segunda-feira, 11 de agosto de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 10/08/2025

ANO C


19º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“Onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Lc 12,34

VOCAÇÃO PARA A VIDA EM FAMÍLIA

Dia dos Pais

Lc 12,32-48

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Para o cristão, o tempo é preparação para a eternidade. Enquanto vivemos, nos guiamos pela fé, sem medo, pois sabemos que em tudo o Senhor se apresenta a nós, com seu projeto de amor e salvação já atuante na história.
https://diocesedeapucarana.com.br/storage/105260/19-domingo-tempo-comum-ano-C-10-AGOSTO-2025.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Reunidos como pequeno rebanho, acolhamos o Senhor que nos faz vencer o medo, cingir nossos rins, acender nossas lâmpadas para estarmos vigilantes e em permanente prontidão para o serviço do Reino. A Palavra que ouviremos e o pão da Vida que juntos repartiremos são o nosso verdadeiro e único tesouro que dá razão à nossa esperança em meio às inevitáveis lutas da vida. Neste dia em que recordamos a vocação para a vida em família, agradecemos a Deus o cuidado e o amor que nossos pais têm para conosco e pedimos que sejam acolhidos na vida eterna todos os pais já falecidos.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/05/Ano-49C-46-19o-DOMINGO-DO-TEMPO-COMUM.pdf

ESPERAR É PRECISO, SABER QUANDO NÃO É PRECISO...

“Navigare necesse, vivere non est necesse” (Navergar é preciso, viver não é preciso). Essa frase em latim é atribuída ao general romano Pompeu (106-48 a.C.), e ele a teria dito a seus marinheiros para ordenar que, apesar da grande tormenta, deveriam partir em direção a Roma, levando o trigo carregado na Sicília, na Sardenha e na África. “No século I a.C., os romanos viviam ativamente o seu processo de expansão econômica e territorial. Na medida em que Roma se transformava em um império de dimensões gigantescas, a necessidade de desbravar os mares, se colocava como elemento fundamental para o fortalecimento de uma das mais importantes potências de toda a Antiguidade. Foi nesse contexto que o general Pompeu, por volta de 70 a.C., foi incumbido da missão de transportar o trigo das províncias para a cidade de Roma. Naqueles tempos, os riscos de navegação eram grandes, em virtude das limitações tecnológicas e dos vários ataques piratas que aconteciam com relativa frequência. Sendo assim, os tripulantes daquela viagem viviam um grave dilema: salvar a cidade de Roma da grave crise de abastecimento causada por uma rebelião de escravos, ou fugir dos riscos da viagem mantendo-se confortáveis na cidade de Sicília. Foi então que, de acordo com o historiador Plutarco, o general Pompeu proferiu essa lendária frase. De fato, a afirmação do general Pompeu surtiu bons frutos. A viagem foi realizada com sucesso e o militar ascendeu ao posto de cônsul com amplo apoio das camadas populares romanas”. (cf. Rainer Sousa, Equipe Brasil Escola).
A frase foi transmitida ao longo dos séculos, a começar pelo filósofo e historiador Plutarco (46-120 d.C.) em biografia sobre Pompeu, depois pelo poeta italiano Petrarca (1304-1374), até chegar a Fernando Pessoa (1888-1935), tido por muitos como o maior poeta da língua portuguesa, ao lado de Camões. Alguns estudiosos interpretam a palavra “preciso” em sentidos diferentes nas duas orações da frase. Dizem que, da primeira vez, “preciso” significa “necessário”; mas da segunda, significa “exato”. Assim, a frase diria que navegar é necessário e viver é inexato, é uma aventura. Por isso, também a vida seria como a navegação.
No evangelho, Jesus diz que é preciso esperar, mas que não se sabe até quando. A espera, nesse sentido, seria necessária; mas o tempo de espera seria indeterminado. Certa a vinda, mas incerto o momento. Isso acentua mais ainda a ideia de que esperar não é deixar o tempo passar, mas aplicar-se nos deveres e compromissos para que nada surpreenda aqueles que estão esperando.
Esperança, tem esse sentido! Ter esperança não é apostar numa coisa apenas desejada, mas é acreditar que ela chegará. Por isso, a esperança tem tudo a ver com a fé. É por isso que a Carta aos Hebreus ensina: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11,1). Os que entendem isso jamais se distraem. Eles põem em prática o que Jesus diz: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater” (Lc 12, 35-36). Para esses, o sentido de “preciso” vale para a espera. É um imperativo ter esperança. Mas, o sentido de “não ser preciso” vale para a ciência do tempo da espera. Por um lado, não se sabe o tempo de espera, por isso é inexato. Mas, por outro lado, não é necessário saber o tempo da espera, porque quem espera está preparado, sem distrações, e será capaz de acolher imediatamente o que espera. 
O querido e saudoso Papa Francisco dizia: “O tempo pertence a Deus, mas o momento pertence ao ser humano”. Assim se pode entender que a lógica usada pelo General Pompeu; “Navegar é preciso, viver não é preciso”, com qualquer das interpretações, pode ser aplicada também às palavras de Jesus na parábola de S. Lucas, de modo a traduzirmos assim a sua formulação: Esperar é preciso, saber quando não é preciso!
Dom Rogério Augusto das Neves
Bispo auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Sé
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Comentário do Evangelho

