segunda-feira, 21 de abril de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/04/2025

ANO C


DOMINGO DA PÁSCOA NA

RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Jo 20,1-9

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A vida venceu a morte. Celebramos hoje a ressurreição do Senhor, penhor da vida nova de batizados e de nossa ressurreição futura. Em diálogo amoroso com o Ressuscitado, somos por Ele alimentados e assumimos a missão de sermos suas testemunhas.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A morte foi vencida! O Cordeiro ressuscitou! Despontou o dia da salvação e a razão da nossa esperança! Para que o canto novo dos redimidos, entoado na liturgia, nos impulsione na fé, reconheçamos nossa fragilidade e revistamo-nos da força do Ressuscitado.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É ESPERANÇA PARA O MUNDO

A celebração da Páscoa no Ano Jubilar de 2025 tem um significado muito especial, vista na ótica da esperança “que não engana”. A prisão de Jesus, sua condenação à morte na cruz foram um duro golpe para os discípulos, que ficaram desorientados e abatidos, como revelam as palavras dos discípulos de Emaús: “nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas...” (Lc 24,21).
Imaginemos o alvoroço deles ao ouvirem dizer que Jesus estava vivo novamente e que apareceu a um e a outro deles. Os encontros com Jesus ressuscitado encheram novamente os discípulos de alegria e esperança. Compreenderam então que aquilo que Jesus ensinara era verdade. Com a força do Espírito Santo, eles passaram a ensinar e testemunhar tudo o que Jesus foi e significou para eles e para o mundo: o Filho de Deus Salvador. Por seu nome, todos podem receber o perdão e a remissão dos pecados.
A ressurreição de Jesus é uma grande notícia para a humanidade: Ele venceu a morte, o ódio e toda maldade humana, que se voltou contra ele e o levou à morte.
Jesus ressuscitado passou à vida gloriosa e imortal e abriu para todas as pessoas essa mesma possibilidade. São Paulo ensina que também nós já participamos da morte de Cristo mediante o Batismo e recebemos a vida nova no Espírito Santo. “Como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova” (Rm 6,4).
A Páscoa anuncia o mundo novo, criado por Deus “em justiça e santidade verdadeiras”. Jesus ressuscitado já não está mais sujeito às leis deste mundo físico. Ele se manifesta aos seus, fala com eles e até come com eles. Eles o reconhecem e constatam que é ele mesmo. Jesus tira-lhes todo o temor diante dos desafios da vida e os faz compreender que também eles são chamados a participar da glória da ressurreição. Celebrando a Páscoa no Ano Jubilar, também nós somos convidados a recobrar a coragem, a alegria e a esperança. A vida que já temos e a vida que ainda nos é prometida valem todo o esforço do caminho. Caminhamos na esperança “dos novos céus e da nova terra” e recebemos a força do Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que nos acompanha e fortalece em nosso caminhar.
Desejo feliz e santa Páscoa a todos na Arquidiocese de São Paulo. Que Jesus ressuscitado caminhe com cada um, como caminhou com os discípulos de Emaús e os reanimou enquanto fazia caminho com eles. Deus abençoe a todos, especialmente os idosos e enfermos, os pobres e os desanimados e todos os que procuram ser fiéis a ele.
Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

A Ressurreição de Cristo: O Triunfo da Fé


A Ressurreição de Cristo é o ápice da fé cristã, representando a vitória definitiva sobre a morte e o pecado. É o início de um novo tempo, onde a dor e o luto pela perda de Jesus se transformam em alegria e maravilhamento. A mensagem de que “a morte foi vencida” ecoa não apenas em Jerusalém, mas se espalha por todo o mundo, transbordando os limites de Israel.
O anúncio da Ressurreição de Cristo é concretizado na pregação dos apóstolos. Na primeira leitura, vemos como Pedro se dirige à casa de Cornélio, um centurião romano, para compartilhar o Evangelho. Nesse momento, toda a sua família é tocada pela mensagem e se converte à fé cristã. Pedro resume a obra salvífica de Cristo, destacando os momentos chave: o batismo, o poder do Espírito Santo, os milagres realizados, sua morte na cruz e, por fim, sua ressurreição gloriosa, com a missão de anunciar o perdão e a salvação a todos, sem exceção.
Na segunda leitura, a Ressurreição de Cristo também transforma Paulo. A partir dessa experiência de renovação, Paulo nos convida a viver uma vida nova, uma vida que aspira às “coisas do alto”, onde a morte e o pecado são deixados para trás, dando lugar à nova vida em Cristo, alimentada pela graça do batismo e pela glória futura.
Os discípulos, ao viverem o momento da crucificação e morte de Jesus, experimentaram um grande vazio e medo. A cruz parecia ser o fim das esperanças. O sofrimento e a angústia marcaram aquele tempo de escuridão. Porém, a grande novidade surge após três dias, quando Maria de Mágdala anuncia que o túmulo está vazio. O que parecia ser um fim trágico, na verdade, se revela como o início de uma nova história. Mais que acreditar na notícia, os discípulos precisam viver essa experiência pessoalmente, indo até o túmulo e testemunhando o que Deus já havia realizado.
Pedro, que negou Jesus três vezes, e o discípulo amado, que esteve fiel junto à cruz, vão até o túmulo e encontram as faixas de linho dobradas no chão. O discípulo amado, ao ver o túmulo vazio, acredita imediatamente, mas Pedro ainda precisa de um encontro pessoal com o Ressuscitado para vivenciar o perdão e a reconciliação. Essa experiência pessoal da Ressurreição de Cristo leva os discípulos a uma nova compreensão das Escrituras, agora vistas à luz da vitória sobre a morte.
Assim, que essa vivência da Ressurreição de Cristo também nos conduza a uma fé mais firme, a uma reconciliação com Deus e ao testemunho dessa transformação em nossa vida diária. Que possamos, como os discípulos, relembrar o que a ressurreição de Cristo significou e transformá-la em ação de graça e missão.

