ANO B
Mt 10,34 – 11,1
Comentário do Evangelho
É a opção livre que divide os que aceitam e os que rejeitam a mensagem do evangelho de Jesus Cristo.
Último trecho das instruções que Jesus dá aos Doze para a missão. A primeira frase do nosso texto causa surpresa e, à primeira vista, pode parecer que Jesus estimule a guerra e a divisão. Mas o sentido é totalmente outro. Diz respeito à decisão que cada pessoa deve tomar ante a mensagem de Jesus: pró ou contra. É essa opção livre que divide os que aceitam e os que rejeitam a mensagem do evangelho de Jesus Cristo. É a paz que os discípulos devem comunicar através do anúncio do evangelho e das obras que autenticam a mensagem. Para seguir Jesus é preciso liberdade. Nenhum laço afetivo a pessoas ou coisas pode impedir uma resposta generosa que o chamado de Jesus Cristo impõe. Ao que se dispõe seguir o Senhor é preciso ter presente que a vida do discípulo deve ser marcada pelo despojamento e pela renúncia de qualquer interesse particular, pois deve ser sinal do amor de Deus por todas as pessoas. A identificação do discípulo com o Mestre deve ser tal (cf. Mt 10,24-25) que, acolhendo o discípulo e a mensagem da qual ele é portador, se acolhe o próprio Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, robustece minha adesão a teu Reino, levando-me a pautar por ele todo meu agir e a atrair para ti quem optou pelo caminho da maldade e do egoísmo.
Fonte: Paulinas em 14/07/2014
Vivendo a Palavra
A paz que Jesus anuncia para nós não significa acomodação, êxtase, ou gozo de uma tranquilidade preguiçosa e satisfeita. A Paz do Cristo nos leva a lutar contra nossos vícios e, às vezes, contra nossos parentes. Eles estão em nós e temos que vencê-los! É Paz para quem não desistiu da luta e acredita nela.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2014
VIVENDO A PALAVRA
«Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la…» Muito mais do que por suas palavras, Jesus nos ensinou isto com a Vida, colocando toda sua existência a serviço dos irmãos. Nada reteve para Si mesmo: nem mesmo Maria, a sua Mãe, que recebemos juntamente com o apóstolo João, no Calvário, como nossa querida Mãe celestial.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/07/2020
Reflexão
O seguimento de Jesus tem uma série de implicações e não permite meio termo, pois exige radicalidade. Ou seguimos Jesus ou não seguimos, não existe seguimento até certo ponto ou de acordo com as minhas condições, o seguimento é incondicional. Para que isso seja possível, Jesus deve ser o valor absoluto de nossas vidas, devemos ser seduzidos por ele de modo que tudo façamos para estar com ele e realizar a sua vontade, a fim de que tenhamos coragem de, com ele, assumir a nossa cruz do dia a dia e segui-lo até onde for necessário. Somente quem tem um verdadeiro amor por Jesus e pelo Reino de Deus é capaz de viver de tal maneira.
Fonte: CNBB em 14/07/2014
Reflexão
Não é que Jesus incentive ou declare a guerra. São as pessoas que se dividem em relação ao Reino de Deus. Jesus usa linguagem figurada para mostrar que sua mensagem encontra inimigos. Ele próprio sentiu na pele as agressões e torturas impostas por seus adversários. Morrendo na cruz, entregou sua vida pela salvação da humanidade. O Pai o ressuscitou dos mortos e o fez Senhor de tudo e de todos. Ele é o centro da História e a principal referência a todo ser humano. Ele é o Caminho único que conduz a Pai. Ele é a Verdade que nos revela quem é o Pai e o Espírito Santo. Ele é a Vida e a fonte de vida para todos. O amor dos filhos aos pais não se compara com o amor que se deve a Deus. Ser digno de Jesus é ser fiel a ele, ouvindo e praticando suas palavras.
