
A natureza nos ensina
A primeira lição que ela nos dá é que Deus existe
A natureza é uma bela obra de Deus; toda ela foi feita para nós num
gesto do amor de Deus; sendo divina ela está repleta de beleza, harmonia, cores
e lições que nos ensinam a viver. Jesus a usava sempre em Seus ensinamentos.
"Olhai os lírios do campos...", veja a semente da mostarda, olhe os
pastores e as ovelhas...Olhai para os campos, onde todas as coisas falam do
amor: onde os ramos se abraçam, as flores dançam, os pássaros namoram; onde a
natureza toda glorifica o espírito.
Galileu disse que a natureza é um documento escrito nas linguagens
matemáticas. Tudo nela é preciso, ordenado e belo. Os elétrons giram em torno
do núcleo do átomo com leis precisas; os planetas giram todos em torno do Sol,
obedecendo às três leis precisas descobertas por Kepler. Todos os corpos caem
em queda livre com a mesma aceleração da gravidade que Torricelli determinou
fazendo experiências na Torre de Pisa.
Você pode não receber flores todos os dias em sua casa, mas Deus as
manda pela natureza quando você vai para o trabalho.
A natureza é séria, calma,
silenciosa, severa, sempre verdadeira. Os erros é que são nossos. Um provérbio
diz que Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza nunca. Ela não tem
raciocínio e não tem coração; mas vive dentro de sua perfeição mineral, vegetal
e animal. Cabe a nós, homens, cuidar dela para podermos desfrutar bem das suas
dádivas. Na natureza não há recompensas ou castigos. Há apenas consequências.
A primeira lição que a natureza nos dá é que Deus existe; ela não
poderia existir com tanta beleza e perfeição se não tivesse um Criador poderoso
e bondoso. Como disse o francês Voltaire: não pode haver um relógio sem um
relojoeiro. Nunca acredite no acaso, por favor; acaso é apelido que dão a Deus
aqueles que não têm coragem de pronunciar o Seu Nome. Esses são infelizes por
natureza, porque renegam o próprio Criador; jamais experimentarão a verdadeira
felicidade.
Olhe, por exemplo, para as vacas e lembre-se de que os maiores
cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim. Gratuitamente a
natureza faz isso para nós. Nenhum prêmio Nobel até hoje jamais conseguiu
compreender o que é a vida de uma simples formiga.
Padre Antonio Vieira afirmou: "Se queres ser mestre na fé, faze-te
discípulo da natureza". De fato, a natureza é mestra. O pesquisador inglês
Eddington dizia que "nenhum ateu é admirador da natureza".
A natureza é lenta, mas não para, e é segura. É um lema de vida; viver
de maneira lenta, mas sem parar; a pressa é inimiga da perfeição. Quanto mais
complexo é um trabalho, tanto mais devagar ele deve ser feito. O tempo destrói
tudo que é construído sem a sua colaboração.
Em um mosteiro, um jovem discípulo
questionou o seu mestre. - Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas
pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto
ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam. Insuportáveis são as
falsas e invejosas.
- Pois, viva como as flores! Advertiu
o mestre.
- Como é viver como as flores?
Perguntou o discípulo.
- Repare nas flores, continuou o
mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco,
entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes
é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de
suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias
culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles
são deles e não nossos. Se não são nossos, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver
como as flores.
Olhe para o mar; majestoso e belo. Ele é grande porque aceitou
humildemente ficar alguns milímetros abaixo de todos os rios da terra; por isso
é imenso. Todos podem vê-lo porque ele aceitou ficar lá embaixo; não nas
alturas aonde poucos podem chegar.
O mar é rico exatamente porque ele permite que todos os rios, grandes e
pequenos, neles deságuem e lhe tragam as suas riquezas. Muitos homens excluem
com facilidade os outros e deixam de receber suas riquezas. O mar interliga as
nações, une os povos, aceita a simples canoa do pescador e também o gigantesco
transatlântico. Ele não discrimina nada e ninguém, é "pobre de
espírito", por isso é muito rico. Ele está pronto a dar o seu peixe ao
pobre pescador e à grande companhia de pesca que o desbrava. Ele está aberto
dia e noite para todos; não cobra impostos para ser usado e respeita os limites
que as montanhas lhe colocaram. Ele só faz mal a quem não conhece a sua
natureza e desrespeita as suas leis.
Olhe para o céu, ele nos ensina muitas maravilhas; antes de tudo é
imenso, maior do que a terra e o mar, não pode ser medido; os cientistas se
angustiam procurando os seus limites insondáveis. Eles sabem que o universo se
expande com uma velocidade fantástica! Ninguém sabe onde ele termina. Penso que
Deus o fez assim incomensurável, para nos deixar uma pequena amostra de Sua
infinitude e ninguém jamais duvidar da Sua grandeza e do Seu poder.
Olhe para os pássaros do céu, como disse Jesus, não ceifam nem recolhem
os frutos nos celeiros, mas não lhes falta o alimento de cada dia. O Pai do céu
cuida de cada um deles. Eles se reproduzem sem interrupção e não ficam
preocupados se vão poder ou não alimentar os seus filhotes. Quando algum
malvado destrói o seu ninho, eles não desanimam, voam em busca de outro lugar e
recomeçam tudo de novo.
Toda a natureza nos dá belas lições. Que beleza a água! Mata a nossa
sede e a de todos os seres vivos; limpa o que é sujo, refresca o calor,
sustenta a vida na terra. Embora seja o elemento mais importante da natureza, é
o mais simples: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Em sua simplicidade
ela [água] nos ensina como devemos viver: não se nega a ninguém; mata a sede do
rico e do pobre, desce do céu para os bons e para o maus, sem distinção, aceita
ficar suja para limpar os outros; aceita ser fervida para amolecer a comida,
aceita virar gelo para conservar o frio, aceita ser acumulada para gerar a
força das hidrelétricas; aceita sumir na terra para saciar a planta... Depois
de usada, aceita voltar para as nuvens e retornar para a terra a fim de começar
tudo de novo, sem se cansar. Quanta lição!
Olhe para a minúscula semente. Nela há uma humildade enorme. Ela contém
toda a vida de uma enorme árvore que ainda não existe, e aceita desaparecer e
morrer na terra para dar a vida. Ela é extremamente pequena, mas sua força é
descomunal. Ela não escolhe a terra para produzir; aceita qualquer solo em que
a lancem; e faz de tudo para florescer, sem reclamar.
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física
pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa
de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e
apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e
"Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
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