foge da dor, busca o prazer”. Imersas em
suas preocupações, elas tentam, a todo o custo, fazer que a sua casa,
construída na areia, não caia; que aquilo que é do mundo não passe. Cultivam a
ilusão de que o acúmulo de riquezas pode dar-lhes a felicidade. Colocam o
coração nos bens deste mundo, ao invés de elevarem o seu coração a Deus, como
exorta a Liturgia: “Sursum corda! – Corações ao alto!”
Tragicamente, são muitas as pessoas
dentro da Igreja que vivem assim. Enquanto o primeiro terreno de que fala Jesus
nunca fez parte da Igreja e o segundo, embora tenha entrado nela, não lhe
pertence mais, do terceiro apenas se diz que “não dá fruto”. Trata-se de
pessoas sentadas nos bancos de nossas igrejas, mas contaminadas por uma
mentalidade mundana, aquela que Santo Agostinho ponta como fundando a cidade
dos homens: “Dois amores fundaram, pois, duas cidades, a saber: o amor próprio,
levado ao desprezo de Deus, a terrena; o amor a Deus, levado ao desprezo de si
próprio, a celestial” [6].
O quarto terreno, bom e fecundo, é o
único sobre o qual se edifica a cidade de Deus. Refere-se a “aquele que ouve a
palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro
trinta”. Para que o terreno de nosso coração seja assim, é preciso que
procuremos compreender a Palavra de Deus – ao contrário do primeiro terreno –,
que estejamos prontos para amar, abraçando de alguma forma a Cruz e o sofrimento
– ao contrário do segundo – e, por fim, que renunciemos ao pensamento mundano,
que pede que fujamos da dor e busquemos o prazer – ao invés do terceiro
terreno. Sigamos esse itinerário e caminhemos juntos para a cidade celeste.
Referências:
Mt 4, 19.
Dt 8, 3.
Jo 12, 24.
Lc 9, 23.
Mt 4, 20.
De Civitate Dei, 2, XIV, XXVIII.
XV
Domingo do Tempo Comum - 13 de Julho de 2014
JESUS
CRISTO É O SENHOR E A SEMEADURA.
Primeira Leitura: Is 55,10-11;
Salmo 64 (65), 10.11.12-13.14;
Segunda Leitura: Rm 8,12-23;
Evangelho: Mt 13,1-23.
Situando-nos brevemente
Diletos, é na liturgia que a Escritura
se sente verdadeiramente em casa, porque na proclamação litúrgica a Escritura
se torna plenamente aquilo que é: Palavra de Deus viva, presente em meio a nós.
O Concílio Vaticano II nos ensina que a proclamação da Palavra de Deus na
liturgia tem um valor sacramental da presença de Cristo, pois “é Ele que fala
ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura”.
O concílio ensina que “é enorme a
importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é nela que
se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar;
com o seu espíritos e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os
hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as ações e os
sinais”. Por causa desse imenso valor dado a Sagrada Escrituras, o mesmo
Concílio pediu que fossem “mais abundante, variada e bem adaptada a leitura da
agrada Escritura nas celebrações” e exortou que se preparasse para os fiéis,
com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus e se abrissem mais largamente
os tesouros da Bíblia.
Neste XV Domingo do Tempo Comum de
maneira especial somos convidados a uma atenção maior a esse dado, à riqueza
com que a Palavra de Deus acaba de ser semeada nos nossos corações. “A proclamação
litúrgica infunde vida nos ossos ressequidos das antigas palavras escritas, as
desperta para fazê-las tornarem-se, no mundo, a presença transformadora e
fecundante de cristo ressuscitado”. Eis-nos, pois, neste domingo diante de uma
realidade ímpar, uma das mais desconcertantes e ao mesmo tempo, reconfortantes
realidades: deus fala. O Deus da Bíblia é um Deus que fala. “Um dos traços mais
característicos do Deus vivo – escreveu alguém – é que ele fala aos homens. Revela-se não só na linguagem
silenciosa da natureza e dos sinais das criaturas; ‘fala’ por suas intervenções
históricas de salvação e de misericórdia”. Ele acabou de falar-nos neste evento
histórico, que é esta celebração eucarística e na proclamação solene das
leituras das Sagradas Escrituras. E o que nos disse?
