ANO C

Mt 13,16-17
Comentário do
Evangelho
Meus olhos viram a tua salvação.
O texto de hoje é a continuação da pergunta dos
discípulos: “Por que lhes falas em parábolas” (v. 10). A resposta de Jesus faz
uma distinção entre os discípulos e a multidão: “... a vós foi dado a conhecer
os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não” (v. 11). Então, Jesus fez
distinção de pessoas?
Não! A compreensão deve ser positiva, pois ela tem
uma força de interpelação para o leitor do evangelho: somente no seguimento de
Jesus Cristo é que suas palavras fazem plenamente sentido. Não é Jesus que fala
de maneira enigmática, mas os que ouvem não se sentem envolvidos por seu
ensinamento. É como se a palavra de Jesus não lhes dissesse respeito.
A bem-aventurança do v. 16 diz respeito à pessoa de
Jesus. Ver o Messias, ouvir a sua voz, foi o desejo de muitos profetas. O velho
Simeão exulta: “Agora, soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo,
segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2,29-30).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de
ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do
Reino escondido nas parábolas.
Fonte: Paulinas em 26/07/2013
Vivendo a Palavra
Jesus responde aos apóstolos que perguntavam o
porquê de suas parábolas. E lhes explica que o coração do povo estava
endurecido e eles fechavam o ouvido para não ouvir e não compreender. Será que
nós abrimos os olhos, ouvidos e coração para ver, ouvir, entender e vivenciar
as parábolas de Jesus?
Fonte: Arquidiocese BH em 26/07/2013
Reflexão
Todos nós falamos muito em felicidade e todas as
pessoas desejam ser felizes. Em nome da felicidade as pessoas fazem as maiores
proezas e correm os maiores riscos. A felicidade está sempre naquilo que nós
mais valorizamos na nossa vida. É justamente aqui que nós encontramos o
elemento de análise principal para encontrarmos a causa de tanto sofrimento e
tanta dor que estão presentes no mundo de hoje. Deus é o valor absoluto e
somente a partir dele pode haver felicidade verdadeira. Qualquer felicidade que
encontre o seu fundamento fora de Deus, coloca o seu fundamento em um falso
valor, de modo que é na verdade uma falsa felicidade, que só pode trazer dor e
sofrimento.
Fonte: CNBB em 26/07/2013
Reflexão
Nada
encontramos escrito na Bíblia a respeito dos pais de Maria. A tradição, com
base no Protoevangelho de Tiago (século II) é que nos oferece seus nomes:
Joaquim, que significa “Deus concede” e Ana, “graça”. No Oriente, o culto a São
Joaquim e Sant’Ana começou bem cedo, ao lado do culto à filha deles, Maria, a
mãe de Jesus. No Ocidente, só mais tarde, no século XVI, espalhou-se a devoção
aos avós maternos de Jesus. “Vocês os reconhecerão pelos frutos deles”, dizia
Jesus (cf. Mt 7,20). Ora, o fruto de Joaquim e Ana é Maria, a “bendita entre as
mulheres” (Lc 1,42). A ela todas as gerações “chamarão de bem-aventurada” (Lc
1,48). Bem-aventurados são também seus pais, que a introduziram no caminho da
fé de Abraão e a prepararam para ser a mãe do Salvador, Jesus Cristo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Posso dizer que realmente vejo? - Há coisas que
tenho vontade de, às vezes, não ver. Que tipo de coisas? - Somos felizes porque
recebemos a Graça de Deus. Procuro partilhar esta Graça? Como? - Não surge a
tentação de guardar o dom de Deus só para si? - O dom de Deus terá algum valor
se não for partilhado?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 26/07/2013
Meditando o evangelho
POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?
Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de
comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes,
uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a
mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E
a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas
evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só
era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia
interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina
inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma
mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração
ao Reino.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida
por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os
mistérios do Reino, a outros não. Seria isto um preconceito de Jesus em relação
a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem,
de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o
que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa
trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Capacidade de entender a Palavra
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP)
Quando conversamos com alguém sobre algum assunto muito importante, mas
notamos que o ouvinte está “longe” da conversa, distraído, olhando para os
lados, preocupado com outras coisas, lógico que não sentimos vontade de
continuar, e assim logo encerramos o assunto ou transformamos
a conversa em uma futilidade, que não requer tanta atenção do outro.
