ANO C

Mc 6,17-29
Comentário do Evangelho
A tentação de calar a voz que denuncia o mal.
João Batista é o mártir
da moral. Ele foi posto na prisão
por ter denunciado uma união ilegal entre Herodes e Herodíades, mulher de
Filipe, irmão do Tetrarca. A palavra movida só pela
emoção e ilusão é portadora da morte: “(Herodes) prometeu, com juramento, dar a
ela (filha de Herodíades) tudo o que pedisse”. É a vida de João que Herodíades
reivindica. Busca eliminar a “voz” que denuncia o seu mal. É provável que o
sofrimento e a morte de João Batista prefigurem a paixão e morte de Jesus
Cristo. Ambos tidos como profetas (13,57; 14,5), conhecerão a sorte dos
profetas: “Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas os que te são
enviados…” (Mt 14,1-12;Lc 13,34-35).
Fonte: Paulinas em 29/08/2013
Vivendo a Palavra
Herodes foi vencido pela
vaidade e pelo orgulho. O texto diz que ele gostava de ouvir João... embora
ficasse incomodado com a sua palavra. Mas quis fazer bela figura diante dos
convidados. Que nós tenhamos sempre em mente este exemplo, para lutarmos contra
a vaidade – a nossa grande tentação no mundo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Herodes foi vencido pela vaidade e o orgulho. O
texto diz que ele gostava de ouvir João Batista… embora ficasse incomodado com
a sua palavra. Mas quis fazer bela figura diante dos convidados. Que nós
tenhamos sempre em mente este exemplo, para lutarmos contra a vaidade – a nossa
grande tentação no mundo.
Reflexão
Todos nós temos
dificuldades para viver a radicalidade exigida pelo Evangelho e diversas vezes
nos acovardamos diante das ameaças. Uma das maiores ameaças que sofremos hoje,
quando procuramos viver o Evangelho, encontra-se no fato de que a sociedade
ridiculariza todos aqueles que não fundamentam a sua vida nos valores do mundo.
Mas isso também acontecia nos tempos de Jesus, como podemos perceber na
narrativa da morte de João Batista e no julgamento do próprio Jesus. Mas nós
não podemos ceder aos mecanismos que são usados pelo mundo moderno contra o
Evangelho; devemos expor com coerência as verdades da nossa fé.
Fonte: CNBB em 29/08/2013
Reflexão
A
dança de uma adolescente faz rolar a cabeça do “maior dos profetas” (cf. Mt
11,11). Por desígnio de Deus, João vem preparar o caminho do Senhor. Sua
palavra de fogo, como a do profeta Elias, toca os corações, desinstala os
acomodados, incomoda os fariseus e deixa em estado de alerta os poderosos.
Coerente com a verdade que prega, João não poupa sequer o monarca Herodes
Antipas. Denuncia sua convivência pecaminosa com a cunhada Herodíades. Paga
alto preço por sua franqueza e zelo religioso: o cárcere e o silêncio.
Finalmente o cruel Herodes manda decepar-lhe a cabeça. Tomba o corpo do mártir;
sua língua emudece. Somente seu inestimável testemunho segue fortalecendo a
imensa cadeia de discípulos e mártires cristãos: “Derramando seu sangue,
mereceu dar o perfeito testemunho de Cristo” (prefácio Missão do Precursor).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Você pode dizer que é
uma pessoa justa? - Pense em alguém de seu convívio que seja realmente um
testemunho de vida santa. - Em meio a tanta imoralidade, não há muita omissão
em nosso contexto de vida? - Tomamos cuidado para que a razão vença a paixão? -
Se tem meios, você procura ajudar as pessoas que não estão enxergando
certos erros pessoais na comunidade?
Padre
Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 29/08/2013
Meditando o evangelho
O APÓSTOLO NÃO SE INTIMIDA
A violência de Herodes, digno filho de um outro Herodes conhecido por
seu caráter violento e cruel, despontou no horizonte de Jesus como uma terrível
ameaça.
A fama dos feitos operados pelo Mestre chegou ao conhecimento desse rei
desumano. Fato explicável, se considerarmos que ela corria de boca em boca.
Como Herodes habitava em Tiberíades, junto ao lago da Galiléia, não muito
distante dos lugares por onde Jesus atuava, era impossível não saber o que lá
se passava.
