ANO C

Jo 16,5-11
Comentário do Evangelho
A tristeza fecha o coração
Uma constante do discurso de despedida é a
tristeza dos discípulos pela “partida” de Jesus (14,1.26; 16,6).
Com a partida de Jesus tem início outra etapa na
vida dos discípulos: a do testemunho: “Se eu não for, o Defensor não virá a
vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós” (v. 7). É na confiança nessa promessa
que os discípulos devem viver a sua vida no seguimento de Cristo. A tristeza
fecha o coração dos discípulos; o Espírito, ao contrário, abre o coração para a
alegria e a fortaleza em Deus.
A vinda do Espírito, que é fogo que purifica, luz
que ilumina, vai revelar a verdade sobre o mundo, isto é, sobre tudo o que
se opõe e resiste a Deus e a seu projeto.
O pecado do mundo, sua verdade, é revelado pela
ação do Espírito; seu pecado foi e continua sendo a incredulidade. Não é Deus
quem condena o mundo (cf. 3,17), mas é o mundo que resiste a Deus.
No entanto, como o evangelho é fruto da
experiência pascal, o autor pode proclamar: “… o chefe deste mundo já está
condenado” (v. 11). É uma forma de proclamar a vitória do Cristo Ressuscitado
sobre o mal e todas as suas manifestações.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, concede-me o Espírito que me dá forças para
enfrentar e vencer o mundo, e manter-me fiel a teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 07/05/2013
Vivendo a Palavra
Jesus usa uma expressão forte para mostrar a
importância do Espírito Santo: «É melhor para vocês que eu vá embora, porque,
se eu não for, o Advogado não virá para vocês.» Entretanto, nós nem sempre
acolhemos, agradecidos, a promessa do Cristo que se realiza em nós: a presença
do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/05/2013
VIVENDO A PALAVRA
“É melhor para vocês que Eu vá embora…” a expressão mostra o
grande valor que Jesus atribui à vinda do Advogado que seria enviado pelo Pai.
A Providência coloca diante de nós estas palavras para que tomemos consciência
da presença inefável do Espírito Santo na Igreja. Procuremos discernir os seus
sinais e sejamos testemunhas alegres e fiéis da chegada em nós do Reino do Céu.
Reflexão
Os corações sempre se enchem de tristeza diante
de uma separação. Os discípulos ficam tristes porque irão separar-se de Jesus.
Mas Jesus os consola. Em primeiro lugar, sabemos que não temos mais a presença
histórica de Jesus ao nosso lado, mas temos na verdade a presença perfeita de
Jesus em nós, que é a presença do Ressuscitado, a qual se dá principalmente na
Eucaristia, na Palavra, nos nossos encontros e nos pobres e necessitados, que
são por nós acolhidos. Além disso, temos outro grande consolo que é a presença
do Espírito Santo que nos foi enviado e veio até nós.
Fonte: CNBB em 07/05/2013
Reflexão
Os apóstolos ficam tristes porque Jesus lhes falou
de perseguições e de seu retorno ao Pai. Mas Jesus os conforta garantindo-lhes
que, após sua glorificação, enviará para eles o Espírito Santo, que vem com
função clara: vai convencer o mundo de que houve uma culpa, um inocente e uma
condenação. Os culpados são os que condenaram Jesus à morte; o condenado é
inocente; o sistema que o condenou sai condenado. A culpa consiste em não ter
acreditado em Jesus, não obstante os sinais por ele realizados; a inocência se
comprova porque Jesus é escolhido por Deus. A glorificação de Jesus prova que
ele foi vítima inocente. A condenação do mundo injusto é decretada na morte e
ressurreição de Jesus e continuará acontecendo na vida dos fiéis, pela ação do
Espírito Santo ao longo da história.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
NÃO SERVOS, MAS AMIGOS
Jesus rompeu a visão rígida de discipulado que vigorava em sua época,
recusando-se considerar seus discípulos como servos, por considerá-los como
amigos. Ele não era um rabino a mais, preso a esquemas incompatíveis com o
Reino. Sua postura foi inovadora.
O esquema servo-senhor era-lhe insuficiente para expressar seu modo de
considerar os discípulos. Um patrão não tem satisfações a dar a seus
empregados, uma vez que são considerados como meros executores das ordens
recebidas. Os laços de comunhão entre eles são frágeis, pois o empregado,
quase sempre, quer ver-se livre da tutela do seu patrão. A um e outro falta o
amor.
