1 de Setembro de
2013
Ano C

Lc 14,1.7-14
Comentário do
Evangelho
Um convite à generosidade.
Jesus continua sua subida para Jerusalém. À medida que faz seu
caminho para o Pai, ele vai instruindo os seus discípulos. Um israelita de
verdade mantém os ouvidos sempre abertos, pois ele sabe que toda sabedoria vem
de Deus, e se deixa instruir por Deus: “O homem sensato medita as máximas em
sua oração, ouvido atento, eis o que o sábio deseja” (Eclo 3,29).
O episódio do evangelho deste domingo se dá
durante uma refeição, “na casa de um dos chefes fariseus” (v. 1). Duas outras
vezes Jesus foi, segundo Lucas, a uma refeição na casa de fariseus (7,36;
11,37). Há entre Jesus e os fariseus uma mescla de simpatia e resistência. Os
fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a
Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei.
Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de
modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras
e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia
com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno.
Tal modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com
misericórdia e pôr em prática a palavra do Senhor: “É misericórdia que eu
quero, e não sacrifícios” (Os 6,6).
A refeição na casa de um dos chefes dos fariseus
acontece num sábado, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através
da obra da criação, e a libertação do país da escravidão.
Mesmo que em nosso relato os interlocutores sejam
os que estavam na casa dos fariseus, são os discípulos os instruídos; é a
comunidade cristã que deve aprender como se comportar no novo tempo. A
instrução é motivada pela observação de “como os convidados escolhiam os
primeiros lugares” (v. 7). A parábola utiliza a imagem do casamento, em que os
lugares já eram predeterminados.
Há duas lições: o lugar é recebido de quem
convidou para a festa (cf. v. 8-11). Certamente é outro modo de dizer:
“Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos
por eles” (Mt 6,1; ver também: Pr 25,6-7). A segunda é um convite à
generosidade: “... quando deres um banquete, convida os [que] não têm como te
retribuir!” (cf. vv. 12-14). É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou
retribuição: “Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Até mesmo os
pecadores agem assim. Se fazeis o bem aos que no-lo fazem, que graça alcançais?
Até mesmo os pecadores agem assim… E se emprestais àqueles de quem esperais
receber, que graça alcançais?... Fazei o bem e empresteis sem esperar coisa
alguma em troca” (Lc 6,32-35).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Espírito que conduz ao amor dos mais
pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm
a primazia no coração do Pai.
Vivendo a Palavra
Vivendo em uma sociedade em que as pessoas tentam
se promover a todo custo e em que só servem os primeiros lugares, precisamos
ter coragem para seguir os passos de Jesus: servir com humildade, sem visar a
reconhecimentos ou retribuições, movidos apenas pela fraternidade própria de
seus seguidores.
Meditação
Há muita caridade feita
por mero interesse pessoal? - Qual é a melhor recompensa, a que vem de Deus ou
a que vem dos homens? - Você procura sempre agradecer a quem lhe faz algum
favor? - Sabe agradecer a Deus que realiza maravilhas? - Ou é daqueles que só
lamentam as dores e angústias?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentários do
Evangelho

01 de SETEMBRO – DOMINGO
1
- “... QUEM SE
HUMILHA SERÁ EXALTADO.” – Olívia Coutinho
2 - O Fariseu tinha
uma“Ficha Limpa”-Diac. José da Cruz
3 - QUEM SE ELEVA,
SERÁ HUMILHADO - José Salviano
4 - A humildade é a
verdade-Helena Serpa
5 - Os primeiros
serão os últimos e os últimos serão os primeiros - José Salviano
6 - Humildade:
Questão de Educação - Jailson Ferreira
Liturgia comentada
O último lugar... (Lc 14,1.7-14)
Mais uma vez, o
cenário é o banquete. Nada mais natural, o homem foi criado para participar de
um festim! No Gênesis, os Três participam do banquete de Abraão; no Apocalipse,
somos convidados para a Ceia do Cordeiro. De um extremo a outro, a Sagrada
Escritura nos vê como convivas do festim!
