ANO B
Mt 14,13-21
Comentário do Evangelho
Vós mesmos dai-lhes de comer
O texto da multiplicação dos pães tem uma forte conotação eucarística: “... tomou os cinco pães e os dois peixes… pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões” (v. 19).
Diante da precariedade do lugar e pela hora já adiantada, os discípulos querem despedir as multidões para que possam comprar comida. Jesus provoca os discípulos: “Vós mesmos dai-lhes de comer!” (v. 16). É a oportunidade de poderem compreender que o alimento que sustenta o povo de Deus ultrapassa o estreitamento material. A vida entregue ao Senhor é o verdadeiro alimento do povo que o Cristo reúne: “Trabalhai não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que perdura até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem vos dará. […] O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,27.51).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.
Fonte: Paulinas em 05/08/2013
Comentário do Evangelho
O alimento abundante e gratuito é a Palavra de Deus.
Nossa primeira leitura é um trecho do último capítulo do Dêutero-Isaías (40–55). O tema dominante dessa segunda parte do livro de Isaías é o novo êxodo, a volta dos exilados da Babilônia para a terra de Israel. O trecho de hoje nos faz imaginar um vendedor ambulante que sai à rua gritando os seus produtos. O que ele oferece é uma mercadoria abundante e de boa qualidade. A novidade da oferta: tudo de graça! O que ele dá de graça são os bens necessários da vida (trigo, vinho, leite) e, enfim, a vida mesma (v. 3a). O último versículo do nosso texto nos ajuda a compreender que esse alimento abundante e gratuito é a Palavra de Deus. Como não ver, aqui, uma evocação de Dt 8,3? O sustento da vida humana não está unicamente no alimento material. A palavra e os mandamentos de Deus é que fazem viver (Dt 30,15-16). A Palavra de Deus ilumina, sustenta a vida na esperança, dá sentido a todas as coisas.
De Nazaré Jesus volta para as margens do Mar da Galileia e de lá para um lugar afastado, para estar a sós. Essa observação é importante: Jesus toma distância das muitas atividades. E ainda que o texto não o diga, podemos considerar que é para rezar; sua oração é sempre apostólica, pois o seu alimento é fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 4,34). Mesmo se retirando, Jesus não se recusa a receber as multidões que o procuram e vão até ele. Compadecido, cura os doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva Jesus a socorrer as pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de despedir a multidão é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o suficiente para alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo. É ocasião para que o próprio leitor do evangelho compreenda que o alimento do povo que o Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães tem uma forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação de todos é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O alimento material remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta abundantemente, não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida do mundo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.
Fonte: Paulinas em 03/08/2014
Comentário do Evangelho
Jesus se compadece da multidão
De Nazaré Jesus volta para as margens do mar da Galileia e de lá para um lugar afastado, para estar a sós. Essa observação é importante: Jesus toma distância das muitas atividades. Mesmo se retirando, Jesus recebe as multidões que o procuram e vão até ele. Compadecido, ele cura os doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva Jesus a socorrer as pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de despedir a multidão é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o suficiente para alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo. É ocasião para que o leitor do evangelho compreenda que o alimento do povo que o Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães tem forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação de todos é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O alimento material remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta abundantemente; não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida do mundo.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.
Fonte: Paulinas em 03/08/2015
Vivendo a Palavra
É missão nossa o cuidado com os irmãos peregrinos. Se os filhos de Israel reclamavam a Moisés no deserto, Jesus não espera nem mesmo que seus ouvintes manifestem a fome. Ele corre na frente e realiza o sinal dos pães que se multiplicam. Ele quer que façamos o mesmo para nossos irmãos!
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2013
Vivendo a Palavra
Façamos nossas as palavras de Paulo aos romanos para mostrar nossa gratidão pelo cuidado e carinho de Jesus para com seus discípulos de todos os tempos – que hoje somos nós! Nada poderá nos separar do Amor de Jesus! Nem as seduções do mundo, nem nossos desejos interiores. O Amor é mais forte e vencedor.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/08/2014
Vivendo a Palavra
No deserto, Javé oferecia o maná como sinal: ajuda na sobrevivência, para alcançar o objetivo – a Terra Prometida. No Evangelho, Jesus alimenta a multidão com pão e peixes, mas a sua proposta para o povo era bem maior: Ele mesmo se oferecia como o Pão da Vida – que aplaca a fome e a sede para a eternidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/08/2015
Vivendo a Palavra
As palavras de Jesus: «Eles não precisam ir embora. Vocês é que têm de lhes dar de comer.» continuam ativas e cabe a nós, seus discípulos, torná-las eficazes. O segredo é partilharmos com os irmãos o que somos e temos, pois tudo nos é emprestado pelo Pai para ser colocado a serviço da Comunidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/08/2016
VIVENDO A PALAVRA
O Banquete da Vida está proclamado no Evangelho de hoje. A mesa aberta para todos, ninguém discriminado. Fartura tanta que sobram cestos cheios. A profecia de Isaías é concretizada: “Venham também os que não têm dinheiro. Comprem, comam e bebam vinho e leite sem pagar.” Com Jesus de Nazaré chegou a nós o Reino de Deus. Vivemos a plenitude dos tempos!