Dentre as muitas hipóteses acerca da identidade de Jesus, Herodes
identificava-o com João Batista reencarnado. Aquele a quem mandara decapitar,
havia ressurgido e realizava gestos poderosos. Embora, em vida, o Batista não
tenha realizado milagres, a crença popular atribuía-lhe esse poder, quando ressuscitasse.
Teria sido inútil tê-lo punido, já que ressuscitara e começara novamente a
agitar o povo?, perguntava-se o rei.
O movimento de Jesus não podia passar despercebido à autoridade romana.
A atividade do Mestre – súdito do império – podia
ser motivo para uma insurreição popular. Um levante do povo suscitaria
imediatamente a intervenção do imperador.
Além da pressão sofrida por parte das lideranças judaicas, Jesus viu-se
também às voltas com a hostilidade da autoridade romana. Em todo o caso, isso não
foi suficiente para amedrontá-lo e desviá-lo de sua missão. Afinal, um apóstolo
jamais se intimida!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me
intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.
Comentários do Evangelho
1
- Quero a cabeça de João Batista - José Salviano
Na
verdade, quem articulou a morte de João, foram os poderosos da Galiléia.
Mas usaram Herodíades e sua mãe para executar o plano assassino. Trata-se
da repressão do poder local contra as ações denunciadoras e libertadoras.
A execução de João tem três significados: Primeiro, ironizar um rei que apesar
de toda sua pompa, no fundo não passava de um fraco. Também
significou uma advertência aos discípulos de Jesus que estavam preparados
para o apresentar como O messias, O filho de Deus, ou o próprio
Deus. E em terceiro lugar, o martírio de João serviria para avisar, para
assustar a todos, no sentido de que tomassem consciência de que tanto de João
como de Jesus, ninguém deveria esperar glória nem poder, mas um serviço humilde
e divino, seguido de martírio.
A vida de
João Batista foi uma preparação para que a pessoa de Jesus
Cristo fosse aceita. Ele veio preparar os caminhos. Por outro lado,
sua vida é muito parecida com a aventura de Jesus.
Ambos
anunciaram o reino de Deus, foram perseguidos, contra eles houve a articulação
dos poderosos, para tramar a morte de ambos, porém em espaço de tempo seguido
ou diferente. Também, igualmente, ambos permaneceram na mente do povo até
hoje. Jesus mais além.
Ele sendo
o próprio Deus, está presente de verdade em todos os lugares.
Concluindo: O dom da vida não pertence aos poderosos, mas sim a
Deus. Isto quer dizer, que alguém por mais poderoso que seja, não tem o
direito de tirar a vida de outra pessoa. A vida pertence a Deus.
Sal
2
- O Mártir da Fé - Padre Bantu
Hoje
celebramos o martírio de João, o Batista, aquele de quem Cristo disse: dos
nascidos de mulher não há outro maior do que João, o Batista. Mas o menor no
reino do céu é maior do que ele. É uma reflexão sobre minoridade, João escolheu
a via menor, se fez pobre, vestia-se pobremente, comia gafanhotos e mel. Essa é
a expressão de quem Mateus usa para expressar a humildade de João. E Jesus
ainda diz: o menor no reino do céu é maior do que ele. Aqui temos que o Senhor
demonstra que a sabedoria e o serviço estão no despojamento, na simplicidade,
no profetismo sem recompensas. O profeta do Deus não é rico, nem poderá ser, e
Jesus também revela que o menor, o mais pobre, o mais abandonado, o mais
oprimido, no reino de Deus, isto é, na Vontade de Deus, ainda é maior que o
maior.
Falando
da morte de João Baptista, o papa João Paulo II diz na Carta Encíclica
Veritatis splendor (cf. n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da
santidade da Igreja. Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do
testemunho a favor da verdade moral. Se são relativamente poucas as pessoas
chamadas ao sacrifício supremo, há, porém, um testemunho coerente que todos os
cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e
de graves sacrifícios. Assim tu meu irmão, minha irmã, não podes e nem deves
fugir. Gostaria que soubesses que desde o início do cristianismo percebemos que
três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da
própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias,
por vezes heroicas, para não ceder, até mesmo na vida quotidiana: em casa com o
marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de
longe. É necessário saber que às dificuldades nos levam ao compromisso para
viver na totalidade o Evangelho.
O exemplo
heroico de João Baptista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo
dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos
à mente aos numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e
da perseguição religioso. Mesmo hoje, nalgumas partes do mundo, os fiéis
continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo
e à sua Igreja. Os impérios opressores que existiram na história continuaram
deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que
seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires. Portanto, o
martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma
graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e
para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo
daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a
exemplo de Jesus que nos amou até o extremo.
