
27 de
Janeiro de 2014
Mc 3,22-30
Comentário do
Evangelho
A
blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus.
A contar pelo contexto
literário, os textos anteriores ao nosso nos permitem ter o pano de fundo a
partir do qual é feita a acusação pelos escribas oriundos de Jerusalém de que o
espírito de Beelzebu é o que movia Jesus. O modo como Jesus interpretava e
punha em prática a Lei de Moisés não só gerava crise como fazia desmoronar o
sistema de pureza e a prática da Lei pautada por um rigorismo tal que, mais
adiante em nosso relato, Jesus dirá ser “tradição humana” (cf. Mc 7,8.13), que
deixa de lado o “mandamento de Deus”. Os escribas e com eles os fariseus, entre
outros, se sentiam ameaçados em seu modo de praticar a religião. A
esclerocardia deles (cf. Mc 3,5) os impedia de questionarem o seu próprio modo
de viver a religião. Julgando-se justos por essa prática da Lei, todos os
demais para eles estavam equivocados. Daí a crítica intempestiva e
contraditória a Jesus. O ouvinte e/ou leitor do evangelho que passou pela
notícia do Batismo de Jesus (cf. Mc 1,9-11), sabe que ele é revestido do
Espírito Santo. E por isso não pode admitir, a não ser como absurda, a acusação
dos escribas. Ninguém podia fazer o bem que Jesus fazia se Deus não estivesse
com ele (cf. Jo 9,33). A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça
de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
sou-te infinitamente grato, pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo,
tua libertação chega até nós, vítimas de tantas formas de opressão.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
A inveja nos faz
capazes de encontrar os motivos mais terríveis para condenar alguém que pratica
o bem. Com Jesus não foi diferente.Os mestres da Lei viam tudo o que Jesus
fazia e não podiam negar os fatos, mas quando deveriam aderir à proposta de
Jesus, a inveja tomou conta dos seus corações. Como o poder de Jesus não podia
ser contestado, resolveram contestar a origem de tal poder, afirmando que este
não era a manifestação de uma realidade divina, e sim diabólica, atribuindo a
Jesus o que de fato era a origem dos seus próprios pensamentos, uma vez que
negavam como divina a ação do próprio Espírito Santo, e isso sim, é algo
diabólico.
FONTE: CNBB
28 de
Janeiro de 2014
Mc
3,31-35
Comentário
do Evangelho
A
comunidade de Jesus é caracterizada pela adesão à sua pessoa
A
vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas
também para a sua família. O texto do evangelho de hoje precisa do apoio de um
outro texto para podermos compreender a razão pela qual a mãe e os parentes de
Jesus vão procurá-lo. Em Mc 3,20-21, à notícia de que, por causa do grande
fluxo de gente que procurava Jesus, ele e seus discípulos não se alimentavam,
sua família vai buscá-lo, pois pensavam que estivesse “fora de si”. Essa é a
razão pela qual a família de Jesus manda chamá-lo e permanecem do lado de fora
da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz
e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da
casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido mas
dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na
vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O
que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele é a disposição de
fazer a vontade de Deus. Não é mais a descendência do sangue ou a prática da
Lei que constitui o povo de Deus, mas a adesão à pessoa de Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua
vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Somos convidados
pelo evangelho de hoje a descobrir a verdadeira família à qual nós pertencemos:
a família dos filhos e filhas de Deus, que procura conhecer e por em prática a
vontade do Pai e participar do seu projeto de construção do mundo novo, da
civilização do amor, sinal do Reino definitivo. Participar dessa verdadeira
família não significa negar a nossa família terrena, nem os nossos
relacionamentos sociais e afetivos, mas subordinar essas duas realidades à
realidade maior, que é a família dos filhos e filhas de Deus, fazendo, assim,
com que haja uma verdadeira hierarquia de valores na nossa vida, que subordina
o temporal ao eterno.
