Jesus enviou os Apóstolos em missão para anunciarem a chegada do Reino com o poder de curar doentes, ressuscitar mortos, purificar leprosos, expulsar demônios. Orientou-os a não cobrarem pelo trabalho porque receberam tudo de graça. O primeiro anúncio foi acompanhado de milagres que garantiam a autenticidade da palavra dos pregadores. Na continuação da vida da Igreja não faltaram milagres que comprovassem a presença de Jesus no meio dos seus e a santidade de vida de seus seguidores. Irmãos e irmãs nossos são elevados à honra dos altares pela heroicidade de suas virtudes comprovadas por milagres. O maior milagre, porém, está na gratuidade do amor que se doa e assume a causa dos irmãos. Jesus não curou todos os doentes do seu tempo. Mostrou que Deus quer bem a eles, que eles têm espaço na comunidade e que os cristãos devem prestar-lhes serviço. Precisamos de servidores dedicados e rezamos para que não faltem trabalhadores na hora da colheita.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Reunião de emergência...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A situação é de emergência... Jesus vê a multidão enfraquecida e abatida, sem rumo ou direção e provavelmente sem esperança, parecem ovelhas sem pastor, sem saber que rumo tomar e a mercê dos lobos vorazes, sem um abrigo seguro e pastagens verdejantes. Jesus poderia, quem sabe, denunciar a situação aos governantes da época, acionar os responsáveis para cuidar do povo, melhor ainda, poderia convocar uma reunião com os Líderes religiosos para alertá-los sobre a situação triste do povo, chamando-os assim as suas responsabilidades...
Mas no Reino de Deus não há departamentos em separado para cada problema a ser resolvido, não há superestruturas para atender as demandas sociais, nem telefones de emergência ou campanhas de conscientização, tem que se virar com que se tem á mão, é proibido ficar esperando dos outros, das instituições responsáveis, das pastorais, das associações, como dizia aquele refrão de Geraldo Vandré "Quem sabe faz a hora não espera acontecer".
Jesus tem em mãos um grupo de doze homens que não foram treinados para situações de emergência, que não são peritos em nada e nem atuam na promoção humana. Jesus primeiro identifica o problema... "a messe é grande e os operários são poucos", depois lhes ensina uma oração muito eficiente "Pedi ao Senhor da messe que envie operários...”, ou seja, "olha Senhor, se precisar a gente está aqui..." E em seguida convoca os doze para uma aula prática emergencial. Primeiro lhes transmite confiança, conferir-lhes poder significa mostrar do que eles são capazes, Jesus fez e eles também poderão fazê-lo, promover uma ampla ação libertadora e curar as enfermidades.
Deverão procurar os que se perderam, aqueles que estão no fundo do poço, mas o mais importante é o anúncio de que o Reino já chegou e se o reino está próximo, não mais poderá haver doenças, mortes ou qualquer tipo de alienação ou preconceito (Os leprosos eram considerados impuros). E por fim a mais importante de toda instrução, antes de partirem para essa missão de emergência, a fim de socorrem a multidão perdida: dar de graça, sem nada querer em troca, aproveitar do sofrimento do outro, para comprar sua consciência é o mais horroroso de todos os pecados diante de Deus, que pode ser praticado por um Discípulo Missionário. Tirar qualquer vantagem do irmão ou da irmã, que estou ajudando, é crime que merecerá sempre o repúdio do Céu!
Será que os miseráveis de hoje, os infelizes, tristes, deprimidos e desgraçados, os excluídos e marginalizados, podem contar com a compaixão das nossas comunidades? A resposta tem que estar no coração de cada um de nós, que estamos hoje em lugar dos primeiros discípulos e que somos constantemente convocados pelo Senhor que nos envia na direção da grande massa dos Sem Esperança...