Fonte: Arquidiocese BH em 02/08/2020
Reflexão
Não adianta Jesus tentar se afastar do povo, pois este corre a ele aonde quer que vá. Podem ser várias as razões pelas quais a multidão o procura; para o Mestre não importa o motivo. Diante da realidade dessa multidão, Jesus enche-se de compaixão, sofre a mesma dor desse povo. Se houvesse mais compaixão por parte de todos, muitos males e sofrimentos seriam resolvidos, incluindo o da fome. Ela existe não por falta de alimento, mas por falta de partilha e de compaixão. Jesus convidou a multidão a cear com seu grupo, repartindo os pães e peixes que levavam consigo. Trata-se de gesto muito comum para os orientais. A cultura ocidental normalmente partilha a mesa com a família, parentes e amigos convidados. O “novo mundo”, anunciado pelos profetas e iniciado por Jesus, vai se concretizar quando trilharmos o duplo caminho: o caminho da justiça e da denúncia e o caminho da fraternidade e da solidariedade. Só assim superaremos a tendência maléfica do “cada um por si”.
Oração
Senhor Jesus, em vez de despedir as multidões famintas, desafiaste teus discípulos a alimentá-las, sem recorrer ao comércio. Foi assim que, recolhendo o alimento que traziam, saciaste a fome de todos, e ainda sobrou muita comida. Ensina-nos a partilhar generosamente os bens que possuímos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 02/08/2020
Reflexão
A comunidade dos seguidores de Jesus é convidada a sentir compaixão da multidão faminta de vida e dignidade. “Vocês é que devem dar-lhes de comer” é o lembrete do Mestre. Na partilha e solidariedade acontece o milagre. Quando há o senso comunitário verdadeiro, ninguém fica com fome. Longe da lógica do egoísmo e do consumismo desenfreado, tão em voga na nossa sociedade, somos também chamados a saciar a fome de justiça de tantos irmãos e irmãs, que se encontram em situações desumanas. O caminho já foi mostrado por Jesus, e o povo simples na sua sabedoria também nos ensina: “O pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada”.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 01/08/2022
Meditação
Em sua comunidade paroquial há pessoas que passam fome? - Como sua comunidade vive a realidade da partilha? - Partilham-se realmente os bens ou apenas as sobras? - Encontram na partilha a verdadeira razão de viver? - Em seu contexto de vida nota algum desperdício de bens?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 05/08/2013
Recadinho
No mundo de hoje, nem todos comem do pão deste mundo! Nem todos comem do pão que nos fará viver eternamente! Trabalhemos assiduamente pelo Reino de Deus. - Em sua comunidade paroquial há pessoas que passam fome? - Como sua comunidade vive a realidade da partilha? - Partilham-se realmente os bens ou apenas as sobras? - Encontram na partilha a verdadeira razão de viver? - Em seu contexto de vida nota algum desperdício de bens?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 03/08/2014
Meditando o evangelho
A MULTIDÃO SACIADA
A multiplicação dos pães prefigura a Eucaristia celebrada na comunidade cristã. Ela foi fruto da partilha. Alguém colocou à disposição dos demais o que tinha para o próprio sustento. Na Eucaristia, é Jesus quem partilha a si mesmo, dando-se em alimento para todos.
Na multiplicação dos pães, foi alimentada uma multidão, que se encontrava num deserto. A Eucaristia alimenta a comunidade cristã, caminheira pelos desertos do mundo rumo à casa do Pai. Na multiplicação dos pães, ninguém foi deixado de lado. Todos puderam comer até ficar saciados. De igual modo, na Eucaristia, sendo ceia de fraternidade, ninguém pode ser excluído. Homens, mulheres e crianças são todos benvindos, pois existe alimento para todos.
A multiplicação dos pães acontece sob os olhares complacentes de Jesus. Ele é o centro do que ocorre. A Eucaristia, igualmente, está toda centrada no mistério pascal de Jesus, donde lhe provém o valor e o sentido.
A multiplicação dos pães aponta para o banquete escatológico dos filhos de Deus, quando todos serão acolhidos na casa do Pai. A Eucaristia é também celebrada como pre-anúncio da ceia eterna no Reino de Deus, quando o Pai reunirá, em torno de si, todos os seus filhos e filhas.
A multiplicação dos pães sublinha a importância da partilha e da comunhão. A Eucaristia apresenta a partilha como projeto de vida e a comunhão fraterna, como ideal dos discípulos do Reino.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba viver a Eucaristia como apelo para a comunhão e a partilha, as quais prefiguram a comunhão definitiva com o Pai.
Fonte: Dom Total em 03/08/2015 e 01/08/2016
Meditando o evangelho
DEEM-LHES DE COMER!
A ordem dada aos discípulos - "Deem-lhes de comer!" - pode ter-lhes soado como uma ironia. Havia condições de saciar uma multidão, reunida num lugar deserto para escutar Jesus? Não seria mais lógico despedi-la para que pudesse comprar alimentos nas aldeias vizinhas?
A ordem do Mestre parecia impossível de ser executada. Contudo, começou a ser superada, quando os discípulos apresentaram a quantidade de alimento disponível: cinco pães e dois peixes. Bastou-lhes colocá-los à disposição de todos, para que ninguém voltasse para casa faminto.
Assim aconteceu! Num gesto quase litúrgico, Jesus tomou os pães e os peixes, ergueu os olhos para os céus, abençoou-os, partiu-os, deu-os aos discípulos e estes, à multidão. A pequena porção de alimento começou a ser condividida. E todos comeram até à saciedade. E mais, sobraram doze cestos cheios, apesar da enorme quantidade de gente.
Este episódio contém um claro ensinamento. O problema da fome resolve-se com a partilha. Se tivessem ido às aldeias, quem tivesse dinheiro e fosse mais esperto, fartar-se-ia. Quanto aos pobres e os menos ágeis ficariam em desvantagem, permanecendo famintos.
Esta situação é incompatível com o Reino, cujo projeto de fraternidade supera todo tipo de desigualdade.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de fraternidade, não permitas que eu me apegue àquilo que possuo, quando tantas pessoas estão à espera da minha generosidade para sobreviver.
