ANO A

Lc 9,22-25
Comentário do
Evangelho
O caminho dos
discípulos não pode ser outro que o do Mestre.
Nosso texto de hoje
está situado um pouco antes do início da seção central do terceiro evangelho,
denominada “subida para Jerusalém”. O anúncio da paixão, morte e ressurreição
tem por finalidade preparar os discípulos, como também o leitor, para entrarem
no mistério pascal sem esmorecer e preveni-los contra o escândalo da paixão e
morte de Jesus. Essa prolepse informa os discípulos acerca das condições do
seguimento de Jesus Cristo. O caminho dos discípulos não pode ser outro que o
do Mestre. Por essa razão, é preciso liberdade diante da própria vida. A
decisão livre de seguir o Senhor deve ser acompanhada da atitude que
caracteriza o seguimento: “Renunciar a si mesmo”. Trata-se do desafio de não
permitir que seus projetos pessoais se anteponham à vontade de Deus, e exige
uma atitude positiva de entregar a própria vida. A vida recebida como dom de
Deus não está garantida na defesa das seguranças e privilégios pessoais, mas na
disposição da própria vida em favor do “evangelho de Jesus Cristo” (cf. Mc
1,15). Nós não seremos plenamente livres enquanto persistir o medo da morte.
Carlos
Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para
abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Vivendo a Palavra
Perder a nossa vida por causa do Cristo significa nos esforçarmos para
viver como Jesus viveu: fazendo o bem a todos, lutando pela justiça e a
fraternidade, trazendo alívio para quem sofre e consolo para quem chora. Em
resumo: esquecidos da nossa própria cruz, ajudando o irmão a carregar a sua.
Reflexão
O verdadeiro discípulo
de Jesus é aquele que vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua
vida. Jesus nunca viveu para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus
irmãos e irmãs, fazendo do seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo. A
exemplo de Jesus, nós devemos passar por esse mundo não para buscar a
satisfação dos nossos interesses e necessidades, mas para deixar de lado tudo o
que nos impede de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós,
da nossa presença e do nosso serviço, e que também nos impede de ir ao encontro
do próprio Deus para vivermos com ele a sua vida.
Recadinho

Jesus é claro ao
questionar-nos: Que adianta ganhar o mundo inteiro? - Para que serve tanta
ganância na busca dos bens deste mundo se não tiverem um fim social? -
Renunciar! Tomar a cruz! Que experiência tenho de cruzes em minha vida? -
Aceito minhas cruzes espelhando-me na caminhada do crucificado? - Faço com que
a fé me sustente ao carregar as cruzes da vida?
Padre
Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
O CAMINHO DO
MESTRE
Quem se propõe a seguir Jesus, não pode
escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho tem uma dinâmica bem
definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua igualdade com Deus, e,
por conseqüência, dispondo-se a assumir, plenamente, a condição humana. Passa
pelo testemunho radical do Pai e de seu Reino, sem se importar com a opinião de
quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como desfecho natural de uma
vida de total renúncia de si mesmo.
Também
do seguidor de Jesus exige-se a disposição de abrir mão de seus projetos
pessoais, escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se
ou estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria
salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar
certas dimensões de sua vida, temendo colocá-las em jogo.
À
imitação de Jesus, seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais
mesquinhos de ganhar o mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta
liberdade capacita-o a trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a
cruz, com seu componente de rejeição e de morte.
O
seguimento exige disposição e coragem para não nos determos na metade do
caminho. Como seguidores do Mestre, somos desafiados a concluir, com ele e como
ele, a sua mesma caminhada.
Oração
Torna-me, Espírito Santo,
capaz de renunciar aos meus projetos pessoais e colocar-me, corajosamente, no
seguimento de Jesus, até a cruz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Inspirai, ó Deus, as
nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo
aquilo que fizemos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
06 DE MARÇO – QUINTA
6 - "Todo aquele que vive e crê
em mim, não morrerá jamais" - Frei Aloísio Antônio de Oliveira OFV Conv
HOMILIA
A VITÓRIA DA VIDA
SOBRE A MORTE
Para Lucas, a morte de Jesus é
a garantia da Sua ressurreição. Porque ele vê no anúncio a certeza deste falto.
Pela confiança que ele próprio deposita nas palavras de Mestre: O Filho do
Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos
chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia,
será ressuscitado.
Portanto, narra a morte de Jesus como
vitória sobre o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte ,e a de
descer aos infernos e lutar com a morte, era uma idéia bem conhecida no oriente
e no ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus
heróis. Esta idéia penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo
Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da
perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os
que aí estavam presos , desde Adão até o último homem.
“A concepção é de que Cristo, na hora
de sua morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No
Novo Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica. Em Mt 27,51-53 se
narra que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos
saíram de suas sepulturas e entraram na cidade. Assim Jesus, pela sua morte
liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se
o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se
confundem. A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste
poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10;
Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne,
também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte,
reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb
2,14).
Através de sua morte, Jesus destruiu
o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição
existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela.
Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo,
passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar
com Ele para a eternidade.
Pai, dá-me a firme disposição de
renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto
de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça
Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
Uma vida plena em Jesus é feita de
renúncias diárias
Quando nós sabemos renunciar à nossa vontade e abraçamos a nossa
cruz de cada dia, a nossa vida passa a ter um outro sentido!