Vigilância: Pronto para a Vinda do Senhor


A vigilância cristã nasce do Evangelho e orienta o nosso olhar para o fim último. Assim, não nos prendemos aos bens que passam. Além disso, reconhecemos que a riqueza, quando ocupa o centro, sufoca o coração. Portanto, desapegamos com liberdade e seguimos Jesus com prontidão. Logo, a vigilância cristã nos mantém atentos à vinda do Senhor e disponíveis ao Reino. Desse modo, caminhamos leves, com a esperança acesa e com a caridade ativa.
A vigilância cristã é atitude diária. Antes de tudo, ela envolve fé, esperança e amor. Em seguida, supõe conversão de mentalidade. Sobretudo, afirma que o verdadeiro tesouro permanece nos céus. Assim, vigiamos o coração, filtramos desejos e escolhemos o essencial. Então, escutamos a Palavra, oramos e servimos. Enfim, a vigilância cristã educa o coração para reconhecer o Senhor que vem, hoje e no fim.
A liturgia nos chama ao desapego. Em primeiro lugar, Jesus aponta o perigo do acúmulo. Entretanto, Ele não condena o uso justo dos bens. Ao contrário, convida ao coração livre. Além disso, propõe a esmola, que reorienta o apego para o amor. Assim, partilhar cura a avareza e abre espaço para Deus. Por isso, a vigilância cristã vigia onde colocamos o tesouro. Afinal, onde está o tesouro, ali está o coração. Dessa forma, guardar um tesouro inesgotável no céu faz o cristão andar leve, pronto para o encontro.
À primeira vista, a espera pode cansar. Contudo, a memória pascal sustenta a caminhada. Israel aguardou a noite da libertação do Egito. Então, celebrou o sacrifício pascal e louvou a justiça de Deus. Logo após, seguiu confiante, porque o Senhor cumpre a aliança. Do mesmo modo, a vigilância cristã mantém viva a esperança. Assim também, cantar antes da vitória educa o coração para confiar. Portanto, celebramos e caminhamos, mesmo quando a noite parece longa.
A fé de Abraão ilumina o caminho. Primeiramente, ele partiu sem mapas. Depois, morou como estrangeiro, guiado pela promessa. Ainda mais, junto de Sara, que era estéril, acreditou no impossível. Assim que recebeu o filho, aprendeu a entregar tudo. Por conseguinte, a obediência sustentou a sua esperança. Em síntese, a vigilância cristã aprende com Abraão a ofertar seguranças. Dessa forma, arriscamos por Deus e seguimos em frente. Afinal, quem confia, caminha.
Jesus forma os discípulos com imagens claras. Em conformidade com a sua pedagogia, Ele narra parábolas que despertam o coração. Assim também, revela como esperar com responsabilidade. Desse modo, a vigilância cristã ganha forma concreta no cotidiano.
A primeira parábola apresenta empregados atentos. Logo, o senhor demora. No entanto, eles mantêm as lâmpadas acesas e os rins cingidos. Em seguida, o senhor chega e os chama de felizes. Então, acontece algo surpreendente: o próprio senhor serve os vigilantes. Por isso, a vigilância cristã não é ansiedade. É confiança amorosa. Além disso, é perseverança humilde. Afinal, quem vigia por amor participa do banquete do Reino.
A segunda narrativa usa uma imagem forte. Caso o dono da casa soubesse a hora, ficaria pronto. Porém, o ladrão chega de modo imprevisível. Portanto, Jesus pede atenção contínua. Assim, a vigilância cristã evita a distração que relaxa o espírito. Em vista disso, cuidamos dos sentidos, do tempo e das escolhas. Ademais, oramos, para que o coração não adormeça. Em resumo, quem vigia hoje não se apavora amanhã.
A terceira parábola apresenta a responsabilidade. Em primeiro lugar, o administrador fiel cuida das pessoas e das tarefas. Além disso, serve com prudência e constância. Logo depois, o senhor confia mais àquele que foi fiel no pouco. Por outro lado, o administrador infiel se aproveita do atraso. Então, maltrata, desordena e dispersa. Por conseguinte, recebe severa correção. Em conclusão, a vigilância cristã integra fidelidade, serviço e cuidado com a casa de Deus.