Fonte: Dom Total em 03/08/2014 e 02/08/2020
Oração
Manifestais, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 03/08/2014
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1 - "DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER!" - Olívia Coutinho
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, mostra-nos mais uma vez, a sensibilidade de Jesus, diante a necessidade humana!
A fome de tantos irmãos é uma ferida que sangra constantemente no coração de Jesus, e está em nossas mãos, a cura desta ferida! Uma cura, que pode vir de pequenos gestos de amor!
Quem de nós, não tem “5 pães e dois peixes”?
É difícil acreditar, mas é a mais dura realidade; num mundo de tanta fartura, ainda hoje, morrem milhares de pessoas vítimas do nosso abandono. São muitos os irmãos, que continuam morrendo de fome, ou por doenças causadas pela desnutrição, consequência do nosso egoísmo, que nos impede de abrirmos o nosso coração ao amor solidário, o amor que nos leve a partilha.
A todo instante, pessoas necessitadas de ajuda, desfilam diante dos nossos olhos, são irmãos nossos, pessoas desprovidas do mínimo necessário para a sua sobrevivência. E quantas vezes, nós, que dizemos seguidores de Jesus, tampamos os nossos ouvidos para não ouvir os seus clamores, preferindo ignorá-los, para nos isentar de quaisquer responsabilidade sobre eles. E assim, vamos buscando mil desculpas para justiçar a nossa impassibilidade, diante a esta triste realidade.
Precisamos aprender a olhar o irmão com o mesmo olhar de Jesus, um olhar que não apenas constata a sua necessidade, como também, ajuda-o a encontrar o caminho que o possibilitará uma vida digna.
A exemplo de Jesus, não podemos fechar os olhos diante as necessidades do nosso irmão, e muito menos transferir para outros, a nossa responsabilidade para com eles.
Precisamos conscientizar, de que somos co-responsáveis pela vida do outro, por tanto, não podemos permanecer indiferentes as suas necessidades.
Podemos observar, que quase sempre, o que o nosso irmão busca em nós, não é muito, é sempre algo que está ao nosso alcance, às vezes, nem é algo material, e sim, uma palavra de esperança, um tempo para escutá-lo, ou simplesmente um simples sorriso acolhedor!
Como verdadeiros seguidores de Jesus, precisamos colocar em prática os seus ensinamentos, e assim como Ele, estarmos sempre atentos às necessidades do outro, prontos para ajudá-lo no que for preciso.
De nada adianta, erguermos as nossas mãos para louvar a Deus, se não somos capazes de abaixá-las, para erguer um irmão!
O evangelho de hoje narra o episódio que marcou o milagre da multiplicação dos pães: o milagre da partilha! O ponto fundamental deste acontecimento é o amor, o amor que leva a partilha.
Sabemos que Jesus, se quisesse, poderia realizar sozinho a multiplicação dos pães, mas Ele quis envolver todos os seus discípulos, o que nos mostra, que Jesus quer agir no mundo, fazendo do coração humano o seu próprio coração.
Hoje, Jesus nos encarrega de saciar a fome de tantos irmãos, fome de pão e fome de amor, na certeza de que: colocando em suas mãos o pouco que temos, Ele transformará em muito!
Onde existe amor, existe partilha, onde existe partilha, Deus entra, e o milagre da multiplicação acontece!
É nosso compromisso cristão, despertar no outro a necessidade de Deus, mas antes, é preciso saciar a sua fome, criar no seu coração a necessidade de Deus, como fez Jesus: a partir da necessidade do pão material, Ele criou a necessidade do pão da vida eterna.
Quem partilha com o outro, o pão material, desperta nele, a necessidade de Deus!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
Fonte: NPD Brasil em 05/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. CINCO PÃES E DOIS PEIXINHOS...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Confesso que quando reflito este evangelho, conhecido como da multiplicação dos pães, fico intrigado com algo bem simples: o milagre poderia ser muito mais espetacular, se Jesus tivesse mandado as pessoas sentarem-se em grupos, e depois, ao fazer o ritual da benção, os pães e os peixinhos, aparecessem como em um passe de mágica, na mão das pessoas, surgindo do nada. Mas neste milagre há uma palavra chave, de significado muito profundo, trata-se do milagre da multiplicação... Deus criou tudo do nada, diz o livro do Gênesis, mas quando se trata do pão, ele faz questão de multiplicar.
Alguém cedeu o seu lanche, fazendo parceria com Jesus, no ato prodigioso! Mateus nos dá a entender que esse alimento pertencia aos próprios discípulos “Só temos aqui, cinco pães e dois peixes”. A fome da multidão é muito maior do aquilo que podemos dar, será sempre assim, o que temos para dar é muito pouco, para resolver o problema da família, da comunidade, os problemas sociais, a violência, as drogas, o desamparo aos idosos, as crianças pobres, as tristezas do outro, a depressão do irmão, suas angústias e desgraças, doenças e mortes, a idade avançada, diante de tudo isso, a gente até se comove, mas justificamos com aquele pensamento tão nefasto: Sinto muito, nada posso fazer!
Por que dizemos isso, em tantas situações da nossa vida, diante de um irmão que sofre, que chora, que se desespera? Porque não confiamos no que temos, por acharmos muito pouco, vamos ter de nos separar, vou ter de abortar, vou ter de me omitir, vou ter que ficar quieto, nos sentimos impotentes, sem força alguma para mudar a situação, se tivéssemos muito, se tivéssemos poder, se fôssemos respeitados, se estivéssemos no comando, seu fossemos ricos, ah! Tudo seria diferente... Daríamos um jeito nessa situação, resolvendo o problema.