O máximo do
amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada
livremente. Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava
a fidelidade conjugal, lutou e sendo testemunha e testemunho fiel derramou o
seu sangue, pagando com a própria vida. Ontem como hoje, o banquete dos
criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós
ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar a morte de João Batista é não
deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua
coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar
as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14).
Pai, que as
contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante,
cumprindo minha missão de evangelizador.
3 - ó
gostamos de escutar o que nos agrada - Helena Serpa
– Jeremias
1, 17-19 – “Levanta-te”
Por meio
dos profetas Deus nos exorta, nos consola, nos anima e nos prepara para
enfrentarmos as lutas da nossa vida. A Palavra de Deus para nós é como uma
vitamina que nos fortalece quando estamos abatidos (as) e sem coragem. Assim
como o Senhor orientou o profeta Jeremias, ele também nos diz palavras que nos
trazem alegria e vigor: “Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te... não tenhas
medo...” O Senhor nos incentiva a que estejamos sempre prontos (as) para
enfrentarmos os desafios, confiando Nele que tem o poder de transformar-nos em
“cidade fortificada, coluna de ferro, muro de bronze” que são figuras que
representam o homem preparado para a luta. “Eu estou contigo para defender-te”
, isto é o que diz o Senhor a cada um de nós. Amparados nesta verdade nós
podemos prosseguir adiante, sem medo, sem temor, Deus fará, Deus proverá, Deus
cuidará de nós! – Como você está se sentindo ultimamente: desanimado(a), sem
esperança, ou confiante? – Você confia que esta palavra é dirigida para você,
hoje, neste momento? – Você conhece alguém mais que está precisando ser
incentivado (a) também com uma palavra como essa? – Faça o que o Senhor mandou
que Jeremias fizesse: comunique a essa pessoa tudo o que Deus quer prometer a
ela.
Salmo 70 –
“Minha boca anunciará vossa justiça”
Nós fomos
criados para amar, louvar e servir a Deus. Portanto, que a nossa boca confesse
e anuncie as Suas obras maravilhosas! O Salmo nos ensina a assim fazermos desde
a nossa juventude e até o fim da nossa vida. Cantar as maravilhas de Deus é
cantar a nossa vida, a nossa história e experiências.
Evangelho
– Marcos 6, 17-29 - “só gostamos de escutar o que nos agrada”
Quando estamos no pecado os homens
santos, tornam-se, para nós, empecilho aos nossos planos e projetos. Não
gostamos de ouvir deles as palavras que apontam as nossas transgressões, embora
que lá no íntimo, reconheçamos que não estamos andando pelo caminho certo. A
voz da nossa carne, do orgulho, da vaidade e da soberba é poderosa quando nos
afastamos dos caminhos de Deus. Foi isto que aconteceu com Herodes: apesar de
ser censurado por João Batista pelo seu pecado de adultério, ele gostava de
escutá-lo falar e o admirava. Porém na sua fraqueza e miséria ele deixou-se
levar pela inclinação do mal. Para satisfazer os apetites de Herodíades, sua
amante ele foi até as últimas consequências mandando degolar João Batista,
homem justo, que dizia apenas a verdade. Nós também só gostamos de escutar o
que nos agrada. A Palavra de Deus que alguém nos ensina preenche o nosso
coração até o momento em que ela coincide com os nossos interesses. Quando a
Palavra vem de encontro à nossa mentalidade, nós a matamos e a deixamos de lado
ou simplesmente a ignoramos. Vale tudo também quando queremos ganhar um jogo de
conquista de poder e de prazer, até entregar a cabeça de gente inocente que
procura cumprir com a vontade de Deus. Por essa razão sofremos, na carne, as
consequências e, assim, não temos paz. - João Batista foi fiel até a morte: o
que terá feito com que ele assim permanecesse? – Do que você precisa para ser
fiel a Lei de Deus? – O que você teria feito no lugar de Herodes, que queria
agradar à filha da sua amante? - Qual é a sua reação quando alguém lhe adverte
e mostra o seu pecado? - Você acolhe de coração toda a mensagem da Palavra de
Deus, mesmo quando vem de encontro ao seu modo de enxergar as coisas? O que não
lhe agrada?
Helena
Serpa
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 29/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Herodes, um
Cristão sem convicção.