FONTE: CNBB
29 de
Janeiro de 2014
Mc 4,1-20
Comentário do Evangelho
A Palavra acolhida gera vida nova
Nosso
texto pode ser dividido em duas partes: a parábola (vv. 1-9) e a explicação ou
alegoria da parábola (vv. 10-20). É provável que a redação da alegoria da
parábola tenha sido escrita num período distinto daquele em que a parábola foi
dita. Muito embora não tenhamos acesso ao contexto original em que a parábola
foi pronunciada, podemos conjeturar que tipo de questão pode ter dado origem à
parábola do semeador: Por que a Palavra de Deus é semeada no coração de uns e
não de outros? Por que ela produz frutos em uns e não em outros? Deus faz
distinção de pessoas? Deus não faz acepção de pessoas. A semente é semeada em
toda a extensão do terreno. Sua Palavra é oferecida e semeada no coração de
todo ser humano indistintamente. O modo com que a Palavra de Deus é acolhida e
o espaço que ela encontra no coração e na vida de cada um é que permite ou não
que ela produza os frutos próprios de seu dinamismo, pois assim como a chuva e
a neve que caem do céu para lá não voltam sem terem regado a terra, assim a
Palavra que sai da boca de Deus e que cai no coração do ser humano (cf. Is
55,10-11).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu jamais me canse de proclamar a tua Palavra,
mesmo com o risco de ver meu esforço fracassar. Que eu esteja bem consciente de
que o Reino te pertence.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Entre as
diversas formas muito utilizadas por Jesus para nos mostrar as realidades
eternas, encontramos as parábolas. A partir das experiências do dia a dia das
pessoas, Jesus vai mostrando as verdades do Reino. Hoje o evangelho nos mostra
a parábola do semeador, pregada e explicada por Jesus, para mostrar a
necessidade de acolhermos a sua mensagem de tal modo que ela produza muitos
frutos para nós e para toda a Igreja. As parábolas nos mostram a necessidade de
olharmos a vida e tudo o que nos cerca com os olhos da fé, a fim de que
possamos tirar da realidade lições de vida que nos aproximem cada vez mais de
Deus e nos ajudem a descobrir e realizar a sua vontade.
FONTE: CNBB
30 de
Janeiro de 2014
Mc
4,21-25
Comentário do Evangelho
A luz cumpre a sua função quando ela ilumina
É em
relação à parábola precedente que o nosso texto deve ser compreendido. “Tua
Palavra é lâmpada para os meus passos, luz para o meu caminho”, diz o salmista
(Sl 119[118],105). A Palavra de Deus é como a lâmpada. A luz cumpre a sua função
quando ela ilumina, quando faz ver na escuridão. Mas o Novo Testamento diz que
a pessoa também pode ser como a luz. É o caso de João Batista (cf. Jo 5,35).
Jesus é a “luz dos homens” (cf. Jo 1,15ss; 8,12); a comunidade cristã é luz:
“vós sois a luz do mundo…” (Mt 5,14-16). Ora, a luz simboliza a pessoa,
iluminada pela fé, e a sua doutrina, a sua palavra. É de si mesmo que Jesus
fala quando diz que uma lâmpada não pode ficar escondida. O que ele é se
manifesta em seus gestos e palavras, e em tudo o que ele faz, se manifesta o
Reino de Deus. A chamada de atenção dos vv. 24 e 25 é um apelo à compreensão
profunda da palavra que o Senhor anuncia para não se fazer um juízo equivocado,
nem se permanecer no erro. O que é dado por Deus através do ensinamento de Jesus
é para produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser
evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também
experimentar a tua benevolência.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
A nossa vida não
pode ser como a dos fariseus, que aparentam ser uma coisa quando na verdade são
outra. Somos chamados a ser filhos da luz e a viver como filhos da luz,
testemunhando o amor e a presença de Deus para todas as pessoas. Os nossos
pecados se opõem a esse chamado, dificultando o nosso testemunho e obscurecendo
a presença de Deus. Mas Deus age com misericórdia para conosco, se procuramos
nos reconhecer pecadores e buscamos a nossa conversão juntamente com a
conversão dos nossos irmãos e irmãs. Mas se agimos como fariseus, demonstrando
uma santidade que não temos e condenando os pecados das outras pessoas, Deus
nos pagará com a mesma moeda.