Recordando a Palavra
O Evangelho que acabamos de ouvir
tirado do capítulo 13 de São Mateus; os biblistas o chamam de capítulo as
parábolas, que se insere dentro de uma sessão própria do evangelista Mateus, na
qual ele reúne os discursos de Jesus feitos de forma “metafórica”. O capítulo
reúne sete parábolas, cujo tema central é o reino de deus, não como uma
realidade teórica, mas como uma proclamação que só se entende depois que se
responde positivamente ou negativamente. Os que se respondem positivamente
encontrarão o reino como um tesouro, uma pérola, os que respondem negativamente
são “sufocados pelos espinhos”, “comidos pelos pássaros” e morrerão entre os
“pedregulhos” da terra, sufocados pelo calor do sol. As parábolas são: a do
semeador, com sua explicação, a que acabamos de ouvir; a do joio; a do grão de
mostarda; a do fermento, que ouviremos no próximo domingo; a do tesouro; a da
pérola; e a da rede, que ouviremos no domingo seguinte.
Algumas parábolas, como a de hoje, tem
uma estrutura litúrgica: uma “proclamação” e uma “homilia”, ou exposição do
sentido teológico/moral da palavra anunciada. Jesus Cristo é ao mesmo tempo o
proclamador e a homileta. A parábola tem como personagem principal um
agricultor que tem um objetivo preciso, isto é, “saiu para semear”. Tal
agricultor é aparentemente descuidado, ou desprovido do senso da sua profissão.
Ele parece “desperdiçar” a semente. Ele a deixa cair à beira do caminho, em
terreno pedregoso, em meio aos espinhos, outras, porém caíram “em terra boa”.
Reparem que a parábola não fala de “terra pronta, perfeita”, mas terra boa,
isto é, terra propensa a acolher a semente. Na “segunda parte da parábola”,
Jesus deixa claro quem são os “personagens” da sua parábola: o semeador é Deus,
a semente é a Palavra de Deus (cf. Mc 4,14), a beira do caminho, o terreno
pedregoso, o terreno espinhoso e a terra são o caminho do coração do homem.
Certo que por coração não se entende o “órgão corporal”, mas a vida do homem, o
cotidiano, o existencial, mas não só, indica também o lugar onde o homem
centraliza a sua existência, onde ele “esconde” a sua fonte vital. Isto quer
dizer que da parte de Deus vem o dom, a gratuidade da Palavra que cria todas as
coisas, da parte do homem deve vir à responsabilidade de abrir espaço para a
Palavra germinar.
A primeira leitura também é uma
parábola e, como o Evangelho, ela também tem como tema central o Reino de Deus.
Aqui o profeta usa outra imagem para a Palavra: ela é a chuva e neve. Ela vem
do céu, ela vem irrigar e fecundar a terra, ela é eficaz, “assim a palavra que
sair de minha boca, não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for
da minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”. Claro está
que tanto lá no Evangelho como aqui na profecia “semente e chuva”, não são
coisas, mas uma pessoa, Jesus Cristo. Assim com a chuva e a semente vêem de
cima, Jesus vem do alto; e a semente é Sua imagem porque gera a vida, a chuva é
Sua imagem porque alimenta a vida, porque permite à semente germinar.
O salmista usando a linguagem de um
agricultor resume toda a História da salvação com imagem emocionante: é Deus
quem visita a terra com a sua chuva, Jesus Cristo, e a faz transbordar de
fartura, confirmou o povo ao ver ressuscitado a viúva de Naim: “um grande
profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo” (Lc 7,16), “conforme
prometera aos nossos pais” (Lc 1,55) “o Senhor Deus de Israel, visitou e
redimiu seu povo fazendo para nós surgir um poderoso Salvador” (Lc 1,68-69),
como os “pastos que brotam no deserto” e “colinas que se enfeitam de alegria e
os vales que se revestem de trigais”.
Atualizando a Palavra
Amados irmãos, esta Palavra é mais que
atual. O sistema no qual vivemos nos obriga a sermos cada vez mais insensíveis
à Palavra. Quantas vezes ela soa estranha aos nossos ouvidos. “A Palavra é fogo
(outra metáfora), escreve Pronzato. E nós atiramos sobre ela baldes de água de
nosso bom-senso, de nossa falsa prudência, de nossa incrível preguiça. Eis o
que significa ‘tornar inócua’ a Palavra, atraiçoar a Palavra, ter o coração
empedernido. Portanto, a culta não deve ser procurada [somente] e nossa cultura
deficiente [pois o semeador é ‘aparentemente’ descuidado e não de fato [...] A
causa profunda deve ser procurada, como podemos [deduzir], em uma atitude
fundamental que está errada. O coração empedernido, precisamente. O terreno já
está ocupado: por nós mesmos, pelos nossos esquemas, pelos nossos preconceitos,
pelo nosso bom-senso. A Palavra em nós deve tornar-se vida. Não pode permanecer
no estágio da inteligência e nem também naquele do vago sentimentalismo. É
preciso que se torne vida,, caso contrário acaba por se desvirtuar, envilecer,
tornar-se incompleta”.
Irmãos, intencionalmente, e não por
negligência, o divino semeador semeia a Palavra sobre o caminho, entre os
espinhos, e em terreno pedregoso. “Deus parece semear seu Reino em pura perda,
entre os homens, mas dessas estéreis tão pouco promissoras surge ‘uma ceifa que
supera todas as esperanças’”. Ele semeou no coração de Saulo e este se tornou
Paulo, no coração de uma prostituta e ela se tornou Maria Egipcíaca, semeou no
coração do mundano Francisco, o Francisco “do mundo” e ele se tornou o
Francisco “de Assis”, ele semeia ainda hoje no coração de um estuprador e ele
se transforma num pregador, semeia no coração de um drogado e ele se torna um
voluntário num hospital infantil do câncer, ele semeia no coração de um
assassino e ele se transforma em um missionário na África.
Repreende-se justamente um semeador por
fazer assim, por não ser atento à técnica da semeadura, por não fazer uma
planilha, um cálculo, por não consultar um engenheiro. A técnica e o bom-senso
sabem e nos ensinam que “a pedra não poderia tornar-se terra, os espinhos não
podem deixar de espinhos, o caminho não pode deixar de ser caminho. Nas ordens
das coisas espirituais não é assim: a pedra pode ser transformada em terra
fértil, o caminho pode não ser mais pisado pelos transeuntes e tornar-se um
campo fecundo; os espinhos podem ser arrancados e permitir ao grão, uma vez
desembaraçado, frutificar-se. Se tudo isso não fosse possível, o [divino]
semeador não teria espalhado o seu grão”. Lembremos o Salmista: “É assim que
preparais ‘a nossa terra’, os seus sulcos com a chuva amoleceis... Transborda a
fartura onde passais, brotam pastos no deserto. As colinas se enfeitam de
alegria... Nossos vales se revestem de trigais: tudo canta de alegria”.
Ligando a Palavra com a ação
eucarística
Conta-se que um jovem padre assumiu uma
paróquia localizada em uma zona rural e na sua primeira semana de pastoral, com
seu belo carro, começou a percorrer os sítios. Passou de frente a um belíssimo
campo arado, onde o milho e o feijão já estavam bem viçosos, e, para
demonstra-se simpático, dirigiu-se ao agricultor que estava sentado sob uma
árvore:
- Seu José, que beleza de campo. Veja a
obra estupenda que Deus fez.
Ao que o agricultor responde com
simplicidade.
- Pois é seu padre, pena que o senhor
chegou atrasado. O senhor deveria ter passado aqui para ver quando Ele
trabalhava sozinho. Isso aqui era um matagal só.