E como Jesus
gostava de sentar-se à mesa! Não foi à toa que o rotularam de comilão e
beberrão (cf. Mt 11,19). Até sua despedida foi celebrada em volta da mesa:
“Desejei ardentemente comer esta ceia pascal, antes de padecer!” (Lc 22,15)
No Evangelho de
hoje, Jesus nos aconselha a preferir o último lugar. Cabe, pois, a pergunta:
por que os convidados eram tão ansiosos por ocupar os primeiros lugares? É
fácil de explicar.
A “mesa” dos
banquetes daquela época era um conjunto de divãs dispostos em forma de “U”, com
as pessoas deitadas, apoiadas no cotovelo esquerdo. Os servos ou escravos
serviam os convivas pelo interior desse “U”, em cuja volta ficava o dono da
festa, ladeado pelos convidados de honra. Como o “serviço” começava por estes,
era comum que as bandejas chegassem vazias às extremidades da mesa. Claro,
ninguém desejava o último lugar. Questão de sobrevivência...
Algum apressado
arriscava-se a passar vergonha, se aparecesse um figurão e o dono da casa
decidisse alojá-lo no lugar que o outro ocupava, sendo “rebaixado” para a ponta
da mesa. Coisas da sociedade...
No entanto, quando
Jesus nos aconselha a ocupar o último lugar, deve estar fazendo ironia conosco.
Sabem por quê? Não é possível obedecer ao seu conselho: o último lugar já tem
dono. Ele mesmo, Jesus de Nazaré, apesar de ser homem e Deus, já ocupou em
definitivo o último lugar. Toda a sua vida o demonstra...
Seu berço? Um cocho
no curral. Sua maternidade? Uma gruta. Sua casa? As estradas da Palestina. Seu
travesseiro? Não tinha! (Cf. Mt 8,20) E para concluir, morre na cruz, sofrendo
uma pena que só se aplicava aos escravos e aos grandes criminosos, proibida a
um cidadão do Império Romano.
Sim, nós sabemos
que seus discípulos andaram discutindo, estrada a fora, sobre qual deles seria
o maior no Reino dos Céus. Parece que não somos muito diferentes... Há sempre
um “fiel” à procura de um tapete vermelho, de mais um microfone, de mais
divulgação de seu ministério, de mais aplausos para seu trabalho pastoral. E o
penúltimo lugar fica vazio...
Orai sem cessar:
“Senhor, meu olhar não se ergue arrogante!” (Sl 131,1)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
1 de
setembro – 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
MODÉSTIA E GRATUIDADE
I.
INTRODUÇÃO GERAL
As
leituras de hoje insistem em virtudes fora de moda: mansidão e humildade
(primeira leitura), modéstia e gratuidade (evangelho). Quanto à modéstia, Jesus
usa um argumento da sabedoria popular, do bom senso: se alguém for sentar no
primeiro lugar num banquete e um convidado mais digno chegar depois, o que
escolheu o primeiro lugar terá de cedê-lo ao outro e contentar-se com qualquer
lugarzinho que sobrar. Mas quem se coloca no último lugar só pode ser convidado
para subir e ocupar um lugar mais próximo do anfitrião…
Como
lema para o povo celebrante recordar, se for de classe humilde, pode servir a
frase da primeira leitura: “O poder de Deus é exaltado pelos humildes”; ou, se
o público for de classe média calculista, a frase do evangelho: “Convida os
pobres, porque não têm como te retribuir”.
1. I
leitura (Eclo 3,19-21.30-31)
A
verdadeira modéstia de vida, tema da primeira leitura, não é a falsa modéstia
de quem se gaba de ser humilde ou “se faz de burro para comer milho”. Consiste
na consciência de que só Deus é poderoso e bom. O ser humano deve sempre
recorrer a ele. Daí a atitude do sábio: segurança ante os poderosos, pois sua
confiança está em Deus, e magnanimidade para com os fracos, pois pode contar
com Deus.
2.
Evangelho (Lc 14,1.7-14)
O
evangelho nos ensina a modéstia e a gratuidade na perspectiva do reino de Deus.
Lucas gosta de apresentar Jesus como viajante e hóspede: a comunhão de mesa é o
lugar da amizade, e Jesus quer ser amigo. Mas amigo de verdade não esconde a
verdade. Na casa de um fariseu, de modo surpreendente e, segundo os nossos
critérios, um tanto indelicado, Jesus ensina algumas regras.
1) aos convidados, ensina a não procurar o primeiro lugar, para
que o dono da casa possa apontar o lugar mais importante; 2) ao anfitrião, ensina
a não convidar as pessoas de bem, mas os que não podem retribuir, pois só assim
demonstramos gratuidade e magnanimidade. Em outros termos, Jesus ensina a saber
receber de graça e a saber dar sem intenções calculistas. O sentido profundo
dessa lição se revelará na Última Ceia (22,24-27), em que o anfitrião é o
Servo, que dá até a própria vida.
Jesus é
um desses hóspedes que não ficam reféns de seus anfitriões. Já o mostrou a
Marta (cf. Lc 10,38-42, 16º domingo); mostra-o também no evangelho de
hoje. Olhemos o contexto da perícope. O anfitrião é um chefe dos fariseus.
A casa está cheia de seus correligionários, não muito bem intencionados
(14,2). Para começar, Jesus aborda o litigioso assunto do repouso sabático,
defendendo uma opinião bastante liberal (14,3-6).
Depois
(em 14,7, onde começa o texto de hoje) critica, com uma parábola, a atitude dos
fariseus, que prezam ser publicamente honrados por sua virtude, também nos
banquetes, onde gostam de ocupar os primeiros lugares (cf. Lc 11,43).
Alguém que ocupa logo o primeiro lugar num banquete já não pode ser convidado
pelo anfitrião para subir a um lugar melhor; só pode ser rebaixado se aparecer
alguma pessoa mais importante. É melhor ocupar o último lugar, para poder
receber o convite de subir mais. Alguém pode achar que isso é esperteza. Mas o
que Jesus quer dizer é que, no reino de Deus, a gente deve adotar uma posição
de receptividade, não de autossuficiência.
Segue-se
outra lição, também relacionada com o banquete, porém dirigida ao anfitrião (um
fariseu: cf. 14,1). Não se deve convidar os que podem convidar de volta, mas os
que não têm condições para isso. Só assim nos mostraremos verdadeiros filhos do
Pai, que nos deu tudo de graça. É claro que tal gratuidade pressupõe a atitude
recomendada na parábola anterior: o saber receber.
Portanto,
a mensagem do evangelho de hoje é: saber receber de graça (humildade) e saber
dar a graça (gratuidade). Isso ficou ilustrado na primeira leitura, que
sublinha a necessidade da humildade, oposta à autossuficiência.
4. II
leitura (Hb 12,18-19.22-24a)
Deus se
tornou manifesto e acessível em Cristo. A manifestação de Deus no Antigo
Testamento (no Sinai) era inacessível (12,18-21). No Novo Testamento,
verifica-se o contrário (12,22-24): agora vigora uma ordem melhor (9,10); a
manifestação de Deus (em Cristo) é agora acessível, menos “terrível”, porém
mais comprometedora. Não é por ser mais humana que ela seria menos divina. Pelo
contrário! No homem Jesus, Deus se torna presente. Essa nova e escatológica
presença de Deus em Cristo é chamada, no texto, “monte Sião”, “cidade do Deus
vivo”, “Jerusalém celeste”. E quem quiser ler alguns versículos além
da perícope de hoje encontrará a conclusão prática: não recusar a
palavra do Cristo (12,25).
A
segunda leitura não demonstra muito parentesco temático com a primeira e o
evangelho. Contudo, complementa o tema da gratuidade, mostrando como Deus se
tornou, gratuitamente, acessível para nós, em Jesus Cristo. O tom da leitura é
de gratidão por esse mistério.
(Desejando
uma leitura das cartas que se aproxime da primeira leitura e do evangelho,
pode-se olhar para 1Pd 5,5b-7.10-11, sobre humildade e grandeza.)
III.
PISTAS PARA REFLEXÃO
Simplicidade
e gratuidade: graça, gratidão e gratuidade são os três momentos do
mistério da benevolência que nos une com Deus. Recebemos sua “graça”, sua
amizade, seu benquerer. Por isso nos mostramos agradecidos, conservando seu dom
em íntima alegria, que abre nosso coração. E desse coração aberto mana generosa
gratuidade, consciente de que “há mais felicidade em dar do que em receber”
(cf. At 20,35). Isso não significa que a gente não pode se alegrar com aquilo
que recebe. Significa que só atingirá a verdadeira felicidade quem souber dar
gratuitamente. Quem só procura receber será um eterno frustrado.
A
humildade não é a prudência do tímido ou do incapaz nem o medo de se expor, que
não passa de egoísmo. A verdadeira humildade é a consciência de ser pequeno e
ter de receber para poder comunicar. Humildade não é tacanhice, mas o primeiro
passo da magnanimidade. Quem é humilde não tem medo de ser generoso, pois é
capaz de receber. Gostará de repartir, porque sabe receber; e de receber, para
poder repartir. Repartirá, porém, não para chamar a atenção para si, como o
orgulhoso que distribui ricos presentes, e sim porque, agradecido, gosta de
deixar seus irmãos participar dos dons que recebeu.
Podemos
também focalizar o tema de hoje com uma lente sociológica. Torna-se relevante,
então, a exortação ao convite gratuito. Jesus manda convidar pessoas bem
diferentes das que geralmente são convidadas: em vez de amigos, irmãos,
parentes e vizinhos ricos, convidem-se pobres, estropiados, coxos e cegos – ou
seja, em vez do círculo costumeiro, os marginalizados. E na parábola seguinte
no Evangelho de Lucas, a parábola do grande banquete, o “senhor” convida
exatamente essas quatro categorias mencionadas (Lc 14,21).
O amor
gratuito é imitação do amor de Deus. A autenticidade do amor gratuito se mede
pela pouca importância dos beneficiados: crianças, inimigos, marginalizados,
enfermos (cf. também Mt 25,31-46). Jesus não nos proíbe gostar de parentes e
vizinhos; mas imitar realmente o amor gratuito (a hésed de Deus) a
gente só o faz na “opção preferencial” pelos que são menos importantes.
A
parábola daquele que ocupa o último lugar para ser convidado a subir mais faz
pensar em quem “se faz de burro para comer milho”. Contudo, Jesus pensa em algo
mais. É por isso que ele acrescenta outra parábola, para nos ensinar a fazer as
coisas não por interesse egoísta, mas guiados pela gratuidade. Seremos felizes
– diz Jesus – se convidarmos os que não podem retribuir, porque Deus mesmo
será, então, nossa recompensa. Estaremos bem com ele por termos feito
o bem aos seus filhos mais necessitados.
A
gratuidade não é a indiferença do homem frio, que faz as coisas de graça porque
não se importa com nada, pois isso é orgulho! Devemos ser gratuitos
simplesmente porque os nossos “convidados” são pobres e sua indigência toca o
nosso coração fraterno. O que lhes damos tem importância, tanto para eles como
para nós. Tem valor. Recebemo-lo de Deus, com muito prazer. E repartimo-lo,
porque o valorizamos. Dar o que não tem valor não é partilha: é liquidação…
Mas, quando damos de graça aquilo que, com gratidão, recebemos como dom de
Deus, estamos repartindo o seu amor.
Tal
gratuidade é muito importante na transformação de que a sociedade
está necessitando. Não apenas “fazer o bem sem olhar para
quem” individualmente, mas também social e coletivamente: contribuir
para as necessidades da comunidade, sem desejar destaque ou reconhecimento
especial; trabalhar e lutar por estruturas mais justas, independentemente do
proveito pessoal que isso nos vai trazer; praticar a justiça e o humanitarismo
anônimos; ocupar-nos com os insignificantes e inúteis…
Concluindo,
a lição de hoje tem dois aspectos: para nós mesmos, procurar a modéstia, ser
simplesmente o que somos, para que a graça de Deus nos possa inundar e não
encontre obstáculo em nosso orgulho. E para os outros sermos anfitriões
generosos, que não esperam compensação, mas, sem considerações de retorno em
dinheiro ou fama, oferecem generosamente suas dádivas a quem precisa.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É
doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela
Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente, é professor de Exegese
Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a
Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical:
mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão;
Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br.
1 de setembro – 22° DOMINGO COMUM
SETEMBRO NOS RECORDA A BÍBLIA
A fé é a resposta à revelação de Deus
que nos dá a capacidade de ler e interpretar, mediante a nossa história
individual e a de toda a humanidade, os gestos de salvação operados por Deus.
A pessoa de fé é aquela que imerge na
história porque sabe que é nela e nos fatos concretos que Deus se manifesta e
se revela, e não nas especulações, nos nossos conceitos abstratos.
O conhecimento de Deus, portanto, é
possível somente quando ele decide fazer-se conhecer – e concretamente o fez
por meio da história humana de Abraão, de Isaac, de Jacó e de seu Filho, Jesus
Cristo.
O Concílio Ecumênico Vaticano II nos
oferece excepcional documento sobre a revelação divina, Dei Verbum (O Verbo de
Deus): “Ouvindo religiosamente a palavra de Deus e proclamando-a com confiança,
este Santo Sínodo adere às palavras de são João: ‘Anunciamos-vos a vida eterna,
que estava junto ao Pai e se nos manifestou. O que vimos e ouvimos, vo-lo
anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco e nossa comunhão seja
com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo’ (1Jo 1,2-3), a fim de que, pelo
anúncio da salvação, o mundo inteiro, ouvindo, creia, crendo, espere,
esperando, ame”.
No Ano da Fé, relembrando os 50 anos
do Concílio Vaticano II, somos convidados a conhecer e “dar as razões de nossa
esperança” (1Pd 3,5) e a afirmar: “Sei em quem acreditei” (2Tm 1,12).
O hoje papa emérito Bento XVI, em
discurso de 16/9/2005, disse: “O concílio indica um aspecto qualificante da
Igreja: ela é uma comunidade que escuta e anuncia a palavra de Deus. A Igreja
não vive de si mesma, mas do evangelho, e dele tira sempre de novo a orientação
para o seu caminho. Trata-se de uma observação que cada cristão deve acolher e
aplicar a si mesmo: só quem se coloca, acima de tudo, à escuta da Palavra pode
depois tornar-se anunciador”.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Liturgia de
01.09.2013 - 22º DTC - Quem se exalta será humilhado
Não queira ser o mais importante
Não queira ser o mais importante nem se sentir importante em lugar
nenhum, não queira ser o mais lisonjeado, o aplaudido, o reconhecido, o
lembrado.
“Mas,
quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar
quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’” (Lc 14,10a)
Nosso
Senhor Jesus Cristo quer nos ensinar como deve ser a humildade do coração
daqueles que têm em Deus o seu refúgio e faz d’Ele a sua riqueza.
Primeiro,
não queira ser o mais importante nem se sentir importante em lugar nenhum, não
queira ser o mais lisonjeado, o aplaudido, o reconhecido, o lembrado. As nossas
carências humanas estão fazendo de nós vítimas desse mal. E o mal é justamente
este, o fato de sermos exaltados.