As comunidades de ontem e de hoje enfrentam a demora. Frequentemente, líderes cansam da espera e perdem o fervor. Todavia, o Evangelho corrige e reacende o coração. Assim, a vigilância cristã combate abusos de poder e indiferença. Além do mais, promove cuidado fraterno e transparência. Dessa forma, a parusia deixa de ser desculpa para omissão. Ao mesmo tempo, torna-se estímulo para amar melhor. Afinal, quem espera o Senhor, serve sem fazer alarde.
A vigilância cristã precisa de hábitos. A princípio, comece com oração diária. Depois, leia a Palavra com método simples. Em seguida, escolha um gesto concreto de caridade. Além disso, faça exame de consciência breve ao fim do dia. Assim, identifique distrações e agradeça graças. Bem como, acerte o rumo para amanhã. Por isso, proponha metas pequenas e possíveis. Do mesmo modo, cuide do uso do dinheiro. Sobretudo, priorize pessoas. Não só partilhe esmola, como também tempo e escuta. Ainda mais, reconcilie-se com quem precisa de perdão. Conforme o Senhor ensina, o amor concreto ilumina a noite.
Acima de tudo, lembre-se do tesouro no céu. Entretanto, não fuja das responsabilidades de hoje. Assim, trabalhe com honestidade e simplicidade. Portanto, organize as contas. Em seguida, reserve espaço para a generosidade. Por conseguinte, o coração aprende liberdade. Em suma, a vigilância cristã alinha fé e vida. Tal como a lâmpada acesa, a caridade mantém o fogo enquanto esperamos.
A rotina pode nos engolir. Porém, o discípulo desacelera para escutar Deus. Logo, um pequeno jejum digital abre espaço para o silêncio. Então, a mente clareia. Em seguida, a oração flui. Assim também, observe os sinais de Deus no cotidiano. Tanto nas alegrias quanto nas cruzes, Ele fala. Dessa forma, a vigilância cristã transforma o dia comum em espaço de graça.
Do mesmo jeito que Israel cantou a libertação, a comunidade sustenta a esperança. Por isso, participe da missa e dos sacramentos. Além de que, sirva na paróquia com os dons que possui. Em conformidade com o Evangelho, a caridade é missão de todos. Desse modo, ninguém caminha sozinho. Em síntese, a vigilância cristã floresce quando rezamos, aprendemos e servimos juntos.
Perseverança na oração, mesmo quando tudo distrai.
Generosidade concreta com os necessitados, com discrição.
Atenção às pequenas infidelidades, para corrigi-las cedo.
Humildade para pedir perdão, sempre que ofendemos.
Alegria serena, que brota da esperança do Reino.
Então, pergunte-se diariamente: onde está o meu tesouro? Assim, você medirá o pulso do coração. Por conseguinte, ajustará sua rota para o céu. Enfim, a vigilância cristã não pesa. Ao contrário, liberta.
Nem todo recurso é problema. Contudo, o apego excessivo sufoca a alma. Em vista disso, vale rever escolhas. Primeiramente, identifique gastos que alimentam vaidades. Depois, substitua por gestos de amor. Logo, você sentirá leveza. Portanto, o dinheiro retoma o seu lugar de instrumento. Por isso, a vigilância cristã regula o coração e não apenas a carteira. Em conclusão, riqueza só tem sentido quando serve ao bem.
A prontidão evangélica não é medo. Ao invés de pânico, cultivamos esperança. Assim, mantemos as lâmpadas acesas com a caridade. Em seguida, cingimos os rins com a verdade. Depois, avançamos com os passos da fé. Por conseguinte, a vigilância cristã nos encontra acordados para amar. Em resumo, quem serve encontra o Senhor que serve primeiro.
A vigilância cristã integra fé, desapego e caridade. Além disso, inclui responsabilidade no serviço e firmeza na esperança. Dessa forma, aguardamos a vinda do Senhor sem paralisar a vida. Portanto, cuidamos da casa comum e das pessoas. Em vista disso, testemunhamos o Evangelho com simplicidade. Afinal, Ele vem. Logo, vale permanecer prontos, com o coração leve e as mãos abertas.
https://catequisar.com.br/liturgia/vigilancia-pronto-para-a-vinda-do-senhor/