Mas, como nada somos ,e ainda termos tão pouco, é melhor ficar no velho e conhecido “cada um por si, Deus por todos”, queremos sempre despedir as pessoas para que cada uma se vire do seu jeito. É o comodismo e o egoísmo, que domina este mundo da nossa modernidade onde o espírito consumista afirma que, somente quem tem muito, consome muito, pode realizar sonhos e projetos de vida. Jesus desmonta este esquema mesquinho e centralizador, que concentra a riqueza material, nas mãos de uma minoria.
Dai-lhes vós mesmos de comer, eles não precisam ir embora! Após a oração de graças e a benção, começa a ocorrer o milagre: os discípulos começam a distribuir aquele pouco que têm, às multidões. Nos projetos e empreendimentos humanos, quem mais tem é que decide o que fazer só quem tem muito, poderá fazer grandes coisas, no projeto de Jesus a palavra de ordem é partilhar, mesmo que seja o pouco, acreditando que esse pouco, para o próximo vai ser muito.
O milagre, portanto, não está na quantia de pães e peixes, mas no gesto de partilhar, acreditando que naquele momento, o pouco que eu posso dar ou fazer, é exatamente tudo o que o meu próximo precisa. Nesse sentido, os cinco pães e dois peixinhos desse evangelho, pode ser um simples sorriso, dado a quem está triste, um abraço, um beijo ou um aperto de mão, em quem está sofrendo alguma dor, uma mão no ombro de quem está desanimado, uma palavrinha de consolo a quem chora, uma palavra de coragem a quem perdeu a vontade de viver. E pronto, está feito o milagre!
“Você não sabe como foi importante para mim, a sua presença, o seu gesto, naquela hora!” Todos nós já escutamos esta frase, entretanto o que demos ou fizemos foi tão pouco e parecia tão insignificante. Chegamos ao ponto chave da reflexão, quando acreditarmos na força do nosso “pouco“, iremos conseguir mudanças prodigiosas na família, na comunidade e na sociedade, mas não precisa ficar cobrando para que o outro faça a sua parte, um gesto de partilha já é por si suficiente, para promover grandes mudanças, para transformar a miséria em fartura, pois quando dizemos – eu já fiz a minha parte, espero que cada um faça a sua, estamos nos colocando acima das outras pessoas e, portanto no direito de cobrar, e se seguíssemos essas lógica, ditada pelo orgulho e a prepotência, estaríamos perdidos diante de Jesus, que nos ama sempre com um amor sem medidas, sem nunca nos cobrar.
Dos pedaços que sobraram encheram-se doze cestos, e a multidão ficou saciada, o projeto de Jesus de Nazaré parecia tão pouco e ridículo diante da grandeza do Messianismo, sonhado e esperado pelos seus compatriotas, entretanto, a graça que nasceu da Salvação, libertou não só a Israel, mas a todas as nações da terra. Há alguém faminto ao seu lado, de uma fome que vai bem além do estomago vazio, ofereça o seu “pouquinho” com alegria, e creia nesse milagre!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. A multiplicação dos pães - Mt 14,13-21
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
O mês de agosto é o mês das vocações. Vocação quer dizer “chamado”. Você foi chamado por alguém para alguma coisa. Como somos leitores de textos bíblicos, vamos perguntar ao Evangelho do dia para que estamos sendo chamados, se ele pode nos dar uma resposta. Parece que a resposta da passagem de São Mateus que hoje lemos é clara e simples: somos chamados para dar de comer ao povo. Esta é a vocação de todos.
O Evangelho nos conta a multiplicação dos pães e dos peixes. Jesus ficou sabendo da morte de João Batista e foi sozinho, de barco, para um lugar deserto. Quando desembarcou, muita gente estava esperando por ele e, diz o Evangelho, que Jesus se encheu de compaixão e curou os que estavam doentes. No fim do dia, os discípulos se aproximam e pedem que Jesus despeça a multidão, porque já era tarde e as pessoas precisavam comprar alguma coisa para comer. Foi então que Jesus lhes disse: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”. Sabemos o resto da história. Jesus abençoou e multiplicou cinco pães e dois peixes, e todos que lá estavam comeram e ainda sobrou. Nós somos os discípulos chamados por Jesus a dar de comer ao povo. Jesus, cheio de compaixão, toma a decisão de fazer alguma coisa pelo povo doente e faminto. Esta é a Palavra que o Senhor nos dirige hoje. Firmemos então este chamado como vocação de todos nós. Não sejamos indiferentes diante de alguém que tem fome ou sofre alguma doença.
A profecia de Isaías parece bonita demais para ser verdadeira. Deus chama por meio do profeta. Chama os que têm sede para beber água. Chama para comprar vinho e leite sem pagar. Se tiverem dinheiro, gastem com o que alimenta e satisfaz. Vão adiante e comam o que há de melhor e saboroso. Participem do banquete da Aliança definitiva. Deem de comer a quem aqui tem fome para participarem todos juntos do banquete preparado lá do outro lado. O que foi prometido a Davi se realizará, e não será a restauração da monarquia. O Senhor fará conosco uma Aliança eterna e nos dará a vida.
Jesus é a expressão do Amor do Pai. Sabemos pouco ou nada da vida íntima de Deus, mas podemos vê-la em suas manifestações. Jesus encheu-se de compaixão. Queremos participar dessa sua expressão de amor. Quem nos separará do amor de Cristo, pergunta São Paulo. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Tudo isso nos aproximará do amor de Cristo, seja para termos força para suportar as tribulações, seja para termos compaixão de todos os atribulados. Que Deus nos dê sabedoria para encontrarmos soluções para os problemas da vida. Que ele nos dê disposição e imaginação para procurarmos saídas nos momentos difíceis. Que nos dê fé suficiente para acreditarmos na força de cinco pães e dois peixes partilhados. Fomos chamados para levar o povo à mesa do Senhor, aqui na terra, onde está o pão de cada dia, e no baquete celeste, onde nos saciaremos com a visão de Deus.