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Herodes gostava muito de João
Batista e suas pregações no deserto, ele achava as palavras bonitas e a
mensagem chegava a tocar o seu coração. Era um ouvinte entusiasta da Palavra de
Deus, poderia tornar-se um discípulo, sua alta posição não o impedia de viver a
sua Fé. Entretanto parece que a semente da Palavra caiu em uma terra sufocada
pelos espinhos, Herodes estava amasiado com sua cunhada Herodíades e quando
João Batista acusou o seu pecado de adultério, Herodes não gostou muito da
idéia, começou a pensar que João Batista ainda era um bom pregador, mas que de
vez em quando se equivocava, quando queria interferir na vida dos outros, pois
cada um deve viver do jeito que quiser e fazer também o que quiser, sem que a
Religião interfira em suas decisões, dizendo o que é certo ou o que é errado.
É o cristianismo do oba-oba, sem
nenhum compromisso com as virtudes do evangelho, e com as verdades ensinadas
por Jesus. Herodes se sairia muito bem neste mundo da pós- modernidade onde as
pessoas, em sua grande maioria também são assim, até mesmo aquelas ligadas a
alguma pastoral ou movimento, elas pensam assim “Está tudo lindo e maravilhoso,
mas que a Igreja não me venha dizer o que devo fazer em certas questões da
minha vida”.
A Igreja como portadora e
anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a sua missão
profética, aonde a verdade do evangelho for violada ou ignorada, devem os
pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a verdade
denunciando a ação pecaminosa de quem a comete. Herodes colocou o prazer da sua
relação com Herodíades acima de qualquer princípio, e na sua Festa de
aniversário, achando-se um deus, que tudo pode, decidiu fazer o gosto da
dançarina, poderia ela pedir qualquer coisa que ele a daria.
Hoje em dia, na busca do prazer e
da satisfação dos desejos, vale tudo e pode de tudo. Qualquer profeta
intrometido que quiser ser um estraga-prazer deverá ser tirado do caminho, e
Herodíades, a amasiada de Herodes, nem pensou duas vezes para pedir a cabeça de
João Batista em uma bandeja.
Fazemos parte de uma sociedade
onde a Vida Humana nada vale; na busca do prazer e do poder estamos diante de
um “Vale Tudo”, haja vista os mártires da igreja, que aqui e ali, continuam
incomodando e por isso, como João Batista acabam sendo eliminados, por causa do
evangelho. A Igreja precisa cada vez mais de cristãos iguais a João Batista,
que sejam capazes de dar a vida pela Verdade, pois de cristãos do tipo Herodes,
que praticam a religião do descompromisso, muitos templos andam sempre
lotados...
2. Um homem justo e santo
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
No século primeiro da nossa era,
o historiador chamado Flávio Josefo escreveu que os judeus pensavam que o
exército de Herodes tinha perecido por vontade de Deus e por vingança de João
Batista. Herodes tinha mandado matar João, embora fosse um homem de bem e
levasse os judeus a praticar a virtude. Muitas pessoas se reuniam em torno
dele, por causa da sua pregação. Herodes temia uma revolta, porque a multidão
parecia pronta a seguir em tudo os conselhos daquele homem. Preferiu prendê-lo
antes que se produzisse alguma agitação. João foi então enviado à fortaleza de
Maqueronte e aí executado. Os judeus acreditavam que a catástrofe que se abateu
depois sobre o exército de Herodes foi um castigo de Deus pela morte de João
Batista.
Liturgia comentada
A mulher do teu irmão... (Mc 6,17-29)
Herodes Antipas, rei da Galileia e da Pereia, casado com a filha de um
rei da Arábia, tomou também Herodíades, a mulher de seu irmão Herodes Filipe,
que caíra em desgraça perante as autoridades romanas, e fez dela a sua
concubina. Em sua pregação no Jordão, quando convidava o povo à conversão,
preparando-se para a chegada do Reino de Deus, João Batista denunciava também a
conduta imoral do rei, provocando a ira da concubina. Temendo a reação do povo,
Herodes mandou prendê-lo.
Admirável a coragem e a santa ousadia do Batizador, acusando a corrupção
do poderoso, mesmo com o risco de sua própria vida. Agindo assim, João Batista
se colocava na mais legítima linha de denúncia profética do Antigo Testamento,
trilhando os passos de Isaías, Jeremias e Amós, tantas vezes perseguidos e
denunciados como perturbadores da ordem pública.