Reflexão

O Evangelho deste domingo trata de vários ensinamentos de Jesus aos seus seguidores. Jesus se preocupa com seus seguidores, “pequeno rebanho”. Não precisamos ter medo, pois o Pai dá o Reino a quem se empenha por uma sociedade mais justa, partilhando (dando esmola) com os que nada têm. Não acumular tesouros que podem ser roubados. O discípulo de Jesus deve estar vigilante, fiel à Palavra e à ação do Mestre. Feliz a pessoa e a comunidade que estiverem cumprindo sua missão de servir, pois o Senhor pode chegar em hora inesperada. Jesus chama a atenção principalmente de quem exerce alguma autoridade na comunidade ou na sociedade. A função da autoridade é servir, começando pelas necessidades básicas, providenciando comida a todos na hora certa. Com seus ensinamentos, Jesus propõe caminhos novos, que nos levam a entender a experiência de Deus e a viver na alegria e na fraternidade. A missão de todos é tornar a vida sempre mais humana.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/10-domingo-9/

Reflexão

«Vós também ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem»

Rev. D. Melcior QUEROL i Solà
(Ribes de Freser, Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho recorda-nos e exige-nos que fiquemos em atitude de vigília «pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem» (Lc 12,40). Há que vigiar sempre, vivendo numa saudável tensão, “desinstalados”, pois somos peregrinos num mundo que passa, sendo que nossa verdadeira pátria é o céu. É rumo a esse destino que devemos orientar a nossa vida; quer queiramos quer não, a nossa existência terrena é um projeto que tem como fim o encontro definitivo com o Senhor, e neste encontro «a quem muito foi dado, muito lhe será pedido; a quem muito foi confiado, dele será exigido muito mais!» (Lc 12,48). Não será este, por acaso, o momento culminante da nossa vida? Vivamos a vida de maneira inteligente, dando conta de qual é o verdadeiro tesouro! Não andemos atrás dos tesouros deste mundo, como tanta gente faz. Não tenhamos a mesma mentalidade!
Segundo a mentalidade mundana; tanto tens tanto vales! As pessoas são valorizadas pelo dinheiro que possuem, pela sua categoria social, pelo seu prestígio, pelo seu poder. Tudo isso, aos olhos de Deus, nada vale por si só! Suponhamos que hoje você descobre que tem uma doença incurável e que os médicos lhe estimam, no máximo, mais um mês de vida... Que faria então com o dinheiro que acumulou? De que lhe serviria o seu poder, o seu prestígio, a sua classe social? Não lhe serviriam para nada! Dê-se conta que tudo aquilo que o mundo tanto valoriza, no momento da verdade, não vale nada? E então, ao olhar para trás e à sua volta, a sua escala de valores muda radicalmente: a relação com as pessoas que lhe rodeiam, o amor, aquele olhar de paz e de compreensão, passam a ser os verdadeiros valores, autênticos tesouros que você —buscando os falsos deuses mundanos— sempre tinha menosprezado.
Que tenha a inteligência evangélica para discernir qual é o verdadeiro tesouro! Que as riquezas do seu coração não sejam os deuses deste mundo, mas sim o amor, a verdadeira paz, a sabedoria e todos os dons que Deus concede aos seus filhos prediletos.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Cada um de nós deve se preparar para o final: o último dia não trouxera dano nenhum para todo aquele que viva cada dia como se for o último: vive de forma que posa morrer tranquilo, porque o que more cada dia não morre para sempre» (Santo Agostinho)

- «A sonolência dos discípulos segui sendo ao longo dos séculos uma ocasião favorável para o poder do mal. Esta sonolência é um embotamento da alma, que não se deixa inquietar por toda a injustiça e o sofrimento que devastam a terra» (Bento XVI)