Vocação é chamado e não dou resposta porque estou cansado e desmotivado. Faça silêncio e escute a suavidade deste chamado: “Venham a mim todos os que estão cansados e eu lhes darei descanso”. “Coragem! Jesus te chama!”
Fonte: NPD Brasil em 02/08/2020
HOMILIA
DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER
O trecho do Evangelho de hoje vem logo após a história da morte de João Batista, ligada à festa de aniversário do Tetrarca Herodes Antipas. Ou seja, Mateus contrasta o “Banquete da Morte” promovido por Herodes, com “O Banquete da Vida”, protagonizado por Jesus!
Na realidade, os Evangelhos transmitem-nos muitas vezes os sentimentos de Jesus para com as pessoas, especialmente doentes e pecadores. Ele exprime, através dum sentimento profundamente humano, a intenção salvífica de Deus que deseja que todo o homem alcance a verdadeira vida. Cada celebração eucarística atualiza sacramentalmente a doação que Jesus fez da sua própria vida na cruz por nós e pelo mundo inteiro. Ao mesmo tempo, na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo, que “consiste precisamente no fato de eu amar, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer.
Isto só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento. Então aprendo a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo”. Desta forma, nas pessoas que contacto, reconheço irmãs e irmãos, pelos quais o Senhor deu a sua vida amando-os “até ao fim” (Jo 13, 1).
Por conseguinte, as nossas comunidades, quando celebram a Eucaristia, devem consciencializar-se cada vez mais de que o sacrifício de Jesus é por todos; e, assim, a Eucaristia impele todo o que acredita n’Ele a fazer-se “pão repartido” para os outros e, consequentemente, a empenhar-se por um mundo mais justo e fraterno. Como sucedeu na multiplicação dos pães e dos peixes, temos de reconhecer que Cristo continua, ainda hoje, exortando os seus discípulos a empenharem-se pessoalmente: “Dai-lhes vós de comer” (Mt 14, 16). Na verdade, a vocação de cada um de nós consiste em ser, unido a Jesus, pão repartido para a vida do mundo.
Neste Evangelho Jesus nos dá uma grande lição de solidariedade humana, quando rejeitou a ideia dos Seus discípulos para que “despedisse as multidões”. Quantas vezes nós queremos nos ver livres dos problemas e também “despedimos” as pessoas porque elas são empecilhos à nossa missão, à nossa caminhada. As pessoas vêm famintas, precisando da nossa ajuda e nós fazemos vista grossa às suas dificuldades, achando que não somos capazes de ajudá-las porque temos muito pouco tempo ou mesmo porque nos achamos pequenos e limitados. Jesus diz hoje à nós também: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer! ” O Senhor nos manda sentar para que possamos parar e refletir sobre a nossa vida, partilhando e dividindo com as outras pessoas os nossos planos e sonhos. Tudo isso, dentro da perspectiva de Deus e à luz da Sua Palavra e dos Seus ensinamentos. Hoje também, como ontem, há muita relva, isto é, espaço, ocasião, oportunidade para que, reunidos, nós possamos descobrir os nossos dons, talentos, aptidões, riquezas e bens espirituais, que são os nossos cinco pães e dois peixes. Ao tomar os pães e os peixes nas mãos e dar graças ao Pai, Jesus nos deu o exemplo de como poderemos fazer aumentar os nossos talentos. Trazemos primeiramente, a vida para agradecer a Deus e a Ele oferecer em favor do irmão. Além disso, temos a doar saúde, paz, alegria, juventude e a nossa capacidade de olhar, de sorrir, de cantar, de amar, de sonhar e de desejar.
Mateus nos lembra que a participação eucarística exige compromisso com uma visão social baseada na partilha dos bens necessários para a vida, e não na acumulação da parte de alguns junto com a falta do básico para muitos. É claro que diante do enorme sofrimento da maioria da população do mundo, a gente pode sentir-se tão impotente como se sentiram os discípulos no Evangelho de hoje. Mas o texto nos ensina que não devemos cair na cilada de aceitar as saídas falsas propostas pela sociedade vigente e hegemônica – de “lavar as mãos” ou de cair somente num simples assistencialismo. O cristão, sustentado pela eucaristia, a Mesa da Palavra e a Mesa do Pão, deve se comprometer com uma visão cristã da sociedade, que exige que a gente faça o que é possível para a construção de um mundo de justiça e fraternidade.
Há dois mil anos, Jesus olhou a multidão, teve compaixão dela e agiu. Com certeza ele olha hoje a situação de tantos irmãos e irmãs e pede que os seus seguidores façam algo para mudar a situação. Paira sobre nós cristãos do fim do milênio o desafio do texto de hoje: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” O que significa isso na prática para mim, para você, na nossa situação concreta de vida? Meu irmão, minha irmã, o cristão não pode compactuar-se com uma sociedade organizada conforme os princípios de Herodes, mas deve lutar para a construção de uma sociedade em favor da vida, seguindo as pegadas do Jesus de Nazaré. Jesus imperando nos está ordenando: Dai-lhe vós de comer! É você, sou eu, que temos de dar de comer às cinco mil pessoas que vivem a nossa volta. Você tem sentado com as pessoas para partilhar a sua vida? Você tem colocado nas mãos do Senhor os seus talentos e os seus dons? Saiba. O que tens é pouco. Mas colocado nas mãos de Jesus chega para matar a fome e a sede de milhares de milhares de pessoas.
Canção Nova
Fonte: Liturgia da Palavra em 03/08/2015
REFLEXÕES DE HOJE
SEGUNDA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 03/08/2015
REFLEXÕES DE HOJE
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 02/08/2020
HOMILIA DIÁRIA
Quem confia no Senhor jamais será abandonado
Aqueles que confiam no Senhor jamais serão abandonados. Mas quem não sabe confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por causa daquilo que lhe falta.