FONTE: CNBB
31 de
Janeiro de 2014
Mc 4,26-34
Comentário do Evangelho
O Reino de Deus exige essa dupla atitude: empenho e espera
O
que temos são duas parábolas do Reino. O Reino de Deus não se circunscreve a
nenhuma definição. Haverá sempre algo a dizer e a compreender dele. Por isso, a
melhor forma de dizê-lo e de fazer entrar no seu mistério é a parábola. A
primeira delas, própria a Marcos, apresenta que o Reino de Deus exige uma dupla
atitude: empenho e espera. Empenho de semear, de tornar presente no mundo a
realidade do mistério do Reino de Deus presente e revelado em Jesus Cristo. Ao
mesmo tempo, o dinamismo do Reino de Deus exige perseverança na espera
paciente, pois a semente plantada na terra possui o dinamismo do seu próprio
crescimento, o que só acontece no curso do tempo, em meio às vicissitudes da
história humana. O Reino de Deus não nasce já grande e vistoso. A parábola do
grão de mostarda ilustra esse contraste entre a pequenez da semente e o que ela
se torna, a maior de todas as hortaliças. Para o ouvinte, a parábola é um
convite à confiança e à esperança, e a entrar no dinamismo próprio do Reino de
Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino
acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade
mais humana e fraterna.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Muitas vezes
tentamos explicar a realidade do Reino de Deus de uma forma muito complicada,
repleta de elaborações doutrinais e de palavras com significados bem
específicos que exigem dicionários e conhecimentos específicos em várias
ciências para a sua compreensão. Jesus não age assim. Ele procura revelar as
verdades do Reino de forma muito simples, compreensível para todas as pessoas,
para que os simples e humildes possam acolher a proposta divina e dar a sua
adesão a esta proposta sem desanimar diante de dificuldades teóricas e
científicas.
FONTE: CNBB
01 de fevereiro
de 2014
Mc 4,35-41
Comentário do
Evangelho
Confiança e fidelidade à Palavra de Deus
Depois
de uma série de ensinamentos em parábolas (Mc 4,1-34), Jesus faz com os seus
discípulos uma nova travessia “para a outra margem”, trajeto que parece
habitual para eles. Se não todos, a maioria dos seus discípulos conhecia muito
bem o mar da Galileia, habituados a ter esse lugar como local de trabalho.
Situado a 210 metros abaixo do nível do mar, o fenômeno de ventos que agitam as
águas e provocam como que ondas, é conhecido. A força dos ventos, a agitação
das águas que invadem o barco, o desespero e o medo dos discípulos contrastam
com a tranquilidade de Jesus, que dorme. Ao ser acordado pelos discípulos,
põe-se em pé e, com a palavra determinada, a mesma dirigida aos demônios (cf.
Mc 1,25), domina a fúria do vento e do mar. No Antigo Testamento, é Deus quem
acalma a fúria das ondas e conduz os seus ao porto seguro (cf. Sl 107,29). O
texto é a ocasião para proclamar a divindade e a vitória de Cristo sobre o mal.