- «Positivamente, o combate contra o nosso eu, possessivo e dominador, consiste na vigilância, a sobriedade do coração. Quando Jesus insiste na vigilância, esta refere-se sempre a Ele, à sua vinda, no último dia e em cada dia:” hoje” (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2730)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-08-10

Reflexão

A idolatria

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos do Papa Francisco)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, aprendemos que a luz trazida pela fé está ligada com a narração concreta da vida, com a grata lembrança dos benefícios de Deus e com o progressivo cumprimento das suas promessas.
Aparece aqui o contrário da fé: a idolatria. Por sua natureza, a fé pede para se renunciar à posse imediata que a visão parece oferecer. Diante do ídolo, não se corre o risco de uma possível chamada que nos faça sair das próprias seguranças, porque os ídolos “têm boca, mas não falam” (Sal 115, 5). Compreende-se assim que o ídolo é um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade, na adoração da obra das próprias mãos.
—Quem não quer confiar-se a Deus, deve ouvir as vozes dos muitos ídolos. A fé, enquanto ligada à conversão, é o contrário da idolatria: é separação dos ídolos para voltar ao Deus vivo, através de um encontro pessoal. Acreditar significa confiar-se a um amor misericordioso que sempre acolhe e perdoa, que sustenta e guia a existência.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-08-10

Comentário do Evangelho

«Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração».


Hoje, o Mestre convida-nos a restaurar o nosso coração. Que há aí dentro? Qual é o meu tesouro? É um tesouro com “vistas amplas”? Ou está enclausurado por “modas”, “disfarces”, coisas fugazes…? Se uma pessoa vive “disfarçada”, então o seu coração acaba retalhado (“fora de jogo”).
- «Ditosos os servos, que o Senhor ao voltar encontrar vigilantes». E para isso Jesus recomenda «rins cingidos» (fora com os disfarces!) e «lâmpadas acesas» (“conectados” por meio da oração).
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-08-10

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

Hoje, a Palavra nos convida a aprofundarmos a fé, que “é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem”. Por ela, Abraão “obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia”. Por ela, “posto à prova, ofereceu Isaac, o seu filho único, do qual havia sido dito: ‘É em Isaac que uma descendência levará teu nome’, convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos”. Oferecia Isaac, o filho da promessa porque não sabia como, mas tinha certeza de que Deus lhe daria descendência, através de Isaac. Sara, “embora estéril e já de idade avançada, tornou-se capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa”.
Eis o cerne da fé: se Deus promete, Ele cumpre, mesmo que nos pareça impossível. Resta-nos apenas crer, confiar em Deus e em suas promessas. Os pais do Povo conservaram-se intrépidos até a “noite da libertação” porque acreditaram no juramento de Deus, de que ela viria.
Hoje, a divina promessa nos vem por Jesus, que garante que “foi do agrado do Pai” dar-nos o Reino, confiá-lo a nossa administração. Por isso, embora “pequenino rebanho”, não tenhamos medo. Vendamos os bens e demos esmolas, ou imprimamos no uso dos bens a marca da solidariedade, da partilha. Assim estaremos ajuntando tesouro nos céus, onde ladrão não chega nem traça corrói. Naquele tesouro, sim, é que deve estar nosso coração.
Um dia teremos de prestar contas desse Reino que nos confiou. Esse dia é conhecido tão somente do Pai. Mas, isso não nos importa muito. O que unicamente nos importa é estarmos a postos naquele dia. A cada um de nós Ele espera que sejamos como um administrador “fiel e prudente”, que ele coloca “à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa”.
Todos os bens são fundamentalmente dele. Ele os põe em nossas mãos para que os administremos em seu nome, como o alimento que devemos fazer chegar a todos “na hora certa”. Distribuí-los “conforme a necessidade de cada um”. Omissos nessa missão, e pior ainda, fazendo o mal ao “pessoal de sua casa”, teremos comprado a própria infelicidade, rompendo com o Pai. Mas, felizes seremos se nos surpreender nessa missão de administração solidária de seus bens.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=10%2F08%2F2025&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, a quem, inspirados pelo Espírito Santo, ousamos chamar de Pai, fazei crescer em nossos corações o espírito de adoção filial, para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=10%2F08%2F2025&leitura=meditacao

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