Não,
os homens de Deus não procuram exaltação; as mulheres de Deus não procuram os
aplausos humanos. Que eles [os aplausos] venham pelo reconhecimento das
pessoas, mas não devem ser a sede do nosso coração nem da nossa alma.
Por
isso, quando alguém o convidar para qualquer festa, para qualquer banquete ou
acontecimento, não se faça de mais importante. Ao mesmo tempo, quando você for
fazer um banquete, não convide as pessoas que também vão convidá-lo, que vão
lhe retribuir. Não! O banquete do qual Deus lhe fala é a alegria, são os bens,
os dons que você tem e o qual pode dar aos pobres, dar às pessoas que nem o
conhecem.
Se
você viver sempre na comodidade social, de festa em festa, de banquete em
banquete, de almoço em almoço, de convites aqui ou ali, quando alguém não o
convidar para alguma coisa, na qual todos foram convidados, seu coração ficará
triste.
Não
se entristeça! Deus sempre o convida para o banquete celeste. Você foi
convidado para a Eucaristia, para o banquete da mesa do Senhor, você aceitou
esse convite e foi lá para ser o primeiro.
Se
você quer a recompensa que o Senhor preparou para os justos, esta será dada
para quem não a buscou, para quem fez o bem sem esperar nada em troca.
Que
o seu coração tenha essa simplicidade e essa disposição de fazer o bem sem
saber a quem. O importante é fazer o bem por fazê-lo. Mesmo que as pessoas não
lhe digam nem um “muito obrigado”, não se esqueçam: o agradecimento que vale é
aquele que, um dia, receberemos eternamente do Senhor no céu.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE
Lc 14,1.7-14 - Consequências das escolhas
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre,
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 14,1.7-14, e observo pessoas. Procuro
compreender o ensinamento de Jesus Mestre.
Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma
refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção.
Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores
lugares à mesa. Então fez esta comparação:
- Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no
melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado.
Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: "Dê esse lugar
para este aqui." Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último
lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar.
Assim quem o convidou vai dizer a você: "Meu amigo, venha sentar-se aqui
num lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de todos
os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha
será engrandecido.
Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:
- Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos,
nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque
certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez.
Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os
cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas
Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
Mais um convite a Jesus para um banquete no sábado. Nestes banquetes, o protocolo
designava rigorosamente os lugares. A história contada por Jesus fala das
conseqüências das escolhas.
Quem escolhe o primeiro lugar pode se dar mal, dado que este lugar já
deve estar designado para outra pessoa “mais importante”. Jesus, reparando que
os convidados escolhiam os melhores lugares, quis dizer que quem se exalta será
humilhado e quem se humilha será engrandecido. É assim que o Mestre vai
formando os discípulos para as atitudes que lhes convém.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições?
Na comunidade
da qual participo é assim que as pessoas se relacionam ou há disputa de poder,
pessoas que buscam fazer carreira?
Que lugar ocupo eu?
A Conferência de Aparecida nos recorda: “O anúncio de Jesus sempre convoca o
discípulo à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e
inicia um caminho de transformação.” (DAp 351).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Meu coração já está em sintonia com o coração de Jesus.
Vivo este momento em silêncio. Depois, concluo:
Espírito vivificador,
a ti consagro o meu coração:
aumenta em mim o amor a Jesus e aos irmãos.
Faze-me sentir filho amado do Pai. Amém.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu
modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto
de Jesus Mestre.
“Sede praticantes da Palavra, e não, meros ouvintes. O sol, quando
desponta de manhã, te encontre com a Bíblia aberta sobre os joelhos. E quando
se puser, a tua face cansada repouse sobre uma página santa da Escritura” (São Jerônimo).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
I.Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, oferece à tua Igreja o dom
da acolhida. Que sejamos filhos agradecidos pelos talentos que nos emprestas e
estejamos sempre dispostos a dividi-los com os companheiros de jornada, a
caminho de teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.

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