Para o discípulo, o texto é um apelo à confiança, a não se deixar dominar pelo
medo. No tempo da angústia e da aflição, é a fé no Senhor que permanece conosco
e deve nos dominar e conduzir (cf. Sl 107,25-30).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, concede-me uma fé profunda que permita manter-me
sereno em meio às tribulações desta vida, certo de que está comigo o Senhor.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Existem muitas
coisas na nossa existência que nos deixam com medo, desde coisas simples, como
o medo de insetos inofensivos, até coisas verdadeiramente terríveis, que podem
em questão de segundos aniquilar a nossa vida, como é o caso de terremotos ou
guerras nucleares. Além disso, temos os nossos fantasmas que criamos e que nos
metem medo, como por exemplo o medo de escuro ou de almas do outro mundo. Mas existem
pessoas que possuem também um medo muito grande do próprio Deus, e isso
acontece porque não foram capazes de descobri-lo como amor e de buscarem um
relacionamento amoroso com ele, fazendo do próprio Deus um fantasma a mais nas
suas próprias vidas.
FONTE: CNBB
02 de fevereiro
de 2014
Lc 2,22-40
Comentário do Evangelho
Realização da promessa
A
festa da Apresentação do Senhor é celebrada quarenta dias depois do Natal.
Remete-se ao século V. Comemora-se, nesse dia, o acontecimento bíblico relatado
por Lucas em 2,22-40, relato próprio ao terceiro Evangelho.
O profeta Malaquias atuou em meados do século V
a.C. A comunidade cristã que relê o texto do profeta Malaquias à luz da
Ressurreição de Cristo encontra no trecho proposto para hoje uma clara
referência a Jesus. A profecia serve de pano de fundo para o relato da apresentação
do Senhor no Templo de Jerusalém e o reconhecimento do Messias por parte de
Simeão e Ana. O texto distingue dois personagens, presentes nos relatos da
infância: o “mensageiro” cuja missão é preparar o caminho, entenda-se, o
caminho do Senhor (cf. Ml 3,1a); e depois, o próprio Senhor, a pessoa esperada
e desejada que entra no seu Templo (cf. Ml 3,1b). Na releitura cristã da
profecia de Malaquias, trata-se de João Batista e Jesus.
Lucas parece não ter nenhuma preocupação com a
exatidão histórica e cultural. Originalmente, os costumes da apresentação e
purificação da mãe são distintos; Lucas parece confundi-los. A prescrição para
a purificação da mulher que deu à luz encontra-se em Lv 12,1ss. Lucas modifica
Lv 12,6 – não é só a mulher que deve ser purificada, mas “eles” (cf. Lc 2,22).
A prescrição quanto à consagração ou apresentação do primogênito ao Senhor
encontra-se em Ex 13,1.11-12. O nosso relato baseia-se em 1Sm 1,22-28. O filho
primogênito tinha que ser resgatado ao completar um mês do seu nascimento,
mediante o pagamento de um ciclo de prata a um membro de uma família sacerdotal
(Nm 3,47-48; 18,5-16). Lucas omite toda a menção do resgate do primogênito e
transforma a cerimônia numa simples apresentação do menino no Templo de
Jerusalém. Seja como for, e sem nos atermos a todas as possibilidades de
interpretação, parece-nos que a intenção do evangelista é fazer com que o
Antigo Testamento, representado por Simeão e Ana, tome, pelo Espírito Santo, a
palavra para poder proclamar que a promessa de Deus foi realizada em Jesus (cf.
Lc 2,29-32). Se a cada noite a Igreja canta o nunc dimitis, é para proclamar a
cada dia a realidade da salvação oferecida indistintamente a toda a humanidade.
É essa luz que ilumina todos os povos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no
mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da
salvação presente na nossa história.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Deus está sempre
vindo ao nosso encontro, mas precisamos estar abertos à sua presença,
precisamos querer vê-lo. Simeão e Ana queriam ver o Messias e estavam abertos à
ação do Espírito Santo. Por isso, tiveram a oportunidade de reconhecer o
salvador da humanidade naquele menino que, juntamente com tantos outros de sua
época, eram apresentados em cumprimento da Lei do Senhor. Quem quer ver Jesus
hoje também deve estar aberto ao Espírito Santo que nos move constantemente
para a caridade e nos leva a reconhecer a presença do divino Mestre nos pobres
e necessitados que precisam na nossa caridade.
FONTE: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário