domingo, 28 de julho de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 28/07/2024

ANO B


17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.” Jo 6,2

“Eucaristia: dom da inefável caridade de Deus.”

IV DIA MUNDIAL DOS AVÓS E DOS IDOSOS

"Na velhice não me abandones" (cf. Sl 71,9)

Jo 6,1-15

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Necessitados de força, de coragem e de perseverança, participamos da ceia do Senhor, onde se realiza a multiplicação dos pães – Jesus, o Pão da vida, sacia nossa fome e nos convida a abrir nossas mãos e nosso coração para gestos de partilha e vencermos nossas dificuldades e a fome nas suas variadas formas, presentes no mundo.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/17-domingo-tempo-comum-ano-b-28-07-2024.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, nesta Eucaristia somos o Povo Santo de Deus reunido em seu nome. Formamos um só corpo, unidos num só Espírito, e chamados a uma só esperança. Fomos reunidos por um só Senhor, por uma só fé e por um só Batismo. Cremos em um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. Nesta certeza da nossa fé, glorifiquemos o Senhor que entrega a sua vida e parte o Pão da Palavra e da Eucaristia para nós. Hoje, por um desejo do Papa Francisco, celebramos o dia dos avós e dos idosos; rezemos para que eles não sofram por conta da solidão e do abandono.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-44-17o-domingo-do-tempo-comum.pdf

ESPERANÇA E PARTILHA: GRANDES SINAIS

O pão é o tema da Primeira Leitura; também do Salmo Responsorial e do Evangelho. A simbologia do pão, na Sagrada Escritura, recorda duas coisas importantes: a primeira, é que não somos autossuficientes e devemos renovar nossa vida a cada instante, lutar por ela; necessitamos do pão de todo dia. O segundo aspecto é que o homem - por si - não pode prover-se de pão: Deus nos dá a chuva que tornará o solo fecundo para germinar as sementes. A vida humana está na dependência de Deus. Necessitamos do pão nosso de cada dia: ele é um dom de Deus.
Jesus se apresenta como quem sacia de sentido toda nossa existência. Marco Aurélio escreveu: Não é a morte que devemos temer; devemos ter medo de nunca começar a viver. Não há vida verdadeira para quem vive sem saber o sentido do seu viver. No deserto, Jesus pede que o povo sente na relva; toma os pães e os peixes; agradece, fraciona e distribui. Todos ficam saciados. Depois do milagre, muitos iam à procura de Jesus. Ele os recriminou: “Em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes os pães e ficastes saciados” (Jo 6,26). Pergunto eu: que sinal o povo deveria ter visto? No final do texto bíblico, muitos exclamam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo! O povo até começou a discernir o sentido do milagre mas, fascinado pelo pão material, com muita facilidade esqueceu do grande sinal.
Falemos deste sinal. Jesus é o novo Moisés; é o profeta que o próprio Moisés anunciou: “O Senhor fará surgir - dentre vós - um profeta, e vocês o ouvirão” (Dt 18,15). Jesus reúne o povo num lugar deserto e, à semelhança de Moisés, sacia a todos com o pão. Jesus, porém, é mais que Moisés: é o Bom Pastor, que faz o rebanho repousar em verdes pastagens e lhes prepara uma mesa. Era isso que todos deveriam ter compreendido; e foi o que não compreenderam!
Ao meu último escrito neste folheto litúrgico, lembro que dei o título: “Semear... mesmo na tribulação”. Agora, enquanto escrevo, me vem à mente uma canção do cantor/compositor baiano Elomar Figueira Mello. Com o falar sertanejo, das barrancas do rio Gavião, ele escreveu: “Josefina, sai cá fora e vem vê: óia os forro ramiado, vai chuvê. (...) Futuca a tuia, pega o catadô, vamo plantá feijão no pó.” Certa vez, ouvi o próprio cantor explicando “Arrumação”, título dessa canção. Disse ele: “Na madrugada, alguém percebe que o tempo ficou nublado. Tem jeito que vai chover. É necessário ter pressa, pular cedo e colocar a semente na terra. Plantar a semente no pó, na terra seca. E ficar à espera da chuva que fará brotar a semente”. É sobre ter fé, caríssimos irmãos! Semear, semear... plantar, mesmo na escuridão: uma aurora de paz, um tempo de salvação e um amanhã em que haja pão em todas as mesas. Nossa esperança cristã diz que é possível!
Dom Jorge Pierozan
Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-44-17o-domingo-do-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Temos cinco pães de cevada e dois peixes