Reflexão

No primeiro dia da semana, bem cedo, Maria Madalena se dirige ao túmulo onde foi posto o corpo de Jesus e constata que o túmulo está vazio. Ainda não compreendendo bem o que está acontecendo, volta correndo para dizer aos discípulos: “Tiraram o Senhor do túmulo”. Dois apóstolos – Pedro e o outro discípulo – correm para verificar a declaração de Maria. O “outro discípulo” chega primeiro e espera Pedro chegar. Os dois entram no túmulo, Pedro “viu” e o outro discípulo “viu e acreditou”. A fé nos faz ver as coisas com os olhos de Deus. Quem ama e tem fé anda mais depressa e consegue testemunhar que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte. Era madrugada, diz o texto, sinal de que o novo dia estava prestes a se revelar com todo o seu esplendor. Páscoa é esse “novo dia” em que o amor vence os sinais de morte e a fé desfaz as dúvidas. O amor e a fé nos tornam mais fortes para vencer os riscos que podem abalar nosso compromisso com o projeto de Jesus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»

Mons. Joan Enric VIVES i Sicília Bispo de Urgell
(Lleida, Espanha)

Hoje «é o dia que o Senhor fez», iremos cantando ao longo de toda a Páscoa. Essa expressão do Salmo 117 inunda a celebração da fé cristã, O Pai ressuscitou a seu Filho Jesus Cristo, o Amado, Aquele em quem se compraz porque amou a ponto de dar sua vida por todos.
Vivamos a Páscoa com muita alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e de amor. Hoje, Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu as portas da nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos dar por pura graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso Caminho para sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande sinal que nos dá o Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos de procurar entre os mortos Aquele que vive, porque ressuscitou. E os discípulos, que depois o verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo em um maravilhoso encontro de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua sepultura. Sepulcro vazio e aparições serão os grandes sinais para a fé do crente. O Evangelho diz que «o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé, que aquele vazio e, por sua vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados, eram pequenos sinais do passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a partir de pequenos detalhes, o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo que Jesus mais amava» (Jo 20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de Cristo.
O “ver” e o “crer” dos discípulos hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal. Que Cristo seja, em tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a nossa e renovemos a graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e seus discípulos. Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade de crer em Jesus Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «O que deve ser considerado nestes acontecimentos é a intensidade do amor que ardia no coração daquela mulher que nunca se afastou do túmulo. Ela foi a única a vê-lo, pois tinha permanecido à sua procura, o que dá força às boas obras é a perseverança nelas» (São Gregório Magno)

- «Jesus não regressou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou numa vida diferente, nova; na imensidão de Deus» (Bento XVI)

- «O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze». O Apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco» (Catecismo da Igreja Católica, nº 639)

Reflexão

DOMINGO DE PÁSCOA (A) (Mt 28,1-10): «Ele não está aqui! Ressuscitou»