De fato, a perfeição da obra de Deus
não exclui a nossa parte, o nosso esforço em preparar o terreno. O gesto que
estamos prestes a realizar, de trazer processionalmente pão e vinho, “fruto do
trabalho humano”, é de fundamental importância para que deus opere aquela
transformação dos nossos dons no maior de todos os dons, o “Pão da vida eterna
e cálice da salvação”. Esse grande mistério acontece pela Palavra, e ao
mesmíssimo tempo esse mistério é a Palavra: “Ele é a vossa Palavra viva pela
qual tudo criaste”. Não só a Liturgia da Palavra é um semear. Também, e especialmente, na Liturgia Eucarística, pela
participação à mesa, a Palavra que foi proclamada no Evangelho, que se tornou
carne humana no seio da Virgem Maria, que se transformará em Pão, será
“semeada”, “plantada” dentro de nós.
Sim, Jesus cristo é para nós o Semeador, que proclama a Palavra, e a Semeadura, a Palavra proclamada.
Sugestões para a celebração
Limitamo-nos a reproduzir na íntegra o
que ensina a Igreja sobre a liturgia da Palavra, “onde Cristo está realmente
presente e atuante pelo Espírito Santo”.
Ø Daí decorrer a
exigência para os leitores, ainda maior para quem proclama o Evangelho, de ter
uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus que fala ao seu
povo.
Ø À preparação
espiritual se alia a preparação técnica: postura do corpo, tom de voz,
semblante, a maneira de aproximar-se da mesa da Palavra, as vestes.
Ø A função do
Salmista é de suma importância. Sua função ministerial corresponde à função dos
leitores e leitoras, pois o salmo é também Palavra de Deus posta em nossa boca
para respondermos à sua revelação. Por isso, o salmo deve ser proclamado do
ambão e, se possível, cantado, (ao menos o refrão).
Ø A Palavra é
valorizada também por momentos de silêncio, por exemplo, após as leituras, o
salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra. No silêncio, o
Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade.
Ø Já que a mesa da
Palavra forma, com a mesa da Eucaristia, um só ato de culto., há de se manter
um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão de
entrada e outras procissões, bem como homilias prolongadas, introduções às
leituras parecendo comentários ou pequenas homilias prejudicam a Liturgia
Eucarística que, em conseqüência, passa a ser feita de forma apressada.
Ø Priorize-se a entrada
solene do Evangelho na procissão inicial. Na falta deste, embora não mereçam a
mesma solenidade, podem ser trazidos o Lecionário ou a Bíblia. A entrada com a
Bíblia se faça só em ocasiões bem especiais.
Fonte: Novo povo construindo o Reino de
Deus na justiça! - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I -
Junho/Agosto 2014 - Ano A – Edições CNBB.
Liturgia de 13.07.2014 -
15º Domingo do Tempo Comum
Canal do Youtube:
A voz do Pastor -
Domingo Comum - Domingo 13/07/2014
Reflexão
XV Domingo do
Tempo Comum
A demora na realização das promessas de Deus
possibilita aos discípulos e a nós, entrarmos em crise. Percebendo essa
situação, Jesus conta para eles e para nós, a parábola das sementes.
A Palavra de Deus é, em si mesma, boa e, se bem
apresentada, produzirá muitos frutos; mas isso não depende só da Palavra;
depende também das diversas situações em que se encontra o terreno onde ela é
depositada, isto é, das diversas respostas.A Palavra é oferecida e exatamente
por ser oferecida, conserva em si todo o risco da negligência, do descaso, da
não aceitação, da oposição.
De acordo com a parábola, ela poderá ser comida
pelos pássaros, poderá cair entre as pedras e não criar raízes e, finalmente,
poderá cair entre os espinhos e morrer sufocada.Vamos refletir sobre cada um
desses alertas feitos por Jesus. O primeiro se refere à semente que pode ser
ciscada pelos pássaros. É o nosso medo do sofrimento, em relação ao caminho da
cruz, tantas vezes abordado por Jesus e a busca incessante de realizações, de
êxito. É como aquela pessoa que vê na possibilidade de exercer um serviço
eclesial, como uma ocasião de prestígio, de ter status.