O capítulo sexto de São João é lido neste ano no Tempo da Páscoa e em alguns domingos do Tempo Comum. No Tempo da Páscoa, para nos dizer que Jesus ressuscitado permanece entre nós na sua Palavra e na Eucaristia, e, no Tempo Comum, para reforçar a nossa convicção de fé na presença real de Jesus no sacramento da Eucaristia.
O capítulo começa com o relato da multiplicação dos pães e dos peixes. Em seguida, depois de ter atravessado o mar da Galileia andando sobre as águas, Jesus vai à sinagoga de Cafarnaum, onde faz o grande sermão do pão do céu, o “pão da vida”, a sua carne dada para a salvação do mundo. Surge uma crise entre os judeus e entre os discípulos de Jesus, que não entendem o que Jesus está querendo dizer.
Ouvem as palavras, mas não percebem o sentido. Judeus e discípulos começam a se afastar de Jesus. Ele, porém, mantém firme tudo o que disse sem nada mudar. O capítulo sexto de São João é considerado um texto eucarístico. Ele nos prepara para a instituição do sacramento da Eucaristia. Começando com o pão de cada dia, Jesus nos leva até ele, que é o alimento para a vida eterna.
O pão simboliza todos os alimentos que tomamos cada dia e nos mantêm vivos. Jesus mesmo mostra sua preocupação com o povo que foi atrás dele para ouvir o seu ensinamento e que precisava se alimentar. Pergunta a Filipe onde poderiam comprar pão para dar de comer àquela gente. Filipe sabe que não era apenas questão de onde comprar, mas também de como pagar. Havendo pão, havendo onde comprar e tendo dinheiro, o problema estaria resolvido. É a solução do poder, de quem tem, compra e paga. André apresenta a Jesus um menino que tinha cinco pães e dois peixes.
Se a solução de Filipe não era viável pelo muito dinheiro que seria necessário, a de André também não era, pelo pouco pão e pouco peixe de que dispunha. Uma solução rica e uma solução pobre. Jesus fica com a solução pobre: cinco pães e dois peixes partilhados com amor podem alimentar uma multidão. Foi o que aconteceu. Jesus deu graças e começou a distribuir os pães e os peixes, e todos comeram e ficaram saciados. Partilharam e resolveram o problema, isso é o que sabemos. Como Jesus fez para multiplicar os pães e os peixes é um segredo dele, que pode nos contar um dia.
O profeta Eliseu também alimentou cem pessoas com vinte pães, e ainda sobrou. A sobra da multiplicação feita por Jesus foi recolhida em doze cestos, e quiseram fazê-lo rei. Não fazia parte do projeto de sua encarnação tornar-se rei neste mundo nem ficar multiplicando pães e peixes. O profeta Eliseu o fez e os doze apóstolos também poderiam fazê-lo, já que foram doze os cestos que se encheram. Doze apóstolos não vazios, cheios da vontade de partilhar com o povo que tem fome, sem querer ser reis, podem fazer maravilhas.
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/temos-cinco-paes-de-cevada-e-dois-peixes/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/28-07-2024

Reflexão

A festa da Páscoa fazia memória da libertação da opressão no Egito. Dava-se em Jerusalém, que se tornara lugar em que o povo era explorado. Por isso, além de conduzir a multidão para longe da cidade, Jesus se preocupa com sua fome. Como saciá-la? A solução não está no dinheiro, mas na partilha. André, nome que significa “humano”, oferece tudo o que tem (cinco pães e dois peixes). Ele representa todas as pessoas generosas e desapegadas dos bens. Quando cada pessoa põe em comum o que tem, o resultado é fantástico: todos se alimentam e ainda sobra. Naquele lugar, e não no templo (exploração), acontece a partilha dos bens, e as pessoas (sentadas) resgatam a dignidade e a liberdade. Com a bênção dos alimentos, Jesus bendiz a Deus pelos bens da criação. São para todos viverem, e não para uns poucos acumularem!
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/28-domingo-7/

