HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 27/08/2024
ANO B

Mt 23,23-26
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Aí de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!

Dizem os estudiosos da história do cristianismo primitivo e do judaísmo rabínico que a polêmica com os fariseus que lemos nos Evangelhos aconteceu realmente quando as duas comunidades começaram a se estranhar. Todos eram judeus, alguns seguindo Jesus de Nazaré e outros o rejeitando. A briga consistia em saber quem era verdadeiramente judeu. Paulo, em sua primeira pregação missionária, dizia aos judeus reunidos nas sinagogas que o Messias esperado e prometido tinha chegado.Todos ficavam contentes e queriam saber quem era. Paulo, então, anunciava Jesus de Nazaré e dava início à discórdia. Uns aceitavam o que ele dizia e outros não. Dizem também que nas sinagogas, no fim do século primeiro, começaram a rezar contra os minim e os notsrim. Minim eram os traidores do povo na guerra com os romanos. Notsrim eram os cristãos. Notsrim é a palavra hebraica para dizer “nazarenos”.Os que seguiam Jesus eram chamados, e ainda hoje o são em Israel, de “nazarenos”. Os ataques eram mútuos. O Evangelho de São João reflete a polêmica entre judeus e cristãos, quando Jesus acusa os judeus de não acreditarem em Moisés: “Se vocês acreditassem em Moisés, acreditariam em mim, porque foi a meu respeito que ele escreveu”.Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/ai-de-vos-mestres-da-lei-e-fariseus-hipocritas/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/purifica-primeiro-o-copo-por-dentro-para-que-fique-limpo-tambem-por-fora-27082024
Reflexão
Se há uma atitude que Jesus não suporta, é a falsidade. Sim, porque o comportamento falso é enganador, mostra uma imagem distante da realidade, às vezes totalmente oposta. Em outra passagem, Jesus ensinava: “Que o sim de vocês seja sim, e o não seja não” (Mt 5,37). As mentiras se tornam ainda mais graves quando envolvem religião, pois aí está em jogo a boa-fé das pessoas. Por temor ou respeito a Deus, o povo simples se entrega, de modo ingênuo, aos “comandos” de seus líderes. Os doutores da Lei e fariseus se fixavam no cumprimento minucioso de certas prescrições válidas, mas secundárias, enquanto negligenciavam as mais importantes: a prática da justiça, da misericórdia e da fidelidade ao projeto de Deus. É prudente não se deixar iludir pelos falsos mestres.(Dia a dia com o Evangelho 2024)https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/27-terca-feira-9/
Reflexão
«Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo»
Fr. Austin NORRIS(Mumbai, India)
Hoje, temos a impressão de “pilhagem” a Jesus em um arrebato de mau humor, realmente alguém o tem feito se sentir molestado e irritado. Jesus Cristo se sente incomodado com a falsa religiosidade, as petições pomposas e a piedade egoísta. Ele tem notado um vazio de amor, a saber, esta em falta “a justiça, a misericórdia e a fé” (Mt 23,23) com as ações superficiais, as quais tratam de cumprir a Lei. Jesus encarna essas qualidades em sua pessoa e ministério. Ele era a justiça e a misericórdia. Suas ações, milagres, curas e palavras escorriam estes verdadeiros fundamentos, que fluem de seu coração amoroso. Para Jesus Cristo não se tratava de uma questão de “Lei”, mais sim, de um assunto de coração...Inclusive nas palavras de castigo, vemos em Deus um toque de amor, importante para quem quer voltar ao básico “Foi indicado, homem, que é bom e que exige de ti o Senhor: nada mais que praticar a justiça, amar a fidelidade e caminhar humildemente com teu Deus” (Miq 6,8). O Papa Francisco disse: “Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo”. Necessitamos compreender bem esta misericórdia de Deus, este Padre misericordioso que tem tanta paciência... Recordemos ao profeta Isaias, quando afirma que, embora nossos pecados sejam escarlates, o amor de Deus os transformará em brancos como a neve. É harmonioso, isto da misericórdia”.“Purifica primeiro por dentro da taça, para que também fique pura por fora” (Mt 23,26). Quanto é certo para cada um de nós! Sabemos como a limpeza pessoal nos faz sentir frescos e vibrantes por dentro e por fora. Mas mesmo no âmbito espiritual e moral de nosso interior, nosso espírito, se está limpo e são, brilhará em boas obras e ações que honrem a Deus e lhe rendam uma verdadeira homenagem (cf. Jn 5,23). Fixemo-nos no marco maior do amor, da justiça e da fé e nos perdemos em ninharias que consomem nosso tempo, nos apequenamos e que nos fazem exigente. Mergulhemos no vasto oceano do amor de Deus e não nos conformemos com riachos e mesquinharias!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Lhes reprende também, porque tendo certa jactância de afetação inútil, abandonam o ministério das coisas úteis. Por tanto, do primeiro que deve se cuidar é do brilho da consciência interior» (Santo Hilário de Poitiers)
- «A boa notícia é que Ele está disposto a nos limpar, a boa notícia é que ainda não estamos terminados, que como bons discípulos estamos em caminho» (Francisco)