A semente que caiu entre as pedras e não criou
raízes, representa aqueles que só externamente aceitaram a Palavra. Ela não foi
aceita com profundidade. Teme-se que a adesão a Cristo seja ocasião de
constrangimento, de envergonhar-se.A que caiu entre os espinhos é a semente
sufocada, imagem de muitíssimos cristãos. As preocupações da vida presente, a
atração exercida pelo ter, pelo poder, pelo possuir, pelo ganhar se impõem, são
obstáculos para o acolhimento da Palavra.
A Palavra não é ineficaz, mas falta o
acolhimento. A Palavra se adapta às condições do terreno, ou melhor, aceita as
respostas que o terreno dá e que com freqüência são negativas. É necessário
preparar o terreno, os corações, para que percam o endurecimento causado pelos
ídolos das ideologias, do consumismo, do dinheiro, do prazer, das demais
riquezas.Se o terreno, se os corações forem trabalhados pela simplicidade, pela
autenticidade, pela educação libertadora daqueles ídolos, a Palavra descerá
qual chuva fina, penetrando a terra e fazendo a semente frutificar.
Fonte 2014-07-12 Rádio Vaticana
HOMILIA
A PARÁBOLA DO
SEMEADOR Mt 13,1-23
Estamos diante de um capítulo marcado pelas parábolas
do mestre que representa a forma eficaz da pedagogia de Jesus.
Com esta parábola aprendemos que o serviço do
missionário é semelhante ao do semeador que lança a semente ou seja a palavra
de Deus. Neste episódio Deus quer que a Sua palavra seja anunciada e exposta e
que as pessoas estejam reunidas para ouvi-la. Pois ela descreve o que acontece
no dia a dia das pessoas.
Por outro, assim como o semeador deve lançar a
boa semente, assim o pregador. Ele precisa semear a pura Palavra de Deus e não
as tradições da Igreja ou as doutrinas humanas. O pregador precisa ser
diligente. Não pode poupar esforços. Precisa lançar mão de todos os meios
possíveis para fazer o seu trabalho prosperar. Deve pregar a palavra oportuno
quer não. Ele não pode deixar-se deter por dificuldades e desencorajamentos.
Ele pode espalhar a semente que lhe foi
confiada, mas não pode ordenar que ela cresça. Ele pode oferecer a palavra da
verdade a um povo, mas não pode fazer as pessoas receberem a palavra e produzir
fruto espiritual. Porque Produzir vida é uma prerrogativa soberana de Deus.
O ensinamento do texto é uma advertência de que
podemos refletir sobre um sermão com o coração endurecido, em que o sofrimento
de JESUS pode ser exposto diante de você e você ouvir com total indiferença,
como não se ouvisse nada!
Tão rápido as palavras chegam aos seus ouvidos
e na mesma velocidade o diabo arranca de você e você volta para casa como se
não tivesse ido a lugar algum.
O texto nos deixa duas verdades claras:
Primeira: Podemos ouvir
a palavra de Deus com prazer, enquanto que a impressão produzida em nós é
apenas temporária e de pouca duração.
Nosso coração, como o “solo rochoso” da parábola, pode produzir um mundo de sentimentos e boas resoluções. Porém, durante todo o tempo, pode não haver raízes profundas em nossa alma, de maneira que o primeiro vento frio de oposição ou tentação, pode fazer secar a nossa aparente religião.
E infelizmente há muitos ouvintes nessa classe! A mera apreciação a palavra de Deus não é sinal da presença da graça divina. Muitas pessoas são batizadas como os judeus nos dias de Ezequiel: “Você não passa de um divertimento para eles, como um cantor que canta belas canções de amor, ou como um músico que toca bem o seu instrumento. Ouvem o que você fala, mas não põem uma palavra em prática”. (Ez. 33.32).