Reflexão

«Uma grande multidão o seguia»

Rev. D. Pere CALMELL i Turet
(Barcelona, Espanha)

Hoje, podemos contemplar como se forja no nosso interior tanto o amor humano como o amor sobrenatural, já que temos um mesmo coração para amar a Deus e aos outros.
Geralmente, o amor vai abrindo passo no coração humano quando se descobre o atrativo do outro: sua simpatia, sua bondade. É o caso do «rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes» (Jn 6,9). Dá a Jesus tudo o que leva, os pães e os peixes, porque se deixou conquistar pelo atrativo de Jesus. —Descobri o atrativo do Senhor?
A continuação, o enamoramento, fruto de sentir-se correspondido. Disse que «muita gente o seguia porque viam os sinais que ele realizava nos enfermos» (Jn 6,2). Jesus os escutava, os obedecia, porque sabia o que eles necessitavam.
Jesus Cristo sente um poderoso atrativo por mim e quer minha realização humana y sobrenatural. Ama-me tal como sou, com minhas misérias, porque peço perdão e, com sua ajuda, continuo esforçando-me.
«Jesus percebendo que tentavam vir tomá-lo pela força para proclamá-lo rei, fugiu novamente ao monte Ele só» (Jn 6,15). E lhes dirá no dia seguinte: «Em verdade, em verdade vos digo: vós me buscais, não porque hás visto sinais, e sim porque hás comido dos pães e vos hás saciado» (Jn 6,26). Santo Agostinho escreve: «Quantos há que procuram Jesus, guiados somente por interesses temporais! (...) apenas se procura a Jesus por Jesus».
A plenitude do amor é o amor de doação; quando se quer o bem do ser amado, sem esperar nada em troca, mesmo que seja ao preço do sacrifício pessoal.
Hoje, eu posso lhe dizer: «Senhor, que nos fazes participar do milagre da Eucaristia: pedimos que não te escondas, que vivas conosco, que te vejamos, que te toquemos, que te sintamos, que queiramos estar sempre ao teu lado, que sejas o Rei de nossas vidas e de nossos trabalhos» (São Josémaria).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Senhor, satisfeitos com a tua Eucaristia, desenvolve em nós o desejo e a vontade de te seguir para que sejamos dignos de receber de ti a sabedoria e a experiência do teu alimento espiritual» (Santo Alberto Magno)

- «Certamente temos algum talento, alguma habilidade... Quem de nós não tem os seus 'cinco pães e dois peixes'? Deus é capaz de multiplicar os nossos pequenos gestos de solidariedade e de nos tornar participantes do seu dom» (Francisco)

- «Numerosos judeus, e mesmo alguns pagãos (…) reconheceram em Jesus os traços fundamentais do messiânico ‘filho de David’ prometido por Deus a Israel (36). Jesus aceitou o título de Messias (…), mas não sem reservas, uma vez que esse título era compreendido, por numerosos dos seus contemporâneos, segundo um conceito demasiado humano (38), essencialmente político (39)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 439)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-07-28

Reflexão

Os signos na vida de Cristo

Rev. D. Jordi CASTELLET i Sala
(Vic, Barcelona, Espanha)

