quinta-feira, 3 de abril de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 03/04/2025

ANO C


Jo 5,31-47

Comentário do Evangelho

O Testemunho de Cristo


Após apresentar as obras de Jesus e sua relação com o Pai, o discurso de Jesus aos judeus segue para uma defesa de seu testemunho. Em um tribunal, um réu não pode ser a própria testemunha, por isso, Jesus convoca outros testemunhos: o de João e, acima de tudo, o testemunho maior das obras e das Escrituras que vêm do Pai. João, embora tenha sido uma “lâmpada que ardia e iluminava”, com a missão de preparar o caminho para o Cristo, era humano e limitado em sua visão. Por outro lado, o Pai testemunha todas as obras de Jesus e autentica sua missão desde o início até o fim.
No evangelho de João, ouvir ou ver não são suficientes; é necessário crer no Filho de Deus e em suas obras. No entanto, os judeus, apesar de estarem diante das Escrituras e da Palavra, permanecem cegos à revelação de Cristo. Eles são acusados de não amarem a Deus, pois buscam apenas a glória humana. A fidelidade à Lei de Moisés deveria, na verdade, iluminar o caminho para a fé em Jesus, e não o contrário. Que a Palavra nos liberte da cegueira espiritual e nos conduza a uma adesão plena a Cristo em nossa vida.

Comentário do Evangelho

Como podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do Deus único?


Depois de serem apresentadas as obras de Jesus e sua relação com o Pai, esta segunda parte do discurso dirigido aos judeus mostra o testemunho em sua defesa. Em um tribunal, um réu nunca pode ser testemunha de si. Por isso, são evocados o testemunho de João e outro ainda maior: as obras e as Escrituras oriundas do Pai. Mesmo que João fosse uma “lâmpada que ardia e iluminava”, preparando o caminho e testemunhando o Cristo, ele é um ser humano, que só pode averiguar aquilo que vê e por um tempo limitado. Já o Pai dá testemunho de todas as obras e legitima a origem e a missão do Filho do princípio ao fim. Sob o olhar do evangelho de João, onde não basta ouvir ou ver, mas crer no Filho de Deus e em suas obras, os judeus se fecham às Escrituras e ao Cristo. A Palavra está à vista deles, mas não permanece neles. Por isso são acusados de não ter amor a Deus e de se refugiam na busca da glória uns dos outros. A fidelidade à Lei de Moisés deveria iluminar e provocar a fé em Jesus, e não o contrário. Que a Palavra nos livre de toda cegueira e nos faça aderir a Cristo em nossa vida.
Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.

Reflexão

O testemunho é o tema central do Evangelho de João. Hoje lemos o segundo discurso de Jesus sobre esse tema, no qual recorda todos os que dão testemunho dele: Moisés, João Batista, seus sinais e, o principal, Deus Pai (recordando a cena do batismo, quando se ouviu a voz vinda do céu). O testemunho é verdadeiro exatamente porque provém de fontes diversas, e não de Jesus, em primeira pessoa. Mesmo assim, os opositores de Jesus não acreditam. A missão da Igreja, hoje, é continuar a testemunhar Cristo, a fim de que sempre mais pessoas se convertam e creiam.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«Se eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro»

Rev. D. Miquel MASATS i Roca
(Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho ensina-nos como Jesus enfrenta a seguinte objeção: segundo a lei em Dt 19,15, para que um testemunho tivesse valor, era necessário que fosse corroborado por duas ou três testemunhas. Jesus alega a seu favor o testemunho de São João Batista, o testemunho do Pai —que se manifesta nos milagres operados por Ele— e, finalmente, o testemunho das Escrituras.
Jesus Cristo repreende os que O escutam, denunciando três impedimentos ao Seu reconhecimento como o Messias Filho de Deus: a falta de amor a Deus; a ausência de reta intenção —buscam só a gloria humana— e a interpretação interesseira das Escrituras.
O Santo Padre João Paulo II escreveu-nos: «À contemplação do rosto de Cristo, só se pode chegar escutando no Espírito a voz do Pai, ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (cf. Mt 11,27). Assim, portanto, é necessária a revelação do Altíssimo. Mas, para acolhê-la, é indispensável colocar-se em atitude de escuta».
Portanto há que ter em conta que, para confessar Jesus Cristo como verdadeiro Filho de Deus, não bastam as provas externas que nos sejam propostas; é muito importante a retidão da vontade, ou seja, as boas disposições.
Neste tempo de Quaresma, intensificando as obras de penitência que facilitam a renovação interior, melhoremos as nossas disposições para contemplar o verdadeiro rosto de Cristo. Por isso, São Josemaria diz-nos: «Esse Cristo, que tu vês, não é Jesus. —Será, contudo, a triste imagem que os teus olhos turvos podem formar...—Purifica-te. Torna claro o teu olhar, com a humildade e com a penitência. Então... não te faltarão as luzes limpas do Amor. E terás uma visão perfeita. A tua imagem será então, realmente, a Sua: Ele!»