Oração
Ó Jesus, Caminho único que leva ao Pai, de um lado encontram-se os que te acolhem e seguem; de outro, os que se põem frontalmente contra ti e contra as exigências do Reino. Sobre estes pesa a “espada” do julgamento. Queremos, Senhor, colocar-nos inteiramente a serviço do teu Reino. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 13/07/2020
Reflexão
Antes de partir em missão para ensinar e pregar, Jesus conclui seu discurso missionário, com algumas exigências radicais aos discípulos. A espada é símbolo de divisão, estabelece uma distinção entre quem é a favor do Reino de Deus e quem é contra ele. Essa divisão pode acontecer desde o seio da família; pode haver pessoas guiadas pela justiça do Reino e outras contra. Jesus não pede desprezo pelos familiares; ao contrário, ele mesmo demonstrou afeto e amor aos seus, sem, contudo, esquecer o compromisso com seu Reino. Seguir o Mestre significa optar pela vida, não se fechar em si mesmo, mas solidarizar-se com os próximos pequeninos. Isso denota olhar em torno e sair do próprio egoísmo. Aí está o verdadeiro sentido e a recompensa da vida, quando é doada a Jesus e posta a serviço do seu Reino.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 11/07/2022
Recadinho
Reflita hoje sobre seu contexto familiar: é bom? - Algo depende você para que seja melhor ainda? - Há problemas sérios em sua família? Pode fazer alguma coisa para que, mesmo em meio a dificuldades, viva-se em paz? - Lembra-se sempre de que vida sem cruz não é vida? - Procura colocar sempre tudo nas mãos de Deus buscando forças para a caminhada?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 14/07/2014
Meditando o evangelho
O AMOR MAIOR
A ação missionária exige do apóstolo muita coragem e perseverança. As dificuldades e perseguições surgirão a partir de seus próprios familiares. Esses serão os primeiros a rejeitá-lo. Entretanto, o anúncio do Reino não pode ficar à mercê do humor desses familiares. A fidelidade ao Reino, em algumas circunstâncias, exigirá rupturas. Quem preferir não desagradar seu pai ou sua mãe, recusando-se de proclamar as exigências do Reino sem omitir nada, torna-se indigno do ministério recebido. O Reino deve nortear também as relações familiares.
O apóstolo ama o Reino com um amor maior. Por amor, torna-se capaz de assumir sua missão até as últimas consequências, até mesmo a morte. Ele tem consciência de que aí se joga sua salvação e sua condenação. A busca medrosa de querer proteger-se e poupar-se, poderá levá-lo à condenação, pois, para isso, terá que abrir mão da causa de Jesus. A predisposição de perder a vida, por causa do Reino, gera salvação. O testemunho dado a favor de Jesus e de seu Reino, diante das pessoas, terá como contrapartida o testemunho que ele dará em favor do apóstolo diante do Pai. O amor ao Reino, portanto, só é verdadeiro quando se torna absoluto no coração do discípulo de Cristo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me tão grande amor pela causa do Reino que nada, nem mesmo os laços familiares possam dele me afastar.
Fonte: Dom Total em 13/07/2020
Meditando o evangelho
ADESÃO TOTAL A JESUS
A adesão do discípulo a Jesus tem o mesmo caráter totalizante da adesão a Deus no Antigo Testamento.
Segundo a Lei mosaica, o fiel deveria amar a Deus "com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças". Algo semelhante Jesus exige dos discípulos. Mesmo os laços mais sagrados de sangue ficam em segundo plano para quem aceita ser seguidor do Mestre. Quem coloca pai, mãe, filho ou filha, acima dele, renega sua condição de discípulo. Esta liberdade diante dos laços familiares possibilita-lhe estar disponível para seguir Jesus no caminho da cruz, se preciso, enfrentando a própria a morte. Não se trata de uma apologia da cruz, valorizada por si mesma, mas da liberdade e disponibilidade para viver o discipulado com todas as suas consequências.
As palavras de Jesus são de extrema clareza: quem se dispõe a segui-lo deve, como ele, aderir incondicionalmente ao projeto do Pai, sem meias-medidas ou atenuantes. É tudo ou nada!
A dureza das condições para o discipulado poderia amedrontar quem se predispõe a tornar-se discípulo, ou quem já é discípulo. Estaria Jesus exigindo uma espécie de desprezo aos familiares mais caros? Ou transformando o discipulado em fuga da família? Nada disso! O discipulado exige apenas que tudo, até mesmo o amor aos familiares, seja vivido na perspectiva do Reino. O discípulo amará seu pai, sua mãe, seu filho ou sua filha de uma maneira particular, quiçá até mais profunda, porque revestida pelo amor do Reino!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de disponibilidade para o Reino, faze-me reconsiderar tudo na perspectiva do Reino, dando-lhe a centralidade exigida por Jesus.