Hoje surpreendemo-nos quando vemos Jesus dando de comer a tantas pessoas. É uma criança —um menino— quem aporta o que tem e o dá ao serviço dos Apóstolos, de Cristo, da Igreja. Jesus o abençoa e chega o milagre, o signo do Reino: Havia para todos e ainda sobrou!
Jesus Cristo —a Imagem, a Palavra do Pai— reúne-nos ao Seu redor. Ele mesmo se fará alimento nosso na Eucaristia. Mas, antes o antecipa com este signo da multiplicação dos pães. Primeiro prepara nossa fé... E depois se nos apresenta no “mistério da alimentação”: Cristo, entrando no meu corpo, converte-se no meu corpo para que eu seja seu Corpo, suas mãos, seus olhos, seu sorriso, seu olhar, sua palavra...
—Senhor Jesus, sede tu minha vida. Tu, que tens presente as necessidades de todos, me tens a mim para que, com tua Graça, eu possa colaborar na obra do teu Reino. Amém.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-07-28

Comentário sobre o Evangelho

A multiplicação dos pães e dos peixes


Hoje, ficamos encantados com a ternura e a imaginação de Deus. O coração de Jesus vê a fome daquelas pessoas. São muitas, muitos milhares. Não interessa: Jesus é Deus! Perante a sua ternura não há nenhuma necessidade que passe desapercebida; na sua imaginação nenhuma quantidade é impossível. Com uns poucos pães e um par de peixinhos, o Senhor fez muitas pessoas felizes (5.000 homens e as respectivas famílias).
- Pouco tempo depois Jesus instituiu a Eucaristia. Com ela, durante séculos e séculos, Deus tem saciado “toneladas” de fome a milhões e milhões de almas. Nunca se tinha visto nada nem sequer parecido!
https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-07-28

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

Jesus continuava junto da multidão da qual teve compaixão. A lógica de seu amor o levava à compaixão. A lógica dos egoístas e gananciosos fundamenta-se na teoria, nas desculpas, nas argumentações vazias, e o povo continua com fome: de vida, de esperança, de dignidade.
O evangelista João mostra-nos Jesus como o “Pão da vida”, que apoia e sustenta o povo no caminho da vida plena. O pão descido do céu é força e alimento, é vida e esperança, pão mandado por Deus e que sustenta o povo no caminho da liberdade.
Nós participamos da Eucaristia. Comungamos, recebemos o Pão da vida. Mas é preciso ser consequente e não fazer desse ato um espiritualismo individualista, um intimismo religioso apenas, com sentimentos de cumprir preceito, sem comprometimento com o Deus da vida, que conduz a história, portanto, sem comprometimento com os irmãos. Nesse sentido não avançamos fraternalmente no caminho que nos conduz, de fato, à comunhão. Não se reparte a vida nem a história. Vivemos em nosso mundinho, descomprometidos.
“Fazei isto em memória de mim”, como disse Jesus na última Ceia, é ir além de um rito, é ser cristão atento à vida de comunhão, de justiça, às reinvindicações legítimas dos mais pobres e marginalizados da sociedade. É fácil viver uma religião do intimismo, da devoção. É exigente ser cristão da comunhão e da solidariedade.
A lógica de Jesus é a da integração do que é espiritual com o humano. Não há divisão ou separação, como não há exclusão mútua entre corpo e alma, pois o ser humano é uno. Alguém que escreveu uma música dizendo que “bastariam dois pães e dois peixes e o milagre do amor, pra acabar com tanta fome, acabar com tanta dor” pensava na integração do espiritual com o humano, pois ainda dizia que “Maria em seu fogão, cozeu um pouco de pão, depois repartiu aos filhos, como se fosse seu coração”. Fantástico! A lógica da comunhão é a lógica da vida, do Pão da vida. A lógica dos teóricos e individualistas é a de dar o pão hoje e a fome, amanhã.
Aproximar-se, pois, da Eucaristia é viver a lógica de Jesus e não a lógica humana, às vezes, egoísta e que busca seus interesses particulares. Jesus buscou o “interesse” da multidão: a salvação! Não tenhamos medo de sermos e vivermos a comunhão.
Redação “Deus Conosco”
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=28%2F07%2F2024&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: (instante de silêncio) Ó DEUS, amparo dos que em vós esperam, sem vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai em nós a vossa misericórdia para que, conduzidos por vós usemos agora de tal modo os bens temporais que possamos aderir desde já aos bens eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=28%2F07%2F2024&leitura=meditacao

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