domingo, 1 de setembro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 01/09/2024

ANO B


22º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Sejam cumpridores da Palavra e não meros ouvintes.” Tg 1,22

Mc 7,1-8.14-15.21-23

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Senhor que nos congrega, nos faz discípulos do Reino, para fazermos o caminho inverso ao dos fariseus, nossa preocupação maior deve consistir em não nos deixarmos contaminar pelas malícias que brotam do coração. Iniciamos o mês da Bíblia, devemos recordar que a melhor forma de valorizá-la é lendo-a e fazendo dela uma realidade em nossa vida.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/22-domingo-tempo-comum-ano-b-01-09-2024.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja o Senhor que aqui nos reúne neste dia a Ele dedicado. É sempre bom louvar e agradecer ao Senhor, receber dele sua Palavra que é luz para nosso caminho e nos alimentarmos de seu Corpo e Sangue. De nossa parte, queremos viver retamente segundo os seus preceitos, buscando fazer a sua vontade em nossas vidas para estar diante dele com sinceridade, amando-nos uns aos outros. Que este nosso culto de adoração e de louvor encontre reflexo em nossas vidas.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-49-22-domingo-tempo-comum.pdf

A RELIGIÃO PURA E SEM MANCHA

A religião é o conjunto de atitudes, ensinamentos, ritos e normas mediante os quais o homem se volta para Deus e expressa o seu reconhecimento, obediência e adoração a Ele. Muitas podem ser as expressões e atitudes religiosas. Todas são igualmente agradáveis a Deus?
A Liturgia da Palavra de hoje nos fala disso e dá respostas a essa pergunta. Na primeira leitura, Moisés faz um elogio à Lei de Deus e ordena ao povo que guarde e pratique zelosamente os mandamentos de Deus, pois, assim, Deus será honrado e será propício às súplicas do povo. A segunda leitura, da Carta de São Tiago, recomenda “receber com humildade a Palavra de Deus”, não ser meros ouvintes, mas praticantes da Palavra de Deus, que tem o poder de salvar” (Tg 1,21-22). O mesmo Apóstolo recomenda unir a adoração de Deus à prática da caridade: “com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir aos órfãos e às viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,27).
No Evangelho, Jesus recomenda cuidar da integridade da vida, da honestidade e pureza do coração e das intenções mais do que das práticas rituais exteriores, que podem ser perfeitas, mas não condizer com o interior da pessoa. “Deus vê o coração e as intenções” (cf Lc 16,15) e sabe o que há no interior da pessoa. Por isso, Jesus repreende, com as palavras duras do profeta Isaías, a falsidade dos que tentam agradar a Deus apenas com uma religião exterior e formal: “Esse povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Is 29,13).
Nossas práticas exteriores de religiosidade devem ser expressão de um coração sincero e humilde diante de Deus, que despreza os orgulhosos e os trapaceiros, que tentam enganar até o próprio Deus com palavras e atos. E o amor a Deus, expressado nas nossas ações religiosas, deve ser acompanhado do amor ao próximo: “quem ama a Deus, ame também a seu irmão”, recomenda São João (cf 1Jo 4,21).
No próximo dia 5 de setembro, celebraremos o 70º aniversário da inauguração e dedicação da nossa Catedral metropolitana “Nossa Senhora da Assunção”. É ocasião para agradecer a Deus por tantos benefícios recebidos nessa “casa do Senhor” e igreja-mãe de todas as igrejas de nossa Arquidiocese. A Catedral é a igreja-símbolo da sede (Sé) episcopal; nela está a cátedra do Arcebispo, outro símbolo que lembra a missão do bispo de governar, ensinar e santificar o povo de Deus confiado aos seus cuidados.
Desejo convidar todo o povo da nossa querida arquidiocese de São Paulo a se unir em oração e louvor a Deus no dia 5 de setembro, participando das celebrações, quer na própria Catedral, quer em cada igreja paroquial da Arquidiocese, onde também devem ser celebradas as Missas no aniversário da dedicação da Catedral metropolitana. Alegremo-nos sempre no Senhor em seu templo sagrado e lhe agradeçamos de todo coração pela sua presença contínua no meio de nós.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-49-22-domingo-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