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje no Evangelho da vigília pascal, late um grande dinamismo: duas mulheres correm para o sepulcro, um terramoto, um anjo faz rodar a pedra, uns guardas assustados caem como mortos. E Jesus, vivo e ressuscitado, torna-se companheiro de caminho daquelas mulheres.
As mulheres são as primeiras a experimentar a ressurreição de Jesus, apenas por terem visto o sepulcro vazio e o anjo que lhes anuncia: «Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito…» (Mt 28,5-6). São, também, as primeiras a dar testemunho da sua experiência: «Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou´» (Mt 28,7).
Imediatamente acreditam. Mas a sua fé é uma mistura de medo e de alegria. Sentiam medo pelas palavras do anjo, com o anuncio que vai para lá das expectativas humanas. E a alegria pela certeza da ressurreição do Senhor, porque as Escrituras tinham-se cumprido, pelo imenso privilégio da primazia pascal que receberam. A fé, pois, mesmo produzindo uma grande alegria interior, não exclui o medo.
Elas vão anunciar aquela experiencia do Ressuscitado, que tiveram sem a ter visto. Jesus premia-lhes esta fé e aparece-lhes durante o caminho.
O centro de toda a experiência de fé não é em primeiro lugar uma doutrina nem uns dogmas. É a pessoa de Jesus. A fé das mulheres do Evangelho de hoje está centrada nele, na sua pessoa e não noutra coisa. Experimentaram-no vivo e vão anuncia-lo vivo!
Outra mulher, Santa Clara, escrevia a Santa Inês de Praga que deveria centrar-se em Jesus ressuscitado: «Observai, considerai, comtemplai a Jesus Cristo (...). Se sofrerdes com Ele, reinareis também com Ele; se chorardes com Ele, com Ele gozareis; se morrerdes com Ele na cruz da tribulação, possuireis com Ele as eternas moradas».

Reflexão

VIGILIA PASCAL (B) (Mc 16,1-7): «Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou»

Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida
(Lleida, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra com júbilo a festa principal: o triunfo de sua Cabeça, Cristo Jesus. A Ressurreição de Jesus Cristo é um fato do qual não podemos duvidar. É compreensível que não seja estranho que um fato celestial, um corpo ressuscitado, não possa ser captado por meios terrenais. Mas, logo Maria Madalena e a mãe do Apóstolo Thiago, recebiam um testemunho indubitável, comprovado depois com muitas aparições, realizadas de modo tal que excluem totalmente a suspeita de alucinações. «Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram!» (Mc 16,6).
Além do gozo pelo fato da Ressurreição de Cristo, este acontecimento nos trai a alegria de contar com uma resposta, jubilosa e clara, aos interrogantes do homem: Que nos espera no final da vida? Que sentido tem o sofrimento na Terra? Não podemos duvidar que, depois da morte, espera-nos uma vida nova, que será eterna: «Lá o vereis, como ele vos disse!» (Mc 16,7). São Paulo o afirma com grande convencimento: «E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado, dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele» (Rom 6,8-9). Logicamente, à interrogante sobre o final da vida, o cristão responde com alegre esperança.
O Evangelho de hoje ressalta que o jovem —o anjo— que fala às mulheres, une os dois conceitos de dor e glória: O que ressuscitou no mesmo que foi crucificado. Diz são Leão Magno: «...(pela tua cruz) os crentes recebem a força da debilidade, glória do opróbio e, vida da morte», as cruzes quotidianas são, então, caminho da Ressurreição.

Reflexão

VIGILIA PASCAL (C) (Lc 24,1-12): «Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou»

Fr. Austin NORRIS
(Mumbai, India)

Hoje, contemplamos a Glória do Senhor resplandecente em sua vitória sobre o sofrimento e a morte. Uma vida nova é prometida a todos que buscam e creem na Verdade de Jesus. Ninguém será desapontado, como não se sentiram as mulheres que «foram ao túmulo, levando os perfumes que tinham preparado» (Lc 24,1).
Os perfumes e unguentos que devemos carregar durante nossa existência são uma vida espalhando a Palavra de Deus, quando Jesus encarnado disse: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,[...], viverá. [...] não morrerá jamais.» (Jo 11,25-26)
No meio de nossa confusão e dor parecemos nos tornar míopes em visão, porque não conseguimos ver além de nosso entorno imediato. E «por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?» (Lc 24,5) é um chamado a seguir Jesus e a buscar a presença do Senhor no “aqui e agora”; em meio ao povo do Senhor e seu sofrimento e for. Em sua carta pela Quaresma o Santo Padre Bento XVI menciona como «De fato, a salvação é dom, é graça de Deus, mas para fazer efeito na minha existência exige o meu consentimento, um acolhimento demonstrado nos fatos, ou seja, na vontade de viver como Jesus, de caminhar atrás Dele».
«Voltando do túmulo» (Lc 24,9) de nossas misérias, dúvidas e confusões, nós, por outro lado, somos capazes de dar a outros esperança e segurança neste vale de lágrimas. A escuridão do sepulcro «dá lugar à brilhante promessa da imortalidade.» (Prefácio da Missa dos Fiéis Defuntos). Que a glória do Senhor Jesus nos mantenha de pé com os olhos fitando o céu, e que possamos sempre ser considerados como um Povo Pascal. Que possamos passar de “Povo da Sexta-feira Santa” a “Povo da Páscoa”.