“Os filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: ‘Quem nos dará carne para comer?'.” (Nm 11,4b)
Meus irmãos, hoje a Liturgia com a riqueza da sua palavra, nos chama a atenção para o Livro dos Números, onde o povo de Deus se encontra reclamando, murmurando, porque está passando fome e não tem o que comer.
Deus sempre cuidou do seu povo ao longo do caminho, mas eles preferiram se recordar das cebolas, das coisas que haviam no Egito mas não tinham Deus. Agora, eles têm Deus. Mas sentem, às vezes, a falta disso ou a falta daquilo. E às vezes começam, então, a murmurar.
Nós somos assim também: muitas vezes andamos longe de Deus, mas estamos cercados de coisas materiais, estamos com abundância disso ou daquilo. Aí nos vangloriamos! Sabe por quê? Porque a nossa visão é materialista, é carnal. O que importa para nós é ter as coisas.
Quem é de Deus, não. Às vezes falta isto, falta aquilo… Mas tem Deus. Sabe agradecer, louvar. Sabe que no tempo certo Deus há de prover. E aqueles que confiam no Senhor jamais serão abandonados. Mas quem não sabe verdadeiramente confiar no Senhor, muitas vezes abandona-O por causa daquilo que lhe falta.
Você pode estar passando por algum aperto, por alguma necessidade. Pode até ser que você se encontre desempregado, e não consiga dar a seus filhos aquilo que deseja. Mas eu quero dizer a você, meu filho: “Aguenta firme no Senhor!” Pode lhe faltar tudo, mas que nunca falte a sua fé e confiança no Senhor.
Não murmure. Não reclame. Não comece simplesmente a lamentar e murmurar contra Deus, porque isso só vai tirar a paz do seu coração, só vai abalar sua fé. Quando, na verdade, o que você precisa – mais do que nunca agora – é viver uma experiência de fé. Crescer na fé, na confiança, na convicção de que a Divina Providência do Senhor está do seu lado.
Quero, hoje, convidar você a não desanimar. Se você passa por alguma circunstância difícil na sua vida, por algum aperto, necessidade, coloque no Senhor a sua confiança e não desanime jamais.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 05/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
Só há fome no mundo porque não compartilhamos o que temos
Só existe gente passando fome no mundo porque os que muito têm não sabem compartilhar com os que nada têm! Façamos o mesmo que Jesus fez e ordenou a Seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.
“Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mateus 14, 16)
Nós, hoje, acompanhamos a ação de Jesus que, mesmo ainda muito sentido com a morte de João Batista, continua a Sua missão profética. A primeira coisa que vemos é Jesus ser movido pela compaixão para com o povo, para com a multidão, para com os sofredores, doentes, famintos e sofredores.
“Compaixão” quer dizer: “sofrer junto, passar junto, sentir o que o outro está sentindo; viver com o outro aquilo que ele está vivendo”. Nós também precisamos ter em nós, como diz São Paulo: “os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”.
Não podemos ser indiferentes ao sofrimento e à dor do outro. Precisamos compartilhar e trazer para dentro de nós o sofrimento da humanidade. Primeiro: porque isso nos torna pessoas mais humildes. Segundo: porque isso nos tira da indiferença, da frieza e nos faz comprometidos, solidários e fraternos com o sofrimento do outro. Isso faz também com que tiremos de nós para dar a quem não tem e, assim, nunca mais vamos reclamar que sofremos isso ou que passamos por aquilo.
Quando vemos alguém reclamando porque lhe falta isso ou aquilo; porque tem essa ou aquela dor, muitas vezes, é porque essa pessoa não compartilha e não sofre junto com os sofredores, ela não compartilha das dores e dos sofrimentos da humanidade. O que vamos fazer ao ver tantas pessoas famintas e sedentas? Vamos tocar nelas, assim como Jesus as tocou, curando-as, abençoando-as e sendo uma presença de Deus na vida delas. Quando alguém, com fome e com sede, se apresenta a nós, o que fazemos? Façamos o mesmo que Jesus fez e ordenou a Seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.
Duas formas de entender isso ensinamento: eu mesmo preciso ser alimento para o outro, preciso ser aquilo que vai saciar o outro com a minha presença, com a minha palavra amiga e com o meu acolhimento. Mas significa que também devo tirar do meu pão, daquilo que tenho para multiplicar, para doar, para saciar a fome e a sede pelas quais o meu irmão está passando.
Se existe gente que nada tem e que passa fome ou necessidade é porque os que muito têm não sabem repartir com quem não têm!
Deus abençoe você!
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/so-ha-fome-no-mundo-porque-nao-compartilhamos-o-que-temos/?sDia=3&sMes=8&sAno=2014 (03/08/2014)
HOMILIA DIÁRIA
Aprendamos com Jesus a partilhar o nosso pão com o próximo
Aprendamos com Jesus a partilhar o nosso pão com o próximo. Nada iguala o sabor do pão partilhado, da comida partilhada, nada é tão abençoado como dividir o que temos com o nosso próximo!
“Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mateus 14, 16)
Grandes multidões seguiam Jesus para ouvir Sua Palavra e escutar os Seus ensinamentos. E como essas multidões se saciavam? Do alimento que vinha de Jesus. No entanto, depois de um tempo, as pessoas sentem fome e sede, porque não só de pão vive o homem, também não só da palavra vive o homem. O ser humano precisa dos alimentos para ficar de pé, por isso Jesus teve compaixão de toda aquela multidão que estava com Ele e começou a sentir fome e sede.