Hoje, a Igreja também assume uma estatura profética, quando defende os
valores do Evangelho e tem a coragem de se postar na contramão do mundo que vai
retornando ao primitivo paganismo. Ao condenar o aborto e a eutanásia, ao
recusar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a dissolução do matrimônio
cristão, a Igreja demonstra sua fidelidade à Palavra de Deus.
Acusada de retrógrada e conservadora, na verdade a Igreja defende uma
moral “nova” – aquela moral que veio com a pregação do Evangelho e provocou a
admiração e a conversão das nações pagãs. Ao contrário, quem caminha para trás,
merecendo o rótulo de retrógrados - são aqueles que pretendem “direitos” que as
tribos antigas já exercitavam no paganismo, antes de sua evangelização: o
“direito” de eliminar crianças defeituosas, assassinar anciãos incômodos e
tratar a mulher como objeto de posse.
O Papa João Paulo II, com suas encíclicas de conteúdo moral (como
Veritatis Splendor e Evangelium Vitae), é um exemplo recente da luta da Igreja
na defesa da verdade e da vida, orientando toda a sociedade para a retomada de
uma reflexão sobre os aspectos éticos de nossa existência. Mesmo em ambientes
não-cristãos, erguem-se vozes de peso que clamam por uma reforma moral da
sociedade.
Ao celebrar o martírio de São João Batista, nós devemos tomar
consciência de que a vivência integral do Evangelho certamente há de causar-nos
problemas em uma sociedade que se paganiza de novo. Mais que um intermediário
para nossas preces, João é um modelo a ser imitado.
Nos ambientes em que vivo e convivo, tenho a coragem de defender os
valores do Evangelho? Ou me calo diante da pregação do ateísmo e da
libertinagem de costumes?
Orai sem cessar: “Preparai
o caminho do Senhor!” (Mt 3,3)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 29/08/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Não deixe de anunciar a verdade
O melhor meio de calar a verdade que a Igreja ensina é
tentando eliminá-la. Assim como João Batista, a Igreja é perseguida, mas não
deixa de anunciar o que é verdadeiro.
Hoje, celebramos o martírio de São João Batista, um dos poucos santos do
qual celebramos o duplo nascimento. O nascimento de João para a vida na terra é
celebrado no dia 24 de junho, e hoje nós celebramos o seu nascimento para o
céu, o dia em que ele foi martirizado.
O Evangelho da Missa relata muito bem como aconteceu esse duro episódio.
João Batista disse a verdade a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher
do teu irmão”. É óbvio que isso causou incômodo no próprio Herodes, que tentou
disfarçar, tentou ignorar o profeta. Mas aquela que participava do adultério,
Herodíades, ficou com muito ódio de João Batista e procurava, de alguma forma,
vingar-se daquilo que João pregava e anunciava.
O problema não era João, mas a verdade que ele pregava. Sabemos que as
verdades incomodam, algumas chegam a doer. Como nós não temos meios de
eliminá-la, procuramos eliminar os pregadores dela. Nós procuramos dar
descrédito àqueles que nos anunciam verdades, e isso acontece com a Igreja no
mundo inteiro e em todas as épocas.
O melhor meio de calar a verdade que a Igreja ensina é tentando
eliminá-la. Veja que ela, assim como João Batista, é perseguida, martirizada,
mas não deixa de anunciar o que é verdadeiro, porque as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
A Igreja, assim como João Batista, sofre, porque anuncia Jesus Cristo,
anuncia a defesa da vida e os valores evangélicos.
Ser profeta, nos dias de hoje, não é fácil, como não foi ontem. São João
Batista é para nós um modelo daquela verdade que não se cala.
Hoje, somos chamados por Deus a não sermos convenientes com as pessoas
apenas para agradá-las, mas precisamos dizer a verdade assim como ela é.
A verdade não é contra as pessoas, mas contra o erro. Por isso João
Batista deu a sua vida por ela.
Que a nossa vida seja iluminada por essa única verdade que se chama
Jesus Cristo e pelo Seu Evangelho.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal
Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá à tua Igreja a coragem de João Batista. Que nós,
discípulos evangelizadores de Jesus, não nos acostumemos com a injustiça e
tenhamos força para denunciá-la, não só por palavras, mas com o nosso exemplo
de amor e fraternidade. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/08/2013
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, dá à
tua Igreja a coragem de João Batista. Que nós, discípulos evangelizadores do
Caminho de Jesus, não nos acostumemos com a injustiça e tenhamos força para
denunciá-la, não só por palavras, mas com o nosso exemplo de amor e
fraternidade. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.

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