2. De graça recebestes, de graça deveis dar! - Mt 9,35-10,1.6-8
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Meditando o mistério da Encarnação do Senhor na expectativa de sua vinda definitiva, terminamos a primeira semana do Advento. Ele veio, tornou-se ser humano como nós, morreu na cruz, ressuscitou e está conosco até o fim dos tempos. Está presente, está vindo sempre. Enquanto esperamos por sua vinda definitiva, nós nos unimos a ele e, unidos entre nós, pomos em prática o que ele nos ensinou. O Verbo se fez homem, humanizou-se e chamou colaboradores para trabalharem em favor de todos os seres humanos. A colheita é grande, dizia ele, sem muita gente disposta a trabalhar. É preciso pedir a Deus que mande trabalhadores e, ao mesmo tempo, chamá-los. Jesus chamou muita gente, especialmente os Doze apóstolos. Não disse a eles para serem chefes, policiais, legistas. Disse-lhes para dar a todo mundo uma Boa Notícia e curar doentes, ressuscitar mortos, purificar leprosos, expulsar demônios. E não cobrar taxas por isso.
Liturgia comentada
Ide às ovelhas desgarradas! Mt 9, 35- 10,1.6-8
Todo pastor sabe disso: as ovelhas costumam tresmalhar. Todo boiadeiro já passou por isso: um novilho desgarrar e se embrenhar no matagal, ou atolar-se no brejo. Mas nenhum pastor que se preze fica indiferente ao desastre. Como aquele do Evangelho – o que tinha cem ovelhas – e preferiu deixar as noventa e nove no ermo para sair em busca da que se perdeu.
Vivemos um tempo de ovelhas desgarradas. Sim, eu sei que o ser humano é errático: seu trilho neste mundo lembra de perto a rota das formigas, que parecem desconhecer a linha reta entre dois pontos. Homo viator, perpétuo peregrino, vagamos de lá para cá, em sufocantes engarrafamentos a cada feriado “enforcado”, sempre em busca de uma felicidade “que está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos” (Vicente de Carvalho).
Mas isto não justifica nossa indiferença diante daqueles que saíram da estrada real e se perderam nas trilhas do erro e do mal. Somos todos responsáveis uns pelos outros. Os pais pelos filhos. Os mestres pelos alunos. Os médicos pelos pacientes. Os governantes pelo povo. Os pastores por suas ovelhas espirituais.
Quando Jesus andou pela Palestina, pôde contemplar o povo faminto de Deus, a multidão de párias pelas encruzilhadas, mendigos e leprosos, refugiados e sem-terra. E Jesus chorou sobre eles. Mas não se limitou a chorar: enviou ao povo os seus discípulos com um mandato bem específico: “Ide às ovelhas desgarradas!”
Esta missão inclui cuidados espirituais (anunciar o Reino que se fez próximo, expulsar demônios), mas também cuidados materiais (curar enfermos, reanimar mortos, limpar leprosos (cf. Mt 10, 8). Aquilo que recebemos como dom gratuito (fé, alegria, paz, saber, habilidades) deve ser levado àqueles que ainda jazem na descrença, mergulhados na tristeza e na ignorância.
E quando os desprezados deste mundo perceberem que alguém se interessa por eles, saberão que Deus não os esqueceu e enviou seus profetas para mostrar-lhes o Sol nascente. Naturalmente, um sistema baseado no lucro e na competição há de estranhar a “loucura” desses pastores, que abrem mão da própria terra, da própria cultura e – pasmem! – até mesmo de constituir uma família, porque seus filhos e irmãos são os pequeninos deste mundo!
E nós? Estamos cuidando das ovelhas que ele nos confiou?
Orai sem cessar: “Eis-me aqui, Senhor!” (Gn 22, 1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
HOMILIA
JESUS TEM PENA DO POVO
Jesus andava visitando todas as cidades e povoados. Ele ensinava nas sinagogas, anunciava a boa notícia sobre o Reino e curava todo tipo de enfermidades e doenças graves das pessoas.
No tempo de Jesus, o Serviço de Assistência Médico-Hospitalar era péssimo. Somente a classe privilegiada podia ter uma assistência médica decente. O povo sofria nas mãos de uma sociedade que em nome de Deus marginalizava os leprosos, proibia que alguém fizesse o bem para os doentes e humilhava os enfermos que buscavam a cura na sinagoga.
Os líderes judaicos, ou seja, sacerdotes, fariseus, partidários de Herodes e chefes da sinagoga faziam o povo sofrer por falta de atendimento médico, saneamento básico e uma medicina preventiva.