- «A verdade, como retidão da ação e da palavra humana, chama-se veracidade, sinceridade ou franqueza. A verdade ou veracidade é a virtude que consiste em mostrar-se verdadeiro nos atos e em dizer a verdade nas palavras, evitando a duplicidade, a simulação e a hipocrisia» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2468)https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-08-27
Reflexão
«Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo»
Ir. Lluís SERRA i Llançana(Roma, Italia)
Hoje, Jesus faz claramente uma denúncia: «Ai de vós (...)! Ai de vós (...)!» (Mt 23,23.25). Seu alvo são os mestres da Lei e os fariseus, representantes das classes poderosas que exercem seu domínio espiritual e moral sobre o povo. Como podem orientar as pessoas sendo guias cegos? Sua cegueira consiste na incoerência de cumprir escrupulosamente pequenos detalhes, que tem lá sua importância, mas deixar de lado coisas fundamentais, como a justiça, o amor e a fidelidade. Cuidam de sua imagem, que não corresponde ao seu interior, cheios «de roubo e cobiça» (Mt 23,25). Curiosamente, Jesus emprega termos relativos a aspectos econômicos.O Evangelho de hoje é um convite às pessoas e aos grupos que desempenham papéis relevantes nas comunidades cristãs, ou seja, seus líderes, para que façam um exame de consciência. Respeitamos os valores fundamentais? Valorizamos mais as normas do que as pessoas? Impomos aos demais aquilo que nós mesmos não somos capazes de fazer? Falamos a partir da presunção de nossas ideias ou da humildade de nosso coração? Como dizia Dom Hélder Câmara: «Quisera ser uma poça d'água para refletir o céu». As pessoas veem, nos seus pastores, homens de Deus que diferenciam o supérfluo do essencial? A fraqueza merece a compreensão, a hipocrisia provoca rejeição.Ao escutar o Evangelho de hoje podemos cair numa cilada. Jesus disse aos mestres da Lei e aos fariseus que eram hipócritas. Também havia os que eram sinceros. Nós podemos pensar que este texto também se aplica atualmente aos bispos e sacerdotes. Certamente, como guias das comunidades cristãs, devem estar atentos para não cair nas atitudes que Jesus denuncia, mas há que se recordar que todo homem ou mulher-crente pode guardar em seu interior um "fariseu cego". Jesus nos convida: «Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo» (Mt 23,26). A espiritualidade tem suas raízes no interior do coração.https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-08-27
Reflexão
A “lógica do dom” (Doutrina social da Igreja)
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, esta crise obriga-nos a rever o nosso caminho, porque o desenvolvimento sofre desvios dramáticos. O homem não pode prescindir da sua natureza “transcendente”: não é autor de si próprio; deve viver aberto a Deus e aos outros. Está criado para o “dom”, para amar. Mas frequentemente priorizamos acima de tudo a produtividade e a utilidade. Cristo diz-nos: a fé torna possível a misericórdia e esta aperfeiçoa a justiça.A “cidade do Homem” não se promove apenas numa relação de direitos e deveres, mas com relações de gratuitidade, de misericórdia e de comunhão. O binómio exclusivo “mercado-Estado” corrói a sociabilidade, enquanto que as formas de economia solidária criam sociabilidade. O mercado da gratidão não existe a as atitudes gratuitas não se podem prescrever pela lei. Assim sendo, tanto o mercado como a politica têm necessidade de pessoas abertas ao “dom do recíproco”: ou seja fruto da caridade.—Senhor, sem gratuitidade, típica do teu Amor, não pode haver justiça. Abre-nos o coração!https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-08-27
Comentário sobre o Evangelho
Jesus condena a superficialidade dos fariseus e pede que sejam justos
.jpg)
Hoje continuamos escutando as queixas de Jesus Cristo porque os escribas e fariseus faziam sofrer as almas. Muitas ordens de coisas e pouca compreensão com as pessoas! Muita coisa e pouco coração! Por isto o Coração de Jesus “rebenta”.—Senhor, não quero ser cego, não permitas que vá à minha, inventando-me a religião ao meu gosto. Jesus, leve-me por seu caminho!https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-08-27
Meditação
Gestos de devoção, práticas piedosas, cerimônias e ritos, obras de mortificação e ascese, tudo isso pode ter valor e ser manifestação de verdadeira vida religiosa e cristã. Desde que não sejam meramente exteriores, mas nascidas de atitudes interiores de entrega nas mãos da Trindade e de união com os irmãos, nascidas de um comprometimento real com Jesus e suas propostas. Desde que sejam atitudes carregadas de caridade e de misericórdia. Rito por rito não é do agrado de Deus.OraçãoÓ Deus, consolador dos aflitos, que acolhestes, em vossa misericórdia, as lágrimas de Santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinho, concedei-nos, pela intercessão de ambos, chorar os nossos pecados e encontrar a graça do vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=27%2F08%2F2024&leitura=meditacao
Nenhum comentário:
Postar um comentário