Nosso coração, como o “solo rochoso” da parábola, pode produzir um mundo de sentimentos e boas resoluções. Porém, durante todo o tempo, pode não haver raízes profundas em nossa alma, de maneira que o primeiro vento frio de oposição ou tentação, pode fazer secar a nossa aparente religião.
E infelizmente há muitos ouvintes nessa classe! A mera apreciação a palavra de Deus não é sinal da presença da graça divina. Muitas pessoas são batizadas como os judeus nos dias de Ezequiel: “Você não passa de um divertimento para eles, como um cantor que canta belas canções de amor, ou como um músico que toca bem o seu instrumento. Ouvem o que você fala, mas não põem uma palavra em prática”. (Ez. 33.32).
Segunda verdade do texto: Podemos ouvir a palavra de Deus aprovando cada palavra, e, no entanto,
não tirar dela qualquer benefício real.
Nosso coração tal como o solo recoberto de espinhos, pode se deixar afogar pelos cuidados e prazeres mundanos. Podemos realmente apreciar o evangelho e desejar obedece-lo, mas no entanto, insensivelmente, não dar qualquer oportunidade ao evangelho de produzir seu fruto sobre nós.
E infelizmente também existem muitos ouvintes dessa natureza! Eles conhecem bem a verdade. Esperam que um dia serão cristãos decididos. Porém, jamais chegam ao ponto de desistir de tudo por amor a Cristo. - Eles nunca tomam a decisão de “buscar em primeiro lugar o reino de Deus”, e por isso mesmo, acabam morrendo em seus pecados.
Esses são dois pontos que deveríamos pesar cuidadosamente. Nunca deveríamos esquecer que há várias maneiras de se ouvir a Palavra de Deus sem proveito.
Nosso coração tal como o solo recoberto de espinhos, pode se deixar afogar pelos cuidados e prazeres mundanos. Podemos realmente apreciar o evangelho e desejar obedece-lo, mas no entanto, insensivelmente, não dar qualquer oportunidade ao evangelho de produzir seu fruto sobre nós.
E infelizmente também existem muitos ouvintes dessa natureza! Eles conhecem bem a verdade. Esperam que um dia serão cristãos decididos. Porém, jamais chegam ao ponto de desistir de tudo por amor a Cristo. - Eles nunca tomam a decisão de “buscar em primeiro lugar o reino de Deus”, e por isso mesmo, acabam morrendo em seus pecados.
Esses são dois pontos que deveríamos pesar cuidadosamente. Nunca deveríamos esquecer que há várias maneiras de se ouvir a Palavra de Deus sem proveito.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA
Que as ilusões
materiais não sufoquem a força da Palavra em nosso coração!
O excesso de preocupações, como a
ilusão com os bens materiais e com as riquezas deste mundo, sufocam a força da
Palavra de Deus em nosso coração.
“Todo aquele que ouve a palavra do
Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu
coração” (Mateus 13, 19).
A parábola do semeador é de vital importância para
compreendermos o lugar da Palavra de Deus semeada em nosso coração, porque o
que Jesus tem feito, o que a Igreja tem feito, é semear a Palavra, a Palavra
que faz o Reino de Deus acontecer. O Reino de Deus vem em sementes – talvez você ache a semente uma coisa insignificante, pequena,
desprezível, mas é nela que está contida toda a árvore. Assim como o embrião,
que está no ventre da mãe, já contém toda a vida, assim também a semente já
contém toda a árvore; da mesma forma, a semente da Palavra já contém todo o
Reino de Deus.
É preciso cultivar a
semente, cuidar para que ela cresça, para que ela não seja sufocada, esmagada e
desprezada, porque se ela [semente] é bem cuidada, se ela é bem acolhida, ela
vai crescer e se tornar uma árvore esplendorosa e vai produzir muitos frutos.
A primeira coisa para
que isso aconteça: atenção ao escutar a Palavra de Deus, não deixe que as
distrações da mente e as distrações do lugar onde você está tomem a atenção que
a Palavra de Deus quer ter no seu coração – lugar único, nós não podemos
colocar a Palavra de Deus junto com nenhuma outra coisa. Ou nós damos a
primazia à Palavra de Deus ao escutá-la ou ela não vai produzir frutos em nós.