Jesus tem muita pena desse povo sofrido e discriminado principalmente pelos líderes religiosos, e o acolhe com grande bondade, cura os enfermos os quais O seguem, por dias inteiros, até no deserto deixando a memória de que "Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo diabo" (At 10,38).
Jesus identifica-se com os pobres e com os enfermos tocando nos leprosos considerados impuros pelos fariseus que se diziam puros e santos. E você? O que tem feito pelos seus irmãos enfermos? Boa pergunta. Ou é a pergunta que pode decidir o futuro da sua alma. "Jesus faz bem todas as coisas. Faz os surdos ouvir e os mudos falar" ; "Nunca vimos uma coisa assim"; "Toda a multidão se alegrava com as maravilhas que Jesus fazia" (Lc 13,17).
Nos tempos atuais, também a medicina progrediu bastante, mas para o atendimento dos ricos, e da classe média alta, ou seja, para aqueles que podem pagar um Plano de Saúde. Porque a classe média baixa e os pobres que não podem pagar um Plano de Saúde, tem de ser atendidos no Pronto Socorro, ou tentar sobreviver pela automedicação, ou usando ervas medicinais que, por sinal, curam melhor que os remédios alopatas com seus efeitos colaterais.
Os médicos, preocupados com a automedicação, exigem a receita médica na compra do remédio. Mas isso acaba acarretando outro tipo de "efeito colateral", para não dizer que é uma faca de dois gumes. Porque se o pobre não tem assistência médica adequada, se não pode pagar uma consulta médica na qual obterá uma receita ou prescrição para comprar o remédio, o que ele vai fazer? Ele vai se automedicar! É claro!
Vivemos diante de uma medicina mercenária como nos tempos de Jesus. Quem pode, pode. Aqueles que não podem, como vão sobreviver?
Em nosso papel de cristãos atuantes, devemos sensibilizar todos os membros da comunidade cristã e estimular sua preocupação real e efetiva pelos doentes. Uma comunidade cristã que não conhece seus doentes, que não está a serviço deles, que não lhes dá lugar na comunidade, que não conscientiza os irmãos pobres sobre seus direitos, que não os ilumina no sentido de procurar cuidar da sua saúde e de seus filhos através de métodos de higiene, por exemplo, é uma comunidade que fez opção pelos poderosos, ao contrário de Jesus que fez sua opção pelos fracos e oprimidos.
Precisamos denunciar essas injustiças. Porque Jesus quer vida em abundância para todos. Ricos e pobres. E para se ter vida com saúde, a medicina precisa ser preventiva, e não curativa, com saneamento básico, e ensinamentos de normas de higiene para os menos esclarecidos. Porque se evitarmos a doença através da higiene, e de uma boa assistência-médica preventiva, não precisamos gastar com remédios e internações. Deixe os Planos de Saúde para aqueles que podem pagá-los.
Pai, que eu seja consciente de minha tarefa de levar a compaixão do Messias Jesus aos deserdados deste mundo, dando mostras de que o Reino se faz presente entre nós.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMÍLIA DIÁRIA
Combatamos os espíritos malignos que nos atormentam com fé
Reaja nesta graça que Deus nos deu: o batismo. Na vivência da Sua graça, para todos os dias, combatamos contra estes espíritos malignos!
“E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.” (Mt 10,1)
O poder que Jesus conferiu aos Seus apóstolos e discípulos é o poder que Ele deseja que também tenhamos na nossa vida. Primeiro: o poder expulsar os espíritos malignos, pois há muitos espíritos do mal atormentando a nossa vida.
Não é assombração, não é fantasma, não! São esses espíritos que estragam a nossa vida, colocando-nos uns contra os outros. Quanto espírito de mentira, de fofoca, de calúnia, de divisão e de maledicência! Quanto espírito terrível! Esses espíritos vêm invadir os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e nós, muitas vezes, nos deixamos levar por eles.
Não, meu irmão! Reaja movido pelo poder de Jesus, reaja nesta graça que Deus nos deu: o batismo. Na vivência da Sua graça, para todos os dias, combatamos contra estes espíritos malignos, porque o que eles trazem para nossa vida é, justamente, o mal para nossa família, o mal para os relacionamentos, com o espírito de inimizade e de destruição.