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Não se trata de conhecer alguma coisa sobre Deus, mas de ter a Deus na nossa alma» (São Gregório de Nisa)

- «Deixai que brilhe a vossa luz na nossa sociedade, na politica, no mundo da economia, no mundo da cultura e da investigação. Mesmo que seja uma pequena luzinha no meio de tantos fogos artificiais, recebe a força e o esplendor da grande Estrela da Manhã, Cristo ressuscitado» (Bento XVI)

- «Os sinais realizados por Jesus testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer n'Ele (...). Assim, os milagres fortificam a fé n'Aquele que faz as obras do seu Pai (...). Mas também podem ser «ocasião de queda» (Mt 11,6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos. Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demónios» (Catecismo da Igreja Católica, nº 548)

Reflexão

O quarto Evangelho manifesta diretamente que Jesus é Filho de Deus

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, na autodefesa de Jesus ante os judeus, aparece uma das singularidades do quarto Evangelho: João baseia-se totalmente no Antigo Testamento. “[Moisés], pois foi a meu respeito que ele escreveu” (Jo 5,46), disse Jesus aos seus adversários; Filipe disse a Natanael: “Encontramos Jesus, o filho de José, de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, bem como os Profetas” (Jo 1,45).
A relação entre Jesus e Moisés aparece de um modo pragmático particularmente ao final do Prólogo: “Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1,16-18). A profecia —a grande promessa— de Moisés (“Deus suscitará um profeta como eu; a ele o escutareis”) cumpriu-se com acréscimos, na maneira desbordante em que Deus costuma presentear.
—Quem veiou é mais que Moises, é mais que um profeta. É o Filho, e agora é o próprio Filho quem será “levantado”. E por isso manifestam-se a graça e a verdade, não como destruição, senão como cumprimento da Lei.

Comentário do Evangelho

Jesus diante dos judeus: "O Pai que me enviou dá testemunho a meu favor"


Hoje, o Senhor diz-nos que não temos “desculpa”: há tantas testemunhas e sinais da sua divindade! Mas, se não rezamos, o coração endurece e aí já não entra ninguém: nem sequer Deus!
Quantas testemunhas de Cristo! João Baptista, repetidamente; a Sagrada Escritura, ativa e passivamente (em Jesus cumprem-se todas as promessas e profecias); o Pai fala d’Ele desde o céu várias vezes (por exemplo, durante o Baptismo); milagres de toda a espécie (desde converter água em vinho e acalmar ventos, até levantar paralíticos e dar vida a mortos…).
- Contudo, a última palavra é do meu coração.

Meditação

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

Do Egito, Deus libertara seu Povo. O Povo se comprometera a tê-lo como seu único Deus. E rapidamente esquece as maravilhas vividas, rompe com Deus, o substitui por um bezerro de ouro. Jesus é a encarnação do único Deus ao libertar curar a multidão de enfermos, seu Povo jazendo no templo-Egito, o que os “judeus”, os faraós daquele “Egito”, não aceitam de modo algum, como vindo de Deus. Desqualificam Jesus por completo. E Jesus lhes responde que, se fossem de Deus, aceitariam de fato as Escrituras, que apontam para Ele. Aceitariam igualmente o Batista “uma lâmpada que estava acesa e a brilhar”, mas rejeitam tudo porque não são de Deus nem de sua causa, que é vida abundante e para todos.
Oração
NÓS VOS PEDIMOS, Ó DEUS de bondade, que, purificados pela penitência e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e chegar revigorados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

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