Fonte: Dom Total em 14/07/2014 e 11/07/2022
Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 14/07/2014
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A cruz e a espada
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O leitor menos preparado poderá chocar-se com essa expressão colocada pelo evangelista São Mateus, onde Jesus diz “Não julgueis que vim trazer a paz á terra. Vim trazer não a paz, mas a espada”. Que negócio é esse? Então, Jesus o Filho de Deus, todo amor e misericórdia, a maior bondade, perfeição e santidade que o ser humano já viu, não veio trazer a paz, mas a espada? Será que São Mateus não se equivocou e entendeu errado o que Jesus falou? Vai ver que ele falou que veio trazer a Paz e não a espada...
A espada é uma arma conhecidíssima dos Judeus para quem Mateus escreve o seu evangelho, ela não só penetra, mas também corta; a morte por degolamento era comum nas contendas. Ela separa uma coisa da outra e provoca divisão... O que Jesus ensina nesse evangelho é a opção radical que o discípulo deverá fazer á seu favor. Jesus não quer disputar o primeiro lugar e a preferência de todos em nossas relações afetivas, isso nem está em discussão nesse evangelho.
Há pessoas de grande carência afetiva que dependem totalmente da relação com os outros, para ser feliz e sentir-se realizado nesta vida. Precisam constantemente de manifestações de carinho e afeto, querem sempre ser lembradas, ser o centro das atenções e na relação com os entes queridos ou na própria comunidade, sempre buscam isso e quando lhes falta essa atenção dos outros, sentem –se sozinhas, tristes e infelizes.
Jesus fala de algo que não interfere absolutamente nas relações afetivas, ao contrário, lhes dá um novo significado. Quando abraçamos o discipulado com lealdade e sinceridade, colocando o Evangelho de Cristo como a verdade absoluta em nosso viver, tudo se torna diferente em nossas atitudes e procedimentos. Estaremos tão ocupados em amar e servir os outros que não teremos tempo para buscar nossos interesses e nossas neuroses, pois estaremos livres.
Tomar a cruz e seguir Jesus é deixar todas as nossas conveniências e interesses para trás, renúncias e desapegos sempre trazem desafios e sofrimentos, pois muitas vezes renunciamos até a vida, e os prazeres que ela nos oferece. Mas essas perdas, que aos olhos do mundo nos dão prejuízo, representam na verdade um Ganho da Vida Verdadeira que Jesus nos oferece.
2. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim - Mt 10,34 – 11,1
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Termina aqui o Discurso Missionário, bem marcado pela frase final: “Quando Jesus terminou essas instruções, partiu dali”. As instruções terminam dizendo que Jesus não veio trazer a paz, mas a espada; que os inimigos serão os familiares; que não é digno de Jesus quem ama os familiares mais do que a ele; que não é digno dele quem não toma a sua cruz e o segue; e quem busca sua vida, vai perdê-la. É dito também que, quem perde a sua vida por causa de Jesus, a encontrará; quem recebe o discípulo missionário, recebe Jesus e o Pai; quem de alguma maneira ajuda o discípulo, não ficará sem recompensa. Portanto, ser discípulo missionário é uma altíssima vocação, destinada a gente corajosa que parte, “a fim de ensinar e proclamar nas cidades da região”.