O que torna impuro o homem é o que sai do seu interior


Jesus está cercado de fariseus e escribas vindos de Jerusalém. Eles perguntam a Jesus porque seus discípulos não lavam as mãos antes de comer. Todos os judeus fazem uma pequena ablução das mãos com água antes de comer alguma coisa. Em muitas casas há um recipiente com uma caneca de metal, tudo de muito bom gosto, para essa finalidade.
Trata-se de um ritual religioso. Eles viram que os discípulos de Jesus estavam comendo sem ter lavado as mãos, por isso perguntaram por que não seguiam a tradição dos antigos? A pergunta era válida. Sempre se fez assim, por que tinham que ser diferentes e não observar as tradições e os preceitos? Jesus, que sempre estava ensinando, aproveita a ocasião para mais um ensinamento.
A questão não é lavar ou não as mãos. Por higiene é bom que se o faça. Para fazer a vontade de Deus também, mas é necessário procurar saber qual é a vontade de Deus, o que ele quer de nós. Para isso não basta seguir tradições e observar preceitos humanos. Podem ser resultado de práticas ultrapassadas, de interpretações já não válidas e até erradas.
Os intérpretes podem errar e dizer que é vontade de Deus o que é apenas vontade deles, ou mero preceito humano. O Livro do Deuteronômio diz com clareza para guardarmos os mandamentos do Senhor. Guardem e pratiquem sem acrescentar nada às prescrições divinas. E aí vem a dificuldade.
O zelo dos Mestres da Lei, para salvar e proteger a Vontade de Deus expressa em leis, acrescenta e multiplica práticas às vezes tão minuciosas que, por um lado, não se podem observar e, por outro, escondem o verdadeiro mandamento de Deus. Citando o profeta Isaías, Jesus faz uma distinção entre o que está dentro e o que está fora do ser humano, o que está no seu coração e o que está apenas nos seus lábios.
Jesus sabe e afirma que o apego a tradições humanas muitas vezes impede a prática do verdadeiro mandamento de Deus. Ele indica então um caminho de discernimento: olhar para o coração, olhar para a opção fundamental de vida, dizer o que se quer de verdade. Lavar ou não lavar as mãos é um ato externo em si mesmo indiferente.
O que lhe dará a conotação de maldade ou de bondade é a fonte de onde brota a ação. De um coração frio não sai água quente, de um coração corrompido não sai água pura. Com essa água as mãos não ficam limpas. O que torna o ser humano impuro? O seu projeto de vida, aquilo que ele quer no fundo do seu coração.
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/o-que-torna-impuro-o-homem-e-o-que-sai-do-seu-interior/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/01-09-2024

Reflexão

Fariseus e doutores da Lei conhecem bem as Escrituras. Os fariseus se gloriam de observar, nos mínimos detalhes, “a tradição dos anciãos”. O que está por trás desse comportamento é a convicção de que, agindo assim, tornam-se agradáveis a Deus. Segundo eles, quanto mais obras desse tipo praticarem, mais abreviam a chegada do Messias. Ou seja, eles têm o poder de manipular o projeto de Deus! Pouco lhes importa a dureza com que tratam o povo. Gostam mesmo é de serem elogiados como fiéis observantes da Lei de Moisés. Com essas “credenciais”, um grupo de fariseus e doutores da Lei se aproxima de Jesus com uma reclamação: “Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos anciãos?”. Jesus, conhecedor da vida íntima de cada um, aplica-lhes as palavras do profeta Isaías (v. 6-8).
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/1-domingo-5/

Reflexão

«Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana»

Rev. D. Josep Lluís SOCÍAS i Bruguera
(Badalona, Barcelona, Espanha)

Hoje, a palavra do Senhor ajuda-nos a perceber que acima dos costumes humanos estão os Mandamentos de Deus. De facto, com o passar do tempo, é fácil nós distorcermos os conselhos evangélicos e, dando-nos ou não conta, substituir os Mandamentos ou então afogá-los com uma exagerada meticulosidade: «chegando da praça, eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras, vasilhas de metal?» (Mc 7,4). É por isso que a gente simples, com um sentimento popular comum, não fez caso dos doutores da lei nem dos fariseus, que sobrepunham especulações humanas à Palavra de Deus. Jesus aplica a denúncia profética de Isaías contra os religiosamente hipócritas («O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: «Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim»: (Mc 7,6)).
São João Paulo II, ao pedir perdão em nome da Igreja por todas as coisas negativas que os seus filhos tinham feito ao longo da história, manifestou-o no sentido de que «nos tínhamos separado do Evangelho».
«Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna impura» (Mc 7,15), diz-nos Jesus. Só o que sai do coração do homem, desde a interioridade consciente da pessoa humana, nos pode fazer mal. Esta malícia é que causa dano a toda a Humanidade e a cada um. A religiosidade não consiste precisamente em lavar as mãos (recordemos Pilatos que entrega Jesus Cristo à morte!), mas em manter puro o coração.
Dito de uma maneira positiva, é o que nos diz santa Teresa do Menino Jesus nos seus Manuscritos biográficos: «Quando contemplava o corpo místico de Cristo (?) compreendi que a Igreja tem um coração (?) entusiasmado de amor». De um coração que ama surgem as obras bem feitas que ajudam em concreto a quem precisa («Porque tive fome, e me destes de comer?»: Mt 25,35).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Inutilmente lavam as mãos e se purificam exteriormente enquanto o não fizermos na fonte do Salvador» (São Beda, o Venerável)