Os discípulos pensam em dispersar essa multidão, porque está ficando tarde, lá é muito deserto e eles não têm dinheiro para comprar alimento para todos. Daí vem a resposta de Jesus: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida! Jesus porém lhes disse: ‘Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!’” (Mateus 14, 15-16).
Há duas coisas importantes dessa colocação de Jesus a ser observadas: primeira, precisamos nos dar para o outro, precisamos ser alimento para o outro, precisamos ser algo que sacie o outro. Ou seja, não podemos deixar ninguém ir embora sem sentir a nossa presença, o nosso calor humano, o nosso afeto e a nossa ternura. Segunda coisa: ao mesmo tempo, não podemos deixar ninguém sair da nossa casa ou da nossa presença com fome ou com sede. O pouco que temos dividimos e Deus o multiplica; o pouco que temos partilhamos e compartilhamos. A graça de Deus abençoa de modo a saciar a todos. É nossa obrigação dar de comer ao mundo! Para isso, primeiro, precisamos ser alimento para o mundo e nos dar para o outro.
A grande fome e sede do mundo é a fome de amor, de ternura, de aconchego e de cuidado, por isso precisamos cuidar das pessoas e ser presença viva [de Cristo] para as pessoas. Um abraço, um sorriso, uma atenção, uma delicadeza faz toda a diferença na vida de alguém!
Mas não fiquemos apenas nos gestos, se alguém está passando fome – e ninguém tem direito de passar fome ao nosso lado! – podemos pensar: “O que vou fazer? Não tenho dinheiro para cuidar da fome do mundo?“. Use da graça divina, multiplique o pão da sua casa, o arroz que você tem, mas nunca permita que alguém do seu lado passe fome! Seja o próprio alimento para aquela pessoa e o alimento que você tem, por menor que este seja – uma porção de farinha ou um pouco de pão – divida-os e os reparta.
Nada iguala o sabor do pão partilhado, da comida partilhada, nada é tão abençoado como dividir o que temos com nosso próximo! Que aprendamos hoje de Jesus que precisamos ser pão e alimento ao próximo [com nossa presença] e que também precisamos dar o nosso pão e o nosso alimento para o próximo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 03/08/2015
HOMILIA DIÁRIA
Sejamos alimento para o nosso próximo
Não deixe ninguém ir para longe ou se afastar de você sem que você seja alimento para ela
“Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mateus 14, 16)
Uma grande multidão seguia Jesus e Ele teve compaixão dela. Ele alimentou com o Pão da Palavra aquela multidão, levando-lhe consolo e conforto, levando cura para a alma e o coração de todos.
Jesus não quer que nenhum de nós ande, neste mundo, sem ter o Seu consolo e conforto, sem ter Sua Palavra, que é vida, que nos consola e nos refaz, que nos coloca para cima. Porque só Ele, só o Senhor têm Palavras de vida eterna!
Precisamos nos compadecer das enormes multidões, dos filhos e filhas de Deus, deste mundo inteiro perto de nós ou ao nosso lado, das nossas cidades e campos. Onde quer que estejamos, há muitas pessoas sedentas e com fome da Palavra de Deus. Precisamos alimentá-las com Jesus!
Assim como estou levando Jesus ao seu coração, à sua vida, e você mesmo percebe o quanto a Palavra faz diferença em sua vida, você também precisa levá-la a outras pessoas.
Não basta só dar o Pão da Palavra, pois, no meio de nós, há muitos que estão com fome e sedentos. Os discípulos disseram: “Jesus, despede eles, pois está ficando bem tarde. Eles vão ficar com fome!”. Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Primeiro, cada um de nós precisa ser alimento para o outro. A nossa presença na vida do outro é consolo, conforto para que o outro não padeça pela fome. Precisamos nos preocupar com a fome do outro. Quando alguém chega em sua casa para comer, para estar com você, para conversar, para partilhar e participar da sua vida, pode ser que você tenha poucas coisas ou quase nada em casa, mas o milagre da partilha acontece. O pão e o feijão que você coloca na mesa se multiplicam e o alimento dá para todos. E assim nós devemos fazer, a cada dia da nossa vida, o milagre da partilha, a graça de partilhar o que temos para com os outros e Deus irá multiplicar.
Não deixe ninguém ir para longe ou afastar-se de você, sem que seja alimento para ela, sem dar o alimento àquela pessoa. Não se importe se você tem pouco alimento, se o alimento da sua casa é pouco. Quem divide o que tem com os outros Deus dá a graça de multiplicar. Deus quer que multipliquemos nossos dons, a nossa presença e os nossos alimentos para saciarmos a fome uns dos outros!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 01/08/2016
HOMILIA DIÁRIA
Deus nos ensina a multiplicar o pão com o próximo
“Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões.” (Mateus 14,19)
O Mestre Jesus encheu-se de compaixão daquelas multidões famintas e sedentas, mas Ele sentiu compaixão porque viu aquelas multidões machucadas, feridas e sedentas do amor de Deus. Ele mesmo disse aos Seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.
Não podemos permitir que aqueles que se aproximam de nós morram pela fome e pela sede, morram por causa das necessidades fundamentais da vida humana. Precisamos ser alimento na vida do outro!
Sabemos que tem alimentos que nos saciam, nos fazem bem. E existem alimentos que, de forma enganosa, comemos e nos fazem mal. Precisamos ser bons alimentos para os nossos irmãos e para tantos que estão famintos e sedentos.
Não podemos ser indiferentes, porque um discípulo de Jesus jamais é indiferente à dor e ao sofrimento que tantas pessoas estão passando. Não podemos simplesmente dizer: “Olha, vai para a frente porque Deus vai te dar de comer”. Somos nós que precisamos dar de comer porque Deus não desce do Céu para dar de comer a ninguém.