O esquema amigo-amigo revela o que Jesus pretende ser para os seus
discípulos. A amizade comporta afeto, comunhão de interesses e busca de ideais
comuns. Embora correndo o risco de ser rompida, a amizade autêntica tende a ser
estável. Nela, um amigo não se sente tutelado pelo outro. Tudo se fundamenta na
liberdade e no respeito.
Ao convocar seus discípulos, Jesus quis, logo, estabelecer laços de
amizades com eles. Chamou a cada um por decisão pessoal. Comunicou-lhe tudo
quanto aprendeu do Pai. Assumiu-os como colaboradores em sua missão. Não lhes
impôs normas ou regras, a não ser o mandamento do amor mútuo. Manifestou-lhes,
até o extremo, seu bem-querer, a ponto de dar a vida por eles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito que constrói amizade reforça os laços que me unem a Jesus e aos
meus semelhantes.
COMENTÁRIO
DO EVANGELHO
1. O ENVIO DO PARÁCLITO
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O envio do Paráclito estava condicionado à volta
de Jesus para junto do Pai. Sua ação, em favor da comunidade dos discípulos,
seria a continuação da de Jesus. Por isso, enquanto o Mestre esteve fisicamente
junto dos discípulos, a presença do Paráclito não se revelava tão necessária
como haveria de acontecer no futuro.
Um aspecto importante da ação do Paráclito
estaria voltado contra o mundo, resumo de tudo quanto se opõe a Jesus e ao
Reino anunciado por ele. O Espírito será o executor da sentença divina contra o
mundo fechado para Deus. Agindo assim, colocará a salvo os discípulos de Jesus.
O Paráclito condenará o mundo, por três motivos:
Por ter-se fechado na incredulidade, rejeitando o
Filho de Deus. É o pecado por excelência, raiz de toda ação má, por consistir
no fechamento para o amor. Mais grave que o ateísmo, enquanto tal, são suas
conseqüências sociais.
Por ter-se fechado na injustiça. A volta de Jesus
para o Pai teria iria evidenciar os feitos malvados do mundo, para submetê-lo
ao juízo divino.
Por ter-se tornado merecedor de castigo. A opção
do mundo leva-o a confrontar-se com o juízo de Deus, o qual não abrandará sua
severidade, quando se tratar de punir os que se recusaram a acolher seu Filho
enviado.
Oração
Espírito enviado pelo Filho, para condenar
rigorosamente o mundo, abre meus olhos para que eu não caia em suas ciladas perversas.
Fonte: NPD Brasil em 07/05/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Espírito
Consolador
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Os que se opunham radicalmente a Jesus Cristo, estavam confiantes de que
tinham acabado com ele definitivamente e agora os seus seguidores se
dispersariam e aos poucos ninguém iria mais se lembrar do tal Jesus de Nazaré.
Mas o Poder de Deus é infinitamente maior do que esse pensamento mesquinho do
ser humano, quando pensavam que tudo estava acabado, inclusive os discípulos,
que ao ouvirem Jesus falar em partida, deixam-se dominar por uma grande
tristeza, eis que Jesus faz uma promessa...
Vai enviar o Espírito Paráclito, um Juiz que irá dar o veredicto final
sobre Jesus, apontando-o como grande vencedor sobre todas as forças do mal,
confirmando seus ensinamentos e obras, atestando que Ele está bem vivo,
Glorioso á direita do Pai, e ao mesmo tempo em Espírito caminhando com a sua
Igreja.
Entretanto, esse veredicto e esse julgamento teve apenas início, porque
se perpetua na Igreja nos cristãos de todos os tempos que são fiéis á Jesus e
exatamente no anúncio e nas obras dos discípulos, o Espírito vai confirmando o
Bem supremo que é Jesus de Nazaré, e ao mesmo tempo desmascarando e fazendo
ruir por terra os planos dos que optaram pelo mal.
Por isso esse Espírito é também chamado de Consolador, mas não uma
consolação que faz os discípulos de Jesus se conformarem com a derrota, ao
contrário, é uma consolação santa que os impele para a frente, a caminhar e a
resistir na luta contra o mal. A comunidade apostólica por primeiro, e depois
as primeiras comunidades, experimentaram, perceberam e sentiram essa ação do
Espírito Santo, que inaugurou o Kairós, tempo que vive a Igreja até a parusia,
quando vier a Plenitude do Reino.