- « O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho da fé: sem amor, tanto a vida como a fé permanecem estéreis» (Francisco)

- « As paixões são componentes naturais do psiquismo humano, constituem o lugar de passagem e garantem a ligação entre a vida sensível e a vida do espírito. Nosso Senhor designa o coração do homem como fonte de onde brota o movimento das paixões (cf. Mc 7,21)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.764)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-09-01

Reflexão

A fonte do amor puro

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Num formoso relato, o poeta Rilke conta que, em Paris, passava sempre junto a uma mulher que lhe arrojava uma moeda no chapéu. Ela permanecia totalmente impassível, como se não tivesse alma. Um bom dia, Rilke lhe uma rosa. Nesse momento floresceu o rosto da mendiga. Ele viu pela primeira vez que ela tinha sentimentos. A mulher sorriu, foi embora e durante oito dias deixou de mendigar porque lhe tinham dado algo mais valioso que o dinheiro.
—Quando apenas se quer “ter” amor, então nos tornamos egoístas, podres. O importante não é se procurar a si mesmo por cima de tudo, senão experimentar o caminho de se dar, como Cristo fez amavelmente e radicalmente desde a Cruz.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-09-01

Comentário sobre o Evangelho

A verdadeira pureza deve começar no meu coração


Hoje, verificamos que já no tempo de Jesus havia homens que inventavam uma religião à sua medida. Uma religião de muita ginástica e pouca divindade! Deus nunca tinha pedido a Moisés que lavassem as mãos até ao cotovelo, nem que purificassem os copos… Jesus quer que lavemos o nosso coração. Sempre que acontece algo de mal a culpa é do outro (quase nunca é minha!). E, se não é do “outro”, então a culpa é do “sistema”, do “clima”...
- Seja valente! Pergunte-se: e eu, que faço? Que há no meu coração?
https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-09-01

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

Vamos pensar no “hoje” de Deus; embora para Deus não exista ontem ou amanhã, pois tudo é presente, agora, hoje. Mas, para nós humanos, dizer “hoje” significa o tempo de agora. Jesus está em confronto novamente com os fariseus e escribas, que não admitem que sejam superadas certas tradições, e, por isso, acusam a Jesus. Ele, porém, procura esclarecê-los, mas parece que não querem ouvir, ou, se convencidos por Jesus, não querem mudar. Jesus deixa claro que a tradição que defendem, só terá sentido se estiver dentro do hoje de Deus. A palavra de Jesus é firme, decisiva, e não há meias-medidas: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”.
A Lei de Deus indica um caminho e não se esgota numa série de cumprimentos rituais ou de práticas vazias, sem nexo e sentido com a vida real, presente, aqui e agora. Temos de entender que Deus se faz “companheiro” nosso em cada dia. Assim, poderá ocorrer nosso processo de conversão, levando-nos a nos comprometer com a vida, a justiça, os valores intransponíveis e insubstituíveis do Reino entre nós. A verdade de Cristo nos compromete no amor a Deus e aos irmãos.
É bem isso que a Primeira Leitura vem nos dizer: temos um caminho a percorrer, caminho que nos leva à felicidade, à vida em plenitude. Por isso, é preciso acolher a Palavra e deixar-se conduzir, iluminar por ela: “Qual nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?”
No Evangelho é nítido o confronto entre Jesus e os mestres da Lei. Jesus diz tudo de modo claro, sem rodeios, pois eles fizeram da Lei apenas um cumprimento exterior e superficial, dando-lhe um valor absoluto. Jesus não comunga com esse tipo de pensamento e de ensinamento, pois para Ele a Lei não tem absolutismo; é sim um caminho para se chegar bem perto ou penetrar no projeto de Deus. E o projeto de Deus é o próprio Jesus, pois Ele é o Reino de Deus entre nós. Devemos, sim, entrar num processo de mudança de vida, de conversão.
Acolher o Evangelho na vida foi sempre muito exigente, não só no tempo de Jesus, mas também agora em nossa história. Se não vivermos na comunhão com Deus tendo atitude de partilha com os irmãos, como poderá ser verdadeira nossa fé? Nós olhamos para a realidade dos fariseus e mestres da Lei, que se opunham a Jesus, e temos de aprender que, como povo pós-pascal, não podemos nos dizer cristãos e viver distantes da comunhão e da partilha. Assim, não haverá diferença nenhuma entre o ontem e o hoje.
Redação “Deus Conosco”
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=01%2F09%2F2024&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: (instante de silêncio) DEUS ONIPOTENTE, fonte de todo dom perfeito, semeai em nossos corações o amor ao vosso nome e, estreitando os laços que nos unem convosco, fazei crescer em nós o que é bom e guardai com amorosa solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=01%2F09%2F2024&leitura=meditacao

Nenhum comentário:

Postar um comentário