Do outro lado é preciso
criar raízes, é preciso ouvir essa Palavra e deixar que ela entre na
profundidade do nosso ser, porque só a Palavra enraizada em nós fecunda, cresce
e produz frutos. Muitas vezes passamos anos ouvindo a Palavra de Deus,
escutando a Palavra do Senhor e não permitimos que ela crie raízes em nosso
coração.
A outra coisa necessária
para isso é não sermos vencidos pelas preocupações do mundo e pelas ilusões da
riqueza, porque tanto o excesso de preocupações como a ilusão com os bens
materiais, com as riquezas deste mundo, sufocam a força da Palavra de Deus em
nosso coração.
Por essa razão você
precisa realmente dar o primeiro lugar à Palavra de Deus ao buscar, em primeiro
lugar, o Reino de Deus; o restante virá em consequência disso. Não sufoque, não
coloque de escanteio e não despreze a Palavra de Deus, porque, ao ser bem
acolhida e ao entrar na essência e com profundidade em nosso coração, ela produzirá
muitos frutos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
http://homilia.cancaonova.com/homilia/que-as-ilusoes-materiais-nao-sufoquem-a-forca-da-palavra-em-nosso-coracao/
LEITURA ORANTE
Mt 13,1-23 - O semeador saiu para semear
Saúdo a todos que circulam por
este ambiente virtual:
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando
Jesus Mestre, que dissestes:
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco, aqui reunidos
(pela
grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor
compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente: Mt 13,1-23
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. Uma grande multidão ajuntou-se em seu redor. Por isso, ele entrou num barco e sentou-se ali... Ele falou-lhes muitas coisas em parábolas, dizendo: "O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras caíram em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra. Logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol saiu, ficaram queimadas e, como não tinham raiz, secaram. Outras caíram no meio dos espinhos, que cresceram sufocando as sementes. Outras caíram em terra boa e produziram fruto: uma cem, outra sessenta, outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça!" Os discípulos... disseram a Jesus: "Por que lhes falas em parábolas?" Ele respondeu: "Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não... Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o que tem. Por isto eu lhes falo em parábolas: porque olhando não enxergam e ouvindo não escutam, nem entendem. Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: 'Por mais que escuteis, não entendereis, por mais que olheis, nada vereis... Fecharam os seus olhos, para não verem..., para não ouvirem com os ouvidos, nem entenderem com o coração, nem se converterem para que eu os pudesse curar'. Bem-aventurados são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram. "Vós, portanto, ouvi o significado da parábola... A todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração; esse é o grão que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado nas pedras é quem ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo...: quando chega tribulação ou perseguição por causa da palavra, ele desiste logo. O que foi semeado no meio dos espinhos é quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele fica sem fruto. O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende; este produz fruto: um cem, outro sessenta e outro trinta".
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. Uma grande multidão ajuntou-se em seu redor. Por isso, ele entrou num barco e sentou-se ali... Ele falou-lhes muitas coisas em parábolas, dizendo: "O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras caíram em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra. Logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol saiu, ficaram queimadas e, como não tinham raiz, secaram. Outras caíram no meio dos espinhos, que cresceram sufocando as sementes. Outras caíram em terra boa e produziram fruto: uma cem, outra sessenta, outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça!" Os discípulos... disseram a Jesus: "Por que lhes falas em parábolas?" Ele respondeu: "Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não... Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o que tem. Por isto eu lhes falo em parábolas: porque olhando não enxergam e ouvindo não escutam, nem entendem. Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: 'Por mais que escuteis, não entendereis, por mais que olheis, nada vereis... Fecharam os seus olhos, para não verem..., para não ouvirem com os ouvidos, nem entenderem com o coração, nem se converterem para que eu os pudesse curar'. Bem-aventurados são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram. "Vós, portanto, ouvi o significado da parábola... A todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração; esse é o grão que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado nas pedras é quem ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo...: quando chega tribulação ou perseguição por causa da palavra, ele desiste logo. O que foi semeado no meio dos espinhos é quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele fica sem fruto. O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende; este produz fruto: um cem, outro sessenta e outro trinta".