A missão fundamental é levar Jesus, o Pão da Vida, aos corações
O que Deus nos dá é a graça de sermos o pão para a vida do mundo. Por isso, Ele está nos ensinando a multiplicar, porque quem é que multiplica? É aquele que soma o que tem, pega o que o outro tem e vai cuidar daqueles que não têm, e quando fazemos essa soma e dividimos o que temos com os outros, tudo se multiplica.
Numa sociedade egoísta como a nossa, onde cada um está preocupado em ter para si e ter cada vez mais, é um escândalo ver comida estragando, sendo jogada fora; ver crianças que pegam o prato de comida, comem duas colheres e, depois, não querem, e o pai nem liga. É um escândalo ver a sociedade do desperdício permitindo que milhões morram e padeçam de fome.
Precisamos cuidar da fome espiritual. E não reduza a missão da Igreja apenas à missão espiritual! A missão fundamental é levar Jesus, o Pão da Vida, aos corações. O mesmo Jesus que, depois vai ser o Pão, o Pão abençoado, o Seu próprio Corpo, é o mesmo Jesus que está pegando o pão agora, abençoando, distribuindo, dividindo e o multiplicando. Ele está nos ensinando que o banquete da Eucaristia não acontece apenas quando comungamos Jesus para nós, mas quando nos tornamos Jesus para os outros, multiplicando aquilo que temos, somos e dividindo com os outros.
Precisamos, em primeiro lugar, ter em nós os sentimentos de Jesus. Quando somos movidos pela compaixão que tinha o coração do Mestre Jesus, sabemos dividir o que é nosso com o nosso irmão, nós nos preocupamos com quem não tem, nos ocupamos com aqueles que nada têm para dividir com eles o pão de cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 02/08/2020
HOMILIA DIÁRIA
O Senhor tem compaixão de você!
“Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: ‘Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!’. Jesus porém lhes disse: ‘Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!’.” (Mateus 14,14-16)
Meu irmão e minha irmã, iniciamos este mês de agosto, mês vocacional, e aqui nós vemos um dos sinais do Senhor: a Sua compaixão para com o Seu povo. É claro que, depois, Ele realizou a multiplicação dos pães, mas o primeiro sinal de Nosso Senhor é o Seu amor por nós, é a Sua compaixão. O Senhor teve compaixão daquela multidão, por isso, sinta-se também profundamente amado por Nosso Senhor porque Ele tem compaixão de você.
O Senhor se compadeceu daquela multidão porque estava com fome. E o interessante, o bonito, é que eles, primeiro, buscavam o Pão da Palavra, mas eles estavam famintos também na sua necessidade física, biológica; e o Senhor teve compaixão também da necessidade biológica daquele povo. Só que os discípulos queriam dispensar aquele povo, mas Jesus não. “Dai-lhes vós mesmos de comer!”; Jesus sentiu compaixão e ensinou os discípulos que eles também precisariam ter compaixão do povo.
Diante da compaixão que nós recebemos, também nós precisamos oferecer
Meus irmãos, é isto que acontece: o Senhor tem compaixão de você, mas que você também tenha compaixão dos seus irmãos, daqueles que estão à sua volta. Por isso, Jesus provocou, ali, cada discípulo. Ele nos provoca também! Diante do amor que recebemos, também precisamos dar; diante da compaixão que nós recebemos, também nós precisamos oferecer. “Dai-lhes vós mesmos de comer!”. E aqueles discípulos foram provocados a dar, a dar-se, e aí sim o Senhor realizou o milagre ali, diante dos pães que foram apresentados a Ele, Ele multiplicou.
Meu irmão, não podemos deixar de assistir o irmão, deixar de ajudar o irmão, mesmo com o nosso pouco, porque Deus pode fazer daquele pouco o muito. Sim, vamos fazer esse caminho, meus irmãos. Sintamo-nos profundamente amados, sintamo-nos debaixo da compaixão de Deus. Mas uma vez que o Senhor tem compaixão de nós, Ele deseja que nós também nos compadeçamos uns dos outros.
O que você tem? Ofereça-o também a seu irmão, ofereça-0 também a seu próximo! “Mas é tão pouco!”, mas, nas mãos do Senhor, esse pouco vira muito.
Acolha a compaixão e seja também compaixão. Dê do seu pouco, porque, do seu pouco, o Senhor pode fazer muito e pode saciar a fome de muita gente, fome material, mas fome também espiritual. Dê Deus para as pessoas, uma vez que você já recebeu e tem Deus dentro de si.
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/08/2022
Oração Final
Pai Santo, faze-nos atentos às carências dos irmãos, abertos para ouvir os seus desejos e disponíveis para atendê-los com espontânea generosidade. Mantém-nos humildes e discretos, na certeza de que há maior alegria em dar do que em receber. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2013
Oração Final
Pai Santo, teu Filho sintetizou a Lei Antiga no Mandamento único do Amor. Amor a Ti, sobre todas as coisas e Amor aos irmãos. Dá-nos sabedoria, força e perseverança para seguirmos o Caminho do teu Filho, o Cristo feito carne em Jesus de Nazaré. Nós te pedimos, Pai amado, pelo mesmo teu Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/08/2014
Oração Final
Pai Santo, teu Filho se fez para nós o Pão da Vida. Pai amado, dá-nos sempre deste Pão! E que nós sejamos generosos na sua partilha com os peregrinos que colocaste ao nosso lado para a volta à Tua Casa, nosso Lar Paterno. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai, que és cheio de misericórdia, ilumina-nos para que a contemplação da bela cena – a refeição distribuída ao povo por teu Filho Unigênito – nos leve à certeza de que tudo é dom de teu Amor e que continuas humildemente escondido em cada presente que a Natureza ou nossos Irmãos nos oferecem nesta caminhada rumo à plenitude do Reino. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/08/2020
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