Fonte: NPD Brasil em 13/07/2020
HOMILIA
QUEM VOS RECEBE A MIM RECEBE
Jesus veio arrancar das nossas mãos a paz da acomodação e nos entregar a espada do Espírito Santo para que nós possamos lutar contra toda heresia e contra testemunho. Ele é bem claro e explícito quando afirma que não é digno dele todo aquele que ama seu pai e sua mãe mais do que a Ele. Amar aqui significa ouvir, seguir, dar atenção, privilegiar, em fim, ter mais consideração e obedecer. Jesus não veio nos separar fisicamente uns dos outros, mas sim, das ações, da mentalidade e das práticas dos que são do mundo. Por isso, Neste Evangelho Jesus nos dá um veredicto: Ele em primeiro lugar! Em primeiro lugar o Evangelho e os Seus ensinamentos. Nós não podemos seguir o ensinamento daqueles que contradizem a Palavra de Deus mesmo que estas sejam pessoas muito queridas para nós, como nosso pai ou nossa mãe. O seguimento a Cristo nos condiciona a tê-Lo em primeiro lugar na nossa vida! Antes de tudo nós precisamos viver o Evangelho e os ensinamentos de Deus. Portanto, quem seguir a Jesus não ficará sem recompensa. Quem acolher aquele que vem em Seu Nome será acolhido também pelo Pai. Jesus veio trazer a paz que é gerada na justiça e justa é a vontade de Deus. Portanto, a vontade de Deus é soberana e não a vontade dos homens. Tomar a cruz é assumir a vida dentro dos conceitos evangélicos imitando a Jesus que morreu na Cruz para nos salvar. Assumimos a cruz quando nos apossamos da salvação de Jesus e não queremos promover a nossa própria salvação.
Nunca nos esqueçamos que a ação missionária exige do apóstolo muita coragem e perseverança. As dificuldades e perseguições surgirão a partir de seus próprios familiares. Esses serão os primeiros a rejeitá-lo. Entretanto, o anúncio do Reino não pode ficar à mercê do humor desses familiares. A fidelidade ao Reino, em algumas circunstâncias, exigirá rupturas. Quem preferir não desagradar seu pai ou sua mãe, recusando-se de proclamar as exigências do Reino sem omitir nada, torna-se indigno do ministério recebido. O Reino deve nortear também as relações familiares.
O apóstolo ama o Reino com um amor maior. Por amor, torna-se capaz de assumir sua missão até as últimas consequências, até mesmo a morte. Ele tem consciência de que aí se joga sua salvação e sua condenação. A busca medrosa de querer proteger-se e poupar-se, poderá levá-lo à condenação, pois, para isso, terá que abrir mão da causa de Jesus. A predisposição de perder a vida, por causa do Reino, gera salvação. O testemunho dado a favor de Jesus e de seu Reino, diante das pessoas, terá como contrapartida o testemunho que ele dará em favor do apóstolo diante do Pai. O amor ao Reino, portanto, só é verdadeiro quando se torna absoluto no coração do discípulo de Cristo.
A quem você costuma seguir: ao que Deus lhe recomenda ou o que os seus queridos lhe sugerem? Você seria capaz de fazer uma opção radical por Deus, mesmo que fique contra toda a sua família? Você já tentou atrair a sua família para Deus, da mesma forma que as outras pessoas tentam atraí-la para o mundo?
Pai, robustece minha adesão a teu Reino, levando-me a pautar por ele todo meu agir e a atrair para ti quem optou pelo caminho da maldade e do egoísmo.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 14/07/2014
REFLEXÕES DE HOJE
SEGUNDA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 14/07/2014
HOMILIA DIÁRIA
Só Deus tem o poder de transformar o nosso coração
A Palavra de Deus tem o poder de transformar o nosso coração, e a transformação acontece pelo corte, quando nós somos capazes de, no poder de Deus, combater aquilo que não é d’Ele.
“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada.” (Mateus 10, 34)
Quando ouvimos o Evangelho de hoje causa-nos até uma certa estranheza em nosso coração porque as palavras de Jesus parecem muito duras e até humanamente difíceis de ser compreendidas por virem da boca do Mestre. Ele vem nos dizer que não veio trazer a paz, mas a espada; que Ele não veio trazer, em certo sentido, a união, mas a divisão dentro de uma casa ou dentro de uma família; e do outro lado, parece que Ele despreza o amor humano e dá a primazia somente ao amor divino.
Deixe-me fazer você entender e compreender aquilo que Deus fala ao nosso coração. Primeiro: não se chega à paz se não cortamos dentro de nós aquilo que não constrói a paz. Por isso quem é do Reino de Deus não fica simplesmente acomodado dizendo que está tudo bom e conformado com tudo. Não, primeiro você deve pegar a espada do Espírito e cortar dentro de você aquilo que não é de Deus. Você não deve se conformar com o pecado que há em você; você não deve se conformar com os comportamentos indignos, com as palavras horríveis que, muitas vezes, saem de nossa boca e com os sentimentos do nosso coração que dizem: “Não, é assim mesmo! Eu sou assim mesmo, pronto e acabou!”