Reflexão

Jesus entrou em uma vida nova e diferente

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus não voltou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou em uma vida diferente, nova; na imensidade de Deus e, desde lá, Ele se manifesta aos seus.
Isto era algo totalmente inesperado também para os discípulos, diante o qual necessitaram de certo tempo para orientar-se. É verdade que a fé do judeu conhecia a ressurreição dos mortos ao final dos tempos. Mas a ressurreição a uma condição definitiva e diferente —em pleno "mundo velho" que ainda continua existindo— era algo não previsto e, por tanto, também não era evidente ao inicio. Por isso, a promessa da ressurreição resultava incompreensível para os discípulos em um primeiro momento.
—O processo pelo qual se chega a ser crente se desenvolve de modo análogo ao ocorrido com a cruz: ninguém havia pensado em um Messias crucificado; agora o "fato" estava ali, e este fato requereria ler a Escritura de um modo novo.

Reflexão

A ressurreição de Jesus Cristo

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje, nesta manhã de Páscoa, vemos muito movimento: uma mulher que vai da sua casa ao túmulo e do túmulo onde estão os Apóstolos. Pedro e João correm à tumba, verificam, veem. E depois de uns momentos entre a dúvida e a esperança, veem com os olhos do seu espírito, e creem na ressurreição de Jesus.
Entre tanto movimento, o maior, o mais decisivo foi o de Jesus. Depois da sexta-feira da paixão e morte na cruz, e do sábado de “repouso” e silêncio, saiu do túmulo vivo e ressuscitado, deixando mortalhas e sudário bem ordenados no seu lugar, dando-nos com a sua ressurreição a prova mais clara da sua divindade.
—Senhor Jesus, cremos que a tua ressurreição é a garantia da nossa, por que tu disseste que eras a Ressurreição e a Vida e quem crê em Ti, ainda que morra viverá e tu o ressuscitarás no último dia.

Comentário do Evangelho

Jesus ressuscitou e aparece a Maria Madalena


Hoje encontramos a Jesus ressuscitado. Maria Madalena e outras mulheres foram ao sepulcro. Mas a tumba estava vazia: Jesus já não está; Ele é Deus e voltou à vida. Dois anjos dizem a Maria que Jesus ressuscitou… Pouco depois Jesus aparece e lhe manda dizer aos Apóstolos que Ele ressuscitou e vive.
—A ressurreição, a vida eterna, ir ao céu com Deus e com os santos: isso é o mais importante!

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

“Ó Deus, no dia de hoje, por vosso Filho, vencedor da morte, nos abristes as portas da vida eterna.” Como se deu isso? Um dia, a Cornélio e família, e hoje a nós, Pedro anuncia o ocorrido “em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem”.
Essa plena bondade encontrou fatal oposição e recusa: “Eles o mataram, pregando-o numa cruz”. Mas, aqui está a maravilha: “Deus o ressuscitou no terceiro dia!” Mostra-se assim a absoluta soberania de Deus sobre todo o mal, inclusive sobre a morte. Ressuscitando aquela bondade encarnada, Deus garante que seja quem for, de qualquer nação que seja, que se faça seguidor do Jesus-bondade, poderá sofrer horrores de rejeição, de humilhação e até o martírio, mas terá essa mesma ressurreição.
Mas, não só a ressurreição, mera vitória sobre a morte. Não! O Ressuscitado, vencedor da morte, já “está sentado à direita de Deus”. Retornou plenamente ao seio da Trindade, de onde saíra um dia para sua encarnação-salvação.
E quem segue Jesus na prática do bem e faz dele sua própria vida, se morre com Ele e como Ele, com Ele igualmente ressuscitará. Assim, terá sua vida “escondida, com Cristo, em Deus”. Caberá a quem o segue até a mesma plena glorificação de Jesus: “Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com Ele, revestidos de glória”.
Jesus é a Cabeça do corpo, no qual somos seus membros. Se Ele está ressuscitado e até de plena volta à direita do Pai no seio da Trindade, de certo modo nós-membros, pela união com a Cabeça, já estamos também ressuscitados, e com Ele, a seu lado, sentados no seio da mesma Trindade. Sim, ressuscitando Jesus, o Pai nos abre “as portas da vida eterna”, e já começa a nos acolher nela.
É a realidade imperdível que Madalena encontra: vai ao túmulo de Jesus “bem de madrugada”, e reforçando, “quando ainda estava escuro”, e aquele era o “primeiro dia da semana”. Era o definitivo mundo finalmente começando com a “pedra”, a porta, “retirada do túmulo”. Túmulo inteiramente escancarado, vazio de Jesus. A ressurreição de Jesus inaugura a História!
A nós cabe ver no testemunho das “testemunhas que Deus havia escolhido”, e acreditar: unirmo-nos vitalmente a Jesus em sua morte para nos vermos igualmente unidos a Ele em sua ressurreição rumo às portas abertas da vida eterna.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.

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