Quanto espírito agindo no meio de nós para semear fofoca e discórdia! Nós conhecemos a graça do Senhor. Não podemos ser movidos por esses espíritos. O que nós devemos, na verdade, é na graça de Deus renunciar e expulsar esses espíritos! Digo mais: se o Senhor nos deu poder para expulsar estes espíritos malignos, Ele nos deu também poder para curar as doenças e as enfermidades. Porque muitas das doenças e enfermidades que temos provêm desses espíritos malignos. E nos deixam mal, tiram a nossa autoestima, nos colocam “para baixo” realmente – no sentido mais depressivo da palavra. Perdemos o gosto pela vida, porque as nossas energias se desgastam nesses entraves, nessas disputas, nessas discórdias, em todas essas coisas negativas.
Ao passo que, quando começamos a nos rebelar e a nos opor a esses espíritos malignos, nossa própria saúde é preservada. Nada contra os remédios, porque eles são medicina e são muito necessários para a vida, mas nós tomaríamos menos remédios e seríamos independentes de muitas coisas que tomamos se nos propuséssemos a verdadeiramente a combater os espíritos malignos, que tiram a paz da nossa mente, do nosso coração e também do nosso físico.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
HOMÍLIA DIÁRIA
Jesus se comove com os nossos sofrimentos
Jesus olha para nós e cuida das nossas dores, dos nossos sofrimentos e das nossas enfermidades
“Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor.” (Mateus 9,36)
Jesus se compadece, se comove com o sofrimento das Suas ovelhas. Ele não está distante do sofrimento de nenhum de nós, pelo contrário, Ele sabe do que precisamos, o que sofremos e o que enfrentamos; sabe das batalhas que vivemos em nossas vidas, da “batalha que é viver”.
Jesus sabe o quanto pesa o fardo da nossa vida e tem uma imensa compaixão de nós. Ele tem um coração comovido, por tudo aquilo que enfrentamos. Deixe Ele olhar para o seu sofrimento, não somos nós que precisamos olhar para os nossos sofrimentos, o que precisamos é olhar para Jesus, porque, Ele olha o que estamos enfrentando e sofrendo.
E, ao invés de olharmos para Ele, pois Ele quer olhar para nós; fechamos os nossos olhares para Ele.
Olhemos para a graça d’Ele que está ao nosso alcance. Olhemos para o sofrimento do próximo, para aquele que sofre, porque Jesus está compadecido das multidões que sofrem. Jesus está compadecido com a “batalha” que cada um está enfrentando. Nos diz e nos dá poder e autoridade para expulsarmos os espíritos maus, para expulsarmos do meio de nós as doenças e enfermidades, as quais não nos permitem centrarmos o nosso olhar e o nosso coração em Deus.
Agir em nome do Senhor é deixar que a graça d’Ele atue em nós, aconteça em nós. Não fiquemos parados como se fôssemos coitados, apenas sofredores. Ele olha para nós e cuida das nossas dores, dos nossos sofrimentos e das nossas enfermidades. Ele nos dá a Sua graça para que possamos, em Seu nome, cuidar daqueles que sofrem e passam por necessidades e, também, expulsarmos os demônios que tanto atormentam a nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, faze-nos uma Igreja misericordiosa e compassiva. Que sintamos como nossa a dor dos nossos irmãos, especialmente dos mais pobres e discriminados pela sociedade consumista em que vivemos. Que sejamos para eles, fontes de esperança. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós queremos ser operários na tua messe. Para que sejamos capazes para executar a missão, encharca nossos corações com o teu Amor de tal forma generoso e pleno, que possamos reparti-lo com todos os companheiros de jornada. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
oRAÇÃO FINAl
Pai amado, que ouves com carinho os pobres e simples, nós desejamos, do fundo de nossa alma, ser operários em tua Messe. Para que estejamos capacitados ao exercício da missão, encharca os nossos corações com o teu Amor, generoso e pleno, de forma que possamos reparti-Lo com os companheiros de caminhada, tornando-nos para cada um deles o próximo mais próximo. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.