Na celebração de casamentos ás vezes enquanto o Padre ou o Diácono
capricha na homilia, os noivos estão dando risinhos entre si, ou olhando para a
cara de algum padrinho engraçado, ou olhando a daminha ou o noivinho, ou o que
é ainda pior, fazendo pose para uma foto. Como diz o caboclo, “dá uma réiva”, e
daí a gente logo conclui e perde a vontade de continuar com a reflexão, pois os
principais interessados, que são os próprios celebrantes, estão distraídos, a
palavra é apenas um ruído, um barulho que não passa dos ouvidos.
Para fazer esse desabafo no evangelho de hoje, Jesus deve ter passado
essa experiência inúmeras vezes diante da multidão, ele ali falando com
entusiasmo do Reino Novo, falando e revelando o Pai, e o povaréu nem aí com o
“peixe”, parece que só se ligavam quando Jesus fazia algum milagre, daí a coisa
fervia, pois milagre não exige compromisso da parte de quem o recebe.
Temos em nossas vidas pessoas com quem conversamos todo dia, mas algumas
nos são especiais, e com essas a conversa passa do mero formalismo para um
colóquio, algo mais profundo. As multidões sempre seguiram Jesus, no meio delas
havia pessoas que viam em Jesus alguém especial, interessava-se em ouvi-lo,
prestando toda atenção, porque suas palavras traziam esperança, fortalecimento,
coragem e conforto, e com isso trazia também a vontade de pensar diferente e
construir um mundo novo. Não era apenas uma mensagem bonita que deleitava os
ouvidos, mas era algo que entrava dentro do coração, no centro da vida,
provocando mudanças...
Mas havia também os “avoados”, os interessados em buscar em Jesus alguma
vantagem, esses até o aplaudiam e o admiravam, mas não estavam interessados em
mudanças radicais de vida, ouviam as pregações, entravam por um ouvido e saia
pelo outro. Jesus era só mais um pregador entre outros, muito bom, falando com
sabedoria, mas era só mais um. Assim é que o homem da pós-modernidade vê o
cristianismo, como mais uma religião entre centenas de milagres, como uma
Filosofia de Vida, entre tantas outras, muito boa, sólida, consistente,
tradicional, mas é só mais uma...
Os Discípulos foram escolhidos do meio da multidão, o Senhor viu neles,
muito mais do que ouvidos atentos, mas corações abertos, sedentos de esperança
e uma total disponibilidade para segui-lo. Nãosão homens especiais e
superdotados de algum poder sobrenatural, mas para eles Jesus não é apenas mais
um, é o Único e absoluto. Com eles Jesus inicia o Novo Povo de Deus, os homens
e mulheres da Nova Aliança, haverá entre Jesus e eles um forte elo como havia no
Código da Aliança entre Deus e Israel “Eu serei o Vosso Deus e Vós sereis meu
Povo” em uma relação única e particular.
Por isso Jesus os trata de modo especial e os introduz pedagogicamente
ao conhecimento sobre os mistérios do Reino dos Céus, que não é revelado a
multidão. Hoje esses discípulos estão nas nossas comunidades cristãs, são todos
os batizados que se abriram á Graça de Deus, que foram capazes de se encantarem
com Jesus e seu evangelho, e se colocam sempre disponíveis para construir esse
Reino que é Eterno. Jesus não fala mais em parábolas, ele é o Logus do Pai, a
sua Palavra encarnada no meio de nós, ele se entrega totalmente na Eucaristia
em cada celebração.
Ai de nós se o ouvirmos de má vontade, sem nenhuma disposição interior
para o segui-lo, ai de nós se não o acolhermos com o coração aberto... Melhor
seria nem ser batizado e não ter se apossado do nome de Cristão.