Logicamente que a história é encíclica e hoje como ontem, há os que se
opõe radicalmente á Jesus, recusam a sua divindade, rejeitam o Jesus do
Evangelho e aderem a um Jesus do Consumismo que não passa de uma grotesca
caricatura do nosso Deus. Jesus voltou ao Pai, vencedor da missão que lhe foras
confiada, agora caberá á sua Igreja, assistida, orientada e conduzida pelo seu
Espírito, percorrer os mesmos caminhos que ele percorreu, na mesma Fidelidade
que o levou a nos amar até o fim, entregando á própria vida.
Não há o que temer e os discípulos de hoje podem dizer sem medo "O
Espírito do Senhor está sobre nós...".
2. Para onde vais?
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Ficaram tristes quando ouviram Jesus dizer que tinha chegado a hora da
sua partida. No entanto, Jesus lhes disse: “É bom para vocês que eu me vá”. Por
que é bom? É bom ficar sem Jesus? Ele precisa ir para que venha o Defensor que
ele vai enviar. Outra afirmação que não entendemos bem. Ele precisa ir para que
o Espírito venha? Assim está dito! Em termos práticos, Jesus fará falta. Quem
vai multiplicar os pães, curar os doentes, acalmar as tempestades, expulsar os
demônios? Jesus sempre resolveu os problemas na hora do perigo. Quem fará isso
agora? De fato, se Jesus permanecer, talvez iremos recorrer a ele em cada
pequena necessidade. Certamente precisamos do Espírito que é amor criativo e
que nos impulsiona na busca da solução dos problemas humanos. Não sozinhos, mas
com o Espírito Santo, tomaremos iniciativas de solidariedade para pôr em prática
o que aprendemos de Jesus. Aprendemos a amar os irmãos como ele amou,
aprendemos a levantar quem está caído, aprendemos a ser solidários com todo
mundo. Sabemos, porém, que nossa natureza limitada e pecadora precisa do
impulso da graça. Este impulso nos virá do Espírito Santo. Com ele nos
moveremos para renovar a face da terra.
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
maio 7th, 2013
É Jesus que está nos dizendo, como numa oração de
despedida, porque ele está retornando ao Pai. No versículo 8, do capítulo 16 de
João, ele diz: “Quando
vier , Ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o
julgamento”. Esse, que nos demonstra o que é o pecado, a
justiça e o julgamento, é o Espírito prometido pelo Pai por meio de Jesus,
porque só Ele e a vida n’Ele pode nos dar a dimensão do estrago que o pecado
faz em nossa vida, daquilo que realmente desmonta o nosso ser interior.
O Espírito Santo de Deus é luz, e não vem para
jogar em nossa cara que somos pecadores, hipócritas; muito pelo contrário, Ele
vem em nosso consolo, em nosso socorro, vem para nos mostrar o perigo e estrago
que o pecado faz em nós. O Espírito, com sua luz, mostra o pecado que não
conseguimos reconhecer.
É tão fácil reconhecer os pecados dos outros. Mas
conseguimos reconhecer nossos próprios pecados e o mal que ele nos faz? Essa é
uma graça da vida no Espírito, pois Ele nos dá a graça de vermos a justiça de
Deus e Seu julgamento, o qual dá a cada um, conforme o seu merecimento, a
justiça divina para quem, realmente, está sendo injustiçado; quem, nesse mundo,
vive de forma correta, mas o mundo trata de forma injusta.
O Espírito nos ajuda a sermos justos uns com os outros
e nos dá a graça do julgamento, mas não para julgarmos uns aos outros não; pelo
contrário, quem tem um Espírito não julga nem condena, mas entende que o único
juiz entre Deus e os homens é o Senhor. Nós nos colocamos na autoridade de
Jesus, porque o Espírito nos dá a graça de que o julgamento seja feito por
Deus.
Padre Roger Araújo –
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 07/05/2013
Oração Final
Pai Santo, faze de nossa pessoa um lugar
acolhedor do teu Espírito. Que nós o recebamos cheios de gratidão, que sejamos
abrasados pelo seu fogo de Amor, que anunciemos sua presença aos irmãos e
sigamos seu impulso de Vida, como o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que
contigo reina na unidade do mesmo Espírito.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/05/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, santifica a tua Igreja. Dá-nos
consciência da nossa grande Missão. Enche-nos de santa coragem para nos
entregarmos ao Espírito Santo, não para possuí-lo egoisticamente, fechando-O
para ser adorado em nossos cultos pessoais, mas para anunciá-lo e repartir
fraterna e generosamente seus dons com a humanidade. Pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do mesmo Espírito Santo.

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