Não, meu querido, a Palavra de Deus tem o poder de transformar o nosso coração. E a transformação começa pelo corte, quando nós somos capazes de, no poder de Deus, combater e cortar aquilo que não é d’Ele.
Não fique vivendo na falsa paz do conformismo e do “está tudo bom”. Faça uma violência dentro de você mesmo, faça uma violência dentro da sua casa – e a violência aqui não quer dizer briga, não quer dizer desunião nem combate de um contra o outro, mas sim a espada do Espírito, que vai cortando em nossa casa, em nossa carne e ao redor de nós tudo aquilo que não é de Deus.
Pode ser que na sua casa haja aqueles que não aceitem a Palavra de Deus e vivam uma vida até descomprometida com ela [Palavra de Deus]. Não é para viver na paz e no amor que você vai fazer as coisas erradas que os seus estão fazendo. Não, pelo amor que você tem à Palavra de Deus, você deve buscar a coerência de vida. Não é preciso fazer guerra, não é preciso acusar ninguém, mas é preciso manter a coerência da opção e da escolha [pelo Reino de Deus].
Há músicas que não convêm a cristãos; há conversas, palavras, filmes, programas e lugares que não nos convêm. Daí, muitas vezes, a espada de Deus nos divide.
“Ah, mas eu amo demais os meus!”. Quem ama qualquer um mais do que a Jesus não é digno d’Ele! “E o que vou fazer? Vou desprezar a quem amo?” Não, o amor humano é fraco demais, inconsistente demais. Se você quer amar alguém com o amor verdadeiro, ame-o com o amor do Coração de Deus! Ame primeiro a Deus e, desse modo, você terá sempre forças para amar até o que é difícil e, muitas vezes, insuportável.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 14/07/2014
HOMILIA DIÁRIA
A espada do Espírito corta o que é mundano em nós
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada.” (Mateus 10,34)
Quando ouvimos esse Evangelho, sabemos que Jesus é o príncipe da paz. Ele veio pacificar os corações, mas aqui ficamos meio perdidos, porque Ele está sendo bem afirmativo: “Não imagineis que vim trazer paz”.
Entendamos que essa primeira paz que Ele se refere, é a paz dos homens, a paz do comodismo, da falta de compromisso, a paz da consciência que não tem retidão. É triste a pessoa que faz uma coisa errada e não se incomoda. É triste aquela pessoa que está vendo uma coisa desastrosa acontecer e diz: “Isso não é problema meu” “Isso não me incomoda”.
Essa paz do comodismo mundano é um mal terrível, não foi essa paz que Jesus veio trazer, para todos ficarem acomodados, cada um na sua, no seu mundo. A pessoa entra no seu quarto, na sua casa e diz: “Eu não quero saber de ninguém” “Não quero saber de problema nenhum” “O problema é deles”. A pessoa se fecha no seu mundinho, vai para o seu celular, sua televisão, seu computador, suas coisas, sua conta bancária e diz: “Estou em paz”.
A espada do Espírito em nós é a que vem cortar do nosso coração aquilo que é mundano, velho e estragado
Desculpa, essa é a paz mundana, é a paz onde as pessoas querem viver apenas o gozo, querem viver dos prazeres. Não foi essa paz que Jesus veio trazer, porque essa paz é demoníaca, causa indiferença e, infelizmente, causa profundos desastres, desigualdades e, sobretudo, falta de compaixão e humanidade com a humanidade do outro.
“Eu vim trazer a espada”. Para que serve a espada? A espada é aquilo que corta e separa. Pegamos uma fruta para comer e a cortamos com a espada, que no caso é a faca. Você vai tirar aquele pedaço que não serve, que está estragado e ruim. A espada do Espírito em nós é a que vem cortar do nosso coração e da nossa alma aquilo que é mundano, velho, estragado, aquilo que nos leva a ter uma visão corroída e corrompida do mundo e da sociedade.
A espada de Jesus é aquela que realiza uma verdadeira cirurgia em nós, para abrir os nossos olhos com aquilo que não podemos enxergar de verdade, míopes como muitas vezes nos encontramos, quando não verdadeiramente cegos.