2. Muitos desejaram ver o que estais vendo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn.
Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no
Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
São Joaquim e Sant’Ana são os pais de Nossa Senhora e os avós maternos
de Jesus. Seus olhos viram e seus ouvidos ouviram o que muitos profetas
desejaram ver. Viram a redenção de Israel e ouviram o sim de sua filha em
resposta ao chamado de Deus. O que sabemos deles está escrito no livro apócrifo
do século I, o Protoevangelho de Tiago. Nele se lê que Ana e Joaquim estavam
muito bem de vida, mas não tinham filhos. Por causa disso, Joaquim chegou a ser
impedido de apresentar sua oferta no Templo. Era o único entre os seus nessa
situação. Lembrado do nascimento milagroso de Isaac, retirou-se para o deserto,
onde ficou em penitência e oração quarenta dias e quarenta noites. Ana chorava
e rezava. Um anjo revelou a eles que suas preces tinham sido atendidas, e Ana
deu à luz uma menina a quem chamou de Maria. Era o dia 8 de setembro, segundo o
calendário atual. Tinham uma casa em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda,
onde hoje se encontra a Basílica de Sant’Ana. São padroeiros dos avós e ajudam
os casais que desejam ter filhos. A esperança dos homens de bem não se acaba.
Sua herança passa de filhos a netos. Graças a eles, filhos e netos continuam
fiéis à Aliança. Dizia o Papa Francisco que um povo que não respeita os avós
está sem memória e também sem futuro. Eles nos trazem a história e têm força
dentro de si para nos dar uma herança nobre. E lembremo-nos de que também
seremos idosos. O lugar do nascimento de Maria foi confiado à comunidade cristã
russa, que o conserva.
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos respeitar os mais velhos
Precisamos ter honra, respeito e consideração a todos aqueles que vieram
antes de nós. Respeitar a sabedoria dos mais velhos.
Na Liturgia de hoje, nós celebramos São Joaquim e
Sant’Ana, os pais de Nossa Senhora, os avós de Jesus.
Na meditação do Evangelho de hoje, eu queria chamar
a atenção para aqueles que são os nossos avós. Alguns avós ainda são avós muito
jovens: casaram muito cedo, tiveram filhos e, logo, esses filhos lhes deram
netos. Mas eu queria chamar a atenção para nossos avós, sobretudo, para aqueles
que já são mais idosos.
Nós, muitas vezes, gostamos do colo do avô, da avó,
mas a Palavra de Deus chama a nossa atenção para que tenhamos respeito e
consideração para aqueles que são os nossos antepassados.
E quando dizemos “nossos antepassados”, nós
queremos aqui lembrar que são aqueles que vieram antes de nós. E aí, pela ordem
cronológica, claro que são os nossos pais, depois os nossos avós, e se você tem
a graça de ter bisavós… E assim por diante. Em outras palavras: precisamos
respeitar os mais velhos.
Precisamos ter honra, respeito e consideração a
todos aqueles que vieram antes de nós. Respeitar a sabedoria dos mais velhos.
Ainda que muitas vezes nos sintamos irritados, ou achamos que eles são
antiquados, ou ainda de outra geração. É o respeito para com eles que nos
garante a bênção do Senhor em nossa vida.
Na sua juventude, não despreze ninguém por ser
velho, ancião ou mais idoso. Muito pelo contrário, tenha para com eles um
respeito, um amor e até uma veneração. Existe neles muita sabedoria, a
sabedoria da vida, a sabedoria dos anos, a consideração que nós precisamos ter
para com aqueles que já são de mais idade.
Quero hoje pedir a Deus que abençoe nossos vovôs e
vovós que estão doentes, que estão sofrendo. Sobretudo, sofrendo com a solidão,
muitas vezes com o abandono ou com a incompreensão da vida, dos netos e dos
filhos. Que sobre esses Deus conceda uma bênção muito especial.
E se você tem um vovô e uma vovó, não esqueça de
dar um beijo e orar muito por essa graça que Deus te deu.
Um dia muito abençoado para você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do
Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/07/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos olhos, ouvidos e coração atentos,
pois nós queremos ver, ouvir e seguir tua Palavra Criadora encarnada em Jesus
de Nazaré. Dá-nos, também, Pai amado, coragem para anunciar aos irmãos a Boa
Notícia do Teu Reino de Amor. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na
unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/07/2013

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