”Se
alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e
siga-me” (Lc 9,23)
Seguir Jesus significa ir atrás dos Seus passos, fazer aquilo
que Ele fez. Seguir Jesus não é simplesmente imitá-Lo, copiá-Lo, mas é ir na
mesma direção, no caminho da vida, no sentido da vida. E por isso que o Senhor
não só ensina o caminho, mas Ele mesmo faz e é o caminho, Ele mesmo desce ao
nosso meio e se faz um de nós e caminha para o céu, nos chamando para irmos
atrás d’Ele.
Para
irmos atrás do Senhor, antes de passarmos pela porta do céu, precisaremos
passar por “Jerusalém” como o Senhor mesmo fez. Ali o Senhor viveu a vida no
meio de nós, primeiro renunciando a si mesmo: renunciou a Sua condição divina,
renunciou aos títulos, às honrarias humanas para viver o projeto do Reino de
Deus. E tomou a Sua cruz, a cruz da rejeição, a cruz do peso dos nossos pecados,
a cruz da não aceitação e se entregou inteiramente ao Pai.
Quem
quiser segui-Lo precisa tomar a mesma atitude: renunciar a si mesmo. Sim, ser
capaz de renunciar ao próprio “eu”, muitas vezes, aos afetos, ao desejo de
agradar e viver a vida conforme o projeto de Deus para nós.
Como é difícil renunciar a nós mesmos, porque somos tão
orgulhosos, egoístas, queremos ver o mundo do nosso jeito, da nossa maneira! Quando sabemos
ceder, quando, mesmo nos achando certos, somos capazes de abaixar a nossa cabeça,
conseguimos viver renúncias em nossa vida. Renúncia à vontade de ter isso ou
aquilo, renuncia a afetos que gostaríamos de viver com mais intensidade e não é
possível os viver. Tudo isso devemos fazer como oblação, como entrega, como
oferta a Deus.
Quando
nós, então fazemos isso tudo, nós pegamos a nossa cruz e vamos atrás de Jesus,
mas essa cruz é a mais pesada: a cruz dos nossos dramas pessoais, familiares, a
cruz da doença, da enfermidade, dos pequenos sofrimentos, dos aborrecimentos
que vivemos em nossa vida, em nosso corpo, em nossa mente. Vivemos tudo isso em
um espírito de entrega e oblação a Deus quando nós sabemos renunciar à nossa
vontade e abraçamos a nossa cruz de cada dia; dessa forma a nossa vida passa a
ter um outro sentido! Não é que deixamos de viver, ao contrário, a nossa vida
se torna mais plena, ela passa ter um sentido de eternidade, ela passa a
caminhar na direção do céu.
Que
nós possamos, em vez de imaginar que estamos perdendo a vida, tomar consciência
de que seguir Jesus é perder a vida neste mundo para ganhá-la aqui e para
sempre com um sentido mais pleno.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
LEITURA ORANTE
Lc 9,22-25 - Assumir a causa de Jesus
Preparo-me para a Leitura Orante, com
todos os internautas, com a oração:
Mestre:
a tua vida me traça o caminho,
a tua doutrina confirma
e ilumina os meus passos;
a tua graça me sustenta
e me conduz no caminho do céu.
Tu és perfeito Mestre:
Mestre:
a tua vida me traça o caminho,
a tua doutrina confirma
e ilumina os meus passos;
a tua graça me sustenta
e me conduz no caminho do céu.
Tu és perfeito Mestre:
dás o exemplo,
me ensinas
e me animas a seguir-te.
me ensinas
e me animas a seguir-te.
1.Leitura
(Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio, atentamente, na Bíblia, o Evangelho do Dia: Lc 9,22-25.
Leio, atentamente, na Bíblia, o Evangelho do Dia: Lc 9,22-25.
E Jesus explicou:
"É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos,
sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar".
Depois, Jesus começou a dizer a todos: "Se alguém quer vir após mim,
renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser
salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará.
Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se
e a arruinar a si mesmo?
Aquele que quiser seguir a Jesus, participar de sua vida e de sua
missão, deverá percorrer o mesmo caminho dele. E ainda, renunciar ao poder, ao
reino de um messias glorioso e vencedor. A causa é dele, que afirma: quem
esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.
2. Meditação (Caminho
- O que a Palavra diz para mim?
Também eu posso seguir Jesus. Assumir a sua causa. Nos momentos de maiores dificuldades vou me lembrar que esta causa é primordial. O seguimento de Jesus requer renúncia, busca de justiça e doação da vida por uma boa causa.Podemos afirmar, a melhor causa. Os bispos, em Aparecida, lembraram muito bem: "Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e ao mesmo tempo o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes à voz do Pai, queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos, sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, nEle, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação."(DAp 103)
3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Oração da Campanha
da Fraternidade de 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do
vosso povo
e vos compadeceis dos oprimidos e
escravizados.
Fazei que experimentem a libertação
da cruz
e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso
Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores
destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
AMÉM!
4. Contemplação/ Missão (Vida)
|
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou deixar de lado toda vaidade e reconhecimento humano e ajudar alguém que sofre a carregar a sua cruz.
Esta causa é de Jesus e minha também.
Vou deixar de lado toda vaidade e reconhecimento humano e ajudar alguém que sofre a carregar a sua cruz.
Esta causa é de Jesus e minha também.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza de alma para
compartilhar com os irmãos as suas dores. Que sejamos para cada um deles uma
fonte de esperança, exemplo de alegria, de fé e de gratidão pelos dons que nos
dás – muito especialmente pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e
contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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