Provérbios, comparações, parábolas
são muito usados nas tradições do povo judeu. São comparações que ilustram ou
explicam melhor aspectos da vida. Os profetas usaram muito este tipo de
linguagem. A parábola apresentada no texto de hoje, descreve o dinamismo da
Palavra. Fala de semente, ou seja, de um símbolo de vida. A semente contém a
vida que precisa ser desenvolvida e para isto precisa de determinadas
condições. A primeira delas é o terreno. Nesta parábola, Jesus fala de quatro
diferentes terrenos: à beira do caminho, entre pedras e com pouca terra, no
meio de espinhos e em terra boa. Em seguida, ele explica aos discípulos todo o significado
destes terrenos.
A margem do caminho é
símbolo da exposição ao maligno, ou seja, ao que se opõe ao bem. O
terreno pedregoso é aquele que não permite raízes, é superficial. Os espinhos
simbolizam as preocupações e a busca de riquezas que distraem e não dão espaço
para a Palavra de Deus. A terra boa simboliza as pessoas que têm
coração aberto e livre para acolher a Palavra.
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Que tipo de terreno é meu coração?
Em Aparecida, na V Conferência, os
bispos disseram: “Damos graças a Deus que nos deu o dom da palavra, com a qual podemos
nos comunicar entre nós e com Ele por meio de seu Filho, que é sua Palavra (cf.
Jo 1,1). Damos graças a Ele que, por seu grande amor fala a nós como a amigos
(cf. Jo 15,14-15).” (DAp 25).E dizem mais: “Desconhecer a Escritura é desconhecer
Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Daí o convite de Bento XVI: “Ao iniciar
a nova etapa que a Igreja missionária da América Latina e do Caribe se dispõe a
empreender, a partir desta V Conferência em Aparecida, é condição indispensável
o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus, Por isto, é necessário
educar o povo na leitura e na meditação da palavra: que ela se converta em seu
alimento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são
espírito e vida (cf. Jo 6,63). Do contrário, como vão anunciar uma mensagem
cujo conteúdo e espírito não conhecem profundamente? É preciso fundamentar
nosso compromisso missionário e toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus” (DAp 247).
3.
Oração (Vida)
Senhor,
ilumina a minha
inteligência e fortifica a minha vontade,
de modo que a minha
vida seja, aos poucos,
transformada pelo
encontro contigo.
Liberta-me de
tantas coisas que me oprimem,
ensina-me a evitar
a dispersão
em muitos
interesses superficiais;
ajuda-me na busca
contínua da tua vontade.
Espírito Santo,
cria em mim um coração novo,
capaz de amar todas
as pessoas.
Que a minha oração
seja sustentada
pela intercessão de
Maria, Mãe da Igreja
e modelo de
disponibilidade à voz de Deus.
Amém.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus e abrir meu coração para que seja terreno bom e acolhedor da Palavra.
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus e abrir meu coração para que seja terreno bom e acolhedor da Palavra.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Sugestão: LEITURA ORANTE NAS CARTAS DE PAULO
Ouça pela Rádio 9 de julho AM 1600, o programa Nos passos de Paulo e
faça a Leitura Orante das cartas de Paulo Apóstolo, de 2ª a 6ª feira, das 20 às 21h
Acesse pela internet: http://www.radiosetvs.com/radio9dejulho.html
ou pelo blog: http://www.nospassosdepaulo.com.br/
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Acesse pela internet: http://www.radiosetvs.com/radio9dejulho.html
ou pelo blog: http://www.nospassosdepaulo.com.br/
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que é preciso
preparar o terreno do nosso coração para acolher tua Mensagem e transformá-la
em vida. Queremos ser terra boa, adubada com cuidado para fazer florescer as
sementes do Reino lançadas pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que
contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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