A espada de Jesus é aquela que vem cortar os nossos corações que estão travados, trancados, cheios de pedras, frutos do nosso orgulho ou dos ressentimentos, das mágoas e dos rancores que vamos acumulando pelos dessabores e tantos outros desastres que vamos vivendo ao longo da vida. É a espada cirúrgica que renova o coração dos homens.
Só por meio da espada evangélica experimentamos a verdadeira paz que vem de Deus. É a paz que o mundo não pode dar, é a paz que é dom do Céu, é a paz shalom, é a paz onde vivemos em meio às tensões, inquietações e perturbações, mas não perdemos a serenidade e a sobriedade.
Que não se confunda de modo algum com o espírito de indiferença, de falta de compaixão com a dor e as situações do mundo. Esse espírito é preocupante, muitas vezes, toma conta de pessoas em casa, no lar, na família, onde ouvimos as afirmações mundanas: “Não estou nem aí” “O problema não é meu”. Cuidado porque essa paz não é de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 13/07/2020
HOMILIA DIÁRIA
Que sua meta seja fazer a vontade do Senhor
“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra.” (Mateus 10,34-35)
Meu irmão, minha irmã, assim começa o Evangelho de hoje, que parece um pouco duro ou muito duro. Mas por que Nosso Senhor está dizendo aqui dessa cisão, dessa incompatibilidade, até mesmo entre as pessoas de Sua casa, as pessoas de casa? Por causa dele, por causa do Evangelho, por causa da Palavra de Deus.
O Senhor alertou os Seus discípulos e alerta a cada um de nós a respeito dessa divisão que vai encontrar, que encontraremos até mesmo dentro de nossa casa. Não é para nos apavorar, mas é até para nos acalmar.
Porque quando sabemos, quando você sabe que vai passar por uma cirurgia grave, você já não se prepara? — “Vai ser dura, vai ser difícil, preciso me preparar”. Nosso Senhor está dizendo que os tempos são difíceis e que, até mesmo dentro de casa, encontraremos oposição. Mas, ao encontrarmos dificuldade, prestemos atenção, até mesmo dentro de casa; e que, na verdade, aumente em nós o desejo de viver a Palavra, de viver a santidade, de testemunhar Jesus Cristo para eles.
Façamos a vontade do Cristo, mesmo diante das adversidades, porque o Senhor nos garantirá o Céu se perseverarmos
Vai chegar uma hora que, com a graça d’Ele, eles também não terão mais argumentos e precisarão se voltar para Nosso Senhor. Continue a rezar pelo seu filho, continue a rezar pela sua filha, continue a rezar pelo seu pai, pela sua mãe, por aqueles que são de sua casa e que se perderam. Não desanime não! Também reconheça que a Palavra de Deus, de fato, se cumpre, mas não desanime de fazer o bem, não desanime de testemunhar Jesus Cristo, mesmo diante de todas as dificuldades que encontrar em sua casa.
Assim como o Senhor também viveu dentro da Sua terra, ali entre os Seus, Ele teve também dificuldade, mas mesmo assim Ele continuou a fazer a vontade do Pai. E que essa mensagem também seja para mim e para você. Mesmo com todas as dificuldades, com todos os problemas, com todas as oposições, a minha meta, a sua meta é fazer a vontade do Pai, é fazer a vontade de Deus.
As circunstâncias difíceis, as situações difíceis, que sejam provas para você ir além, para eu ir além, para irmos além. Que nenhuma barreira com família, com doença, nada nos impeça de caminhar ainda mais e fazer a vontade do Pai, e fazer a vontade do Senhor. Assim fizeram os apóstolos, assim fizeram os santos, que nós também o façamos.
Olhemos por Cristo, façamos a vontade do Cristo, mesmo diante das adversidades, porque o Senhor nos garantirá o Céu se perseverarmos, se olharmos sempre para Ele.
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 11/07/2022
Oração Final
Pai Santo, faze-nos perseverantes na vigília e na oração. Que as tentações do comodismo e da covardia não nos enganem com seus ardis, para que sigamos até o último dos nossos dias o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santos.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai que adoramos tanto, acende em nós a chama do Amor que ardia em Jesus de Nazaré: Amor que é espontâneo; sem discriminações; é gratuito, livre e libertador. Faze-nos discípulos missionários da Igreja para anunciar o teu Reino de Amor e denunciar a injustiça que domina neste século. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/07/2020
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